Kakashi... Minha Tentação

Tempo estimado de leitura: 5 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 18

    Confissões

    Álcool, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Fiquei horas esperando ele. Quando deu dez e meia... percebi que ele não iria vir mais. Subi para o meu quarto, completamente decepcionada, arrasada, triste. Coloquei meu pijama, escovei os dentes e deitei. Precisava descobrir o quanto antes o que se passava naquela empresa... o que se passava com o Kakashi. Meus olhos se encheram de lágrimas, limpei-as rapidamente. Eu não podia fraquejar. Mas do que nunca eu estava determinada a descobrir tudo. Não importando o que fosse custar... não importando se isso custaria a minha vida.

    ***S2***

    Cap 18

    E mais uma vez eu não tive uma noite de sono muito boa. O Kakashi não apareceu para ir na escola comigo. E eu também não liguei, ou fui na casa dele para saber o que estava acontecendo. Nos encontraríamos na escola e ele teria que me dar uma boa resposta do por que não apareceu ontem na minha casa. Mas eu tive uma decepção ainda maior ao chegar no colégio. Entrei na sala e ele não estava lá. As horas foram passando, e nada dele aparecer. O mais estranho foi que o Itachi e o Sasuke também não foram à escola hoje.

    Nem conseguir prestar atenção na aula. Faltava uma semana para a prova, e nem tínhamos começado a estudar. Eu ía ter que procurar outra pessoa para me ajudar. Perguntei a Sakura se ela podia me ajudar, mas ela disse que também não era muito boa. Voltei para a minha mesa e coloquei os fones de ouvido. Naquele exato momento, o sinal tocou alto, fazendo-me pular.

    Corri para o pátio na esperança de encontrá-lo lá... ele poderia entrar na terceira aula. Ele não apareceu, e a medida que o tempo passava, eu ficava cada vez mais tensa. Tive medo de que algo ruim pudesse ter acontecido com ele. Isso não... era impossível. Notícia ruim chega rápido. E, no entanto, eu não conseguia deixar de me preocupar com a ideia de que isso fosse verdade. Fui para a aula de biologia sem nenhuma vontade... meu desejo era de sair correndo de dentro daquela escola.

    E foi isso que eu fiz, quando o dia de aula enfim terminou. Saí correndo de dentro da sala, sem esperar pela Sakura ou pelo meu irmão que estava atrasado, ele sempre era o primeiro a estar no portão de saída me esperando. Saí correndo, e foi assim por todo caminho.

    Cheguei em casa completamente exausta e cansada. Fui para o meu quarto, joguei a minha bolsa no chão e caí na cama, ofegante. Fiquei bons longos minutos deitada olhando para o teto, imaginando onde ele poderia estar agora. O que estaria fazendo? Será que estava bem? A cada dia as perguntas, e dúvidas se acumulavam. Todas elas sem respostas. Até quando isso duraria? Eu só queria que ele me contasse a verdade. Eu aguentaria, aceitaria, fosse o que ele fosse, ou o que ele fizesse.

    Eu não podia ficar ali, deitada, pelo resto da minha vida, apesar da minha vontade ser essa. Levantei, e fui para o banheiro. Tomei um banho rápido, e me vesti com uma saia e um top. Decidi matar algumas horas com os estudos de matemática, teria que me virar sozinha por enquanto. Peguei uma manta dentro do meu guarda roupa, e fui para a frente da minha casa.

    No quintal, dobrei a manta ao meio e a coloquei nas sombras das árvores no gramado espesso. Deitei de bruços, cruzando os tornozelos no ar, folheando as páginas do meu caderno, tentando entender todos aqueles números e cálculos. Mas era impossível, eu não consegui que a matéria ocupasse minha mente. Fechei meu caderno, irritada, e rolei de costas.

    Liguei meu celular e deixei a minha música favorita rolar repetidas vezes e fechei os olhos, apreciando aquele momento. Só ia pensar no calor em minha pele, disse a mim mesma severamente. A brisa ainda era leve, mas soprava uns fios de meu cabelo no rosto e isso me fez cocegas. Puxei todo o cabelo, deixando que caísse em leque na manta embaixo de mim, e me concentrei novamente no calor que tocava minhas pálpebras, as maçãs do meu rosto, meu nariz, os lábios, os antebraços, o pescoço, sentia o sol penetrar por minha pele...

    De repente senti algo tocar meu rosto. Assustada, fiquei de pé num pulo, tensa sem nenhum motivo. Comecei a rir descontroladamente, quando vi quem era. - Você me assustou, Ita. - Meu coração batia rápido demais, sentei na manta novamente, tentando me controlar.

    Ele sentou de frente pra mim, pegou a minha mão e juntou com a dele. - Foi mal ruivinha. Não resistir, quando te vi deitada aí. Tá fazendo o que?

    - Tentando estudar, matemática. - Desisti na mesma hora. Acho que nunca nos entenderíamos. Ele me encarou, sorrindo de um modo malicioso. Eu abaixei a cabeça, senti minhas bochechas arderem na mesma hora. - Você tá lindo. Vai sair? - Perguntei. Ele vestia uma camisa leve de mangas compridas, uma calça jeans no tom cinza claro. O cabelo estava solto, caía liso, sobre os ombros.

    - Vou sim. O Sasuke não tá muito bem. Acordou com muita febre. - Ele disse, pareceu meio tristonho.

    - Foi por isso que você não foi na escola? - Perguntei. Imaginei se ele falaria alguma coisa sobre o Kakashi. O motivo pelo qual ele não foi para a escola.

    - Isso mesmo. - Ele passou a mão no cabelo... percebi a preocupação, aparente, dele.

    - Não fica triste. Seu irmão vai ficar bem. - Eu me aproximei mais dele, e o abracei. Eu nunca tinha percebido o quanto ele era cheiroso. As mãos dele se encaminharam para minhas costas, me pressionando ainda mais contra o corpo dele. Eu deitei a cabeça em seu ombro. Minha garganta de repente se apertou, e uma súbita vontade de chorar me aplacou. Itachi deve ter percebido, por conta do longo suspiro que eu soltei. Ele levou uma das mãos até o meu cabelo e começou a acaricia-lo.

    - Eu posso imaginar o motivo da sua tristeza. - Ele disse.

    - Você sabe onde ele tá? - Questionei. Ainda estava abraçada com ele.

    - Eu não acredito que ele não te contou? - Me soltei dos braços dele e o encarei sem entender. Não disse uma palavra se quer. Apenas esperei que Itachi me falasse o que estava acontecendo. - Mari, o Kakashi viajou... - Ele fez uma pausa, pareceu pensar por alguns segundos e continuou. - ... Ele foi para o Japão, com meu pai, ontem.

    - O que? - Eu tive a impressão que um buraco se abria embaixo de mim. Eu fiquei completamente desnorteada. Minha vista foi ficando embaçada... a sensação que eu tive, foi de que desmaiaria. A única coisa que eu ouvi foi um toque de celular, estava baixo demais. Não sabia se era o meu ou o do Itachi. Balancei a cabeça algumas vezes, tentando, sem muito sucesso, organizar meus pensamento. Minha mente estava em erupção.

    Ouvia o Itachi falando, porém a voz dele estava muito distante, parecia estar a quilômetros de mim. - Mari... Mari... você tá bem? - Fechei os olhos bem apertados, e os abri novamente. O rosto do Itachi estava a centímetros do meu. Fiquei paralisada, esperando pelo próximo movimento dele. Eu não tinha nem forças para me mexer. Ele ergueu a mão direita, passando por trás de mim, depositando-a na minha nuca. Ele vai me beijar... Ele vai me beijar... Minha mente gritava isso, descontroladamente. Eu precisava fazer alguma coisa, não podia permitir isso. Por mais que o Kakashi tivesse escondido de mim que fora viajar, ele não merecia isso, ser traído pelo próprio irmão. Meu rosto estava muito mais perto agora, fechei os olhos para me afastar dele, não queria ver sua expressão. Com certeza ele ficaria chateado. Acabei sendo surpreendida, com um beijo na ponta do meu queixo. Abri os olhos, ele estava sorrindo. - Eu preciso ir. O Sasuke tá me ligando toda hora. - Ele levantou. - A propósito... eu sou muito bom em matemática também. Quando eu voltar do médico, passo aqui pra te ajudar.

    - Tá bom Ita. Arigato. - Agradeci. E depois ele me deu as costas e se afastou. Eu respirei fundo. Olhei para as minhas mãos... elas tremiam... não só elas, mas o meu corpo inteiro. Passei a mãos na testa, eu estava suando frio. O que foi isso que aconteceu agora? Por pouco eu não beijo o Itachi. Meu Kami. E mais essa agora... o Kakashi viajando. E para o Japão? O que ele faria no Japão? E por que não me falou nada.

    Eu estava tão furiosa, que precisei de alguns minutos para poder me mexer. Quando conseguir levantar, peguei a manta e minhas coisas, e segui lentamente para dentro de casa. Joguei minhas coisas em cima do sofá e fui para a cozinha. Desabei numa cadeira. Estava tão irritada que podia sentir as lágrimas saindo; tentei obrigá-las a voltar, trincando os dentes. Eu estava tão perdida, que nem ouvi meu celular tocar. Peguei-o e o atendi. Era minha mãe... disse que não ía voltar cedo, que depois do trabalho sairia com meu pai. Pediu que eu preparasse alguma coisa para mim e meu irmão comermos. Eu não estava com um pingo de fome.

    Assim que desliguei o telefone, o Naruto chegou junto com a Hinata. Tive sorte por eles não perceberem meu estado crítico. Os dois subiram para o quarto, e eu continuei na cozinha.

    Os sanduíches de queijo grelhados estavam na frigideira e eu fatiava um tomate quando ouvi meu celular vibrar em cima da bancada de mármore. Olhei o visor, eu tinha acabado de receber uma mensagem dele. Não estava com a miníma vontade de ler. Ignorei-a, e continuei fazendo minhas coisas. Encarei a frigideira, levantando a beirada de um sanduíche para verificar o lado de baixo. Quando eles ficaram prontos peguei dois pratos, e os coloquei dentro.

    Fui até o quarto do Naruto e bati na porta. - Naruto?!

    - Pode entrar! - Ele respondeu. Abri a porta e entrei no quarto. Os dois estavam sentados na cama, pareciam tristes. Hoje era o dia da tristeza. Não perguntei o motivo.

    - Trouxe esses sanduíches pra vocês comerem. - Eu disse. E entreguei para ele. - Eu vou lá embaixo pegar o suco. - Desci a escada correndo e voltei com um pouco mais de calma, pois estava com dois copos nas mãos. Coloquei-os em cima da escrivaninha e saí.

    Fui para sala e deitei no sofá, afim de me distrair assistindo um pouco de teve. Mas não funcionou muito. Queria tirar ele da minha mente, nem que fosse por um pouco de tempo. Porém, isso era impossível. Abracei uma almoçada e me encolhi no sofá. Nessa hora me desabei em chorar.

    Kakashi Pov... Confissão

    Eu quero contar para ela, o que realmente sou. Só que eu não sei se ela me aceitaria. Não é algo fácil de se aceitar... de entender. E eu não posso pensar na ideia de perdê-la. Acho que ela não tem noção do quanto eu à amo.

    Talvez ela entendesse o meu lado. Eu lutava no grupo dos mocinhos. Eu sou o mocinho nessa história. É o que todos me fazem pensar. Mas, será mesmo? Será que realmente eu sou o mocinho? Ela poderia não pensar dessa forma. Eu tenho medo que ela me veja como um monstro. Eu faço as mesmas coisas, com as pessoas que eu julgo ser más, fazem com suas vítimas.

    Eu as torturo, com um único intuito... obter informações que podem ajudar a encontrar o verdadeiro assassino dos meus pais. É isso que eu busco, desde os meus treze anos de idade, quando eu fiz o meu primeiro serviço. A raiva, o ódio que eu sinto quando estou diante dessas pessoas, me torna cruel, frio, impiedoso, desumano. Eu só quero que quem matou meus pais, as duas pessoas que eu mais amei na vida, pague pelo seu crime.

    E isso me fez correr todo esses anos atrás de uma única coisa, vingança. Eu não podia perder o foco. Por isso meu tio disse que eu não poderia namorar, muito menos me apaixonar. A minha vida teria que ser somente para realizar seus objetivos, e não deixar que nada atrapalhasse o desempenho e o crescimento da empresa.

    E de repente ela aparece, me fazendo perder o chão. E tudo ganha um novo sentindo. E tudo que não podia acontecer... acontece. Acabei me apaixonando perdidamente por ela. Ela conseguiu fazer com que eu não sentisse mais vontade de correr atrás de vingança. Mas não depende só de mim. Tem o meu tio, que busca isso mais do que qualquer outra pessoa. E a organização na qual eu trabalho, quase todos tiveram familiares assassinados pela mesma pessoa que matou meus pais. Eles contam comigo, para pegá-lo. Só que eu não quero mais isso para mim. Eu quero viver feliz, ao lado dela.

    Foi por isso que no começo, tentei afasta-la a todo custo de mim. Mas eu já estava rendido aos seus encantos. E pelo visto ela também já estava gostando de mim. Acho que nenhum de nós dois, conseguiríamos ficar longe um do outro. Agora é tarde para voltar atrás... eu não suportaria viver sem ela. Agora o meu objetivo é protege-la.

    Eu sempre fui cercado pelo perigo. Mas eu não vou deixar que nada de ruim aconteça com ela. Afinal eu sou muito bom no que faço. Apesar de eu não me orgulhar muito da minha profissão.

    Eu lembro da primeira vez que tirei informações de uma pessoa. Meu tio me disse que tinha encontrado o suposto assassino dos meus pais, pedi a ele que me deixasse vê-lo, de primeira ele resistiu, mas acabou permitindo. Eu queria olhar nos olhos dele... queria que ele confessasse olhando nos meus olhos que matara os meus pais brutalmente. E foi o que ele fez, mas antes de dizer qualquer palavra o desgraçado cuspiu na minha cara e me mandou ir se ferrar. Nessa hora meu sangue subiu. Não aguentei, comecei a bater nele. Não senti nenhum sentimento de pena, apenas desprezo.

    O deixei quase morto, isso depois de ele implorar pela vida dele. Ele disse apenas uma palavra... na verdade um nome... Orochimaru. A parti dali, minha caçada começou. Por todos esse anos eu usei de todas as armas para encontrá-lo. Me infiltrei, usei, me deixei ser usado. Infelizmente nunca conseguimos chegar até ele, apenas nos seus capangas. Mas à dois anos, eu consegui algo de um deles... o nome da filha do Orochimaru. E tem cinco meses que estou me deixando ser usado por ela. Eu sei que é errado, e que se a Mari descobrir, ela não vai mais querer ficar comigo. Mas isso foi uma ordem do meu tio... o chefe da nossa organização... Akatsuki.

    Agora estou me preparando para ir me encontrar com ela... tem algum tempo que não nos vemos. Espero, que dessa vez, eu consiga alguma informação dela. É quando eu conseguir isso... vou matá-la. Ainda bem que a desgraçada não descobriu ainda sobre a Mari. Por que eu sei que quando ela descobrir... não vai deixar barato. E vai ser nesse momento, que toda o meu disfarce vai por água abaixo. Ela pensa que eu viajei para cá, para vê-la. Pobre coitada... a única coisa que eu quero dela... é o paradeiro do Orochimaru. Nada mais.

    Eu só quero que tudo isso acabe logo. Ficar duas semanas longe da minha pequena, não vai ser nada fácil. E mentir para ela, é ainda pior. Só que quando eu voltar, vou fazer uma surpresa para ela. Está próximo do dia dos namorados, e eu estou com planos de pedir aos pais dela deixar que ela viaje comigo. O castigo dela está acabando. É bem provável que eles deixem. Minha maluquinha... Mal sabe ela, que eu daria minha vida para vê-la a salva. Quando eu voltar, vou ligar para ela.

    Mari Pov...

    Se não fosse pelo Itachi chegar lá, tinha ficado a tarde inteira deitada no sofá. Eu agradeci a Kami, por ele ter vindo. Ficamos estudando até umas seis horas. E por incrível que pareça, eu conseguir entender a matéria direitinho. E mais uma vez, aquela atmosfera de que estava rolando alguma coisa, surgiu. Toda hora ele mexia no meu cabelo, me abraçava, deitava no meu colo... não era só impressão... Dessa vez ele estava tirando proveito, da situação. Juro que se eu não estivesse com o Kakashi, teria ficado com ele. Estava quase impossível resistir. Se não fosse pelo celular dele ter tocado... confesso que tinha feito besteira. Ele foi embora, e eu fiquei fazendo os exercícios que ele tinha deixado para mim treinar.

    Meus pais chegaram por volta das sete. Ficaram na sala comigo. - Você está bem, querida? - Eu não sei se era verdade, mas dizem que mãe tem um sexto sentido... e que nada passa despercebido por elas. A minha tinha um nono sentido. Percebeu assim que entrou na sala, que eu estava diferente.

    - Uhum. - Menti. - Só estou um pouco triste. O Kakashi viajou com o tio dele. - Isso era verdade.

    - Um pouco, Mari? - Não tinha como enganar minha mãe. Eu olhei para ela, e meu olhar me entregou. - Você tá péssima querida. - Acho que se meu pai viajasse sem avisar, ela também ficaria péssima. Pior, ela ia atrás dele.

    - Eles foram para o Japão. - Meu pai se pronunciou. Parece que eu fui a última a ficar sabendo. - Eles estão pra fechar um negócio com a empresa Hyuuga, do pai da Hinata. O Fugaku tem esperado isso a anos, mas sempre o Hiashi se mantinha com um pé atrás, ele disse. - Com razão, se eu fosse o pai da Hinata, agiria da mesma maneira. - E se tudo der certo, ele vai fazer uma festa, particular, aqui na casa dele. - Meu pai pareceu animado. - E sabe do que mais... ele vai me por como vice-presidente da empresa aqui dos EUA.

    - Uau, pai. Nossa, tô muito feliz pelo senhor. - Menti de novo. É claro que eu fiquei contente pelo cargo novo do meu pai, se tudo desse certo. Porém, a notícia me deu calafrios. Desse jeito, ele ficaria ainda mais perto do tio do Kakashi. O que aumentaria ainda mais minha preocupação,e as chances de acontecer alguma coisa com ele. Mas eu tinha que demonstrar que estava feliz. E ao mesmo tempo, eu torcia pra que tudo desse errado. Tudo pela segurança da minha família. - O Naruto vai ficar louco quando ficar sabendo.

    - E cadê ele? - Minha mãe perguntou.

    - Foi na casa da Hinata. O primo dela chegou hoje de viajem. E ele tava cheio de ciúmes. - Eu também estava curiosa para conhecer ele. Se a Hinata era linda, o primo também era.

    - Esse Naruto. E você Mari, o que tá fazendo? - Eu conversava com eles sem tirar os olhos do caderno. Depois que se aprende matematica, fica divertido fazer os problemas.

    - Uns exercícios de matemática. O Itachi veio aqui hoje me ajudar na matéria. A prova é semana que vem.

    - E tá fácil? - Ela perguntou.

    - Uhum... ele ensina muito bem. - Ele ia me ensinar outras coisas, se eu não tomasse cuidado.

    Fiquei aliviada quando ficou tarde o bastante para ser admissível ir para a cama. Eu sabia que estava estressada demais para dormir, e que não ia conseguir essa proeza, então fiz uma coisa que nunca fizera. Fui até a cozinha e deliberadamente tomei remédio para gripe, sem necessidade, do tipo que me nocauteava por umas boas oito horas. Normalmente eu não toleraria esse tipo de comportamento, mas amanhã já seria bem complicado sem que eu estivesse, antes de qualquer coisa, doida por não ter dormido.

    Enquanto esperava que o remédio fizesse efeito, subi a escada devagar, um estupor pesado nublando minha mente. Executei os movimentos de me preparar para dormir sem prestar nenhuma atenção ao que estava fazendo.

    Foi só no banho, a água quente demais, minha pele ardia, que percebi que estava congelando. Estremeci violentamente por vários minutos antes de o jato de vapor finalmente relaxar meus músculos rígidos. Depois fiquei embaixo do chuveiro, cansada demais para me mexer.

    Tropecei para fora do boxe, enrolando-me seguramente em uma toalha, tentando manter o calor da água quente para que os tremores dolorosos não voltassem. Vesti-me para dormir rapidamente e fui para debaixo de meu cobertor, enroscando-me como uma bola, abraçando-me para me aquecer. Alguns pequenos tremores me assaltaram. Mesmo depois de tomar 3 comprimidos, eu estava agitada demais. Não conseguia parar de me revirar.

    Levantei-me e peguei meu celular que estava em cima da mesa do computador. Coloquei para tocar uma música bem calma e baixinho, deitei novamente, concentrando-me em relaxar partes isolados do meu corpo. Em algum lugar no meio do meu exercício os comprimidos para gripe fizeram efeito e afundei satisfeita na inconsciência.

    Acordei no meio da noite, irritada, com um barulho zunindo nos meu ouvidos. Eu conhecia aquele som de algum lugar... mais estava grogue demais para procurá-lo. O som persistiu por mais alguns minutos, derrotada, levantei e fui procurar por ele. Vinha do meu celular que estava debaixo da cama. Deve ter caído quando eu peguei no sono.

    Atendi, sem ao menos ver quem era. - Alô? - Minha voz saiu mole. Um silêncio e depois a voz que surgiu do outro lado da linha fez-me acordar de vez.

    - Pequena?! - Eu pisquei as pálpebras milhares de vezes para ter certeza de que não estava sonhando. Abri a boca para falar, mas engasguei, e as palavras não saíram. A única coisa que fiz foi chorar. - Meu amor, não chora, tá tudo bem? - Não consegui responder. - Acho que essa altura você já ficou sabendo que eu viajei. Me perdoa por não ter te avisado antes. Foi de última hora. Eu não pude te ligar. Mari, fala comigo? - Eu queria desligar na cara dele e jogar o celular contra a parede. Mas se eu fizesse isso, com certeza acordaria meus pais. Então respirei fundo, controlei meu choro, e pensei um pouco para falar.

    - Eu não tô bem! Nem pra você me mandar uma mensagem no dia que viajou. Kakashi, não dá pra ficarmos juntos se você me esconde o que faz. Eu quero a verdade. - Fui curta e grossa. Ou ele me contava a verdade... ou não tinha como ficarmos juntos. Isso me mataria por dentro, eu sei... Mas continuar mentindo, isso eu não toleraria.

    - Pequena, já conversamos sobre isso. Eu não posso te falar nada. - Aonde eu fui me meter. Ele não ia me contar nada. Raiva era o que eu estava sentindo nessa hora. - E não fala isso, eu te amo. Não posso viver sem você.

    - Eu também te amo. - Acho que nada se comparava ao amor que eu sentia por ele. Seria sempre maior e mais forte que qualquer coisa. Porém, ele estava me escondendo o que fazia. E isso, me entristecia. Fora, que era perigoso, e pessoas estavam sendo mortas. Senti náuseas ao pensar na palavra.

    - Preciso desligar... - Dessa vez o tom de voz dele estava diferente, mais sério e ríspido... e eu podia jurar que ouvira uma voz feminina de fundo. - Depois a gente conversa.

    - Kakashi... o que está acontecendo? Quem tá aí? - Eu estava a ponto de explodir. Não, não, não... ele não teria coragem de fazer isso comigo. Ele ficou em silêncio. - Kakashi?!... Kakashi?!... - Ele não respondeu. - Se você ainda estiver me ouvindo... me esquece!!! - Gritei. Sem me importar se dessa vez alguém ouviria. Depois disso não voltei a dormir pelo que pareceu um longo tempo.


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