ANUON 9999

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    Capítulo 22

    Procurando o templo

    Violência

    Com a aproximação do trem que iria para Kyoto, Ethan e Kaede ficaram surpresos com a presença de Ryoga, que diz:

    — Mas não se incomodem comigo. Eu estou na paz, se é que me entendem...

    — Ryoga, o que está fazendo aqui? - Disse Ethan, coçando a cabeça.

    — Simples: eu vou com vocês.

    — Sabia que iria dizer isso...

    — Mas como soube que iríamos sair cedo? - Perguntou Kaede, curiosa.

    — Hehehe... Ontem de noite liguei para sua casa. Como estava dormindo, sua avó me contou que iria sair cedo com Ethan  Perguntei a ela se podia ir e ela deixou... Deixou tudo mastigado pra mim, hehehe.

    Ethan, olhando para Kaede, logo jogo a real:

    — Kaede, sua avó é bem democrática, sabia? Amor de pessoa...

    — Não começe! - Disse Kaede, irritada.

    — É, melhor ficar na minha... - Ethan logo coçou a cabeça novamente.

    — Mas casalzinho, pra onde iremos? - Ryoga estava curioso.

    —  Kyoto, Ryoga... Kyoto...

    — Jura? legal! Sempre quis ir até lá.

    E chega o trêm. Ryoga, eufórico como estava, diz:

    — Vamos Ethan... Kaede... O Trêm vai sair!

    E Ryoga corre para dentro do vagão. Ethan e Kaede, irritados, conversavam em voz baixa enquanto andavam até a cabine onde se alojariam.

    — Ethan, o que faremos com esse mala?

    — Sei lá, mas ele pode atrapalhar nossos planos.

    — Vai acabar sabendo do que está acontecendo.

    — Sim e seria muito ruin envolver o Ryoga nesta guerra.

    — E agora?

    — Teremos que enrolar um pouco. 

    — Bem... quando entrarmos, me deixe sair... que será melhor para todos. Ele não vai me ver. Isso ameniza o grande problema que vocês criaram!

    — É verdade, Anuon... Ei! Que problema criamos? E nada de querer dar uma de mandona!

    — ETHAN!

    — Calma, Anuon... é brincadeira.

    Ethan e Kaede, já alocados na cabine,  partem rumo a Kyoto. Durante a viagem, onde Ethan já havia soltado Anuon, que passou a viagem toda entre as vigas e vinhas do trem, ficou completamente escondida de Ryoga. O jovem estava mesmo disposto a aproveitar a viagem.

    — Ethan, tu veio preparado mesmo, e até Kaede também...

    — É... Bem... É que vamos ficar uns dias por lá.

    — Sério? Que beleza! Agora poderei visitar Kyoto do jeito que sempre quis: na tranquilidade.

    — Ryoga, vc não se incomoda em ser um "entrão"? - Kaede logo disse a Ryoga.

    — Que isso Kaede! Vocês são meus brothers! Hehehe!

    — *Que droga... Esse cara vai estragar tudo...* - Pensou Ethan, pressentindo o pior.

    Mas Ryoga ignorou a pergunta de Kaede, dizendo:

    — Eu trouxe biscoitos. Vocês querem?

    — Me dê um... - Ethan logo pegou um.

    — Me dê também... - E Kaede fez o mesmo.

    — Viram? Todo mundo é amigo! - Ryoga realmente estava tentando ser amigável.

    E se passam as horas...

    Todos já estão um pouco cansados da viagem. Tiveram de aguentar as gozações e brincadeiras de Ryoga durante todo o trajeto. E parecia demorar ainda mais a viagem por causa da incoveniente presença do jovem.

    — Pô, falta pouco, Kaede?

    — Falta, Ryoga! Já é a vígésima primeira vez que me pergunta isso...

    — Eu sei mas é que eu estou ansioso pra chegar. Sabem o que aconteceu com o professor Ruo?

    — Não, Ryoga. O que houve? - Perguntou Ethan.

    — Ele foi para "Rua"! Hahaha!

    — Essa entre todas as piadas e pegadinhas que falou ao longo da viagem, foi a pior...

    — Concordo plenamente! - Disse Kaede.

    — E ainda faz brincadeira com o professor! Se ele ouve... - Ethan logo colocou terror em Ryoga.

    — Ele não está aqui, está? Hein? Putz, se ele estiver...

    — Relaxa, Ryoga... Aff...

    — Só um pouco. Vai que...

    E finalmente chegam a Kyoto. Todos se espreguiçam assim que saem do vagão. Estavam um pouco cansados e decidem fazer um lanche. Neste meio tempo, Ethan pede licença a ambos e vai procurar por Anuon.

    — Anuon, onde você está?

    — Estou aqui! - Disse a felina, pulando sob os ombros de Ethan.

    — Que susto! Bem, entre na mochila.

    — O que? Outra vez aí? Não estou gostando disso...

    — Anuon, não reclame, por favor. Faça isso por mim.

    — Mas isso é uma humilhação.

    — Não, Anuon. É providencial. E não saia daí nem que passemos perigo. 

    — Se diz...

    Depois de comerem, Kaede diz:

    — Bem, agora devemos pegar uma condução até o cruzamento Wena. Vamos perguntar a alguém qual tomar.

    — Concordo - Disse Ethan, confirmando com a cabeça.

    — Vai na frente, tia! Hehehe... - Ryoga perdeu a noção.

    — Você está muito zuera hoje, hein...

    — Que nada, Kaede. Sempre fui assim bobão...

    — Primeira coisa certa que você disse hoje - Ethan logo disse.

    E Kaede pergunta a uma senhoa que estava parada na rua.

    — Com licença, senhora...

    — Diga, jovem.

    — Sabe onde fica o cruzamento Wena?

    — Sei, sim. Pegue este ônibus que vocês chegam lá!

    — Ele deixa lá?

    — Sim!

    — Muito obrigada!

    — De nada, minha jovem. Mas cuidado querendo estiver por lá. Ande com cuidado.

    — Porque, senhora?

    — Dizem que a noite por lá se ouvem coisas estranhas e há quem diga que pessoas sumiram quando adentraram na floresta do caminho do templo.

    — O templo?! Então ele existe ainda.

    — Você o conhece?

    — Sim... e é para lá que estou indo.

    — Minha jovem, não faça isso! Para o seu próprio bem.

    — Senhora, o que houve? Porque?

    — Eu acabei de dizer a você o que acontece por lá...

    — Mas eu preciso chegar ao templo. Minha tia mora lá.

    — Muito estranho!

    — O que tem de estranho?

    — Nunca mais viram alma viva naquele templo. Só um garoto que vive saindo de lá... Parece que faz a limpeza do local.

    — Limpeza?

    — Sim. Dizem que por causa dessas lendas que dizem o dono nunca conseguiu vender aquele templo.

    — Mas como vender? Aquele lugar é tomado. Uma construção milenar.

    — Bem, minha jovem... Depois que no passado aconteceu sérios acontecimentos envolvendo a morte da senhora Ryaka, a mestra de Maratsu-Kyoken, os habitantes de Kyoto decidiram em não voltar suas atenções a nada que envolva aquele templo. 

    — Ah... sim... eu... eu... sei, senhora... Eu entendi... - Disse Kaede, tentando desviar o olhar.

    — Bem, eu avisei a você. Boa sorte em sua busca, mas tome cuidado.

    — Tudo bem. Pode deixar. Obrigada por tudo.

    — Por nada.

    Ethan, olhando para Kaede, esta indiferente, diz:

    — kaede, você está bem?

    — Oh sim... estou, Ethan...

    — Kaede, porque você está tão pálida?

    — Não... nada não, Ryoga...

    — Ficou com medo do que aquela senhora falou, não é? Hahaha!

    — Isso não tem graça, Ryoga! - Ethan logo chamou atenção de seu amigo, num tom mais sério.

    — Cara, Kaede é uma garota! É normal isso acontecer! Hehehe...

    Kaede, depois dos comentários de Ryoga, fica um pouco cabisbaixa. Ethan não gosta disso e diz:

    — RYOGA, SEU MALUCO! Quer parar com a bobeira? Pô, Kaede já não está bem com...

    — Ei, cara.. Calma aí... Mas ela não está bem porque?

    — Não importa. Desde que saímos de nossa cidade, você tem sido muito chato. Não era nem para estar aqui...

    — Ei cara... Isso machucou, sabia?

    — E você queria o que? Que mentisse? Cara, pare de ficar fazendo piadinhas infames em momentos como esse. 

    — Pô, cara... Não precisa pagar uma pra mim assim. Bastava falar que não estava gostando da brincadeira... 

    — Até parece que isso iria funcionar!

    — Iria sim! E pare de falar assim comigo!

    — Então pare que fazer gracinhas, Ryoga!  

    — Você não manda em mim!

    — E nem preciso! Eu estou lhe pedindo para que pare de fazer palhaçadas e se orgulhar disso.

    — Você não sabe brincar, cara!

    — Brincadeira tem hora, sabia?

    Ryoga não gostou mesmo de ser chamado a atenção pelo seu amigo. Irritado, virou seu rosto, ficando um pouco envergonhado. Em seguida Kaede os chama, pois o ônibus já estava saindo. Sem demorarem muito, todos entram no coletivo. Ethan e Ryoga não falavam um com o outro, chamando a atenção de Kaede.

    — O que houve com vocês?

    — Nada não, Kaede. Só uma discussãozinha entre amigos... - Disse Ethan.

    — É, nada demais... Só disses e me disses... - Ryoga completou.

    — Você dois... parecem crianças... - Kaede logo disse, olhando para os dois rindo.

    E Ethan e Ryoga se olham, percebendo que era bobeira o que estavam fazendo e começam a rir depois do que Kaede diz.

    Bem, a viagem não é longa e logo chegam ao lugar. Era bem isolado da cidade e parecia que escurecia mais cedo por lá. Havia uma densa floresta ao redor de uma entrada de onde não podia-se ver o fim. Kaede diz:

    — Bem, é aqui.

    — Aqui o que? - Disse Ryoga, sem entender.

    — O lugar onde vamos entrar.

    — Você está brincando, né?

    — Não estou, Ryoga. Minha tia mora aqui.  

    — Sua tia?

    — Sim. Porque o espanto?

    — Ela deve ser bem corajosa...

    —  Tá com medo, cara? - Ethan disse, cutucando seu amigo.

    — Nada disso! Só temeroso.

    — Porque?

    — Aquela senhora disse que era perigoso...

    — Falava da Kaede antes e agora você que é o medroso?

    — Ah pare com isso, Ethan! Esse lugar é sinistro...

    — Deixa minha tia ouvir isso... - Disse Kaede, começando a entrar.

    E começam a adentrar pelo caminho. Nota-se de que, com a vegetação densa, a luz do sol era dificultada. Continuavam a andar e nada de chegarem ao seu destino. Logo Ethan percebe que Anuon está se movendo como se quisesse avisar de algo 

    — Esperem galera!

    — O que ouve? Via tirar água do joelho? - Disse Ryoga, surpreso.

    — Nada disso, cara... Tem algo estranho aqui...

    — Ha... Agora que reparou?

    — Algo além...

    — Foi a sua "A" que avisou? - Perguntou Kaede, usando um código.

    — Foi... - Disse Ethan, olhando em volta.

    — "A"? Que isso? - Ryoga estava confuso.

    — É... É... Sua astúcia! - Kaede conseguiu disfarçar bem.

    — Ethan tem isso? Hahaha!

    — Peraí, Ryoga, é sério isso... - 

    — E o que foi?

    E todos olham para trás e vêem vários morcegos vindo em sua direção. Ryoga logo surta.

    — CARACA! SÃO MORCEGOS! CORRAM!

    E saem em disparada! Todos os três correm feito loucos pelo caminho. Mas é em vão, pois sua corrida desesperada não é o suficiente para conseguir se livrar deles.

    — E agora, Kaede? O que fazer? - Ryoga estava desesperado.

    — Pede para o Ethan usar sua "A"! - Kaede não tinha ideias.

    — Não, Kaede! Eu não posso! - Disse Ethan, continuando a fuga.

    — Porque?

    — Porque não pode!

    — NÃO PODE O QUE? USAR SUA ASTÚCIA AGORA É PERDA DE TEMPO, CHAPOLIN! - Disse Ryoga, já quase sem fôlego.

    E quando iriam ser atacados pelos morcegos, um vulto sai de dentro da floresta e acaba com o ataque de morcegos com um simples movimento. Com isso, os outros recuam e fogem do agressor. Logo a figura que os ajudou com os morcedos aterrissa a sua frente: usava um kimono típico de samurais e tinha longos cabelos ruivos, presos com um laço, e usava em sua cabeça um lenço vermelho. Seus olhos eram de cor cinza-claro. Kaede logo Perguntou:

    — Quem é você?

    — Eu me chamo Maeti Ryaka. O que fazem aqui no templo?

    — Cara, não sei quem você é e o que faz, mas acaba de ganhar um amigo. Você é meu heroi - Disse Ryoga, reverenciando o jovem.

    — Essa pergunta também refere-se a você - Disse Ethan, não entendendo o que aconteceu.

    — Sou Kaede Washari. Estou procurando minha tia.

    — Sua tia, você diz? - Disse Maeti, parecendo perceber algo em Kaede.

    — Sim, ela mora no templo.

    — Seu nome é Kaede? - Maeti logo se surpreendeu.

    — Sim. Me conhece?

    — Não pessoalmente, mas minha mãe me contou sobre você.

    — Ih, Ethan... Parece que vai perder a parada pro cara aí... - Ryoga devolveu para seu amigo.

    — Fica quieto, Ryoga! - Ethan não gostou do tom da provocação de seu amigo.

    — Hehehe!

    Maeti, percebendo que Kaede parecia mesmo conhecer o lugar, diz:

    —Bem, vocês são bem vindos. Venham comigo até o templo. Eu os guiarei...

    — Valeu, cara! Agora a gente vai em segurança - Disse Ryoga, aliviado.

    — Obrigado pela ajuda e pela hospitalidade - Disse Ethan, reverenciando o jovem.

    — Muito bem. Venham.

    E caminham em direção ao templo...

    Continua.


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