Desculpem a demora...
Aqui está um novo cap ^^
Capítulo 8-Obrigada.
Virei-me para trás já com o terror a apoderar-se de mim.
A Emma estava presa à cadeira com umas amarras pretas. Ela mexia-se e lutava pela sua liberdade, porém a cadeira continuava a prende-la fortemente. Os seus gritos de terror e desespero eram ouvidos por todo o compartimento e eu simplesmente ficava quieta a ouvir aquela bela melodia.
A cadeira começou a fazer barulhos estranhos com intervalos silenciosos e, nesses intervalos, Emma soltava belos gritos de dor que aumentavam a cada “recarga” da cadeira. Emma estava a ser torturada com pequenos choques que tornavam-se cada vez mais dolorosos e, por este caminho, Emma era bem capaz de...
– Mac! - gritou Tavis acordando-me daquele transe.
Ao pé de Emma estava a Malya e a Susan a tentar ajuda a pobre noiva, porém todas as suas tentativas fracassavam.
– O que se passa contigo? - perguntou-me o Tavis olhando-me nos olhos e agarrando-me forte nos ombros.
Eu não lhe respondi. Soltei-me dele e fui a correr para ajudar a Emma.
Olhava atentamente para a cadeira à procura da origem dos choques, tentava perceber como fazer com que ela saísse de lá viva e foi aí que reparei... As amarras são sempre a solução.
Olhei rapidamente para o Matt e apontei-lhe para aquele carrinho com os instrumentos de cirurgia e ele percebeu logo o que eu queria.
Deixei o resto para ele e concentrei-me na Emma. Os seus belos olhos azuis estavam cheios de lágrimas e eles conseguiam transmitir a sua dor. Ela não parava de se mexer, ela estava sempre a abanar-se de um lado para o outro e assim não dava. Tinha que a acalmar.
– Calma. - pedi agarrando-lhe na cara. - Ouve-me e prometo que vais sair daqui.
– Dois tanto. - confessou ela já com várias lágrimas a percorrer a sua cara branca e suja.
– Eu sei, mas preciso que me ajudes, está bem? - ela acenou com a cabeça. - De onde estão a vir os choques?
– Do... - ela dei outro grito e depois respirou fundo. - Do peito e das coxas.
– Muito bem, agora olha para mim. - ela assim o fez e eu sorri. - Parabéns pelo teu noivado.
O Matt já tinha agarrado num bisturi e, quando acabei de falar, as amarras que prendiam a Emma foram cortadas e ela já estava livre. Assim que sentiu as suas pernas e peito soltos das amarras, a jovem loira levantou-se rapidamente e abraçou-me forte.
O abraço foi repentino e, como tal, não estava pronta para ela. Demorei um bocado a responder-lhe ao abraço. Acariciei gentilmente os seus longos cabelos enquanto a deixava chorar no meu ombro.
– Obrigada por salvar a minha vida. - disse ela entre soluços.
Afastei o seu corpo do meu e encarei-a nos olhos.
– Isto ainda não acabou, Emma. Muita coisa está para vir. - falava séria e confiante.
– Eu sei, mas eu confio em ti. - sussurrou ela com um sorriso na cara.
– Mac? - chamou-me novamente a Emily.
– Diz. - sorri e fui ter com ela.
Ela cruzou as pernas e começou a fazer uma dança estranha o que me fez lembrar que ela, antes deste incidente, estava aflita para ir à casa-de-banho.
– Oh, pois! Isso. - disse atrapalhada. - Vamos.
Agarrei-lhe na mão e saímos daquela sala.
-Que sítio era aquele? - perguntou Elizabeth com a sua voz a tremer.
Olhei para trás e vi-a agarrada ao braço forte de Mikey e tremia por todos os lados. Mikey tentava acalmá-la mas nada do que ele dizia ou fazia resultava.
-Era uma sala de operações. - respondeu confiante o Matt.
-Como sabes? - indagou rudemente a Susana.
-Porque eu sou um médico, um cirurgião e já entrei em várias salas de operações. - respondeu ele travando o passo e encarando a mulher que estava à sua frente. - Além disso, não é preciso ser-se nenhum Einstein para saber o que era aquilo.
-O que estás a insinuar? - gritou a Susan. - Que a Elizabeth é burra?
-Eu nunca disse nem pensei nisso! Apenas achei parva a sua pergunta!
-Como é que é? - as rugas de Susan começaram a aparecer deixando a sua cara gorda ainda mais estranha do que realmente era.
-Tenham lá calma. - pediu Frank colocando-se no meio dele. - Não percebem que é exatamente isso que o maníaco quer?
-O Frank tem razão. - falei cruzando os braços e apoiando toda a força do meu corpo numa só perna. - Se querem discutir estão à vontade mas têm que pensar no resto de nós. A separação deste grupo significa a morte certa para todos nós.
Todos eles olharam-me chocados como que não soubessem que poderiam morrer ali dentro. Juro que não percebo este grupo...
A Emily apertava fortemente a mão da Malya enquanto esta sussurrava-lhe algumas palavras.
-Se já acabaram com essa discussão infantil sugiro que recomecemos a nossa investigação. Esta casa parece ser enorme e, a cada minuto que passamos a discutir, é um minuto mais próximo da morte. Por isso pergunto-vos. Podemos prosseguir?
O Matt abaixou a cabeça em sinal de vergonha e a Susan apenas virou a cara. Eu sabia que ela estava chateada comigo por a ter chamado à atenção mas pouco me importei, entre ela, eu e o senhor advogado só quero distância, por favor.
Recomeçamos a andar.
Os corredores continuavam enormes e a fraca iluminação deixava-nos meios desnorteados ali dentro mas estávamos sempre a fazer um esforço para continuarmos.
-Entramos? - perguntei apontando para uma porta castanha clara que estava fechada.
-Não, vamos ficar aqui fora sem investigar nada. - ironizou o Rick. Juro que odeio este advogado! - Não foste tu que disseste que querias investigar isto tudo?
-Mas sabes, podes ter medo de mais para entrares aqui. Eu queria saber se vocês queriam entrar pois eu vou entrar na mesma!
Sorri para ele e abri a porta a medo.
Não se sabe o que se espera nesta casa, verdade?
Continua...