Alma Gêmea: O Anjo da Guarda

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    Capítulos:

    Capítulo 21

    O show da nossa vida

    Meu Deus, minha mãe me dando conselhos amorosos? Acho melhor eu ir dormir. Afinal de contas, amanhã eu iria comprar meu ingresso pro show de sábado. Depois da nota que Alex ajudou-me a construir, ninguém poderia negar-me ingressos para o melhor show do ano.

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    Cap. 21

    Terça ? feira. Depois da escola, passei em casa só para tomar banho, trocar de roupa e almoçar. Fui direto para o shopping, onde eles estavam vendendo os ingressos pro show de sábado.

    ?Vou pegar uma fila imensa?, pensei. Mas, no final, valeria a pena: esse show iria reunir as melhores bandas de rock do país pra fazer uma homenagem a banda ?The White Sky?, que havia acabado há muitos anos depois da morte do seu vocalista e ídolo naquela época: Dan Carrew.

    Eu gostava muito de rock. Principalmente dessa banda que eles vão homenagear; passo horas escutando o que eu encontro deles na internet. Como eu queria ter nascido quando o Dan ainda era vivo e quando a banda estava no auge!!!

    Entrei na fila de ingressos. O letreiro enorme anunciava o nome do show: ?Tributo a The White Sky?. Arrepiei-me por completo. Aquele show iria ser incrível.

    Dez minutos depois, com umas 30 pessoas na minha frente, resolvi espiar aqueles que iriam, como eu, no show de sábado. Ri de um garoto alto e magricela, de duas meninas estranhas, e de um velho barbudo. Mas ninguém fez meu coração quase sair pela boca como a pessoa que eu acabara de ver.

    Estava lá. Lindo como sempre. De camisa e sapato sociais e calça jeans. Provavelmente estava voltando do trabalho, pois segurava uma pasta grande em um punho. O outro ficava de frente para seu rosto, onde ele olhava freneticamente a hora, demonstrando sua total impaciência. Tive de respirar fundo para chamá-lo.

    - Alex!!! Alex!!! ? tentei gritar baixo, se isso é possível. Ele olhou pra mim, fez uma cara de surpresa e depois sorriu. Estava na minha frente, fez sinal pra que eu fosse até ele.

    - Não, eu tô na fila. ? respondi aos seus sinais. Mas mesmo assim ele insistiu. Fui lá.

    - Eu tô na frente, eu compro o seu ingresso. Não acredito que você vai pra esse show! Não sabia que gostava de rock. ? disse Alex.

    - O quê? Eu A-M-O rock!!! Principalmente essa banda a qual estão fazendo a homenagem! ? falei.

    - Eu também sou apaixonado por ela. Você vai com alguém? ? sua cara de dúvida era nítida.

    - Não. Meus amigos não gostam muito... ? eu disse.

    - Então você IA sozinha ? ele deu ênfase no ?ia? ? vamos comigo? ? falou, fazendo a carinha de pidão.

    - Vamos... ? sorri de canto, estava morta de vergonha. Aposto como fiquei vermelha. Mas adorei a ideia de ir ao show ?acompanhada?.

    Depois que compramos os ingressos, Alex me ofereceu uma carona de volta pra casa. Eu não pude recusar, o Sol estava quente demais essa tarde. E... admito. Eu queria ficar conversando com ele um pouco mais. Mas chegamos tão rápido em casa, eu nem percebi. Quando eu estava com ele, o tempo parava pra mim.

    - Eu vou para o trabalho, volto às 6h. O show é às 10h, então... te pego às 8h? ? disse Alex.

    - Por mim tudo bem. ? respondi.

    - Então tá combinado. Até mais tarde.

    Eu não conseguia pensar em mais nada além daquele show que eu iria com Alex. Quando contei pra minha mãe, ela quase enlouqueceu.

    - Tá vendo filha!!! Ele gosta de você!!!!

    - Mãe, não viaja! Alex é mais velho, experiente... O que é que ele iria querer com uma garota como eu? Nem da escola eu saí ainda!

    - Ai, Anne, me poupe!!! ? disse ela, ajeitando a roupa em mim. ? Você é inteligente, bonita, e ainda gosta de várias coisas que ele também gosta!!! Deixa de nóia, e termina de se arrumar que daqui a pouco ele bate aqui.

    Minha mãe falando ?me poupe? e ?nóia?? Meu Deus, agora eu comecei a ficar com medo. Pensei no que ela disse: ?Você é inteligente, bonita, e ainda gosta de várias coisas que ele também gosta!!!?. Sobre a inteligência e sobre ter coisas em comum podia até ser verdade, agora sobre ser bonita... Não acho tanto assim.

    Ele bateu na porta no horário certo. ?Pontualíssimo?, pensei. Quando abri, vi em seu rosto uma reação de espanto. ?Meu Deus, eu estou tão feia assim??, pensei.

    - Meu Deus, você está linda. ? disse Alex, com uma voz ofegante.

    - Obrigada. ? respondi, meio sem jeito. ? Você também.

    - Com certeza não mais do que você!

    - Até parece! ? Se eu tivesse alguma beleza, esta não chegaria nem aos pés da dele.

    - Acho melhor vocês irem logo, senão vão pegar engarrafamento! ? alertou-nos minha mãe, que com certeza estava nos espionando atrás da porta. Grande dona Clarice.

    - Então vamos!! ? disse Alex, abrindo a porta do carro pra mim. Hum, que cavalheiro.

    Chegamos ao local do show, já tinha uma boa quantidade de pessoas. Ficamos num lugar maravilhoso, bem de frente ao palco. Exatamente às 10h o show começou fazendo um minuto de silêncio em homenagem ao vocalista Dan e a uma fã, que faleceu nos braços dele, depois de protegê-lo de um cara que ia atirar nele. Poxa, coitada.

    O público lotou todo o espaço. Estava um formigueiro de pessoas, e todos cantavam em uníssono as músicas da banda. Eu podia escutar minha voz misturando-se com a de Alex, ao cantarmos juntos. Foi lindo. E de arrepiar.


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