Saíra da festa a passos rápidos, necessitava de um tempo antes de ir-se embora. Precisava se acalmar, o sangue ainda fluía rapidamente nas veias, tratou de retomar o domínio de si, pelo menos por enquanto. Não seria tão fraco. Estava ressentido pelo que causara à menina, mas seu corpo, mesmo com tal arrependimento em sua mente, estava disposto a prosseguir até a saciedade tomar-lhe em ondas de prazer proporcionada pela junção dos corpos.
Sorriu amargo, finalmente conseguira domar-se, observou o local antes bem mais volumoso, sim, fora uma tarefa árdua e extremamente desfavorável a um macho em pleno fogo da excitação, mas não era um animal, não ao todo.
Entrou em seu carro e partiu.
Meses depois...
A noite cobria o céu como um manto negro cravejado de diamantes sobre a grandiosa cidade de Tóquio. Em uma sala requintada de uma empresa de segurança, encontrava-se um ser de madeixas longas e prateadas, este estava pensativo e seus olhos de um dourado exótico se mostravam perdidos em algum ponto qualquer da parede à sua frente, o corpo grande que exalava altivez descansava confortável sobre uma poltrona de escritório, sua mão forte de longos dedos elevara-se em um movimento viril a alinhar-lhe os cabelos.
O inudaiyoukai vestia um terno negro por cima de uma camisa branca com o colarinho aberto, a gravata vermelha que antes estava bem posta no colarinho se encontrava jogada sobre a mesa, os cabelos estavam a descer-lhe pelas costas em cascatas prateadas, iluminados pela fraca luz presente no recinto.
O jovem youkai aparentava certa inquietude nos olhos, mas permanecia com o semblante impassível, o tempo havia passado, mas Infelizmente este não levara as lembranças consigo, estas agora lhe impregnavam a mente e o consumiam a cada segundo sem piedade.
Depois daquela fatídica noite não vira a humana mais, os olhos dourados se estreitaram perigosamente e a culpa que antes o incomodava tanto, transformara-se em raiva pela rejeição sofrida, socou a mesa de modo nervoso, a paciência que antes era sua grande aliada dia após dia, tornou-se ínfima e isto o irritava ainda mais.
Suspirou descontente, infelizmente sua vida já não era a mesma... E seu ser não entendia a razão, o porquê de tantas mudanças, o trabalho já não lhe dava a mesma satisfação de antes, o dinheiro, as fêmeas que possuía incansavelmente pelas noites também não lhe saciavam mais, rosnou agoniado.
Em um movimento rápido virou a poltrona com a força de seu corpo em direção a uma das janelas da sala, observou as luzes da cidade que tomavam a escuridão e a subjugavam-na, como a pequena o fizera com ele, rosnou.
Estava cansado daquela batalha, render-se-ia, pois a perdera no primeiro instante e sabia que não haveria meios pelos quais fugir. Então deixou-se que sofregamente a pequena lhe invadisse a alma com sua face angelical, seus movimentos graciosos e com aquele aroma estonteante que ainda conseguia lembrar-se, arfou desesperado, necessitava urgentemente vê-la, queria tocá-la, sentir o sabor doce daqueles lábios rosados, o desespero era evidente em relação àquele ser feminino.
Fechou os belos olhos e jogou a cabeça para trás repousando-a no encosto da cadeira.
O toque delicado das pequenas mãos da menina e as sensações que esta o fizeram sentir voltaram-lhe a mente com uma força descomunal.
- Porque humana... Porque me deixa assim, tão letárgico, somente por um beijo seu...?- estava incrédulo com o poder da jovem sobre si e das sensações que ela o expusera naquela noite.
Nunca se envolvera com nenhuma fêmea humana, estas nunca lhe atiçaram a curiosidade, muito menos o desejo de tomá-las, sempre apreciara a companhia de belas fêmeas youkais e elas da sua, pois não se envolviam devido a sentimentos e sim pelo desejo físico, o contato quente entre os corpos e o prazer que isto proporcionava. Era assim, um acordo mútuo, somente e apenas uma noite de prazer e luxuria em alguma cama pela cidade.
Os olhos âmbares abriram-se e se moveram em direção ao manto negro contemplando-o através da janela, suspirou decepcionado.
Esta menina o havia proporcionado um prazer que jamais sentira com outras fêmeas. E isto, com apenas... Rosnou estreitando os olhos.
-Apenas um beijo e um roçar de peles... ? sussurrou desacreditado - O que tens Rin? Hein? O que tens que a torna tão fascinante aos meus olhos..?- socou um dos braços da poltrona.
Em um apartamento no subúrbio de Tóquio, no quarto, algo se remexia incansavelmente sobre o colchão macio e bagunçava os lençóis. A menina repousava inquieta naquele recinto e a muitas noites não conseguia dormir direito graças à presença incessante em sua mente de um ser de olhos dourados. Isto estava incomodando-a profundamente, e seu corpo frágil já não agüentava mais essa agonia na qual se encontrava acometido.
Lembrava-se dele a todo o momento, queria somente vê-lo...
Virou-se para o teto do quarto e passou a observar sem interesse as estrelas que pendiam deste e que se balançavam ao ritmo da leve brisa que adentrava pela janela.
Fechou os olhos, cansada, e a mente em encanto vagou sonhadora por um mar de prata, suspirou, sinceramente naquela noite na mansão Taisho, não se arrependia de tê-lo parado, Deus, não podia, não queria somente aquilo, mas apesar da razão naquele momento ter se mostrado satisfeita com a decisão tomada, seu corpo não, este clamava insistentemente pelo toque desejoso, pelas sensações perdidas, pelo fogo subindo por suas entranhas e pelo conforto sentido na quase junção dos corpos.
Lembrou-se que após o ocorrido não o havia visto mais, procurara-o discretamente pela multidão, mas seus olhos não tiveram o deleite de vislumbrar-lhe o corpo másculo a movimentar-se majestosamente pelo jardim da mansão. Devido às diversas tentativas infrutíferas, desistira de vê-lo, certamente havia ido embora.
Sorriu tristemente com a lembrança.
Com o tempo descobrira a verdade que antes se escondia por trás da preciosa razão, simplesmente não poderia viver sem Sesshoumaru, sem aquele toque quente, sem aquele beijo avassalador, sem aquele ser que a encantara na livraria e a consumia inteiramente, abriu os olhos desesperada.
Hoje não o rejeitaria como da ultima vez, suspirou sofrida, sabia que sem ele não existiria aquela felicidade almejada, se entregaria sem reservas aos braços daquele youkai.
- Venha para mim Sesshoumaru...- sussurrou, lágrimas deslizavam por sobre a face alva- venha me fazer sua Sesshoumaru... Só sua..- soluços preencheram o silencioso quarto.
De repente um ser peludo pulou na cama arrancando um pequeno gritinho de susto da morena que chorava. Bolshoi se aproximou de sua dona e lambeu-lhe a face consolando-a, Rin deixou que um pequeno sorriso lhe brotasse dos lábios e acarinhou o animal.
Após certo tempo Bolshoi desceu enérgico da cama e voltou rapidamente, trazia na boca canina um objeto que Rin reconheceu em imediato e uma gargalhada tomou-lhe o ser, só Bolshoi mesmo para arrancar-lhe do sofrimento.
-Hum, uma coleira hein?- disse olhando para o cão que balançava a cauda animadamente ? Mas para que serve mesmo Bolshoi? Não me recordo sua utilidade..- falou brincalhona piscando um olho ao cachorro, seu rosto assumira um ar travesso.
Bolshoi olhou para a garota e inclinou a cabeça para o lado interrogativo. Marchou até a cama, mordeu-lhe a camisola e começou a puxá-la para fora desta, levando-a até a porta.
Rin gargalhou com a ação de seu amigo e carinhosamente abraçou o animal.
- Acabo de me lembrar Bolshoi, você quer é passear, não?- perguntou passando a mão na pelagem alva do cão. Ouviu este latir em confirmação. - Está certo, vou-me trocar e já, já saímos. - Beijou-lhe o topo da cabeça e foi-se trocar.
Rin vestia um short curto jeans e uma regata rosa lisa e sobre esta usava um moletom branco colado ao corpo e um tênis de mesma cor calçava-lhe os pés. Os cabelos foram amarrados em um rabo de cavalo alto e a franja foi jogada de lado, para completar o visual passou apenas um lápis preto nos olhos, blush e um gloss nos lábios. Ao término de tal atividade, ajeitou a coleira no animal e saíram rumo a um passeio noturno.
Em um parque de Tóquio...
A noite estava linda e fresca para se caminhar, Bolshoi a puxava para aumentarem o ritmo das passadas no que foi obedecido rapidamente pela dona, neste momento sua mente se encontrava livre de Sesshoumaru e da tristeza que a tomava nos últimos tempos.
Eram 22h00 e o movimento pela cidade ainda era grande, muitas pessoas se encontravam no parque caminhando distraídos. Sorriu observando a felicidade de seu amigo que cheirava todos os cantos e latia feliz a cada movimento.
Continuaram a caminhar observando atentamente as luzes e as belezas contidas naquele lugar.
Sesshoumaru deixou-se naquela posição por um bom tempo, até cansar-se, olhou em seu relógio, um Vacheron Constantin e surpreendeu-se com as horas.
-22h30...- levantou-se, pegou o paletó que jazia despreocupadamente no encosto da poltrona e as chaves que estavam sobre a mesa.
Fechou a porta de sua sala, ao virar-se para ir observou que o corredor se encontrava deserto e até sua secretária já havia se retirado de seu local de trabalho. Claro, já não era horário de trabalho, girou os olhos.
Entrou no elevador e desceu até o térreo onde entregou as chaves ao rapaz que conferia as portas e fechava a empresa. Dirigiu-se à garagem, deu partida no carro e saiu em direção ao seu local de descanso.
Sesshoumaru seguia em seu Lamborghini imperiosamente pelas ruas, em um momento ou outro olhava para os lados observando a paisagem por onde passava. Já se encontrava a uma boa distancia da empresa e devido a um sinal vermelho tivera que parar o carro, aproveitou a oportunidade e observou ao redor se deparando com um parque de Tóquio, que tantas vezes passara e nunca o tinha notado, este estava repleto de pessoas e já não era hora de estarem nas ruas, mas a noite estava linda e agradável para se caminhar.
O sinal abrira, acelerou o carro e tudo ocorreu muito depressa.
De repente surgiu um belo cachorro à sua frente e um grito feminino desesperado pôde-ser ouvido.
- Bolshoi!- a única ação possível foi realizada, Sesshoumaru freou o carro bruscamente e o cheiro forte subiu das rodas. Felizmente o carro conseguira parar antes de chegar próximo ao cachorro e a mulher que se jogara à frente do carro na tentativa de salvar o animal.
Rin caminhava calmamente com Bolshoi pelo parque quando este sem motivos arrancou-se das mãos da morena e saiu correndo desenfreado, mas ao invés de se aprofundar na vegetação do parque correu em direção à rua, apenas um carro se fazia presente no momento, mas este a assustou por muitos, Bolshoi entrou animadamente no momento em que o carro acelerou ao inicio do sinal verde. Só pôde gritar e se atirar à frente do carro em prol de seu amigo.
O cheiro forte de pneu queimado adentrou as narinas de Sesshoumaru, fazendo-o tampá-las com o braço com parte do paletó, devido ao seu olfato aguçado. Estreitou os olhos e olhou por sobre o pára-brisa. Antes de descer, estacionou o carro no acostamento.
-Louca. ? ainda não acreditava que a mulher se atirara para salvar um cachorro.
Desceu do carro para ver como estava a mulher e o animal, sabia que não havia os atingido.
Ao se aproximar seus olhos se espantaram com a pessoa que estava ajoelhada no chão e a acarinhar o animal, a irritação pelo infortúnio fora acalmada pela presença há muito desejada.
O corpo pequeno estava prostrado próximo ao animal e conversava com este, seus belos cabelos castanhos se encontravam soltos sobre as costas e revoavam ao movimento do ar, somente uma pequenina parte estava presa por um elástico, e aquele cheiro, ah, como desejava senti-lo novamente e estava ali, talvez pelo destino, ao seu alcance.
O coração de Rin estava descompassado devido ao susto levado, tentava se acalmar e também ao animal enquanto acarinhava-lhe o dorso.
-Bolshoi, garoto levado, quase me matou de susto rapaz..- Dava leves tapinhas no animal. Quase o perdera e quase fora junto, suspirou, graças a Deus, estavam bem. Deveria agradecer ao motorista por ter evitado o acidente e pedir desculpas pelo transtorno.
-Rin...- ouviu uma voz grave pronunciar-se às suas costas, sentiu o corpo arrepiar-se, então o motorista já havia decido do carro? Não reconhecera a voz, estava muito abalada, seu corpo ainda tremia pelo acontecido, mas este a chamara pelo nome, não? Virou-se para ver o rosto da pessoa que pronunciara seu nome e qual não fora o seu espanto ao ver quem era.
-Sesshoumaru... ? sussurrou saudosa e o olhou nos olhos, como sentira saudades daqueles olhos a mirar-lhe- Bem.. - começou encabulada - Desculpa pelo incidente Sesshoumaru... Bolshoi se soltou e não consegui alcançá-lo.. ? dizia nervosamente, apertando a coleira do animal por entre os dedos, já fazia muito tempo que não o via, e sua presença ali a deixava desnorteada, abalada, agora que seu corpo tremia mesmo.
Sesshoumaru observou a mulher a tentar se desculpar, estava muito nervosa, era visível.
- Não se preocupe Rin...- tratou de silenciá-la - Apesar da loucura de se jogar à frente do carro, não tivemos nada de tão grave.- Olhou-a, mirando as expressões no rosto angelical.
Também se encontrava nervoso, o que tanto queria estava ali, à sua frente, disponível aos seus braços. O seu anjo, o seu doce encanto...
-Oh sim, graças a Deus. - Sorriu, um sorriso iluminado de gratidão, que fez o coração do youkai faltar uma batida e um meio sorriso tomar-lhe os lábios. Rin ainda permanecia no chão junto ao animal.
-Vamos, levante-se, estamos em um local inapropriado para uma conversa.- viu-a assentir.
Sesshoumaru levou a mão à frente da garota para que esta a pegasse para se levantar, a qual foi aceita de bom grado. A mão delicada de Rin tocou a de Sesshoumaru que se apressou em segurá-la para que esta tivesse suporte para se erguer. A outra mão ainda permanecia atada à coleira do animal, temendo uma nova fuga deste.
-Obrigada..- agradeceu ainda com a mão unida à do youkai. Sesshoumaru assentiu com um leve menear de cabeça. Aproveitou-se da junção das mãos e a levou a um banquinho próximo no parque para que esta pudesse se sentar. Era nova e muito estranha a sensação de sua mão unida à da humana, nunca em sua vida andara de mãos dadas com uma fêmea e isso mostrava-se extremamente prazeroso.
Rin sentou-se, puxando o animal para ficar próximo dela.
Sesshoumaru sentiu o cheiro de sangue no ar e olhou-a de cima abaixo, percebendo os joelhos arranhados da morena.
-Está machucada. ?mostrou o joelho ferido com o olhar. A garota levou seus olhos ao local onde ele indicara e só então percebera o ralado.
-Oh... Não o tinha visto... - olhou-o sem graça.
-E pelo jeito nem o sentido, não Rin?- Rin riu com gosto com a interrogativa do rapaz, o som da gargalhada da moça lhe enchera de uma paz há muito não sentida, só sentira essa paz com ela, só ela tinha esse dom de acalmá-lo. Um sorriso discreto apareceu em sua face impassível.
-Realmente. - continuava a rir- Se não o tivesse mostrado, creio que só o perceberia no banho. ?Mostrou-lhe um daqueles sorrisos calorosos.
"Não faça isso comigo Rin... Estou fazendo o meu melhor para não te arrancar desse banco e tomar-lhe em meus braços pequena..." pensou sôfrego, por tamanho esforço em se manter firme a fascinação proveniente da humana.
-Ah, ainda não o apresentei a você, Sesshoumaru, o causador de toda a confusão.- indicou o animal com um jogar de cabeça para a direção do cão- Este aqui é o Bolshoi, um menino muito levado.- passou a mão pela pelagem do animal.
Sesshoumaru observou o cachorro que não tirava os olhos de si desde o primeiro momento, parecia que guardava a dona de um prévio ataque, e estava disposto a defendê-la de qualquer coisa ou ser.
Sesshoumaru se abaixou ficando à altura do animal e olhou-o, aproximou a mão lentamente do animal, o cão somente olhou-a, curioso, mas não notou má intenção no ser que lhe estendia-a e deixou que este o tocasse, Sesshoumaru então deslizou os longos dedos pelo dorso do cão, acarinhando-o.
-É um belo animal, Rin. ? falou voltando os olhos para a dona do animal. Esta o olhava de um modo carinhoso. Sesshoumaru sentiu uma onda de calor invadir-lhe, um conforto imenso irradiado pelo modo como ela o olhava.
-Sim, é sim , e muito amigo também.- acarinhou a cabeça de Bolshoi, tentando acalmar-se, Sesshoumaru era incrivelmente sensual, sentia uma vontade imensa de se jogar encima dele, e fazê-lo amá-la ali mesmo, naquele parque, com toda virilidade que este tinha a lhe oferecer.
Se surgisse uma nova oportunidade, não a deixaria escapar, não importando as conseqüências que viriam após o ato de amor, seria dele só por uma noite, não se condenaria por tal feitio, não com ele.
Observou o youkai se levantar da posição que antes se encontrava, se transformando em uma montanha de virilidade à sua frente, uma visão extremamente deleitosa aos olhos chocolates da mulher sentada.
-Voltando ao assunto anterior, vou levá-la a um hospital para cuidarem deste ferimento. ? disse já tomando a garota pela mão.
-Não Sesshoumaru, não precisa, estou bem, lhe asseguro isso. ? notou o olhar amedrontado da humana e um cheiro de medo subiu ao ar, estancando seus movimentos.
Olhou-a desconfiado, tinha algo errado, sabia disso, uma dor apossou-lhe o coração ao imaginar que Rin poderia estar com medo dele, e tudo devido à sua ousadia aquela noite.
-Está com medo de mim Rin..?- perguntou direto, temia a resposta que poderia vir da morena, mas precisava saber.
Viu esta olhá-lo interrogativa, não entendendo a pergunta.
-Me temes, Rin? ? perguntou impaciente, quando que ela lhe tiraria deste martírio. ? Me responda.
-Não Sesshoumaru, não o temo, porque me pergunta isso? Não entendo. ? os olhos chocolates estavam perdidos devido à pergunta.
- Eu que não entendo esse cheiro de medo proveniente de você Rin. ? olhou-a com os olhos estreitados.
Via a jovem abrir-lhe um grande sorriso, finalmente compreendendo a pergunta.
-Não gosto de hospitais Sesshoumaru...- disse em um sussurro, quase inaudível, mas não para o youkai de cabelos prateados. Observou encantado a menina ruborizar-se pela confissão.
Um alívio lhe tomou o peito que a poucos momentos era tomado por uma dor lasciva, então Rin não o temia como pensou, apenas os hospitais, sorriu, um sorriso discreto, mas significativo. A cada sorriso do youkai, Rin sentia o coração pulsar mais forte, simplesmente amava-o.
-Então vamos a um local onde eu possa cuidar deste ferimento e não aceito uma negativa como resposta. ? falou em um tom que não aceitaria reprimendas.
-Mas Sessh...- olhou-a friamente, cortando-a. ? E Bolshoi? ? uma ultima tentativa de escapar daquele desejo submisso que sentia.
-Ele virá conosco. ? finalizou, encerrando o diálogo, Rin percebeu e calou-se.
Entraram no carro e seguiram a direção que Sesshoumaru tomava antes do acontecido. A viagem seguiu silenciosa, Rin não ousou pronunciar nenhuma palavra, apenas ficou a observar a paisagem pela janela do carro.
Sesshoumaru observava-a, tão quieta, pelos cantos dos olhos, admirado com a beleza que possuía a humana, sentir o seu perfume assim tão perto o estava enlouquecendo, desejava-a desesperadamente, suspirou, mas sabia que não poderia tê-la, ela deixara isso claro naquela noite, mostrou que apesar do desejo que sentia por ele, não se entregaria a ele. Frustrou-se ao pensar nisso.
Seu membro ousado já se mostrava em plena atividade dentro da cueca apertada, que sofregamente começava a ficar desconfortável. Rosnou baixo, chamando a atenção da humana para si, virou o rosto para a mulher ao seu lado e olhou-a profundamente agora, o desejo era evidente nos olhos dourados que a encaravam famintos, o que fez com que a jovem virasse o rosto rapidamente para o lado contrário ao dele.
Se não fosse ele, seria ela que o atacaria, corou violentamente com o pensamento.
Finalmente chegaram a um local que Rin não conhecia, não era um hospital, isso era evidente devido ao requinte do lugar e a quantidade de prédios modernos circundados por um muro gigantesco, então observou curiosa, onde será que o youkai a levara?...
Sesshoumaru estacionou o carro na garagem do condomínio, desceu do carro e fez sinal para que Rin fizesse o mesmo. Rin desceu e arrastou Bolshoi com ela, seguiram para o elevador, no caminho Sesshoumaru cumprimentou o porteiro, que a olhou curioso, Rin acabou cumprimentando-o também com em belo sorriso estampado na encantadora face e que foi correspondido pelo senhor.
-Onde estamos? ? perguntou-o curiosa, olhava-o com aqueles enormes olhos que tanto o fascinavam.
-Em minha casa Rin. ? destacando que era obvio onde estavam. Viu a morena corar e seus olhos se estatalarem. ? Não se preocupe pequena, não me aproveitarei de sua inocência. Vamos..? ? a humana olhou-o confusa, será que ele sabia? Corou fortemente ao pensar em tal fato. Não, não poderia, ou poderia? Balançou a cabeça para os lados espantando os pensamentos. E seguiu Sesshoumaru, com Bolshoi ao lado.
Sesshoumaru observava-a pelos cantos dos olhos, gravando na memória cada contorno da humana, cada movimento que esta produzia, estava realmente encantado com a menina, sua menina...
Adentraram no elevador e seguiram para a cobertura onde vivia Sesshoumaru.
Seguiam lentamente pelo corredor bem decorado, os passos graciosos do youkai eram acompanhados pelo balanço sedoso dos belos cabelos prateados, e pelos olhos chocolates da garota ao seu lado, Sesshoumaru ajeitou-o com uma leve jogada de cabeça.
Ao chegarem à porta o youkai infiltrou os longos dedos na calça do terno negro, à procura de certo objeto.
Retirou de lá um conjunto de chaves que pendiam de um chaveiro realmente exótico e estranhamente bonito, Rin analisou-o, era um cão de pelagem alva, em uma postura altiva, este apresentava imensas garras e olhos em tom carmim. Em cada lado de sua face eram distinguíveis duas estrias arroxeadas e uma lua crescente em azul lhe enfeitava a fronte, era todo em pedras. Estas características...
Sesshoumaru observou o interesse da jovem pelo chaveiro em sua mão e deixou que esta o analisasse com os olhos em suas mínimas características. Deixou?se sorrir ao perceber o encanto que demonstrara pelo cão de pelagem alva, mal sabendo que esta era a sua verdadeira forma...
...pertenciam à Sesshoumaru..!
- Lindo... ? a jovem sussurrou ao término da analise do objeto que se encontrava nas mãos do youkai. Olhou a face do homem a sua frente e seus olhos se encontraram novamente com o dele, sorriu ao ver o sorriso deste. "Lindo."
-Realmente... - ouviu-o dizer enquanto enfiava as chaves na fechadura e abria a porta de madeira talhada com lindos desenhos.
- Sesshoumaru...- chamou-o - Este chaveiro..- parou ao ouvi-la mencionar o chaveiro, será que havia percebido..? ? O cão possui as mesmas marcas que estão em seu rosto... ? levou a mão graciosamente ao rosto do youkai, percorrendo-o com as pontas do dedo, descendo o toque lentamente por toda a extensão do exótico rosto, em uma caricia delicada, viu o homem à sua frente fechar os belos olhos em sinal de prazer, ouviu a respiração do youkai ofegar devido ao toque, insinuou retirar a mão do rosto de Sesshoumaru, mas esta ação fora impedida pela mão deste sobre a sua, acariciando-a carinhosamente. ? É você Sesshoumaru? Sua verdadeira forma..?
Olhou-a. Tinha adorado a caricia proporcionada pela menina, tão delicada, tão doce...
-Saberá quando o momento certo chegar minha pequena...- retirou a mão de Rin de seu rosto e apertou a entre as suas ? Não está preparada para certas coisas Rin..- acariciou-lhe suavemente o rosto com a costa da mão forte- Talvez um dia, tenha a oportunidade de vê-lo.- deixou que um sorriso misterioso tomasse-lhe os lábios.
Rin não entendera o que o youkai dissera, iria questioná-lo, mas este a puxou rapidamente para dentro do recinto e fechou a porta atrás de si.
-Sinta-se a vontade, vou buscar o kit de primeiro socorros. ? deixou-a sozinha na sala e saiu.
Rin esquecera todas as perguntas ao observar o local, estava impressionada, era tudo tão luxuoso, o bom gosto era evidente, a decoração era impecável, sinceramente não sabia como descrever o que via.
Sesshoumau voltou e se recostou ao batente da porta, cruzou os braços em frente ao peito e ficou a observar a humana a admirar sua sala, parecia perdida olhando cada detalhe, o cachorro que a acompanhava estava dormindo sobre o carpete felpudo, alheio ao encantamento da morena.
-Rin.- ouviu-o chamá-la, a voz grave a tirara de seus devaneios. Observou o homem à sua frente e viu o kit de primeiros socorros na mão do youkai.
Sesshoumaru se aproximou e fez com a mulher sentasse no sofá branco atrás desta. Rin sentou-se meio desajeitada e passou a observar cada movimento proveniente do youkai. Ajoelhou-se a frente da humana e abrira a maleta, retirando de dentro alguns itens que seriam necessários para o curativo, um recipiente, gazes, esparadrapo, água, sabão liquido e uma pomada para escoriações e os depositou no chão da sala.
As fortes mãos de Sesshoumaru se dirigiram ao joelho e lavaram o machucado da jovem para retirar a sujeira do asfalto ainda alojada no local, ouviu a garota respirar mais rapidamente, olhou-a nos olhos e viu-a desviar o olhar, seus lábios se curvaram em um pequeno sorriso, pegou a pomada e depositou uma pequena quantidade no dedo indicador e passou sobre a escoriação em um movimento leve e calmo. As gazes foram postas e fixadas por algumas tiras de esparadrapo. Tudo era observado pela menina com admiração. "Mãos quentes e protetoras..."
-Pronto. Amanhã estará bem melhor.
Após fazer o curativo na jovem, Sesshoumaru guardou os itens utilizados novamente na maleta e ainda se encontrava ajoelhado em frente à morena, suspirou e começou a levantar-se, mas teve o movimento impedido por uma das mãos delicadas da humana.
Sesshoumaru parara o que havia iniciado e voltou o rosto interrogativamente em direção a morena, estava surpreso pela ação tão repentina desta, a momentos atrás se encontrava tão quieta e agora lhe segurava o antebraço.
Olhou-a nos olhos, esperava uma resposta pela restrição de levantar-se, mas nada viera por parte da morena, esta apenas o olhava fixamente nos olhos, e era evidente o desejo que sentia por ele. E se continuasse a olhá-lo assim não responderia por si, estava controlando-se a todo custo para não possuí-la, não cometeria o mesmo erro de antes, sabia que estava excitado desde o momento em que sentira o cheiro doce exalado unicamente por ela, embriagando-o, sentia seu membro rígido a movimentar-se inquieto dentro da cueca Box branca, tornando insuportável o local apertado em que se encontrava e este ansiava por liberdade da peça íntima onde se encontrava preso. Rosnou e voltou a tentar levantar-se, mas não conseguira realizar o movimento desejado, a pressão realizada pela mão da humana em seu antebraço aumentou impedindo-o novamente de se erguer, começara a irritar-se por tal atitude da mulher sentada no sofá, será que não percebera a agonia que ela o estava submetendo ao ficar tão próximo dela, já que esta não queria nada com ele que o deixasse ir guardar a maleta. Estreitou os olhos para a morena que continuava a olhá-lo do mesmo modo de antes.
De repente notara um certo odor a impregnar o ar lentamente, estava tão irritado que não percebera a excitação da morena, mas não ousaria tocá-la novamente, entendera o recado da ultima vez.
-Não faça isso humana... ? rosnou roucamente. Seu corpo já começava a responder ao estimulo proporcionado pelo cheiro da jovem. Virou o rosto agoniadamente em direção oposta ao da garota. ?Pequena.. Não comece o que não pretende continuar... - falou em tom de aviso, para que esta o entendesse. Mas a pressão não cessou, continuava a mesma, estava começando a perder a lucidez, o odor se fez mais forte, apertou a alça da maleta para evitar algo de que se arrependeria amargamente de fazer com a menina.
- Solte-me Rin, antes que eu não consiga me conter...- nada. Voltou a olhar-lhe nos olhos. Sua respiração tornou-se falha, o ar entrava sofregamente e mal chegavam aos pulmões.-Rin... ? sussurrou rouco ? Vamos minha menina, não faça isso..- largou a maleta e virou o corpo para a mulher, olhava-a desejoso, seu ser começara a agir por instinto, estava colocando toda sua força para não tomar-lhe, não fora uma boa idéia trazê-la para sua casa, sabia que teria graves conseqüências. Rosnou nervoso.
Rin somente o olhava, analisando cada centímetro daquela face inexpressível à sua frente, segurara-o para que não se afastasse enquanto juntava coragem para realizar o que seu corpo tanto desejava, percebera então, o conflito interno que se passava com o youkai, e sinceramente trataria de acalmá-lo nesse mesmo instante.
Rin estendeu suas pequenas mãos e colocou-as carinhosamente no rosto de mármore do belo youkai, este apenas a olhava agoniado. Com a palma das mãos acariciou de forma doce as faces do homem, olhava-o diretamente nos olhos desejosa, então em um movimento calmo foi trazendo lentamente o rosto de Sesshoumaru de encontro ao seu e selou seus lábios doces aos do jovem youkai.
Os olhos do jovem youkai se tornaram atônitos com a ousadia prazerosa da pequena a selar-lhe os lábios com os seus. Mas seu espanto fora tomado pelo sabor doce dos lábios da humana, então lhe cingiu a cintura com os musculosos braços, trazendo-a de encontro ao peitoral bem desenhado, apertando-a contra o corpo viril. Sua língua foi de encontro à abertura dos lábios pedindo passagem para aprofundar o beijo. A rendição foi instantânea. Gemeu por entre os lábios da jovem ao sentir seu sabor estonteante e a língua aveludada a enroscar-se com a sua em uma dança ritmada e exigente.
Após segundos de lascívia, cessaram o beijo em busca de um pouco de ar, mas sedentos por uma continuação. As faces coradas da menina indicavam a ousadia cometida e bem aceita pelo youkai, passou a língua pelos lábios e sentiu o sabor viciante dos de Sesshoumaru nos seus, percebeu que este a observava atentamente e este se encontrava atordoado com o que acabara de acontecer.
O youkai soltou o corpo da morena e levou as mãos aos cabelos, desnorteado, não conseguiria parar, suspirou irritado, não depois de prová-la.
-Pare pequena, pare enquanto há tempo..- as palavras saíram roucas, mas sérias, avisando-a das conseqüências de uma continuidade. A respiração estava descompassada, sôfrega, não suportaria isso por muito tempo, estava enlouquecendo-o.
-Não posso Sesshoumaru, não agora. ? sussurou sensualmente e puxou-o pelo colarinho da camisa, unindo seus lábios novamente aos de Sesshoumaru.
Sesshoumaru rosnou, agora não haveria mais volta, dera a chance de escolha à morena, e esta não recuou, então servir-se-ia satisfatoriamente do seu tão almejado banquete libidinoso. Seu corpo grande e másculo, já se encontrava em pleno estado de excitação, necessitava da saciedade tanto carnal quanto a interior que seriam provenientes da humana à sua frente.
O beijo inicialmente doce tornou-se voluptuoso e Sesshoumaru aprofundou-o com uma urgência agonizante. Em um movimento rápido trouxe o corpo esbelto da jovem ao encontro do seu, sentindo os seios da mulher repousarem aconchegantes em seu peitoral rígido, grunhiu prazeroso ao contato, ouvia a menina arfar entre seus lábios e a fragrância almiscarada da humana dominava o local com o seu odor, e isto o instigava mais, muito mais. Rin seria sua, só sua..
As mãos de Rin subiram ao couro cabeludo do youkai, trazendo-o mais para perto, temendo uma fuga do sonho que estava vivendo e que só ele poderia proporcionar-lhe, ouvio-o gemer roucamente.
Os segundos se passaram lentamente, deleitosos aos dois seres, a falta de ar se fez presente outra vez, então o sentiu separar os lábios do seu e encará-la com os olhos em chama em sinal de pura luxúria. Os lábios rosados da morena estavam levemente inchados e vermelhos, respirava aceleradamente, queria mais e esperava que Sesshoumaru pudesse oferta-lhe.
As mãos de Sesshoumaru deslizaram pelas costas bem desenhadas da mulher, com o toque sensual ouviu-a suspirar e deixou que sua boca curvasse em um sorriso satisfeito. Os dedos longos se enrolaram nos cabelos castanhos da morena e puxaram-no com delicadeza fazendo com que a cabeça da jovem se inclinasse para trás, dando-lhe livre acesso ao local pulsante por onde o sangue fluia fervente. Sesshoumaru inclinou seu rosto em direção ao pescoço de Rin e passou a língua aveludada, deslizando-a em movimentos lentos de baixo para cima, o que arrancou diversos gemidos da mulher que mantinha-se com os olhos fechados aproveitando cada roçar da língua de Sesshoumaru. "Doce.. tão doce, minha Rin.."
O youkai sorriu malicioso com o prazer que podia proporcionar à sua pequena, "Tão sensível", nunca tivera uma fêmea que correspondesse tão entregue assim às suas carícias e estava adorando a nova experiência.
As mãos da menina que antes haviam deslizado da cabeça do rapaz, agora insinuaram tocá-lo no abdome para senti-lo, mas o movimento desejado fora impedido pela mão livre do youkai que tomou-lhe os pulsos. Os olhos da morena abriram-se frustrados, e Sesshoumaru sorriu ao vê-los.
Soltou-lhe os cabelos, mas continuou a segurar-lhe os pulsos com uma das mãos, observou a menina levantar o tronco lentamente, atiçando-lhe o desejo de tomá-la, Rin o seduzia com o mínimo esforço possível, parecia saber certamente o que fazer para atraí-lo. Encarou-a e em um movimento exigente puxou-a novamente para tomar-lhe os lábios, sugou-lhes como a uma fruta fresca, saboreando deleitoso o gosto de sua menina. Sesshoumaru libertou-lhe os pulsos, que soube aproveitar com gosto, levou as mãos delicadas ao tórax do homem e passou as unhas levemente por ele, arrancando gemidos dos lábios do youkai que ainda permaneciam colados aos seus. Sorriu prazerosa, Sesshoumaru correspondia à mesma altura do seu desejo. Os dedos finos ousaram a desabotoar-lhe os botões da camisa de linho branca, um a um, e fez com que esta deslizasse pelos largos ombros, bem definido do youkai, sentia ao toque de sua mão o quão Sesshoumaru era perfeito físicamente.
Sesshoumaru sentiu-se livre da camisa e faria o mesmo com a mulher, pegou as mãos da jovem com uma das suas e retirou-as de seu corpo, elevando-as acima da cabeça da morena, com a outra puxou lentamente a regata rosa da humana, apreciando cada região da barriga chapada que ia sendo descoberta, rosnou ao ver os seios redondos e bem colocados no sutiã de renda vermelha, extremamente provocante, por fim Rin via se livre da vestimenta a qual Sesshoumaru jogou no chão sem parar de contemplá-la.
Ao perceber-se semi-nua Rin livrou-se da mão de Sesshoumaru que mantinha seus punhos presos e cobriu a parte dos seios que fora descoberta com os braços, corando-se violentamente por ele vê-la assim.
Sesshoumaru levou sua mãos aos braços de Rin carinhosamente.
- Deixe-me vê-la Rin...- retirou-os olhando-a nos olhos, dando-lhe confiança. Voltou a contemplá-la avidamente- Linda..- sussurrou prazeroso.
Em questão de segundos, levou os lábios bem feitos aos de Rin, na mesma volúpia de antes, desejava-a ainda mais, como se isto fosse possível. Sentiu esta envolver-lhe com os braços pendendo-o em um abraço caloroso enquanto se beijavam. Sesshoumaru percorria o corpo de Rin com as mãos, apertando-o entre os dedos, arrancando gemidos da humana, que eram um estimulo aos seu ouvidos. As mãos de Rin descobriam-lhe cada centímetro de suas costas, deslizando as unhas em leves arranhões, puxando-o mais para perto de si.
Estavam seguindo por um caminho sem volta, o da saciedade do corpo e da alma com a junção dos corpos, estes que foram feitos para um perfeito encaixe.
Separaram os lábios e Sesshoumaru levou as mãos ao rosto perfeito da jovem e observou-a, estava tão frágil sentada no sofá, o coração descompassado, os olhos a encará-lo, arfava sem pudor, sabia que ela o desejava, via isso no fundo dos seus olhos e principalmente pelo embriagante aroma exalado por esta, sentiu um arrepio subir-lhe à nuca ao perceber um brilho distinto mesclado ao desejo nos olhos da jovem, assustou-se, isso era.. "Amor", sentiu o controle voltar-lhe ao seu corpo em ondas certeiras, espantou-se ao constatar o motivo da entrega da menina a si, ela se entregava por amor, ficou desnorteado com a descoberta, a realidade retornara dura, obrigando-o a ver a única verdade atrás de toda a luxuria depreendida pela fêmea a sua frente, o desejo ainda permanecia forte e seu corpo estava pronto para agir, para dar prazer à mulher e só, estreitou os olhos, não a tomaria, Rin não era como as outras, que queriam apenas seu corpo na cama a cobrir-lhe os seus em movimentos libidinosos e a arrancar-lhes voluptuosos gemidos, fechou os olhos dourados fortemente e abriu-os, Rin desejava mais, desejava seu amor.. E isto ele não poderia oferta-lhe, não poderia dar-lhe o que esta desejava, pois em si não existia amor para entregar à humana...
Sesshoumaru encarou-a duramente, repreendendo-a com o olhar.
- Recomponha-se Rin..- falou suavemente mas áspero - vou levá-la agora mesmo à sua casa.- as palavras saíram frias e em tom de repreensão subentendido. Levantou-se da posição que ocupava antes e desviou seu olhar do da jovem no sofá. Após certo tempo perdido no silêncio que dominava sua sala, ousou voltar-se os olhos à menina e viu a face desta tomada por uma expressão confusa, angustiada. Rin não entendia a mudança tão repentina de Sesshoumaru, o que tinha feito de errado? Porque a tratara assim?
-O que... fiz .. de errado... Sesshoumaru?- a voz saiu em um tom embargado, cortando o silencio mórbido do local, lágrimas tomaram-lhe os olhos em desespero, e que ousariam fugir-lhe pelo rosto em questão de segundos.
Olhou-a e seu coração contraiu-se em dor após deslumbrar o estado desesperado da morena, triste pela falta de explicação de suas ações, mas tinha que ser assim ou seria pior, não tinha o que Rin desejava.
Devido à falta de respostas, uma nova pergunta surgiu dos lábios rosados da mulher.
- Por quê...? Apenas me diga o porquê Sesshoumaru.. ? a voz em um sussurro sôfrego alcançou os tímpanos sensíveis do youkai, e as lágrimas antes presas deslizaram livremente pelo rosto de Rin, sem destino, percorrendo-o quentes o caminho antes afagado pelos longos dedos de Sesshoumaru. Ouviu-o suspirar pesadamente.
-Não tenho para oferecer-lhe o que desejas Rin.. ? sentiu uma dor alucinante tomar-lhe o peito pela confissão e levou a mão ao local na tentativa de afastá-la, não gostava de vê-la assim. Porque doía, se esta era a verdade. Contemplou os olhos chocolates da morena, marejados, e sentiu-se um carrasco por impor tal sofrimento à humana. Elevou a mão forte, levando-a ao encontro do rosto triste da mulher, mas estancou a ação a centímetros desta, recuando rapidamente. ? Vista-se Rin, vou pegar as chaves e iremos.- Virou o corpo relutantemente, mas decidido, afastando-se do que mais desejava na terra, queria continuar, com o mesmo fogo e luxuria de antes, mas não podia, não como ela queria. ? Porque tinha que amar-me Rin, não seria mais fácil apenas ter-me esta noite, pequena.. - sussurou apenas para si e segui seu caminho, deixando sobre o sofá um ser feminino desolado a inundar a bela face com lágrimas, não compreendendo o youkai que sumia de sua vista a passos lentos. Como assim não tinha para oferecer-lhe o que queria? Mas era ele que ela queria, e este não poderia dar-se a ela só por está noite? Soluços tremeram-lhe o corpo de coração dolorido e seus olhos angustiados seguiram perdidos a figura máscula a sua frente, desejando fortemente compreendê-lo.