|
Tempo estimado de leitura: 9 horas
18 |
Sexto ato ? Início avassalador
O som dos seis tiros foi seguido por um longo silêncio. Parado, Cloud segurava a arma com firmeza entre seus dedos, observando com o cantos dos olhos se mais algum inimigo apareceria.
Estavam em uma área aberta com vários empecilhos que era usada como local de treinamento. O local era fora dos parâmetros da mansão, mas estava inclusa nela, cedida por um fazendeiro que antes era vizinho da área militar.
Vacilando, Cloud abaixou a arma, olhando tudo ao seu redor. Aquela era a última etapa do teste, onde precisava mostrar suas habilidades com uma arma. Estava no último módulo daquela fase, onde precisava se mostrar apto a manejar armas pequenas, depois de testar com uma calibre e com duas armas médias. Aquela coisa pequena em sua mão era um pouco incômoda, por isso era a última etapa, mas para ele, que possuía mãos pequenas, não era nada complicado.
Confessava que, quando começara a aprender, tivera mais facilidade com as armas pequenas, mas pequenas não lhe ajudariam muito em uma guerra, e precisou aumentar gradativamente os tamanhos. Agora, já com experiência real em campos de batalha, manejava duas armas de tamanho médio com facilidade e destreza, surpreendendo todos ao seu redor.
Cloud poderia ser pequeno em porte físico e estatura, mas sua inteligência, sua habilidade e seu temperamento não podiam ser medidos com tanta facilidade. Isso estava se mostrando desde a manhã daquele dia, onde praticamente todos pararam para vê-lo fazer o teste anual de aumento de cargo. Havia mais vários candidatos, e, contanto que fosse mostrado eficácia e capacidade, não importava o tempo que o candidato possuía no grupo ? como ele, que possuía menos de horas e um outro candidato, que tentava há mais de dez anos ?, receberia o cargo.
Pelo jeito também não havia limite de admissões, já que, quando o alarme avisando que o teste acabara soou, alguns candidatos ao seu redor se cumprimentaram, desejando sorte uns aos outros. Cloud não acreditava em sorte, acreditava em reações. Suas ações satisfatórias nas provas trariam reações lógicas: a admissão.
Seu sangue tempestariano o intimidava a erguer a arma e atirar em todos ali, aniquilando qualquer chance de alguém tomar seu lugar, enquanto seu lado avalanchês lhe alertava de que, se fizesse aquilo, seria odiado e repudiado por todos, se não fosse expulso de sua nova casa. Suspirou, passando os dedos pela arma brilhante em sua mão.
Odiava tanto aquela confusão em sua mente? Sua mãe era de Tempestade, uma terra onde as pessoas possuíam sangue frio, olhos atentos para os negócios e almas vingativas. Aquele era um país temido, tratado com enorme receio pelos outros países, e os homens mais cruéis haviam nascido lá, naquela terra de além desconhecido e inexplorado ? afinal, quem havia de possuir coragem o suficiente para se infiltrar nas terras dos "sem piedade"?
Só que, para a confusão mental de Cloud, possuía o sangue de um povo cheio de zelo pelo próximo e harmônico, companheiro. A população de Avalanche era conhecida pela cordialidade e simpatia, uma terra repleta de rostos sorridentes e bondosos, apesar de firmes e decididos, como se mostraram diante de crises mundiais ou internas.
O lado herdado do pai lhe sussurrava que tudo aquilo se devia a Sephiroth, e que não poderia, de forma alguma, decepcioná-lo, e Cloud sabia muito bem daquilo. Pelo General fora calculoso em seus atos no teste, e era por ele que, naquele momento, caminhava em direção à mesa onde as armas eram deixadas livres para que os candidatos escolhessem quais usariam em cada etapa e módulo.
Depositando-a suavemente sobre o local, sentiu um tremor passar por seu corpo quando notou a forma como sua mão não queria se afastar do objeto perigoso. Era um de seus sentidos aflorados avisando que sua proteção não poderia ser deixada nem sua guarda baixada, mas, balançando a cabeça, virou, no exato momento em que Sephiroth se aproximava com passes firmes e olhos analíticos.
Sentiu um arrepio, e não sabia se era de admiração, excitação ou medo, ao olhar nos olhos verdes penetrantes e vê-los atingir sua alma. A expressão séria não deixou o rosto másculo e bonito em momento algum, e quando estava diante do rapaz, o General sorriu de lado, mergulhando sua mão nos fios loiros e acariciando suavemente o couro cabeludo de Cloud, carinhoso.
? Estava muito fácil? ? questionou com tom divertido, vendo o corpo menor estremecer com seu tom calmo e baixo. Não resistindo à tentação, abaixou-se levemente, dando um suave e rápido selinho no novato, vendo-o surpreender-se.
? Eu me controlei ? murmurou baixo, sem encarar o mais velho, corado.
? E tem algum pensamento de que não passou? ? perguntou Sephiroth interessado, sorrindo para si mesmo ao ver as orelhas levemente vermelhas, enquanto seus dedos brincavam com os fios finos e sedosos.
? Não diante das exigências requeridas ? Cloud foi cuidadoso ao responder, escolhendo as palavras certas.
? Ninguém irá sabotar seu resultado, se isso o preocupa. Quem cuida dessa área é Vincent, observando e relevando os relatos dos avaliadores ? explicou Sephiroth bondoso com o rapaz perdido em sua confusão interna.
De repente, dando de ombros, Cloud abraçou o General com calma e cuidado, repousando a cabeça sobre seu coração, ouvindo-o bater forte e lento, um coração potente e selvagem como seu portador.
? O que houve, meu pequeno? ? questionou Sephiroth preocupado, acariciando os fios loiros do mais novo.
? Eu temi tanto enquanto fazia o teste ? desabafou verdadeiro, agradecendo por contar a alguém o que sentia naquele momento.
? Tremeu ou temeu? ? questionou o mais velho curioso.
? Eu temi ? respondeu Cloud com uma calma surpreendente.
? E temeu exatamente o quê? ? Sephiroth não foi capaz de deixar a oportunidade de conhecer um pouco mais do rapaz escapar.
? Meu corpo queria caos? destruição? Precisei resistir à vontade de matar todas as pessoas por aqui ? sussurrou incerto, receoso. A suave risada do General fê-lo erguer os olhos, surpreendido.
Aquela era a risada de Sephiroth? Parecia tão doce e verdadeira, embora não fosse muito alta, pelo tom de voz naturalmente rouco dele. Cloud encantou-se, sorrindo de leve diante do ar divertido do chefe.
? Seria um verdadeiro desastre se você o fizesse ? confessou o mais velho sem qualquer repugnância ou censura na voz.
? Eu seria expulso antes mesmo de entrar no grupo ? confessou rindo envergonhado, mas certa tristeza invadiu seu coração ao pensar em sair do grupo, ficar longe de Sephiroth?
Não entendia porque havia uma sensação tão gostosa circulando por seu corpo só por sentir o corpo do mais velho junto ao seu. A sensação de proteção que havia em sua mente só por saber que o outro estava ali consigo lhe assustava. Quando aquele laço tão forte com Sephiroth aparecera? Quando havia começado a gostar de?
Surpreso e chocado com os pensamentos que estava tendo, Cloud se prendeu em uma bolha. O mundo fora dela não existia e não importava para si.
Vendo os olhos desfocados de Cloud, Sephiroth franziu o cenho, estranhando. O que havia acontecido? Até segundos atrás o rapaz estava sorrindo para si. Em um impulso, seu corpo agiu automaticamente quando o mais novo desvaneceu em seus braços. Puxou-o para si, acudindo-o, mas ao ter certeza de que ele estava inconsciente, pegou-o em seus braços, estilo "princesa", e se pôs a caminhar em direção à mansão.
? General. ? chamou Kadaj aparecendo ao lado de Sephiroth, afobado. Sua respiração levemente alterada fez o mais velho estranhar. ? O resultado do teste já saiu? ? olhando para o rapaz nos braços do líder, se sobressaltou. ? Deus, o que houve com Cloud? ? questionou assustado.
? Ele fez muito esforço para não deixar seus poderes extrapolarem. ? contou enquanto passava pela porta de entrada da mansão, rumando em direção ao seu aposento com o ex-secretário em seu encalço. ? Provavelmente seja uma exaustão mental.
? Se esforçou para se limitar? ? perguntou Kadaj pensativo. ? O que isso significa?
? Significa que ele é uma figura misteriosa que precisa ser pesquisada. Como General requiro que você faça uma pesquisa secreta sobre o passado de Cloud Strife. Mova céus e terra para conseguir as informações que quero, sei que você é capaz ? a voz de Sephiroth estava tão séria que Kadaj engoliu em seco, não havia brechas para brincadeiras no que ele dizia.
Se adiantando, o secretário do Coronel abriu a porta da suíte do General, olhando com admiração a cena do mais velho deitando com calma e carinho o mais novo na cama. Se remexendo, Cloud abriu um pouco os olhos, murmurando algo incompreensível.
? Shii, descanse ? repreendeu calmamente Sephiroth.
Erguendo os braços, Cloud enlaçou-o pelo pescoço e puxou-o para si, juntando seus lábios em um carinhoso e leve beijo, apenas um longo roçar. Murmurou um "obrigado" e soltou-o, virando na cama e fechando os olhos.
Boquiaberto, Kadaj viu o líder cobri-lo da cintura para baixo depois de retirar os sapatos sociais dos pés pequenos como os seus. Sephiroth sentou na beirada da cama e passou as mãos nos cabelos, impaciente, indicando que o secretário entrasse.
Fechando a porta, Kadaj obedeceu-o. Conhecendo o General como conhecia, encheu um copo com a bebida que havia na mesinha e lhe deu, puxando um puff e sentando, esperou.
Sephiroth tomou um longo gole do líquido transparente, suspirando logo em seguida.
? Consegue entender agora? ? questionou balançando o copo, vendo as pedras de gel se moverem lentamente. ? Algo nesse rapaz me faz perder o controle, ceder aos sentimentos. Não sei se é a sua existência misteriosa ou ele mesmo, e não vou esperar sentado as coisas ficarem feias. Descubra tudo o que conseguir sobre ele, nem que, para isso, você precise ir para outros países, conversar com outras pessoas. Eu te envio em meu nome embaixo da minha mão e bênção, Deus lhe abençoe e lhe guie em sua jornada, e que você consiga o que procura.
Engolindo em seco, Kadaj teve a certeza de que o General falava muito sério sobre querer informações sobre o garoto. Em todos aqueles anos perto do mais velho, nunca o vira tão sério. As palavras de bênção e boa sorte raramente haviam sido usadas, indicando uma urgência que surpreenderia qualquer um que não o conhecesse intimamente.
? E mais: não conte para Vincent que está saindo, faça tudo sem que ele saiba. Te darei, no máximo, três dias, mas espero que amanhã você já tenha providenciado o início de sua busca ? sentenciou finalizando seu requerimento.
? Vincent ficará furioso se eu sair sem lhe avisar ? comentou preocupado.
? Deixe um bilhete avisando que ele faça qualquer pergunta a mim ? disse Sephiroth dando de ombros.
? Irá se responsabilizar por meu sumiço? Aguentar sua explosão furiosa? ? Kadaj riu. ? Esse rapaz realmente lhe abalou, não General? Diga-me: o que nele lhe deixa tão intrigado?
? Só responderei porque quem está perguntando é você. ? comentou o General com o cenho franzido, logo suspirando. ? Eu não sei realmente o que nele me atrai tanto, mas o acho perfeito, e não saber nada sobre ele me deixa extremamente irritado e inquieto, e esses sentimentos são perigosos.
? Ele não te contou nada? ? questionou Kadaj curioso.
? Contou muito pouco, quase nada. E você lutou com ele, sabe que há algo escondido debaixo da bela figura angelical que ele é, algo sombrio e insano demais para ficar exposto ? e aquilo era o que mais preocupava Sephiroth: o que havia dentro do coração daquele rapaz tão novo e inocente, mas tão misterioso?
? Eu entendo sua aflição Sephiroth, mas tente manter a calma. ? o tom e as palavras indicavam que quem falava naquele momento era Kadaj, amigo de longa data do General, e não um subordinado. ? Farei o possível e o impossível para trazer o mais rápido possível as informações que me pediu.
Fazendo uma leve reverência, Kadaj se retirou. Suspirando, Sephiroth bebeu todo o resto de sua bebida em um único gole. Levantando, levou seus olhos ao corpo sobre sua cama, dormindo suavemente. Esperaria ansioso os relatos de seu ex-secretário, confiava que ele seria capaz de conseguir.
Kadaj havia sido criado para ser o espião perfeito do Estado, mas Sephiroth, que o conhecera quando ele era muito pequeno, conseguiu trazê-lo para o Grupo FF. Sabia que se o rapaz não recebesse um pouco de atenção como ser humano, muito diferente dos cuidados que recebia de todos por ser uma peça chave para os governantes, ele entraria em colapso e seria um verdadeiro caos.
Virou, rumando ao banheiro. Seria um caos se não pudesse conviver com Cloud sem sentir aquela tempestade de emoções e sentimentos lhe balançar a sanidade, ameaçando jogá-la ao mar.
? Que hora deve ser agora? ? perguntou-se Cloud, se espreguiçando preguiçosamente.
? Agora é o almoço, eu iria acordá-lo assim que ele fosse servido aqui no quarto ? comentou Sephiroth casualmente.
Sentando na cama e coçando os olhos, Cloud esperou que o sono passasse ao menos um pouco. Ao erguer os olhos, viu o General sentado no sofá na frente da enorme estante de livros, com alguns papéis em mãos, analisando-os.
Os fios longos e albinos estavam úmidos, e o corpo esbelto era coberto apenas por uma calça de veludo negra. Os olhos verdes estavam cobertos por um pequeno óculos de leitura, que se emoldurava perfeitamente ao nariz benfeito.
? Suponho então que seja perto da uma hora da tarde ? comentou Cloud passando a mão pelos cabelos.
? Supôs certo. Eu aconselharia que você aproveitasse que a comida não chegou para trocar de roupa. O resultado do teste já saiu, irie anunciar enquanto comemos. Para que fique mais confortável, troque suas roupas ? ele não fitava o mais novo ao falar, mas em sua voz havia calma e autocontrole, e a ordem nas últimas palavras parecia um conselho infalível que Cloud fez questão de acatar.
Levantando, rumou ao banheiro. Retirou rapidamente a farda, jogando-a no cesto de roupas sujas, e vestiu uma camisa branca de Sephiroth que estava por ali, provavelmente a que ele usara pela manhã.
Abotoou apenas os três últimos botões de baixo e saiu do banheiro, encontrando um almoço completo disposto sobre a mesa que havia em frente ao sofá onde o General estava sentado. As mãos hábeis se puseram a organizar o almoço, e, chamando-o com uma leve batida no espaço vago ao seu lado no sofá, Sephiroth deixou claro que o queria ali consigo.
Dando de ombros, Cloud sentiu seu estômago embrulhar de fome, logo em seguida fazendo um som alto de ronco que o fez enrubescer, ficando ainda mais vermelho ao ouvir a leve risada divertida do mais velho, que enchia duas taças com um vinho amarelado que provavelmente viera junto com a comida.
? Nem adianta dizer que não está com fome. ? comentou divertido fazendo o mais novo soltar um suspiro resignado. ? Você bebe? ? questionou apontando para a taça cheia.
? Acho que um pouco não fará mal? ? assumiu caminhando com passos miúdos até o sofá e sentando, se encolhendo no canto, hesitante.
? Por que? Teme que possa dizer coisas proibidas se embebedar-se? ? perguntou Sephiroth zombeteiro, mas ao olhar para o rapaz ao seu lado, uniu levemente as sobrancelhas. ? Não precisa recuar tanto, eu não mordo, só se você pedir ? completou malicioso, sentindo o gosto da vitória ao vê-lo prender o ar nos pulmões.
Casualmente, logo os dois apreciavam os deliciosos pratos feitos pelo chef de cozinha da mansão. Sephiroth explicou que era um homem idoso que, depois de perder seu cargo para um cozinheiro novo em um restaurante de luxo do país, foi convidado para cozinhar na mansão pelo próprio General. Viúvo e sem filhos, o homem aceitou, e depois disso passou a viver por lá, cozinhando e até ensinando algumas coisas para alguns soldados. Ele, que havia feito parte de uma guerra entre dois estados no passado, conhecia muito sobre ervas e os remédios que podiam ser feitos com elas, criando assim, no espaço atrás da cozinha, várias plantas para usar como experimento.
Mergulhado no que Sephiroth dizia, Cloud comeu até se fartar e bebeu a taça toda de vinho, recusando uma segunda ao notar como o quarto girava levemente em torno de si.
Observara os movimentos precisos e confiantes do General com atenção, absorvendo a ar de liderança que ele exalava com admiração. Se Sephiroth não houvesse entrado para o exército de Avalanche, com certeza seria um homem de negócios no mínimo bilionário ou um jogador ou competidor de muito sucesso e renome. O homem exalava poder e confiança, coisas que apenas pessoas que nasciam com aquilo poderiam esbanjar com tanta facilidade.
Engoliu em seco ao esfregar um pé no outro. Se sentia pequeno diante dele, principalmente ao constar que suas pernas sequer tocavam o chão. Era certo que o sofá era um pouco alto, mas se sentia ainda menor ao notar que nada possuía fisicamente para ser um soldado, principalmente comparado ao homem forte, alto e másculo ao seu lado.
? Muito bem Cloud, vamos ao que interessa ? comentou Sephiroth ao depositar sua taça na mesa agora bagunçada com talheres, restos de comidas e vários pratos vazios.
Virando, o General buscou algo ao seu lado e, ao virar de frente para Cloud, o rapaz sentiu um buraco negro dentro de si lhe sugar fortemente, se esforçando para não ser tragado.
A única folha que o mais velho retirou do envelope pardo deixava explícito o que era aquilo: o resultado do teste. Um pânico e terror lhe tomaram em tremores que eriçavam os pelos de seu corpo e faziam a deliciosa comida que havia acabado de comer tentar voltar em ânsias de engulhos que o forçaram a respirar fundo e se acalmar.
Nem quando passara por tudo aquilo se sentira assim, tão mal. Nem quando o desalento lhe abateu e a verdade se revelou havia sentido tamanho medo e hesitação. O que era aquilo? Por que queria tanto ficar no Grupo FF, em Avalanche, ao lado de Sephiroth?
Respirou fundo, tentando recuperar a calma que havia conseguido com anos de treinamento. Desespero não era algo que poderia ter o luxo de sentir, não quando se está de frente para um canhão ou um homem com uma afiada lâmina, pronto para te matar em um mínimo descuido de sua parte.
O que estava acontecendo consigo? A voz preocupada de Sephiroth, e o leve chacoalhar em seus ombros, fê-lo voltar a si.
? O que houve com você? Estava imóvel, com olhos desfocados e tremendo? ? comentou o General, e ao ver os olhos azuis instintivamente se focarem na folha em seu colo, entendeu. ? Não se preocupe, Cloud. ? pediu erguendo o queixo do rapaz, deslizando seus lábios pelos dele em um carinho para lhe passar conforto. ? Independente do resultado, você ficará no Grupo FF. A única diferença será o seu posto, independente de ser meu secretário ou não. Kadaj é Subtenente, o que nada tem a ver com ser o secretário do Coronel.
A explicação fez o Strife se acalmar um pouco, mas a apreensão ainda corria por suas veias. Balançando a cabeça, mostrou que havia entendido o que o mais velho dissera. Assentindo, Sephiroth pegou o papel e leu para si mesmo, logo entregando-o para Cloud, que o pegou com as mãos trêmulas.
? Espero que esteja preparado para o que está escrito aí ? comentou o General sombrio, fazendo o mais novo segurar a respiração enquanto lia o papel. Estava tão centrado que não viu o brilho de divertimento nos olhos verdes.
? Eu? Eu? ? lágrimas cristalinas escorriam dos olhos de Cloud, que tremia involuntariamente, apertando a folha entre seus dedos finos.
? Parabéns, você agora é um Sargento ? comentou sorrindo.
? Mas não era para eu ser Cabo? ? questionou ainda não acreditando no que acabara de ler.
? Chegamos à conclusão de que era melhor subi-lo dois níveis. Kadaj disse que ficaria com dó dos outros Cabos quando houvesse batalhas internas para testes práticos. Avaliando suas habilidades, o cargo mais baixo que foi possível lhe dar foi de Sargento ? explicou suavemente, dando de ombros.
? Eu? ainda não consigo acreditar completamente? Parece que estou sonhando? ? replicou olhando profundamente para o General.
Engolindo em seco, Sephiroth retirou a folha das mãos do, agora, Sargento, e empurrou-o pelos ombros, cobrindo o corpo dele com o seu ao inclinar-se sobre ele.
? Para mostrar que esta é a realidade, para fechar nossa união como chefe e secretário e para comemorar seu novo cargo, vamos selar este momento com um beijo? ? e, mal terminara de falar, Sephiroth beijava lentamente Cloud, agarrando-o pela cintura e sentindo os braços finos lhe enlaçarem o pescoço.