Two

A noite não fora o que esperara. O sexo feito somente atiçou ainda mais o seu desejo. Queria mais, muito mais, mas não com a fêmea youkai que repousava ao seu lado e sim com certa coelhinha cujo aroma muito lhe agradou. Rosnou irritado ao se lembrar da pequena e das sensações as quais esta submetia seu corpo.

- Maldição Sesshoumaru- Levantou-se da cama luxuriante da youkai ao seu lado. O corpo ainda nu desfilava pelo quarto calmamente se dirigindo à pequena adega que se encontrava a poucos passos. Os movimentos graciosos eram acompanhados pela pouca iluminação do quarto, o que deixava aquele ser ainda mais fascinante. Em um copo que estava sobre o balcão colocou algumas pedras de gelo e adicionou o liquido castanho presente na garrafa ao lado do recipiente gelado o que fez com que as pedras tilintassem docemente. Mirou-o por alguns instantes e o levou virilmente aos lábios apreciando o sabor forte.

O vento frio da madrugada invadia sem piedade o local acariciando suas madeixas prateadas em sensuais movimentos, deixou-se a sentir cada rajada cortante na pele.

-Sesshoumaru, Sesshoumaru, onde se escondeu seu invejoso autocontrole meu amigo..? ? suspirou incrédulo, o que estava havendo com seu corpo? Era impossível que até este momento ele ainda conseguisse se lembrar da fragrância exalada pela pele daquela menina.

Não, pior que não, cada fibra de seu ser cravara na memória o doce aroma da jovem, e seu corpo ainda insaciado sabia exatamente o que queria, o que tanto desejava e almejava para aliviar o sofrimento imposto.

Ouviu alguns resmungos e virou-se para onde provinha o som. Os cabelos negros e encaracolados desalinhavam-se acompanhando o lençol desarrumado, a face bonita repousava serenamente no travesseiro macio e o belo corpo estava estrategicamente coberto pela seda vermelha deixando exposto apenas algumas partes, principalmente os seios e as pernas perfeitas. Um sorriso malicioso tomou-lhe os lábios. Sim, Kagura tinha um belíssimo corpo e sabia como satisfazê-lo na cama.

Pelos menos até a noite anterior, estreitou os olhos dourados e amaldiçoou-se mentalmente.

Mas sorriu ao lembrar-se de um pequeno detalhe na livraria, o odor exalado devido a sua excitação evidente, mesclou-se à doce e almiscarada fragrância da jovem humana o que lhe entorpeceu os sentidos e o deixou extremamente satisfeito.

Isso já estava se tornando extremamente ridículo.

Olhou o relógio que pendia preguiçosamente na parede do quarto.

-02h00...- Deveria retornar à sua cobertura e descansar, amanhã seria um dia cansativo, sim, pelo menos para ele, teria que comparecer a uma festa destinada aos familiares e amigos organizada por sua madrasta Izayoi. Fora intimado e todas suas desculpas de um não comparecimento à reunião familiar fracassaram diante à insistência da mulher. E antes da festa de Izayoi, teria que fechar os contratos restantes para a compra das ações de sua empresa de segurança em uma reunião que certamente seria chata e entediante.

Ao se aproximar da cama notou que o corpo feminino havia se encolhido devido à presença insistente do ar gelado que se infiltrava intrusamente pelas portas da sacada abertas acariciando-lhe o corpo desnudo. Foi até lá e fechou-as, deixando assim o ambiente mais agradável à fêmea youkai com quem dividira momentos de prazer algumas horas atrás.

Movimentou-se em direção ao Box a fim de se lavar. Necessitava realmente de uma boa ducha de água fria para acalmar- lhe os hormônios que ainda se encontravam em plena atividade. Estava perplexo com o que ainda podia sentir quando a fêmea humana tomava-lhe a mente sem prévio aviso. Estava já quase descrente de tomar uma ducha fria, pois certamente não lhe seria o suficiente para domar a ereção que lhe subjugava no momento.

-Agora chega Sesshoumaru, que infantilidade é essa a qual esta se submetendo.!- Rosnou nervosamente acompanhado de um incrédulo olhar para seu membro extremamente ereto.

Entrou debaixo do chuveiro e deixou que a água fria tomasse-lhe o corpo, percorrendo satisfeita os deliciosos contornos de seu corpo de pele alva e músculos evidentes. Tratou de conter a respiração que se tornava ofegante pelo choque de temperatura entre a água e sua pele quente.

-Rin... sua coelhinha imprudente... Olha o que está querendo me levar a fazer pequena..

Suas mãos grandes e fortes percorreram cada centímetro com o sabonete, jogou o corpo para trás e se apoiou na parede molhada, os cabelos úmidos colaram ao rosto de traços marcantes dando um ar selvagem à feição exótica. Seus olhos estavam perdidos em algum ponto do Box, respirava sôfrego e pausadamente, pensara em aliviar-se com movimentos sobre seu membro que pulsava aflito exigindo atenção, mas conteve-se a tempo, nunca em sua vida necessitara de tal ato para saciar-lhe os desejos físicos e não começaria agora, a mão que se dirigia ao local excitado conteve-se a centímetros deste. Não, realmente não faria isso, trataria de se controlar, não se permitiria a continuar com este jogo ridículo de pensamentos e sensações, se livraria da fragrância e da lembrança daquela humana intrometida.

Saiu do Box rosnando e recolheu suas roupas espalhadas pelo quarto aconchegante e tratou de vesti-las. Momentos antes de abrir a porta do quarto, uma voz sensual pode ser ouvida o chamando.

-Sesshoumaru...? ? seu nome saiu sonolento da boca bem traçada.

-Sim. - disse impaciente, não estava a fim de conversa.

-Já vai? Não vai passar a noite aqui comigo..?- espreguiçou o corpo esbelto sobre o colchão, fazendo com que o corpo ficasse totalmente nu.

-Já está tarde Kagura e tenho negócios a resolver amanhã.- virou a maçaneta para sair do local.

- Tem certeza que não me quer mais uma vez Sesshy..?- disse com os orbes vermelhos sangue se focalizando nas partes intimas do inuyoukai.

- Sim. E... isso - olhou para sua ereção- creio que não conseguirá resolver Kagura, não hoje.- e saiu sem esperar por alguma resposta vinda da morena.

O ultimo som que pode ser ouvido foi o dá porta sendo fechada, antes de um feroz motor se perder na noite em alta velocidade pelas ruas iluminadas da cidade de Tóquio.

A youkai se enrolou em um lençol de seda vermelha e se levantou caminhando até a sacada, abriu as luxuosas portas e sentiu o ar fresco arrepiar-lhe a pele acompanhando um sorriso malicioso à noite.

- Não tomarei sua ultima frase como um insulto Sesshoumaru. Não mesmo.

A caminho de casa teve que passar em alguns lugares para confirmar se os pedidos estavam de acordo ao gosto do cliente e se seriam entregue no dia e horas marcados conforme o combinado. Ao chegar em casa telefonaria para checar novamente, teria que dar tudo certo, pois sua reputação e de Kagome dependiam disto e não poderiam decepcionar seus clientes, principalmente a educada e doce senhora que as contrataram para a festa de amanhã.

Após uma hora de metrô até que enfim chegara em sua abençoada casa. Já fazia quanto tempo mesmo que morava sozinha em Tóquio?...unh...cinco anos aproximadamente. Sua família ainda residia em Kyoto e os via nas férias da faculdade de administração que fazia e sempre quando sua condição financeira permitia. Um sorriso tristonho tomou-lhe os lábios delicados, sim, estava com saudades, mas nestas férias não iria, prometera ajudar Kagome na organização de alguns eventos que ocorreriam neste período, então não poderia ir e deixá-la a ver navios com tanto trabalho sobre si. Além do mais ganhariam uma renda extra já que trabalhariam fora do programado, o que a deixara menos melancólica.

Kagome era uma grande amiga e fazia administração na mesma sala que Rin, ambas se conheceram na faculdade e a amizade sincera surgira desde o primeiro momento em que conversaram e desde então uma era o porto seguro da outra. Kagome se encontrava nas mesmas condições que Rin, também morava sozinha em Tóquio e sua família residia em Nagoya. E sempre quando dava os visitava. Trabalhava como organizadora de eventos junto a Rin para bancar a faculdade, e sinceramente eram as melhores no que faziam.

Suspirou e em um gesto rápido enfiou a chave na fechadura e abriu a porta lentamente. Olhou para dentro do apartamento procurando uma feição tão conhecida e adorada pela menina de longos cabelos castanhos.

-Bolshoi...? ? sussurrou docemente. Não, não morava sozinha, esquecera-se do amigo fiel e inseparável que lhe fazia companhia todos os dias de sua vida em Tóquio.

Em questão de segundos um ser peludo e saudoso cobria-lhe o corpo com seu peso e carinho. Lambia lhe o rosto como se há anos não a visse e que morreria se um segundo a mais se passasse sem ela. Gargalhadas tomaram-lhe o ar e soavam gostosamente aos ouvidos do animal como um agradecimento.

Minutos se passaram deitados no chão a brincarem alheios a tudo, principalmente ao tempo. Rin acarinhava o dorso do animal e sua cabeça canina.

Bolshoi era um cão da raça Husky siberiano muito carinhoso e protetor, seus pelos eram brancos como a neve e seus olhos eram de um azul celeste estonteante e delineados por uma traço negro que os evidenciavam, seu focinho e patas eram no mesmo tom negro. Ganhara de Kagome quando completara 20 anos.

Levantou-se cansada pela comemoração de Bolshoi e também pelo dia longo e cheio de surpresas que tivera. Sorriu ao lembrar-se das crianças que com ela dançaram e cantaram alegremente.

Apenas um relapso de memória e de repente tudo sumira de sua mente dando o lugar unicamente à imagem do belo youkai que vira na biblioteca. Simplesmente quase o devorara com o olhar e certamente a vontade era recíproca. Arrepiaram-se todos os pelos de seu corpo e ruborizou ao lembrar-se das imagens que tivera com ele. Não estava se reconhecendo, nunca na vida desde que se entedia por gente sentira a necessidade de ser tocada como teve neste dia, queria que ele lhe tomasse ali mesmo, não se importando com a presença de outros. Envergonhou-se pelas crianças que estavam lá, como podia imaginar tais atos com seres tão inocentes ao seu redor. Repreendeu-se duramente. Estava se tornando uma garota pervertida, não, não, não se permitiria ser uma mulher assim. Não queria apenas uma noite, tinha planos de se casar e ter uma família tudo certinho como sempre sonhou. Guardara-se até hoje para a sua pessoa especial e assim seria.

-Acalme-se Rin, não aconteceu nadinha, relaxa. Foi só uma olhadinha e só. Creio que certamente não o verá mais. - inspirou e expirou várias vezes, para aclamar-se, pois o comichão voltara entre as pernas e não entendia o porquê de seu corpo corresponder tão instantaneamente somente ao lembrar-se ou apenas à presença deste ser.

Bolshoi se aproximou pedindo atenção à sua dona como se percebesse o conflito desta. Latiu chamando-a. Rin o olhou e sorriu abertamente.

-Hai hai Bolshoi, estou bem sim, são só pensamentos inoportunos meu amigo.- afagou sua sedosa pelagem.- Vamos, tenho que colocar sua ração e tomar um belo de um banho ,pois estou toda suada.- levantou-se com o cão a seguindo, colocou a ração na vasilha do animal e rumou para seu quarto. Tomaria uma ducha e acalmaria tanto a alma como o formigamento em um local estratégico entre as pernas.

Enquanto a água morna corria por seus cabelos ultrapassando a barreira de fios sedosos e finos atingindo toda a extensão de sua pele Rin cantarolava uma canção, ou melhor, sussurrava. Lavava o corpo deslizando através das delicadas mãos um sabonete de lavanda deliciando-se com o cheirinho bom que tomava o banheiro. Lavou as madeixas castanhas e cobriu o corpo com uma toalha saindo do box.

Vestiu uma camisola leve azul bebê, penteou os longos cabelos e os secou com o secador. A única coisa que pretendia neste exato momento era se jogar por sobre a cama e dormir, dormir e dormir. Mas antes precisava fazer alguns telefonemas.

Ao término sorriu contente, tudo estava nos conformes e sairia tudo perfeito, Kagome confirmara o restante dos pedidos e agora só precisava descansar, pois amanha seria um longo dia e também muito cansativo. Então realizou o que tanto almejava desde quando chegara em casa, jogou-se com tudo na cama, e adormeceu serenamente mas não antes de ter a mente roubada por um intruso youkai de cabelos prateados.

O dia amanhecera radiante, o sol despontava por entre os gigantes de concreto que emergiam do solo imponentes, dominando-os com sua beleza dourada. O dia passara para quase todos com uma velocidade incrível, enquanto que para uns ele estagnara e as horas não se moviam no relógio, como se o tempo tivesse congelado por uma brincadeira do destino, era isso que Sesshoumaru pensava em plena reunião de sua empresa.

Mas como tudo é levado com o tempo com ou sem permissão, as horas se foram, arrastadas, mas se passaram, e tudo estava no fim de se consolidar, a empresa agora pertencia integralmente a Sesshoumaru e a ninguém mais.

-Obrigada Sesshoumaru, foi ótimo fazer negócios com você. - o senhor de idade avançada, baixinho e com uma grande barriga a sustentar dentro das calças pronunciou-se ao término da assinatura dos contratos.

-Digo o mesmo Myouga.- recolheu sobre a mesa e guardou os documentos em uma pasta de couro marrom.- Leve-a Jaken e assegure-se que estará segura.- ordenou ao seu secretário de confiança, um pequenino youkai verde e de olhos esbugalhados mas que devotava uma imensa adoração ao seu senhor.

-sssim, Ssssessshoumaru- ssama!- o monstrinho pegou a pasta e saiu sala a fora.

-Então já vou Sesshoumaru. ? o homem levantou-se da cadeira na qual estava a um bom tempo sentado e apertou a mão do youkai de madeixas prateadas.

Sesshoumaru assentiu com um leve menear de cabeça e olhou o ser a sua frente que lhe dirigiu um pequeno aceno e se dirigiu à saída e foi-se embora, deixando um youkai com um sorriso de lado estampado no belo rosto ao constatar mais uma vitória.

Mas este se foi logo ao lembrar-se de que apesar de todo o dia exaustivo que tivera ainda deveria comparecer à festa de Izayoi. Suspirou derrotado, até agora não acreditava que havia cedido às chantagens emocionais da mulher de seu pai.

Rin e Kagome passaram o dia correndo de um lado a outro na mansão Taisho onde ocorreria a festa que estavam organizando, dando instruções e supervisionando os mínimos detalhes. O dia correu e enfim tudo estava em seu devido lugar e simplesmente perfeito, foi o que ouviram da jovem senhora.

- Garotas, isto aqui ficou simplesmente incrível! ? estava realmente maravilhada com a decoração- está realmente perfeito. Parabéns meninas! - seus olhos estavam com um brilho de contentamento e percorriam todo o local e as jovens garotas ficaram ruborizadas com tantos elogios vindos da mulher a sua frente.

A festa seria no jardim da mansão que era imenso e bem arborizado, foram colocadas tendas embaixo das copas das árvores de um tecido leve e quase transparente, em tons pastel, sob estas foram colocadas almofadas em renda, no centro de cada tenda foi posta uma pequena mesinha onde estavam alguns petiscos e bebidas, as árvores foram adornadas com muitíssimos balões translúcidos em forma de estrelas que ficaram flutuando sobre a copa dando um ar mágico ao lugar, mesas e cadeiras em estilo romântico foram postas ao ar livre com arranjos em lírios ao centro e forros de renda cobriam toda sua superfície, luminárias japonesas quadradas pendiam em todas as tendas, árvores e mesas que se encontravam presente no jardim, na entrada foi posto um arco alternado de lírios e luminárias.

- Obrigada Izayoi-sama.- as garotas pronunciaram em uníssono sorrindo. ? Para uma noite incrível tomaremos todo o cuidado para que saia tudo perfeito senhora, durante toda a festa supervisionaremos os garçons, o Buffet e as bebidas que serão servidos conforme o pedido. - Kagome pronunciou-se orgulhosa ao lado de uma sorridente Rin.

-Sim Izayoi-sama, não se preocupe. ? Rin disse.

- Sei que sim garotas, mas me chamem apenas de Izayoi, sim? E também não quero que vocês apenas fiquem em serviço, espero que se divirtam aqui, viu mocinhas. Adorei a dedicação e o compromisso de vocês, tão jovens e tão responsáveis... uhn.. Creio que são perfeitas para meus filhos. Quem sabe não seja hoje que caso esses dois com boas moças. - Disse dando uma piscadinha para as jovens que ficaram totalmente sem jeito com a direta da senhora.

-hehehehe ? sorriu embaraçada a morena de cabelos chocolates- Não diga isso senhora... Ops, Izayoi... - Izayoi notou o embaraço da mais nova e sorriu amavelmente, realmente eram moças as quais adoraria ter como noras.

-Não diga isso Rin-chan, se for para ser, bem.. Só vou dar um empurrãzinho, então não se preocupe. - abraçou a morena e afagou-lhe os cabelos.

Kagome observava a cena com uma enorme gota na testa. A senhora realmente era diferente, empurrando seus filhos para cima de duas garotas que organizavam sua festa, isso era até meio que hilário.

-Bom Izayoi, já vamos, mas retornaremos ao inicio da festa.- Despediram-se da jovem senhora e partiram à suas casas para se arrumarem.

Izayoi observou as meninas saírem e deixou que um sorriso doce tomasse-lhe os lábios.

Ao chegarem à mansão Taisho, Rin e Kagome foram cumprimentar Izayoi e seu marido o youkai Inutaisho, os anfitriões da festa. Inutaisho lhe lembrava e muito um certo youkai, não com a mesma sensualidade e beleza, mas não deu muita importância ao fato e seguiu com seu trabalho.

Os convidados chegavam e se acomodavam nas mesas e tendas no jardim. Rin sorria e dava algumas instruções a uns garçons da festa. A morena vestia um vestido em renda preto de finas alças que descia em diversas camadas e chegava um pouco acima dos joelhos. Seu colo estava adornado por uma fina corrente prateada cujas extremidades se uniam ao pingente em forma de um par de asas. Duas pedrinhas brilhantes lhe enfeitavam as orelhas, o longo cabelo castanho estava solto e descia suavemente por suas costas e as franjas lhe tampavam a testa. Seus belos olhos chocolates estavam delineados em um traço negro por sobre os olhos e um gloss lhe cobria a bela boca rosada. Para finalizar calçava um open boot negro e em veludo.

Após algumas horas ao inicio da festa, pode-se ouvir certo burburinho proveniente da ala feminina presente na festa. Rin não entendeu o motivo de tanta agitação e suspiros até olhar para a entrada do jardim.

Seu coração acelerou compulsivamente e perdia diversas batidas constantemente, sua respiração tornou-se falha e o desejo incendiou seus olhos ao vê-lo.

Por entre a multidão Izayoi sorriu e se encaminhou para recepcionar seu enteado. Sim, só ele causava certas reações no publico feminino.

Estacionou seu carro na garagem da família e foi em direção à localidade onde as conversas fluíam e a musica suave soava agradavelmente aos ouvidos.

Mas algo estava insistentemente estranho, sentia, e pode comprovar ao farejar o ar e a fragrância distinta em si, hesitantemente cessou seus movimentos, só poderia estar louco, sim, só poderia ser isso.

- Cereja e... chocolate...- concentrou-se no ar. É, estava louco. - Já está a ficar louco Sesshoumaru.- balançou a cabeça e voltou a caminhar, ao chegar à entrada da festa, uma sorridente mulher veio lhe dar as boas vindas.

-Sesshoumaru, que bom que veio meu filho!- abraçou o rapaz que ainda permanecia na entrada- Pensei que não viria meu bem..- olhou-o chorosa arrancando um meio sorriso deste.

-Disse-lhe que viria, não? Então aqui estou Izayoi.- e retribuiu o abraço de sua madrasta.- Tive que resolver alguns assuntos pendentes e o transito não ajudou-me muito, desculpa pelo atraso.- olhou a mulher a sua frente que abriu um imenso sorriso.

- Sem problemas querido, o importante é que está aqui. Vamos?- e o puxou pelo braço.

Sesshoumaru assentiu e entrou na festa.

Sesshoumaru vestia uma camisa pólo preta bem colada ao corpo e uma calça jeans clara e um tênis negro calçado nos pés. Estava extremamente lindo com os belos cabelos prateados soltos.

Seus olhos dourados perderam se na multidão procurando um rosto familiar que tanto almejava ver. Mas suas tentativas foram mal sucedidas, pelo menos por enquanto, sorriu e pôs se a cumprimentar algumas pessoas na festa e seu pai, que lhe abraçou carinhosamente.

Após toda a cortesia, retirou-se da presença de tantas pessoas e se encaminhou para um local mais afastado, não gostava de locais lotados e cada passo seu era acompanhado de um suspiro feminino. Sorriu marotamente e continuou a caminhar.

Pegou um cálice de vinho de um garçom próximo e se recostou a uma arvore afastada da lotação que se encontrava ao centro do jardim. O aroma exótico tomou-lhe as narinas novamente, rosnou levemente. Essa humana o enlouqueceria sem o mínimo esforço. Estreitou os belíssimos olhos e pôs-se a observar.

Rin tentou retornar ao seu trabalhado cuidando de cada detalhe que lhe era necessário sua presença, o que tomou sua atenção desviando a de um certo ser de olhos âmbares.

A fragrância estonteante estava mais forte, foi o que Sesshoumaru pôde constatar, estava próxima e caminhava em direção ao predador. Seus lábios finos foram tomados por um sorriso malicioso e os olhos por um brilho desejoso.

Em segundos apenas seus olhos puderam constatar a veracidade de sua presença desejável, sim, extremamente desejável. Estava linda e fascinante.

Seu corpo insaciado desde a noite anterior correspondeu instantaneamente à visão da bela coelhinha perdida em seu território. Queria-a. Desejava tomá-la desde a primeira vez que a viu naquela graciosa fantasia. Tratou de controlar-se. Observava cada movimento desta entre a multidão, os sorrisos oferecidos aos garçons em agradecimento o fizeram rosnar. Esperaria até o momento certo, o qual se deu minutos a frente.

Rin passava próxima a árvore onde o youkai encontrava-se recostado, mas esta não percebeu sua ofegante presença, que se fez percebível no momento que uma forte mão a puxou de encontro ao enorme tronco de uma árvore.

-Mas, o qu..- fora interrompida ao encontrar o olhar penetrante de sesshoumaru . Suas pernas começaram a fraquejar, sentiu que cairia ao chão. Sesshoumaru percebeu e antes que isto ocorresse pressionou seu corpo forte ao frágil corpo da garota a sua frente, sentiu a garota ofegar nervosamente. Levou seus lábios ao ouvido de Rin e sussurrou com uma voz extremamente rouca.

-Acalme-se pequena, não lhe farei mal algum, prometo-lhe... - viu a garota arrepiar-se e estremecer em seus braços, mas assentiu com um leve menear de cabeça. Sorriu pelas sensações que conseguia fazê-la sentir. Percebeu que seus olhos castanhos não se desviaram um segundo se quer dos seus, e isso o deixou ainda mais desejoso de possuí-la.

Rin estava extremamente nervosa, como que podia, não o tinha o visto e agora sentia se pressionada por uma montanha de músculos, não que isso não a agradasse, pelo contrário, isto estava lhe tirando a consciência, mas precisava falar.

Essa situação, sentindo o corpo másculo pressionado ao seu fortemente e a ereção do ser a sua frente fazendo-se evidente entre suas pernas, e sinceramente não era pouca coisa, seu corpo instintivamente começou a corresponder ao toque, a excitação começava a tomar-lhe o ser.

-Mas o que está.. acontecendo senhor?- pronunciou lentamente tentando manter a calma e principalmente a razão para não cometer uma besteira, por isso precisava saber o que estava acontecendo urgentemente.

-Sesshoumaru...- sussurrou olhando-a insistentemente.

-Como..?- balbuciou

-Meu nome pequena, Sesshoumaru.- levou sua boca ao ouvido desta- e respondendo a sua pergunta, deixe-me ver...- aproximou seu rosto ao pescoço da jovem, aspirou o local deliciando-se com o cheiro exalado pela humana e não pôde conter-se, passou sofregamente a língua macia no local. Ouviu a humana soltar um leve gemido, ela queria enlouquecê-lo com este som tão estimulante.

Com tal ato vindo do youkai, Rin ruborizou-se e tampou rapidamente a pequena boca com as mãos, não acreditou, havia gemido na frente de um estranho.

Sesshoumaru mirava cada movimento da jovem à sua frente e sorriu novamente ao ver tal gesto vindo desta. Em instantes um cheiro inebriante tomou conta do ar ao redor deles e Sesshoumaru quase urrou ao distinguir o que era, a pequena a sua frente estava começando a ficar excitada e isso o agradou em demasia. Para provocá-la movimentou seu quadril virilmente em direção ao da menina fazendo-a sentir o tamanho do desejo que sentia por ela.

-Está me enlouquecendo Rin, sinta, pode? Vê? Não consigo controlá-lo desde o dia no qual a vi na livraria- a garota estremeceu novamente em seus braços, ele sabia seu nome e então se lembrou de Kagome a chamando no dia em que o viu na livraria- está me consumindo a cada segundo e não está ajudando exalando tão doce aroma- puxou uma boa quantidade de ar aos pulmões- sinceramente vai me enlouquecer humana... - terminou sofregamente.

Rin suspirou, não conseguia esconder seu desejo pelo o homem de madeixas prateadas. Estava tomada pelo desejo.

-Sesshoumaru..- o youkai quase gemeu ao ouvir seu nome sendo pronunciado pela pequena boca rosada da mulher, olhou-a nós olhos- pensa que é só você, não, não é só você, meu corpo está queimando aqui junto ao seu, também desejei-o desde o momento que entrara na livraria, meu corpo anseia seu toque, não vê?- o doce aroma tornou-se mais forte, o que levou o youkai a gemer entre rosnados. Seus cheiros mesclados o incitavam ainda mais.

-Coelhinha.. não faça isso, é perigoso...- Balbuciou roucamente ao ouvido da morena. Rin estava fora de sua razão e elevou seu quadril de encontro ao de Sesshoumaru, que estreitou os olhos - Agora não tem mais volta pequena.- e tomou os lábios da garota à sua frente. Um beijo exigente e desejoso. Rin gemeu ao sentir os lábios de Sesshoumaru nos seus. Levou seus braços ao ombro deste e uma de suas mãos infiltrou-se intrusamente por entre os fios prateados, deslizando suas unhas no couro cabeludo do youkai, a outra mais ousada subiu de encontro ao abdome bem talhado por dentro da camisa insinuando leves unhadas, arrancando deste gemidos por entre seus lábios.

O sabor que vinha dos lábios da jovem era de um doce tão profundo que o deixou desnorteado ansiava por mais e resolveu aprofundar o beijo, passou a língua por entre os lábios de Rin pedindo passagem, a qual foi concedida instantaneamente, arrancando mais gemidos do youkai e da pequena que correspondia o beijo na mesma intensidade.

Sesshoumaru ao sentir o sabor que tinha a boca de Rin perdeu-se em encanto e prazer, a língua desta era sedosa e acariciava a sua exigente, imaginara o sabor desta mulher, mas esta o surpreendeu com mais, muito mais.

Levou uma de suas mãos ao vestido negro de Rin e infiltrou-a por entre o tecido, Rin gemeu mais alto ao sentir as mãos fortes acariciando-lhe a coxa sensualmente. Mas em questão de segundo o encanto se quebrara, a mão ousada de Sesshoumaru se dirigira ao centro feminino quente e úmido de Rin e a tocara levemente o que a assustara, nunca a tinham tocado ali, ninguém.

-Não..!- gritou e empurrou o corpo viril de Sesshoumaru com todas as forças que conseguiu reunir, e saiu correndo deixando para trás um youkai totalmente desnorteado.

Sesshoumaru repreendeu-se, fora muito rápido, ferira-lhe os sentimentos, antes de Rin ir pode perceber seus belos olhos marejados de lágrimas, uma dor desconhecida cortou-lhe o coração.

-É realmente um idiota Sesshoumaru, um idiota...- Olhou desolado para o local por onde a menina desapereceu por entre a multidão, arrumou os cabelos desalinhados nervosamente-Ela ainda é virgem Sesshoumaru, esqueceu-se? não devia ter ido tão longe...- agora já era tarde, encontrava-se sozinho e com uma ereção evidente a quem quisesse ver, suspirou derrotado. Desta vez não teria outra escapatória, teria que se aliviar-se quando chegasse à sua cobertura. Não estava a fim de uma companhia feminina hoje, melhor, não de qualquer uma. Resolveu ir embora, pegou o caminho da saída do jardim, mas tarde ligaria e se redimiria com Izayoi, inventaria algo.

Não muito longe dali um corpo feminino delgado, choroso e tremulo, olhava-o tristemente a distância.

-Perdoe-me Sesshoumaru...- fungou ? mas, não posso fazer isso comigo..- lágrimas escorriam insistentemente dos belos olhos chocolates, desolados,- sei que me arrependeria amargamente por simplesmente entregar-me apenas por desejo.. Perdoe-me..- sussurrou ao vento para que este levasse suas palavras aos ouvidos apurado do youkai.

Recompôs-se, ainda tinha muita coisa para fazer, tinha suas responsabilidades e iria cumpri-las. Colocou um belo sorriso no rosto, ajeitou o vestido e rumou em meio à multidão.

Antes de partir Sesshoumaru ouviu um leve sussurro vindo, se não se enganava, de Rin, ou talvez, fosse apenas peça pregada por sua imaginação, mas mesmo assim respondeu para que o vento retornasse a resposta ao devido remetente.

-Não precisa pedir perdão pequena, o erro foi inteiramente meu...- suspirou e adentrou no carro, partindo pensando na morena de momentos atrás.