Naoko no shi

Tempo estimado de leitura: 1 hora

    16
    Capítulos:

    Capítulo 6

    Coragem

    Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Suicídio, Violência

    "Aiko sentiu um calafrio subir pela sua coluna até chegar à cabeça que deixou-a paralisada por alguns segundos. Então lembrou de que se não houvesse coragem, seu dom nunca seria revelado e pensando bem, naquela situação era bom apostar em qualquer coisa para ajudar. Querendo ou não, sabia que sua vida e a vida de Youra provavelmente estariam em perigo."

    - Certo, se for assim, eu o farei. - Aika pegou o pano que tinha dentro de sua bolsa e deu para Youra um canivete pequeno - Você vai me ajudar, vamos chegar discretamente e quando a criança estiver distraída, nós pegamos de surpresa.

    - Certo, mas não acha melhor trocarmos os papéis? Me dê o pano e você fica com o canivete, não sei por qual motivo eu tenho a impressão de que sou melhor em chegar de surpresa - Youra estendia o canivete para Aiko

    - Tudo bem, tudo bem. Tome. - Aiko deu o pano e pegou o canivete

    "Havia muitas árvores em volta da praça e por conta disso foi mais fácil para que os dois conseguissem se esconder. A praça era em formato circular e a criança estava próxima a algumas árvores para o sul. Aiko foi pela direita e Youra foi pela esquerda. Sempre se olhando e olhando para criança os dois esperaram alguns minutos até que acharam a hora certa para atacar. Os dois se entreolharam e com um gesto de concordância com a cabeça, avaçaram de modo bem rápido na criança. Youra pegou-a por trás e colocou o pano em seu rosto para que desmaiasse e assim sentisse menos dor."

    - Já Aiko! - Sussurrou Youra - Vamos, faça isso rápido. - O menino parecia frio ao dizer tais palavras

    - Certo... - Aiko disse com o ar de quem hesitaria, mas criou coragem e com o canivete fez um fundo corte na jugular da criança de agonizava ao sentir tal dor.

    "Ao ver a criança se debatendo nos braços de Youra, Aiko colocou a mão na boca e tentou conter o choro de nervosismo. Não acreditava no que tinha acabado de fazer. Cometido um crime. Matado alguém. Depois de aproximadamente 4 minutos a criança parou de reagir. Youra largou-a cuidadosamente de seus braços e colocou-a no chão já desacordada."

    - Pronto Aiko, acabou... Abra os olhos - Youra balançava Aiko que chorava desesperada.

    - Idiota! Não aconteceu nada! O que você fez? O que eu fiz? - Aiko estava descontrolada quando de repente suas pupilas dilataram e ficou parasilada por algumas frações de segundos. Logo em seguida desmaiou.

    - Aiko! Aiko! Acorde - Youra dizia tentando levantar Aiko

    "Enquanto isso, Akira e Shisui ainda estavam escondidas atrás da árvore e viram tudo. Assustadas com o que poderia acontecer ainda, começaram a discutir."

    - O que eles fizeram? - Akira olhava para Aiko e Youra de olhos arregalados e boquiaberta.

    - Vamos sair daqui agora! - Shisui dizia com um fio de voz de tanto medo que estava sentindo. - Não quero mais saber do que eles são capazes de fazer, já vi o suficiente hoje. - Shisui dizia se virando de costas

    - Tem razão, vamos esclarecer isso outro dia na escola, me espere, não quero voltar para casa sozinha - Disse Akira seguindo os passos de Shisui

    "Enquanto tudo isso acontecia, Aiko estava tendo uma sensação diferente de todas que já tinha sentido em toda a sua vida. No começo parecia apenas uma escuridão uniforme, mas logo tudo foi se formando aos poucos. Sua visão ficava nítida gradativamente apesar de o ambiente continuar escuro. Pouco tempo depois disso, percebeu que sua visão já estava normal e contemplou todo aquele lugar estranho. Pela rápida olhadela que deu, achou o ambiente meio mórbido e apenas conseguia ver fumaças por cima de um fundo cinza cor de grafite que lhe lembravam um dia nublado com nuvens bem carregadas. Ouvia vozes simultâneas com ar que pedia misericórdia. Viu sombras de silhuetas comuns e outras bem diferentes, que não se pareciam como humanos e sim como aquelas descrições de demônios que sempre ouvia nas histórias de terror que seu pai contava na infância, todas acorrentadas em corrente única que pareciam torturar todos os presos. Sem que tivesse tempo para se tranquilizar diante daquele ambiente sinistro, percebeu que algo ou alguém se aproximava lentamente. Deu um passo para trás e ficou em posição de ataque. Conforme aquele alguém se aproximava Aiko ia analisando detalhadamente aquele corpo. Era uma menina, uma jovem para ser mais clara. Ela vestia uma espécie de vestido preto, curto e rasgado, estava branca como uma vela, tinha cabelos longos e sem brilho, brancos, com uma franja que escondia seu rosto, usava uma espécie de bandagens pretas na mão como se aquilo servisse para ajudá-la em seu trabalho, e também tinha correntes em volta de seu corpo. Aiko estava paralisada e quando a pessoa estava a 3 metros de distância a menina levantou a cabeça e deu para perceber um de seus olhos abaixo dos cabelos, seus olhos eram vermelhos e pareciam sofrer... Logo em seguida abriu asas negras e quebradas. Aiko mal fazia ideia de quem estava se aproximando... Era eu, Naoko..."


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!