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Eu amo essa garota!
Capítulo único
Eu a amo.
Dentre todas as suas qualidades, sempre se sobrepôs sua beleza. Admiro sua inteligência e sua coragem, o modo como enfrenta o mundo e a realidade, e acho-a uma guerreira.
Sua voz é doce e suave, podendo seu canto ser igualado ao de uma sereia louca para tragar mais um homem do mar. Seu timbre baixo, suave e rouco em meus ouvidos causava arrepios por todo o meu corpo. Seu sussurrar de prazer sempre me enfeitiçou, talvez por isso eu seja viciada nela.
Seu corpo, ah, seu corpo! Tão belo e invejável que era um pecado que ela não ardesse em paixão por homens, melhor era para mim, sem dúvida. Sentir as curvas suaves contra meu corpo enquanto a pele de porcelana se moldava à minha morena de um recente bronzeado era ir ao céu de prazer e descer a um ardente inferno.
Seus cabelos loiros eram radiantes. Eles brilhavam como os raios de sol e iluminavam a minha vida de tal forma que me enchia de euforia. Tocá-los era como tocar em seda, a textura macia de suas cascatas me aquecia quando seu corpo adormecido estava sobre os meus. Os longos cabelos escorrendo por suas costas e cobrindo o meu corpo.
Seus lábios eram o pecado. Vermelhos e tentadores como a maça que expulsou Adão e Eva do paraíso. Seria um prazer ser expulsa do céu por culpa de tais lábios, aliás, eles já não haviam me retirado de lá?
Os belos olhos azuis acinzentados, sempre com ar de calmaria, brilhavam de luxúria entre quatro paredes. Eles queimavam minha pele apenas com a consciência de ser seu alvo, e qualquer admirador experiente de olhos bonitos diria que os leves riscos cinzentos e de tons mais escuros de azul deixavam as íris exóticas e belas, hipnotizantes. Eu assumia admirá-las com encanto.
Bem, Elizabeth era minha lady, minha rainha, minha Senhora. Liza, como apenas eu a chamava, não Eliza ou Beth como seus amigos íntimos e ousados se dirigiam a ela, era a imagem inglesa perfeita, não era à toa que conseguira facilmente ser aceita no mundo da moda, embora sua beleza fosse comparada nesse meio com muitas outras, sua áurea naturalmente bela e sofisticada lhe dera alguns pontos a mais.
Estávamos juntas há muitos anos, quando éramos apenas pirralhas curiosas em saber como era beijar uma garota. O que começou com inocência se tornou algo doentio de ambas as partes. Havíamos terminado várias vezes, nos envolvido com outras pessoas, nos afastado, viajado para longe, mas nunca ficamos mais do que um mês sem telefonar. Havíamos sim, enquanto namorávamos, ficado meio ano sem nos ver, mas fora por culpa de um trabalho dela no exterior, e o meu fixo me mantivera quieta.
Mas eu me remoía de saudade dela, de vontade de largar tudo e correr para seus braços. Éramos tão opostas, mas tão parecidas, que poderíamos ler a mente uma da outra, imaginar reações, prever atos. Não eram necessárias palavras entre nós.
Seu corpo leve e com curvas deliciosas ao meu toque se remexeu, enquanto ela murmurava algo ininteligível que me fez sorrir para mim mesma, lembrando-me de sua meiguice. Me espreguiçando preguiçosamente, com muito sono e cansaço, aninhei-a em meus braços com destreza, sentindo a seda de sua camisola sob minhas mãos.
Céus, eu amava aquela garota! Nem em mil anos meu amor acabaria, nem em mil anos estaria saciada de seus beijos, nem em mil anos meu corpo estaria satisfeito com o toque de sua pele quente e sedosa.
Ela era minha, eternamente. Eu venderia minha alma ao inferno para poder provar da luxúria, da gula e da avareza para sempre, ao lado dela.
E, afinal, Elizabeth e Alexandria não soava bem juntos?