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Moreno, alto, bonito e sensual; talvez ele seja a salvação da minha noite. Chegou, parou, elogiou, e eu disfarcei e fingi que nem notei. A música começou a tocar e automaticamente eu já estava no meio da pista, colocando em prática todas aquelas aulas de dança particulares. Pisquei e lá estava ele na minha frente, corpos centímetros longe um do outro e rostos quase colados. Virei-me de costas e rebolei ao ritmo da música; risos rolaram, ele me puxou para mais perto e não me beijou. Apenas uma provocação para começar a esquentar a noite. As provocações também começaram de minha parte. Vez ou outra eu chegava mais perto, encostava o rosto no dele e nada de beijar. E assim foi por um bom tempo. Cheguei a pensar que não passaríamos daquilo, que sairíamos da balada do mesmo jeito que chegamos: na seca. Só que numa das aproximações ele me beijou no pescoço, do jeito que só se beija quem tem segundas e terceiras intenções. Arranhei seu peitoral, sentindo me arrepiar inteira, ele me puxou pelo cabelo e então nos beijamos. Até então, tudo foi acontecendo no tempo certo. E a cada minuto que passava, o clima esquentava ainda mais. Pouco tempo depois já estávamos rodando a boate, procurando um local mais discreto para ficarmos mais à vontade. Nós dois já estávamos no ponto, mais cinco minutos de provocações e eu não aguentaria, tiraria minha roupa ali mesmo, então eu resolvi sugerir que a gente saísse de lá.
- Na sua casa ou na minha? - Eu disse decidida e com desejo.
Ele pareceu se assustar com a pergunta, pois me olhou um tanto atônito. Talvez ele tenha se sentido intimidado com meu ultimato, afinal, o primeiro passo foi dado por mim e esse não era meu papel, mas eu o interpretei.
- Que tal no meu carro? - ele piscou e apertou suas mãos contra minha cintura.
Eu o olhei, e desta vez quem se assustou fui eu. Era real? Só podia ser zoação da parte dele. Notei a dúvida no seu rosto e vi que não se tratava de uma brincadeira.
- Eu não vou me expor, o desejo é forte, mas não a ponto disso.
- eu desviei o olhar, esperando suas desculpas, mas não as obtive.
- Conheço uma rua pequena, escura, com segurança, meu carro tem ar condicionado. Claro que não é o motel que você merece, mas garanto que vai ser bom.
Respirei fundo para não virar um tapa na cara daquele pedaço de mal caminho, que estava mais para um cafajeste que se acrescentaria na minha lista.
- Acho melhor você ir para sua casa e eu para a minha.
- eu o afastei com as mãos em seu peito e ele se aproximou novamente.
Ele queria aquilo tanto quanto eu, e em seus olhos eu vi que não desistiria fácil. Então, antes que eu pudesse lhe dizer alguma coisa, senti seus dedos calarem qualquer palavra que sairia de minha boca, sua respiração foi ficando mais próxima e ele encostou sua boca na minha orelha, me fazendo sentir um arrepio longo.
- Se bem que aquele hotel cinco estrelas não fica tão longe daqui.
- falou do jeito mais sexy possível, me pressionando contra seu corpo, me fazendo morder o lábio inferior.