Sorrisos, Segredos e Enganos

Tempo estimado de leitura: 55 minutos

    16
    Capítulos:

    Capítulo 3

    III

    Heterossexualidade, Homossexualidade, Linguagem Imprópria

    Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são meus, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

    SORRISOS, SEGREDOS E ENGANOS

    Side story da fanfiction "O Casamento"

    por Chiisana Hana

    Beta-reader: Nina Neviani

    Capítulo III

    Feira de Rodorio.

    Shura e Camus, encarregados de abastecerem as casas onde viverão até o fim das reformas, param na barraca de carnes.

    (Shura) Eu não sei comprar carne, tá legal? Quem fazia isso era o meu criado. Aliás, por falar em criados, onde estão nossos criados? Só aquele criado enxerido do Aiolia é que anda perambulando por aí.

    (Camus) Não tenho ideia do que fizeram com eles depois que nós 'morremos'. E deixa que eu escolho a carne.

    (Shura)Está aí uma coisa que eu quero saber: por onde anda meu criado? Quem pode nos dar essa informação?

    (Camus) Alguns dos que sobreviveram à Batalha das Doze Casas, eu acho. Mu, Milo, Aiolia. Se bem que também não tenho visto o criado de Milo.

    (Shura) É! Vou perguntar agora mesmo.

    (Camus) Ei, e as compras? Temos que levar logo alguma coisa para as casas. Nas obras só temos almoço e jantar. Nada de café da manhã. Além disso, nos fins de semana teremos que nos virar sozinhos.

    (Shura) Verdade... Olha, aquela não é a irmã perdida do Seiya com a protegida de Aiolia?

    (Camus) Sim. O que tem as duas?

    (Shura, erguendo uma sobrancelha) São jeitosinhas.

    (Camus) Deixa Aiolia ficar sabendo que você anda direcionando seus olhares libidinosos para a protegida dele.

    (Shura) Só vai saber se você contar. Além disso, olhar não arranca pedaço.

    As meninas passam pelos dois dourados olhando-os.

    (Seika, abanando-se) Hum... esses dourados são bonitos, fortões... Me dá até um calor...

    (Lithos) Eles são bonitos, sim. Mas são todos uns chatos. Menos o Olia, claro. Bom, às vezes até ele é chato...

    (Seika, com os olhos brilhando) Chatos ou não, são lindos! Uiui!

    (Lithos) Vamos logo, Seika. O Garan mandou levar as frutas e os ingredientes do bolo que ele vai me ajudar a fazer!

    (Seika) Ai, espera...

    (Lithos, arrastando Seika)Para de olhar para a bunda do Shura... ai! Orfeu! Desculpa aí o esbarrão!

    (Orfeu) Tudo bem. Seu nome é Lithos, não é?

    (Lithos) Sim, sim. E essa aqui é a Seika.

    (Orfeu)Ah, olá, Seika. Querem ajuda com as compras?

    (Lithos)Bom... acho que sim. As sacolas já estão bem pesadas.

    (Orfeu) Então, deixem comigo, mocinhas.

    (Lithos, corada)Obrigada.

    (Shura)Olha lá, o babaca do Orfeu já foi dar em cima das meninas.

    (Camus)Não me parece que ele esteja dando em cima delas. A impressão que tenho é que ele quer ajudar sinceramente, justo o contrário de uns e outros por aí que sempre têm segundas intenções.

    (Shura) Quantas pessoas já disseram que você é chato? Todas que lhe conhecem, né?

    (Camus) Cala a boca.

    (Shura) Você é realmente muito chato.

    -S-A-I-N-T-S-

    Enquanto isso Máscara da Morte se dirige à enfermaria.

    (Máscara)Se Dohko pensa que vai me fazer de peão de obra está muito enganado. Qual é? Fazer cimento! Era só o que me faltava. (entrando) Ai, que dor! Dói muito! Doutor! Socorro!

    (Fatma) O doutor não está, mas eu sou a enfermeira. Em que posso ajudá-lo?

    (Máscara, sem olhar para a moça)Ai, é que eu estou com uma dor aqui no baço e... (ao olhar para a moça, com uma voz sensual) Oi. Como se chama, enfermeira?

    (Fatma) Me chamo Fatma. Parece que a sua dor passou.

    (Máscara) E qual é a dor que não passa ao ver uma mulher linda como você? Mas você não quer me examinar, não, Fatma? Pode ser que a dor volte. (levantando a camisa) É aqui no baço, olha.

    (Fatma)Hum... no baço? O baço fica do outro lado.

    (Máscara)E daí? Quem liga pro lado que fica o baço? Eu quero é ficar com você. Vamos ali atrás pra você ver o baço do lado certo e mais algumas coisinhas.

    (Fatma) Você é bem direto.

    (Máscara) Você nem imagina quanto.

    (Fatma) Mas eu estou trabalhando.

    (Máscara) Trabalhe comigo, então. Eu sou seu único doente no momento. Deve ter uma maca boa aí atrás, né não?

    (Fatma) A maca é ótima, mas...

    (Máscara) Sem "mas". Vamos lá que você tem que curar seu doentinho.

    (Fatma) Eu não resisto a um abdômen malhado. Ui...

    (Máscara) Então vem.

    (Fatma) Ei, deixa eu saber pelo menos seu nome, né?

    (Máscara) Máscara da Morte.

    (Fatma) E isso lá é nome de gente?

    (Máscara) Claro que é. (tirando a blusa dela) Isso tudo é natural ou você mandou fazer na mesa de cirurgia?

    (Fatma) Naturalíssimos.

    (Máscara) Gostei...

    -S-A-I-N-T-S-

    Entardecer em Atenas.

    Marin e Seika são levadas ao aeroporto por Aiolia.

    (Marin, abraçada a Aiolia) Agora tenho que ir, Aiolia. Nosso vôo já vai partir. Volto o mais rápido possível.

    (Aiolia) Eu vou esperar.

    (Marin) Comporte-se muito bem. Você sabe que a Lithos vai ficar de olho.

    (Aiolia) A Lithos e o Garan. Ele também vai me vigiar, claro. Mas você nem precisa se preocupar porque eu vou me comportar muito bem.

    (Marin)Assim espero.

    (Aiolia)Boa viagem, meu amor.

    (Marin)Obrigada, querido. Vamos, Seika?

    (Seika) Ah, claro, vamos.

    Shina entra no avião antes de Marin e Seika embarcarem. Sentada ao fundo, observa as duas entrarem e sentarem-se numa poltrona distante. A viagem é longa e solitária para ela. O passageiro ao lado dela ronca, enquanto ela pensa em Seiya.

    -S-A-I-N-T-S-

    Enquanto isso, no Santuário, o dia de trabalho chega ao fim. Dourados e peões descem as escadarias, ávidos pelo jantar. Dohko tinha descido mais cedo.

    (Milo) Que fome! Eu odeio trabalhar. Anote aí: ODEIO trabalhar.

    (Mu) Não adianta nada reclamar. O serviço mal começou.

    (Milo) É serviço de peão! Eu sou um dourado!

    (Mu) Ou trabalha ou não reconstruímos a sua casa, ok?

    (Milo) É, né? Fazer o quê? Ordens do Mestre.

    (Mu) E lembre-se que eu ainda tenho mais um serviço extra: reconstruir as armaduras. Eu estou reclamando? Nem um pouco. Então trabalhem sem reclamar também!

    (Milo) Por falar nisso, quando é que você vai começar?

    (Mu) Quando Dohko não precisar mais de todos nós aqui. Esqueceram que elas são vivas, que precisam de sangue?

    (Kanon) É uma pena não poder usar sangue de boi. Não vou ficar muito feliz de ter que derramar meu sangue em cima da armadura.

    (Saga) Que armadura? A armadura de Gêmeos é minha!

    (Kanon) Eu também vou ter uma! Dohko me garantiu! Também sou dourado, seu imbecil. Morra de raiva!

    (Saga)Como é que é? Eu vou ter que dividir a minha casa com ele?

    (Mu) Vai. Acho bom vocês começarem a se entender.

    (Saga) Era só o que faltava! Dividir minha casa! Isso é um absurdo! Eu vou conversar com o Mestre sobre isso.

    (Kanon) Não há o que conversar. Ele já me garantiu que terei uma armadura igualzinha à sua.

    (Saga) Eu devia ter matado você. Está sempre querendo tomar o meu lugar.

    (Kanon) Você que não se conforma porque eu sou melhor.

    (Shaka) Parem com essa discussão. Se o Mestre disse que o Kanon vai ter uma armadura, então ele vai.

    (Mu) Isso mesmo.

    No jantar, Camus e Shura sanam suas dúvidas acerca dos criados.

    (Camus) Mu, por acaso você sabe dizer por onde andam nossos criados?

    (Mu) Creio que tenham ido embora depois que vocês "morreram". Mas quem pode informar com certeza é o Milo. (acenando para o Escorpião, que se aproxima)

    (Milo) Quê?

    (Shura) Sabe dizer onde estão nossos criados?

    (Milo) Em Rodorio.

    (Shura) Então temos que chamá-los de volta.

    (Camus) Com certeza. Esse inútil não sabe nem fazer a feira.

    (Shura) Olha quem fala, você também está sentindo falta do seu criado.

    (Máscara da Morte) Opa, opa, ouvi falar em criado?

    (Mu) Sim. Mas antes de qualquer coisa, onde o senhor estava?

    (Máscara da Morte) Na enfermaria, claro! Eu disse que estava passando mal.

    (Milo) Sei...

    (Máscara da Morte) Não mudem de assunto. O que estavam falando dos criados? Onde está o meu?

    (Milo) Aquele idiota com cara de defunto?

    (Máscara da Morte) O Carmelo é muito eficiente! Onde ele anda?

    (Milo) Foi dispensado. Todos foram dispensados. Então eles foram para Rodorio quando a Guerra contra Hades começou.

    (Mu) Quando as casas forem ficando prontas, chamaremos os criados de volta, não se preocupem.

    (Máscara da Morte)Acho bom eles voltarem. Não vou gostar nada de cuidar de problemas domésticos.

    (Mu) Certamente voltarão.

    (Milo) Você devia arrumar um criado para a sua casa, Mu.

    (Mu) Pensarei nisso quando ela estiver pronta.

    -S-A-I-N-T-S-

    Depois do jantar, os dourados dirigem-se ao alojamento dos cavaleiros de Prata.

    Afrodite, Máscara da Morte, Saga e Kanon estão numa das casas.

    (Afrodite) Que saudade da minha casa limpinha e perfumada. Essa coisa aqui não se pode chamar de casa porque é um criadouro de pulgas. Me arrepio todo só de pensar em dormir nesse colchão imundo, com esses lençóis velhos, puídos. Eu quero meus lençóis de algodão egípcio! Eu quero meu pijama de cetim! Meu travesseiro de pena de ganso!

    (Saga)Cala essa boca, Afrodite. Dê-se por muito feliz em estar vivo.

    (Afrodite) De que adianta estar vivo sem ter um lugar belo para morar? Eu prefiro o inferno. Pelo menos lá a gente não precisa dormir e, portanto, não precisa se deitar em camas imundas. Sei lá quem já suou em cima desse colchão...

    (Kanon) Menos drama, por favor.

    (Máscara)É. Já basta esse calor infernal. Lá em cima, no Zodíaco Dourado, é bem mais ventilado.

    (Saga)Você não vai começar a reclamar também, vai?

    (Máscara) Eu vou é tentar dormir.

    (Kanon) Acho bom porque amanhã cedinho o general Dohko quer a gente no batente.

    (Máscara) Falou muito bem. Dohko é um general! Só está faltando ele mandar a gente bater continência.

    (Kanon) Daqui a pouco ele manda.

    Na casa vizinha, Milo, Camus, Shura e Aldebaran conversam. Bom, Aldebaran não fala nada, pois já passou do décimo quinto sono.

    (Aldebaran) Rooooooooooooooooooonc!

    (Milo) Será que o Deba tem um alto-falante por dentro? Que ronco alto! Desse jeito não vou conseguir dormir.

    (Shura) Dá uma cotovelada nele pra ver se pára.

    (Milo, acotovelando Aldebaran) Desliga esse motor de avião!

    Com a cotovelada, Aldebaran vira-se para o lado e para de roncar. Quando Shura, Milo e Camus conseguem adormecer...

    (Aldebaran) Rooooooooooooooooooooooooonc!

    (Milo) O Deba enche o saco até dormindo! Que caralho, meu irmão! Filho da puta!

    (Shura) Ê, boca suja, hein?

    (Milo) Você não ouviu nem um décimo dos palavrões que eu conheço. Vou lá pra fora. Melhor que ficar aqui dentro com esse ronco de avião. Estou sem sono mesmo.

    (Camus) Eu também vou.

    (Shura) Bom, se é assim, não vou ficar sozinho com o Aldebaran.

    Na porta da casa, Camus, Milo e Shura, sentados na soleira da porta, conversam.

    (Shura) E aí, o que vocês vão fazer agora que não haverá mais guerra?

    (Milo) Eu vou para a faculdade, vou pegar todas, vou fazer farra na nova casa de Escorpião! Vai ser o paraíso! Ah, já posso até sentir o cheiro doce da liberdade!

    (Camus) Você podia aproveitar e começar a criar juízo.

    (Milo) E o que é que eu vou fazer com juízo? Eu vou é me acabar nas festas! Os universitários devem fazer muitas festas! Estou me vendo no meio de uma... a música está alta, tem cinco gatas ao meu redor...

    (Shura) Você realmente acha que o Mestre vai deixar fazer festa no Zodíaco Dourado?

    (Milo) Ele não precisa saber.

    (Shura) Até parece. Dohko sabe de tudo. Mas se rolar essa festa, faça o favor de me chamar.

    (Milo) E você, Camus, o que vai fazer?

    (Camus) Eu vou dizer ao Mestre que quero receber um discípulo.

    (Milo) Tá doido? Você não cansou de passar seis anos treinando o pato, quer dizer, o Hyoga? Não encheu o saco, não?

    (Camus) Não. E não chame meu discípulo de pato.

    (Milo) Está bem, desculpe.

    (Shura) Além disso, não há nenhuma armadura vacante ligada aos poderes do gelo.

    (Milo) Esquece isso, Camus. Estou falando como seu amigo. Vai pra universidade, sai desse Santuário. Garanto que não vai doer.

    (Camus) Eu não sei se quero.

    (Milo) Então tá, fique aqui no Santuário treinando um moleque estúpido enquanto a gente aprende uma profissão, cai na night, beija muito e faz outras coisas também.

    (Camus) Sua idéia de felicidade é muito adolescente.

    (Milo) E daí? Melhor que ter cabeça de velhote.

    (Shura) Concordo plenamente. Se o Mestre e a deusa estão nos dando liberdade para viver, por que não aproveitar?

    (Milo)Tinha que ser você mesmo, seu francês metido. Espero que seu futuro discípulo seja a criança mais insuportavelmente chata do mundo. Agora com licença, eu vou entrar. Boa noite para vocês. Eu vou dormir. E com o ronco do Deba, vou acabar sonhando que estou num avião. E se o avião do meu sonho estiver cheio de mulher, melhor ainda...

    Mais adiante Mu, Kiki, Shaka e Dohko também dividem uma das casas. Os três dourados conversam sob o olhar atento de Kiki.

    (Dohko) Daqui a alguns dias irei para o Japão. Fui cuidar disso hoje, por isso saí das obras mais cedo. Preciso falar com Athena pessoalmente. Enquanto eu estiver lá, vocês dois ficarão no comando.

    (Mu) Pode deixar. Nós manteremos tudo sob controle.

    (Dohko) Eu sei. Tenho absoluta confiança em vocês. Fiquem de olho nos demais.

    (Shaka) Ficaremos. Mas agora que estamos só nós três...

    (Kiki) Ei, eu tô aqui também!

    (Shaka) Você não conta.

    (Kiki) Como não? Quando eu for dourado também, você vai ver só.

    (Mu) Fique quieto, Kiki. Continue, Shaka.

    (Shaka) Bom, agora que estamos só nós QUATRO, eu gostaria de saber o porquê dessa exigência de trabalharmos nas reformas. Não me parece que sejamos assim tão úteis.

    (Dohko) Não são. Na verdade, a maioria de vocês trabalha bem pouco. O que eu pretendo com isso é muito simples: quero mantê-los juntos e ocupados enquanto estiver no Japão com a deusa. Vai ser uma viagem bastante rápida e creio que trarei muitas novidades ao voltar. Enquanto isso, acho muito importante que vocês estejam juntos.

    (Shaka) Já que é assim, tudo bem. Eu não conseguia entender o porquê de tanta necessidade nos manter unidos.

    (Dohko)Todo mundo junto é mais divertido! Agora com licença, eu vou dormir! Boa noite!

    Shaka, Mu e Kiki respondem ao 'boa noite' de Dohko e logo adormecem também.

    Continua...


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