Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.
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Chiisana Hana
Beta-reader: Nina Neviani
Capítulo II
Mansão Kido.
Saori e Julian chegaram da China há pouco, tomaram banho e agora preparam-se para o jantar.
(Saori) Julian, eu estava pensando... A Tétis resolveu ir para Asgard com Shido e Bado, mas onde está Sorento? Ele foi conosco à China, sumiu durante a festa e não deu mais notícias.
(Julian) Ah, sim, quanto à parte do sumiço é verdade, mas ele deu notícias. Falei com ele quando retornamos ao hotel.
(Saori) Falou?
(Julian) É. Você já estava dormindo quando ele apareceu, querida. Disse que ficaria em Rozan por algum tempo. Parece que arrumou uma paquera chinesa.
(Saori) Nossa, acho que o casamento de Shiryu e Shunrei foi o momento em que o cupido mais trabalhou em toda a história da humanidade.
(Julian) Provavelmente.
(Saori) Mas por que Sorento saiu da festa daquele jeito, sem falar nada?
(Julian) Eu não sei. É o jeito dele, acho.
(Saori) Amiguinho misterioso esse Sorento...
(Julian) Ele é apenas reservado.
(Saori) Bom, pode ser. Tatsumi!(mais alto) Tatsumiiiii! (ainda mais alto) Ta-tsu-mi!
(Tatsumi, nervoso) Pois não, senhorita!
(Saori) O que há com você? Parece no mundo da Lua.
(Tatsumi) Desculpe, senhorita, eu só estava pensando...
(Saori) Tudo bem, Tatsumi. Eu imagino no que, ou melhor, em quem você estava pensando. Pode mandar servir o jantar.
(Tatsumi) Sim, senhorita. Mais uma vez me desculpe.
(Julian) O que há com ele?
(Saori) Amor. Não o viu conversando com uma senhorinha chinesa?
(Julian) Eu não costumo reparar nos relacionamentos dos subalternos, Saori.
(Saori, irritada) Tatsumi não é um subalterno. Ele era o homem de confiança do meu avô e sempre cuidou de mim, inclusive abrindo mão de sua vida pessoal. Tatsumi faz parte da minha família, Julian. Eu tenho verdadeiro afeto por ele e não vou permitir que ninguém o menospreze.
(Julian) Ora, eu não o menosprezei. É que eu sou distraído, Saori. Não reparo mesmo nessas coisas.
(Saori) Não acho que você seja distraído, pelo contrário. Você é egoísta. Só presta atenção no que lhe interessa.
(Julian) Querida, não é para tanto. Foi só um comentário infeliz.
(Saori, irritada) Muito infeliz.
(Julian) Não vou fazer mais.
(Saori) Assim espero. E fique sabendo que se algum dia eu me casar, Tatsumi entrará na igreja comigo.
(Julian) Tudo bem. Já pedi desculpas. O que mais você quer?
(Saori, saindo da mesa) Quero que aprenda a respeitar as pessoas. Pode jantar sozinho, perdi a fome.
S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T - S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A
Apartamento de Seiya.
Ele, Shina, Seika e Shaka também acabam de chegar da China.
(Seiya) Gostou do jantar?
(Chega) Você quer dizer "do lanche no McDonald's"? É, gostei. O Shaka é que não deve ter gostado muito.
(Seiya) Acho ótimo. Tomara que ele não goste de nada aqui.
(Chega) Você não tem jeito mesmo.
(Seiya, abraçando-a) Estou feliz por você ter aceitado vir comigo. Só não gostei daquele ser meditador ter vindo também, mas o que é que eu posso fazer?
(Shina) Só vou passar alguns dias aqui. Depois volto para o Santuário.
(Seiya) Para quê tanta pressa?
(Shina) Eu vou cuidar da minha vida, não sou desocupada que nem você.
(Seiya) Eu não sou desocupado.
(Shina) Ah, não? Quem passa o dia inteiro de papo pro ar é o quê?
(Seiya) Esperto! E, no meu caso, rico!
(Shina) Eu prefiro chamar de desocupado.
(Seika, interrompendo) Ei, Shina, você vai dormir no quarto do Seiya?
(Shina) Claro que não!
(Seika) Ótimo, porque infelizmente o Shakinha não acha certo dormir no meu quarto. Então você pode dormir comigo e o Shakinha dorme com o Seiya.
(Seiya) Eu não vou dormir com o Shaka!
(Seika) Então durma no sofá.
(Seiya) Eu não! Essa casa é minha! Eu que mando! E eu digo que o Shaka dorme no sofá.
(Shaka) Por mim, tudo bem.
(Seika, ameaçadora) Você não manda em nada! Ou dorme no quarto com o Shaka, ou fica no sofá!
(Seiya) Tá bom. Eu durmo com o Shaka. Pelo menos no meu quarto tem ar condicionado.
No quarto, Seiya deita num colchonete...
(Seiya, emburrado) Seika mandou você dormir na cama.
(Shaka) Você se importaria se eu ficasse no colchonete? Vou meditar um pouco.
(Seiya, pulando na cama) Claro que não! É todo seu! Medita aí. Mas vê se não fica fazendo aqueles barulhos estranhos... oum... oum... oum...
(Shaka) Não vou fazer barulho nenhum.
(Seiya) Ah, antes de meditar, me diz uma coisa. Quais são as suas intenções com a minha irmã?
(Shaka) As melhores possíveis.
(Seiya) As melhores pra você ou pra ela?
(Shaka) Eu me apaixonei pela Seika e tenho as melhores intenções para nós dois.
(Seiya) Se você machucar a Seika, morre.
(Shaka) Seiya, guarde seu discurso para outro. Eu não sou um moleque. Se aceitei vir para cá, foi porque pretendo investir nesse relacionamento com a sua irmã.
(Seiya) Tá, vocês podem namorar. Mas cuida direito dela.
(Shaka) Pode deixar. (pensando) Melhor que você, com certeza.
Enquanto isso, no quarto de Seika...
(Seika) Shina, você gosta mesmo do Seiya, não é?
(Shina) Mais do que você é capaz de imaginar. Por mais que eu tenha tentado odiá-lo a única coisa que eu consegui fazer foi amá-lo cada dia mais.
(Seika) Bom, vocês estão namorando, já é um passo muito importante. E você está aqui com ele. Isso não é da minha conta, mas eu quero dar um conselho: abre seu coração pra ele. Não fica dando patadas no coitado a toda hora.
(Shina) Eu sei que eu sou meio bruta mesmo. Vou tentar melhorar.
(Seika) Então tenta logo, porque homem nenhum aguenta uma mulher que o critica todo o tempo.
(Shina) É. Eu sei... E você com o Shaka?
(Seika, piscando os olhos freneticamente) Aaaaaaah, ele é tão liiiiiindoooo!
(Shina) Eu não acho, mas questão de gosto...
(Seika) Ai, eu acho ele lindão! Alto, loiro, aqueles olhões azuis!
(Shina) Seiya contou pra você que ele costuma andar de olhos fechados?
(Seika) Sim, mas isso não é problema. Eu faço ele mudar isso rapidinho.
(Shina) É, pode ser, né? Agora que ele está namorando, eu não duvido de mais nada.
(Seika) Ele jura que eu sou a primeira namorada dele, mas como é que um loirão lindão daquele nunca namorou ninguém?
(Shina) Pode crer, ele nunca namorou ninguém. Isso é fato.
(Seika) Ai, que maravilha! Pensei que ele estava mentindo pra mim.
(Shina, cansada de tanta conversa) Olha, se você não se incomoda, eu vou dormir.
(Seika) Ah, sim, tudo bem! Boa noite! (consigo) Ai, meu Shakinha é tão perfeito!
S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T - S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A
Dia seguinte, Moscou.
Pouco antes do meio-dia, o som estridente do telefone faz Hyoga acordar.
(Hyoga, sonolento) Alô...
(Interlocutor) Ah, finalmente! Bom dia!
(Hyoga) Só se for pra você. Aliás, quem é você?
(Interlocutor) Sou Aaron Knighter, produtor de cinema em Hollywood e gostaria de falar com Alexei Ya... Yo.. Yu... .
(Hyoga) É Alexei Yukida. Sou eu. O que quer?
(Aaron) Eu assisti ao filme do qual você participou.
(Hyoga) E daí?
(Aaron) E daí que você teve um desempenho medíocre.
(Hyoga) E você me acorda pra dizer isso? Vai procurar o que fazer, seu filho de uma cadela.
(Aaron) Calma! Não desligue! Seu desempenho no filme é sofrível, mas eu acredito no seu potencial, garoto. Eu quero lhe oferecer um curso de artes cênicas em Los Angeles. Sou um dos professores de lá.
(Hyoga) Curso? Que brincadeira é essa?
(Aaron) Não é brincadeira. Eu me informei na sua agência, aliás, foi lá que consegui seu telefone. Você é menor de idade, então eu preciso falar com seus pais também.
(Hyoga) Tudo que tiver pra resolver tem que ser comigo mesmo. Eu sou órfão. Sou dono do meu nariz, ok?
(Aaron)Ok. Ok. Então venha almoçar comigo hoje para acertarmos os detalhes.
(Hyoga) Certo. Conhece o Glaser? É um restaurante perto da minha casa.
(Aaron) Conheço. Espero você lá às treze horas em ponto. Não se atrase.
(Hyoga) Eu não costumo me atrasar. Se isso for uma brincadeira, você vai se arrepender amargamente.
(Aaron, rindo) Essa juventude é tão impulsiva! Até mais tarde!
Hyoga se levanta da cama ainda irritado por ter sido acordado bruscamente e vai tomar banho.
(Hyoga, consigo) Curso em Los Angeles... será que isso é uma brincadeira?
Depois do banho, ele se veste e vai para o restaurante a pé. No caminho, passa por um grande outdoor com uma foto sua, feita poucas semanas atrás. Parou para olhar-se. Está sorrindo na foto. Imagina se seu filho terá um sorriso parecido, se terá seus olhos. Pensando no filho, também sorri. Continua andando. Ao chegar ao restaurante, o mesmo onde costumava almoçar com Eiri até dias atrás, um garçom prontamente indica a mesa onde o americano o espera. É um homem alto, robusto, com os cabelos castanhos começando a embranquecer e grandes olhos azuis. Ele acena para Hyoga impacientemente.
(Aaron) Ah, olá, Sr. Alexei.
(Hyoga, tentando esboçar um sorriso) Olá. Vamos direto ao que interessa, ok?
(Aaron) Claro. Eu acredito que você pode ser o novo astro de Hollywood. Acredito de verdade. Por isso, resolvi oferecer o curso. São seis meses em Los Angeles. Obviamente isso não é o bastante. Um bom ator está continuamente aprendendo.
(Hyoga, lembrando-se das batalhas) Em qualquer profissão é necessário aprender sempre.
(Aaron) Sim, é verdade. Bom, depois do curso, se você se sair bem como eu espero, tenho um papel de protagonista para lhe oferecer.
(Hyoga, hesitante) Eu não sei. Ir para os Estados Unidos agora talvez não seja uma boa ideia. Ainda tenho muita coisa para fazer aqui em Moscou. Minha carreira de modelo vai muito bem. Deixar tudo para trás agora é meio insano.
(Aaron) Podemos ver com sua agência uma transferência do seu contrato para outra agência americana e você recomeça a carreira lá enquanto não termina o curso. Olha, eu acredito muito em você. Não costumo oferecer meu curso a ninguém, exceto quando eu vejo que a pessoa pode ser grande.
(Hyoga) Pode ser. Se eu aceitar, quando terei de viajar?
(Aaron) Em três semanas, no máximo.
(Hyoga, respirando fundo) Está bem, eu aceito. Não posso deixar essa chance passar. Vou combinar tudo com o pessoal da agência.
(Aaron) Excelente! (mostrando uns papéis) Aqui estão os papéis da matrícula no curso, eu vou cuidar de tudo. Aqui está meu cartão, tem meus telefones para o caso de você ter alguma dúvida.
(Hyoga) Obrigado. Aaron, preciso que você me indique um bom apart-hotel em Los Angeles e também um curso de inglês. Acho que vou precisar.
(Aaron) Ah, claro. Eu já tinha pensado nesse curso também. Providenciarei tudo.
(Hyoga, chamando o garçom) Ótimo. Agora vamos almoçar porque tudo isso tudo me deixou com fome.
Depois do almoço com Aaron Knighter, Hyoga retorna para casa.
(Hyoga, pensando) Em menos de um mês estarei nos Estados Unidos. As coisas estão acontecendo rapidamente. Que reviravolta! Dias atrás eu estava com a Eiri, no meu apartamento aqui em Moscou e agora... Tudo acontece mesmo quando tem de acontecer. Se a Eiri estivesse aqui, nós brigaríamos feio, nos magoaríamos e eu acabaria indo para os Estados Unidos de qualquer jeito, levando-a a contragosto ou deixando-a sozinha. No final das contas, foi mesmo bom ela ter ficado em Rozan. Eles devem ter ficado lá. Mu não a levaria para Jamiel. Pelo menos é o que eu acho. Preciso descobrir se realmente estão lá para avisar da mudança. Não posso perder o contato com eles. É o meu filho que ela carrega no ventre. E também preciso avisar aos meus irmãos.
Ao chegar a casa, ele pega o telefone e disca um número.
(Hyoga, ao telefone) Oi, Shun.
(Shun, surpreso) Hyoga! Nossa, um verdadeiro milagre. Você nunca liga pra ninguém! Ainda mais logo depois de nos vermos. Aconteceu alguma coisa?
(Hyoga) É, aconteceu. Eu vou mudar para os Estados Unidos.
(Shun, perplexo) Como assim vai mudar?
(Hyoga) É. Vou fazer um curso em Los Angeles. Por enquanto o que tem de certo é que passarei seis meses lá. Mas a depender do resultado do curso, posso até ficar de vez.
(Shun) E a Eiri, o que ela está achando disso?
(Hyoga) Eu não sei. Ela ficou em Rozan.
(Shun, incrédulo) Você a deixou na China?
(Hyoga) Ela quis ficar. Desceu do carro, pegou a mala e disse que ficaria. O que você queria que eu fizesse? Que a amarrasse e arrastasse pra cá?
(Shun) Não, mas eu não sei o que pensar.
(Hyoga) Ela se apaixonou pelo Mu. E quer saber? Foi bom para nós dois. Não faria bem pro meu filho crescer no meio das nossas brigas. O ruim é que vou ficar longe dele, não vou ver a barriga crescer. Mas darei um jeito de ir visitá-lo sempre.
(Shun) Estou perplexo.
(Hyoga) Só torce pra dar tudo certo, ok?
(Shun) Torço, sim. Quero muito que você seja feliz.
(Hyoga) E você, como está?
(Shun) Estou bem. Só estou com saudades da June. Ela está em Las Vegas agora. Tem um campeonato de tae kwon do lá.
(Hyoga) Vegas! Vocês estão namorando mesmo?
(Shun, rindo) Estamos!
(Hyoga) Legal. Tomara que dê tudo certo. Também estou torcendo por você.
(Shun) Obrigado. Boa viagem e boa sorte.
(Hyoga) Obrigado, Shun. Antes de ir, ligo outra vez.
(Shun) Ok. Até logo, então.
Shun desliga o telefone.
(Shun) Ikki, você não vai acreditar.
(Ikki) Depois de você (fazendo gestos obscenos) com a loiraça, eu acredito em qualquer coisa.
(Shun) É sério, Ikki! O Hyoga deixou a Eiri em Rozan.
(Ikki) Sorte dele. Aquela Eiri era uma chata. E ainda chifrou o pato! Mutação genética: pato chifrudo do gelo!
(Shun) Ah, Ikki, não dá para conversar coisa séria com você.
(Ikki) Por falar em dar, você e a loira transaram mesmo ou é só invenção?
(Shun, coradíssimo) Ikki! Isso é coisa da minha intimidade!
(Ikki, coçando o queixo) Eu sei. Como é que essa loira conseguiu a proeza de levar você pra cama assim tão rápido? Penso, penso e não acho uma resposta.
(Shun) Eu não vou entrar em detalhes com você.
(Ikki) Ok. Não pergunto mais.
(Shun) Acho bom. Por que está arrumado?
(Ikki) Vou sair com a Pand. Estrear o carro novo.
(Shun) Que carro?
(Ikki) O que eu comprei hoje cedo.
(Shun) Você não me disse que tinha comprado um carro.
(Ikki) E eu por acaso tenho que avisar você de tudo que faço? Fui lá, comprei e pronto. Não preciso colocar na rádio que tenho um carro.
(Shun) Aff. Que carro é?
(Ikki) Um conversível pretão com azul. Um carrão, mano.
(Shun) Você já tem idade pra dirigir, mas ainda não tem habilitação.
(Ikki) E daí! Botei placa da Fundação Graad e ninguém enche o saco. Depois eu tiro a porcaria da carteira.
(Shun) Ikki, isso não é certo.
(Ikki) Mas como você é chato!
(Pandora, saindo do quarto) Vamos?
(Ikki) É, vamos logo! Antes que a chatice do Shun passe pra mim.
(Pandora, entendiada) Desde que a frescura não passe também...
(Shun) Ah... Vão embora, vão. (pegando o telefone e discando um número) Eu vou aproveitar pra ligar pra June. (ao telefone) Gostaria de falar com a Srta. June, por favor. (alguns segundos depois) Oi, Ju.
(June) Oi, lindinho! Que bom que você ligou. Estou com tanta saudade que você nem imagina.
(Shun) Eu também estou com saudade. Como foi a luta?
(June) Eu ganhei, claro. A medalha é linda!
(Shun) Aposto que sim.
(June) Voltaremos pro Japão em dois dias. Vou ficar na casa que a Agatha alugou pra gente, mas vou te ver todo dia.
(Shun) Que maravilha, Ju! Eu estou sentindo muita saudade.
(June) Ah, Shunzinho! Eu também. Eu te amo tanto!
(Shun) Também amo você, Ju.
(June) Agora tenho que desligar, fofinho. Agatha vai nos levar pro cassino!
(Shun) Está bem! Amanhã ligo de novo. Boa sorte!
(June) Obrigada, lindinho!
Continua...