Querido diário,
Estou aqui novamente. As notícias ? como sempre ? não são boas.
Perdi grande parte do que ainda me fazia viver. Grande parte não, tudo. O matei com minhas próprias mãos. O motivo? Vários. O principal? O minha imprestável inveja.
Ódio. Uma das palavras que pode expressar o que sinto por mim. Como pude ser idiota a esse ponto? Já não bastava ter meus familiares mortos. Parece que Deus não se conformou e tirou o que ainda restara de mim. Se é que ele existe. Ainda que exista, não posso culpa-lo de algo que eu mesmo fiz.
Ainda sinto aquela dor no peito. Sim, aquela que me fez matá-lo. Queria saciar essa dor. Fazer passá-la. Ainda não passou. E talvez nunca passe. Dei-me conta disse agora. Viverei eternamente com esse pecado atordoando-me a cada segundo.
Além disso, sinto saudades. Aqueles olhos. Azuis. Como a cor do céu. Impossíveis de se decifrar. Seu sorriso. Nunca perdia uma oportunidade de mostrá-lo. Como amo e odeio aquele sorriso. Era tão dócil e ingênuo. Mostrava o quanto era feliz. Inveja. Também sinto isso quando lembro-me do seu sorriso. Isso dar-me ódio. Porquê ele tem a felicidade e eu não? Infelizmente a vida o escolheu, não a mim.
Com o pouco que vivi, tirei algumas conclusões sobre a vida. Ela é injusta. Para alguns ela é a pessoa mais dócil que possa-se pensar. Ela é submerso a pessoa. A pessoa pode comandá-la. Em quanto para outros, ela arranca-lhe tudo e ainda espera mais. Mais. Ela tem sede por sua desgraça e ainda espera que a contemple. Mesmo que seja com o mais falso sorriso no rosto. Ela quer tê-lo em suas mãos. Por um mero segundo, ela dar-te tudo que queres, para depois tira-lhes e ver sua desgraça. Isso a faz feliz. E como.
Mas bem. É apenas o que eu penso. Ou melhor, o que eu sei.
Aprendi outra coisa nesses últimos dias. Sabe aquela dor no meu peito? Amor. Sim, eu amava ? amava não, amo ? aquele loiro. Pena que fui descobrir muito tarde. Por isso digo que continuarei com essa dor eternamente. Faz 2 semanas desde o ocorrido. A dor aumenta a cada dia. A cada hora. A cada segundo.
Ela não para. Destrói-me por dentro.
Tristeza. É difícil tentar lembrar-me dele sem ficar triste. Suas últimas palavras foram ?S-sasuke, eu te a-amo. Estarei esperando-lhe. E antes que pergunte-me, te perdoo por t-tudo.? Depois disso fechou seus olhos e dormiu. Dormiu para nunca mais acordar. Dormiu deixando para trás pessoas que amavam-lhe. Entre elas, eu.
Bem, queria dar um último aviso. Será a última vez que escreverei. Quero livrar-me dessa dor. Quero encontrar quem amo. Naruto. Não quero fazê-lo esperar. Não tanto quanto já esperou. Vou ao meu encontro com ele. No céu. Ou quem sabe, no inferno.
Não tenho nada a perder. Amigos? Não possuo um. Família? Já estão todos mortos. Amores? O meu único está aonde irei agora.
Não sei o faço hoje. Agora.
O pote preto está ao meu lado. Torturando-me.
A felicidade às vezes é tão fácil. É só eu abrir o pote e beber o que está dento. Assim, dormirei. Como meu amado. E poderei encontrá-lo. E com ele, estará minha felicidade.
Agora, minhas últimas palavras serão ?Eu te amo, Naruto?.