Mamãe! - Dakar ouviu ao entrar no quarto.
Fechou a porta lentamente para não fazer mais barulho.
- Cala-te. - Ele disse à voz.
Não sabia onde a dona da voz estava, era uma voz doce, chorosa, parecia de uma garotinha. Ele procurou dentro do berço, nada havia, olhou atrás da poltrona e nada encontrou, havia pouquíssima luz no quarto e ele tinha 5 minutos. Foi então que olhou para um guarda-roupa velho, feito de carvalho e resolveu abri-lo, ao puxar a porta que rangeu havia ali uma garotinha loira com o cabelo cheio de cachos, idêntica a garotinha da sala principal, eram gêmeas. Ela estava encolhida com a cabeça entre as pernas, foi levantando lentamente a cabeça e viu aquela sombra de olhos vermelhos na sua frente.
A porta do quarto se abriu bruscamente e de lá um garoto entrou no quarto avançado até as costas de Dakar que, num reflexo tirou uma estaca de dentro da capa e cravou no peito dele, fazendo-o passar desta para melhor, era exatamente meia noite. A garotinha gritou horrorizada ao ver o irmão morrer e começou a chorar, Dakar pegou um frasco comprido e cortou o pulso do garoto, de lá saiu um líquido prateado que ele guardou para si.
- Você vem comigo, você vai ser minha protegida e a partir de agora você nascerá novamente. ? Ele pegou o pulso gordinho da menina e olhou a pulseira de ouro que ela usava, nela estava escrito: Kyra.
Ao chegar em casa a garotinha não estava com medo, mas ela ficou calada e compreendia Dakar, ficou sentada no sofá calada. Dakar foi para o canto da sala onde havia uma mesa comum caldeirão pequeno, tirou da capa o frasco com o liquido prateado e o jogou dentro do caldeirão, pegou uma faca e a analisou. Deu uma olhada para trás para ver Kyra, ela estava quieta, voltou-se para seu trabalho, pegou a faca e cortou seu pulso que começou a sangrar demais, jogou bastante de seu sangue no mesmo recipiente do sangue do vampiro, que era seu próprio veneno, e misturou tudo.
O liquido vermelho cintilante que de lá saiu, cheirava como ferro e era azedo como limão, Kyra olhou para as costas do sofá e viu Dakar, ela ficou olhando com uma cara séria e sorriu para ele.
- Você quer? - Ele balançou um copo com o líquido.
Ela apenas o olhava. Ele entregou a ela o copo, e ela bebeu tudo e gostou. Dakar a encarou e passou o dorso da mão no cabelo dela.
- Agora você está a salvo, Kyra. ? Disse enquanto rasgava o braço da menina com sua unha.
Ela não gritou, apenas sorriu.
- Eu gosto de você - ela disse para a sombra de olhos vermelhos.
E o rasgo em seu braço se fechou no momento em que Dakar retirou sua unha de lá.
- Agora você é eterna. In perpetuum, in aeternum, sine fine.