- Claro, estou ótima.
Quando penso que não é possível treinar mais arduamente, Ikuto me faz mudar de ideia. Nossa dança esta semana é a rumba e , adivinhem, estou tendo dificuldade com ela. Agora que Hank , e o empreiteiro, e Walker, o policial, foram eliminados da competição, somos apenas oito casais.
- Nada de calcanhares, Amu - ikuto diz, frustrado.
- Mova o quadril, pernas retas e muito movimento na ponta dos pés, esse é o segredo da dança.
- Certo. - Mas rebolar me dá vontade de rir.
- isso não é engraçado, Amu . - Ele me olha com a sobrancelha erguida, e sei que estou encrencada.
- Desculpe.
Depois de me encarar por alguns segundos, ele diz:
- Esta dança conta a historia do amor e do erotismo entre um homem e uma mulher de uma maneira sensual e provocante. tente me conquistar usando seu charme feminino.
Meu charme feminino.....sei.
- Certo - digo como se tivesse compreendido.
- Nesta dança, a ênfase é no corpo . A movimentação do quadril é obtida por meio da transferência de peso de um pé para outro - ele explica e demonstra.
Nossa . como esse homem consegue se mexer desse jeito?
- Os passos na dança devem ser fortes, diretos. Sensualidade é a chave. - Ele demonstrada. - Não é tão difícil - Tenta me tranquilizar, confundindo minha expressão com espanto.
Claro que não digo nada, mas sei que praticar essa dança sensual e não me atirar sobre ele será muito difícil.
Ikuto bebe água de uma garrafa enquanto observa suas anotações. sem saber o que fazer, continuo encarando-o até ele dizer:
- Pode começar a se alongar, Amu, enquanto leio algumas coisas aqui.
- Certo.
Sento-me no chão, afastando as pernas para os lados e me inclinando para a frente. seu tom de voz parece demonstrar que está bravo comigo e imagino o que fiz para irritá-lo. olho-o de relance; ele está apertando os lábios e tem a testa franzida,como se algo o estivesse incomodando. imagino se tem a ver com Layla. Eu a vi com ele ontem á noite, depois da eliminação, e os dois pareciam discutir, mas não consegui descobrir o que se passou entre ambos. Não que se da minha conta.
- Está tudo bem ?
Após me encarar por alguns segundos, ele finalmente diz:
- Estava fazendo algumas mudanças na coreografia. Tivemos uma reunião com Michell esta manhã , e já que temos apenas oito casais, ele nos informou que teremos dois minutos a mais para cada dança.
- Ah. - Estou aliviada e desapontada ao mesmo tempo.
- Vamos diminuir o tempo do ensaio desta manhã , mas teremos de ficar um pouco mais depois do almoço, está bem ?
- Sim, claro.
Levanto-me e fico de pé . ikuto é tão profissional que me pergunto se ainda se lembra da noite em que fizemos amor.
Com determinação , afasto esse pensamento triste e me concentro na tarefa que temos á nossa frente.
- Os passos são " lento , rápido, rápido,lento". Venha aqui e vamos começar com a posição inicial.
Seguro mão dele e me posiciono.
- Vamos começar com os passos de Rumba, caminhar e então mais uma combinação de passos. Depois disso faremos uma volta de oito compassos por baixo do branco, certo ?
Minha expressão deve falar por mim, pois ele continua:
- Apenas siga o que faço . Quando se acostumar com os passos, treinaremos com musica. Não é uma dança complicada, mas depende de emoção. Precisamos transmitir o romance, a interação entre nós. Pode parecer meio bobo, mas quero que pratique expressões sensuais no espelho quando estiver no seu quarto , está bem ?
Faço que sim.
- Mas leve sério . Não é para rir de si mesma.
- Você me conhece bem demais. - Espero que ele de risada, mais isso não acontece.
Aprendo os passos rapidamente, talvez por ele ser um excelente professor. Dançar tem se tornado algo natural e imagino quantas outras coisas eu gostaria de fazer se tivesse oportunidade. No meio de uma sequencia de passos , juro a mim mesma que vou começar a fazer novas e interessantes. Não sei exatamente o que , mas se consigo dançar com um dançarino profissional , deve haver outras coisas que possa fazer bem , e pretendo experimenta-las . Nunca mais vou viver numa rotina.
Claro que todo esse devaneio sobre minha vida futura me faz perder a concentração e acabo tropeçando . Ikuto me segura pela cintura e coloco as mãos sobre seus ombros, para me equilibrar.
- Perdão - digo, tão próxima de sua boca que nossos lábios chegam a encostar de leve e, não fiz de propósito, juro.
Sinto ele apertar minha cintura com força e estou prestes a me desculpar novamente, mas quando me dou conta, estamos nos beijando. Passo meus dedos por entre seus cabelos, e sem conseguir me controlar, me apoio, mas imagino que ninguém beije tão bem quanto ikuto. Seus lábios são suaves e firmes ao mesmo tempo, e seu beijo é exigente, mas gentil.
Ficamos abraçados nos beijando por um longo tempo,cada vez mais conectados, mais entregues ao prazer... e então ele se afasta um pouco e apoia a testa contra a minha.
- Ah, Amu.
- Vai dizer que não deveríamos ter feito isso, não é ?
- Sim. Faço as regras e não consigo segui-las . Sempre acreditei ser disciplinado, mas no que diz respeito a você, não consigo me controlar. Sinto muito. É só que...
- Ah, me perdoem, estou interrompendo ?