"E ele estava lá, lá no alto de uma casa em Underground às onze e meia da noite, segurava uma lança de madeira com suas mãos compridas e finas procurando pelo Lobisomem que iria se transformar naquela noite pela primeira vez. O homem morava sozinho e tinha por volta dos 25 anos. Ouviu-se então um grito.
- Aarg! Mas o que...
O som da madeira queimando na lareira foi logo substituído por um de patas enormes batendo pelo chão de pedra da casa e era bem alto, Dakar olhava atentamente pela janela, o lobisomem tinha o focinho comprido e também um par de olhos vermelhos. O bicho se virava no chão e derrubava tudo o que estava pela frente, mesa, cadeiras, tudo.
- Há!
Dakar gritou ao entrar pela janela, quebrando todos os vidros, muitos cacos pegaram em seu braço que logo ficou sangrando e pingava sangue por toda parte, mesmo assim ele estava firme com a lança e encarava a fera. O bicho parou e olhou para Dakar, mas especificamente para o seu braço sangrento, começou a rosnar e preparar seu corpo para avançar.
- Venha! Eu não tenho medo de você seu canibal nojento!
Dakar sabia que para matar lobisomens teria que perfurar sua veia principal no pescoço, a veia jugular. Nesse instante o lobisomem avançou para Dakar, jogando suas patas nos ombros do mesmo, e lá no chão, Dakar não teve medo, ele tentava empurrar a fera na direção oposta, mas sempre desviando seu braço que era o alvo principal.
Mesmo assim, um grito rouco e doloroso saiu de sua garganta, seu braço havia sido mordido e arrancado um pedaço, ele cobriu logo com sua capa e com sua lança partiu para cima do inimigo que degustava sua própria carne.
- Morra! - Ele disse tentando fincar a lança em seu pescoço.
O lobisomem desviou e rosnou alto para ele, agora ambos estavam em uma batalha, o bicho se esquivava e Dakar atacava, até que por fim, ouviu-se um choro, um lamento, e um estrondo causado pelo grande corpo no chão. Nada mais se via além do corpo e uma poça de sangue em volta de sua cabeça, o matador havia sumido junto com o medo daquela cidade que agora ficaria segura, era meia noite."