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~~~~Dino ON~~~~
Cara, como é cansativo ensinar um garoto a lutar! Desde que me tornei o sensei daquele Hibari tenho que ir para a casa dele por, pelo menos, três vezes por semana. Hibari é o presidente do Comitê Disciplinar do Colégio de Namimori, eu soube que todos têm medo dele ( tanto alunos quanto professores... ). Faz dois anos que estou treinando esse guri e, puxa, ele é forte pra cassete! Ele pode ter quebrado três costelas minhas, mas ele ainda não me superou! Bem, pelo menos é o que eu penso...
Hoje eu estou indo na casa dele, mas soube que logo vai chover. Minhas suspeitas se concretizam quando ouço uma trovoada de longe. Começo a correr quando o chuvisco se transforma em uma garoa pesada, minha roupa fica toda encharcada e meus sapatos fazem sploft a cada pisada que dou. Dobro a esquina, mas acabo esbarrando em algo e acabo caindo de cara em uma poça gigantesca. Minha cara fica toda suja, e quando me levanto e viro para ver no que eu tinha tropeçado, eu me deparo com uma enorme caixa de papelão. Fico com raiva e a chuto e, antes de ir embora, ouço um miado. Confuso, olho dentro da caixa, e o que encontro é um gato enrolado em um amontoado de panos sujos e velhos. Ele está tremendo de frio, fico com dó do bichano e o pego, enrolado com os panos, e o coloco dentro de meu casaco. Enquanto sigo meu caminho fico pensando em quem irá cuidar dele. Ultimamente eu ando muito ocupado pra cuidar de um animal, Hibari já possui dois bichos de estimação e duvido que queira mais um... Hmmm, Reborn e Colonello estão fora de questão (Reborn faria do gato uma máquina de matar, e Colonello... bem, o Colonello nem se lembraria de ter um mascote...).
Faltando duas quadras para a casa de meu aluno, eu penso em um plano brilhante.
~~~~Dino OFF~~~~
~~~~Hibari On~~~~
Estava sentado no sofá lendo um livro qualquer quando a campainha tocou. Fui atender a porta e encontrei um Dino ensopado. Ele estava atrasado.
? Faz meia hora que estou te esperando e, apesar de com essa chuva, você ainda pode me treinar. - Eu o encarei, pensando que ele não poderia me enganar usando a desculpa "É meio difícil treinar nessa chuva, portanto vou pra casa!".
? Desculpe, é que tive um contratempo inesperado, hehe. - ele disse, coçando sua cabeça. Saí de perto da porta e fui até a sala, com o canto do olho vi Dino tirar algum tipo de embrulho do casaco (com muito cuidado, pelo visto) e o deixar em uma cadeira. Depois, ele também retira o casaco e cobre o embrulho."Me pergunto o quê terá dentro do embrulho... bem, mas isso não é problema meu." Com a ajuda de Dino, nós empurramos os móveis da sala para termos mais espaço, e começamos a treinar. O treino consistia, basicamente, de treinar meu corpo e mente, mas como treinar minha mente é um saco eu pedi/obriguei o Dino a treinar mais o meu corpo. Eu já era bem forte e temido por todos, mas não iria fazer mal algum ficar ainda mais forte.
Três horas de treinamento depois meu professor já não aguentava ficar em pé, e eu estava ofegante.
? Bem, acho que por hoje chega, Hibari. - ele disse, indo até a cadeira que fica perto da porta para pegar seu enorme casaco. - Ah, quase me esqueço, não teremos aula pelos próximos seis meses.
? Como assim? - perguntei, sem entender. Era comum ele viajar, mas sempre por cerca de uma, duas ou até três semanas, mas seis meses era muto tempo. Me pergunto o motivo.
? Bem, eu vou ter que ir para a Itália,sabe como é, né? Assuntos de família e emprego. Foi mal não ter contado antes, mas é... que bem... eu esqueci! - fiquei com uma misteriosa vontade de dar um belo soco naquele sorriso cara-de-pau. Uma veia saltou de minha testa.
? Certo, - suspirei - mas, quando voltar, quero que me treine em dobro, para compensar o treino perdido.
? E-em dobro?! ... ta certo então...- uma aura azul aparece atrás dele. - Ah! Quase me esqueci! De novo... - ele voltou ao normal e me olhava de um jeito suspeito.
? Do quê? - senti um mal presságio quando ele pegou o embrulho misterioso.
? Bem, - ele começou a dizer, ao mesmo tempo em que abria a porta - ele estava abandonado, eu pensei um pouco e você, mesmo que não queira, é perfeito para o papel. Portanto... - ele me joga o embrulho nos braços a sai correndo - TOMA QUE AGORA É TEU!!! - fiquei confuso, e quando olhei para fora ele já estava dobrando a esquina quando disse: - Cuide bem dele! Senão eu não irei mais te treinar!! - e foi-se embora.
Atordoado com esse acontecimento eu olho para o embrulho em meus braços, ele era feito com panos velhos e, provavelmente, sujos. Fiquei com raiva daquele sensei idiota e quase jogo esse "presente" no chão, se eu não tivesse sentido algo se mexer dentro dele. Hesitante, abro o embrulho e vejo um pequeno gato com uma pelagem castanha toda molhada, o pequeno estava dormindo.
Meu único pensamento: "Eu irei morder aquele filho da mãe até a morte!"