Alma Gêmea: O Anjo da Guarda

Tempo estimado de leitura: 2 horas

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    Capítulos:

    Capítulo 16

    Alex

    Os pais e alguns parentes chegaram para visita-lo, e ficaram discutindo sobre seu nome. Um tio disse que não gostava desse nome ?Alex?, que era pra ter escolhido outro. Dei risada, ele estava louco, esse nome era lindo. Peguei o cristal para ver o nome da alma de Alex. ?Se você não gostou de Alex, deve gostar desse aqui?, pensei, e virei o cristal para ver o nome. Minha boca se abriu diante da surpresa. Eu não estava acreditando naquilo.

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    Cap. 16

    O nome que constava no cristal... Era o nome da alma que eu havia amado em outra vida. Era da pessoa de que eu tanto sofri por não tê-la, por perdê-la. O nome da alma do homem que vivia em minha mente, constantemente, desde o primeiro dia que o vi. Era o motivo, a razão de hoje eu estar aqui. Era o nome da alma de Dan.

    Meus olhos estavam arregalados. Eu estava completamente imóvel, fitando aquele nome que já não era tão estranho como na primeira vez que li. Eu não podia acreditar nisso. O Alex... é o Dan?

    Senti uma mão tocar meu ombro. Saí do gelo e virei pra trás pra ver quem era. Era Kaleb. Ele sorria de canto pra mim, como quem já sabia de toda a história.

    - Tá vendo? Eu não te disse que Deus preparou uma coisa bem legal pra você? ? disse ele.

    Eu não conseguia raciocinar direito. Olhava pra Alex, tão pequenino... Não conseguia imaginar a alma de Dan naquele pequeno ser. Não sabia se isso seria bom ou ruim pra mim, cuidar de Alex significaria cuidar de Dan? Oh, Deus, o que eu iria fazer daqui pra frente?

    - Lucy, você vai ver como é bom cuidar de criança. É uma energia a mais, um sentimento bom, puro, sincero. Irá se distrair muito com esse garotinho, e de alguma forma, você irá esquecendo cada vez mais do que aconteceu... Bem, vou te deixar com ele. Até mais.

    Kaleb sorriu e se foi. Tentei sorrir também, mas acho que minha tentativa foi em vão e no máximo minha boca tremeu. Respirei fundo. Depois de um ano as coisas ainda estavam difíceis, mas agora... Não tenho ideia do que vai acontecer. Mas vou seguir o conselho de Kaleb: quem sabe Alex não me faz feliz? Quem sabe ele não me faz esquecer um pouco de tudo o que eu passei?

    Passei a acompanhar de perto cada dia da vida daquela criança. Alex era um bebê manhoso, adorava passar o dia dormindo no colo da mãe. À noite, quando ele dormia no berço, eu passava a observá-lo. Não tinha como não deixar de notar como ele e Dan eram parecidos, nos mínimos detalhes. Principalmente no olhar...

    Cada ano que se passava, aquele menino ia me conquistando. Sentia-me uma irmã, que precisava estar ali pra qualquer coisa a qualquer momento. Sentia-me feliz com seu desenvolvimento, seus primeiros passos, sua primeira palavra, seu primeiro dia na escola...

    Um dia, com 5 anos, Alex brincava na área da casa com o cãozinho boxer que acabara de ganhar de presente do pai. Dera-lhe o nome de Dudu, e brincava correndo pela grama com ele. Resolvi me aproximar ? sentei-me em uma cadeira para vê-lo brincar. O cachorrinho correu pro lado que eu estava, e Alex virou-se para vê-lo. De repente, algo aconteceu.

    Alex parou de correr e ficou fitando-me. Do jeito que Dan me fitava, como quem queria me reconhecer. Desde aquele dia na maternidade, que ele me olhou, ele nunca mais deu sinal de que me via. Até hoje. Ele estava parado que nem uma estátua olhando pra mim.

    - Você está me vendo, querido? Pode continuar brincando com o Dudu, só quero te ver brincar! ? disse, meio que só por dizer, afinal de contas, ele não ia me escutar.

    Segundos depois Alex se abaixou chamando o filhote de boxer. Pegou-o no colo e saiu correndo pra dentro de casa chamando a mãe. ?Oh, Deus, eu o assustei!? pensei. Acompanhei-o até a cozinha, onde a mãe estava, e o ouvi dizer:

    - Mamãe, tem uma menina lá fora, sentada no banquinho.

    - Que menina, filho?

    - Não sei, mãe, ela tava sozinha.

    - Ela não queria brincar com você e com o Dudu?

    - Acho que não. Ela não é criança, mãe. E ela disse que só queria me ver brincar com o Dudu.

    Eu não acreditei nessas palavras. Senti meus olhos lacrimejarem quando as escutei. Alex pôde me ouvir!!!

    A mãe de Alex foi checar essa ?tal garota?, mas, ao achar ninguém, ficou pensando que pudesse ser imaginação de seu pequeno filho. Se bem que, se eu tivesse no lugar dela, pensaria a mesma coisa. Alex, com só 5 anos, tem uma imaginação tão fértil!

    Minha felicidade aumentava a cada ano que passava. Alex realmente me distraía e fazia-me esquecer um pouco de tudo. Mas eu a cada ano que passava eu ficava preocupada: faltavam 2 anos para acabar meu prazo. Eu não queria deixá-lo.

    Agora, mais que nunca, eu deveria aproveitar a infância dele. Às vezes, voltava a ser criança também, ria de suas palhaçadas. Essa criança... Quem diria! Trouxe tanta paz ao meu coração. Alex é uma pena eu não poder prometer te proteger por toda a eternidade!


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