" Me disseram que eu estava errada,
Me disseram que meus sonhos eram impossíveis,
Me disseram que a vida jamais sorriria pra mim,
Me disseram que meu destino seria sombrio..."
Frio.
Estava no chão amadeirado e puramente gélido com o vento uivante a brincar com alguns fios de meu cabelo.
"Como tinha parado ali?"
Então as memórias vieram... como flashes abruptos, açoitando novamente minha alma, trazendo de volta o que eu tinha em vão tentado esquecer.
Balancei a cabeça. Não queria mais dores, não mais.
"A dor? Não estou sentindo..."
Percebi que meu corpo tinha ficado dormente, como se milhares de formiguinhas estivessem caminhando sobre mim. Não sentia mais o frio e nem a dor que antes emanava incessantemente da ferida.
Começei a ficar com sono. Meus olhos estavam quase se fechando. Eu não queria mais ficar acordada... queria dormir... adormecer e esquecer de tudo o que tinha acontecido.
Num último esforço, olhei para o céu. As estrelas dançavam com seu brilho magestoso na negridão, lançando raios luminosos, e eram maestradas por ela, pela Lua. O céu estava lindo como naquele dia, no dia em que minha vida mudou...