Sorrisos, Segredos e Enganos

Tempo estimado de leitura: 55 minutos

    16
    Capítulos:

    Capítulo 1

    I

    Heterossexualidade, Homossexualidade, Linguagem Imprópria

    Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

    SORRISOS, SEGREDOS E ENGANOS

    Side story da fanfiction "O Casamento"

    por Chiisana Hana

    Beta-reader: Nina Neviani

    Capítulo I

    Santuário Grego de Athena.

    Escadaria para a primeira casa. Ou para o que sobrou dela. Sentados nos degraus, Dohko e Mu conversam.

    (Mu) Enfim, de volta...

    (Dohko) É, meu caro. O que achou do passeio nos infernos?

    (Mu, sorrindo) Hum... foi bastante proveitoso, conhecemos as diversas formas de sofrimento eterno, lutamos e até aprendemos a recriar a luz do sol...

    (Dohko) Sim. E nossos garotos de bronze foram aos Elíseos!

    (Mu)Aqueles meninos são incríveis! Eu penso, penso, penso e não acho uma explicação para tudo que eles conseguem fazer.

    (Dohko) Não pense, Mu. Não pense. Essas coisas são tão inexplicáveis quanto o amor.

    (Mu) Ah, são? E por que eu vejo em seus olhos um brilho sarcástico de quem sabe, ou pelo menos imagina, qual seja o segredo?

    (Dohko) Segredo? Não há segredo. O que eu sei é que aqueles cinco garotos podem fazer milagres.

    (Mu) Está todo orgulhoso de seu discípulo, não é?

    (Dohko) Você nem imagina quanto. Se eu tivesse um filho, gostaria que ele fosse exatamente igual a Shiryu. Na verdade, eu sinto como se ele fosse um filho. E eu sei que apesar daquela pose de discípulo sério e obediente, ele também se sente meu filho.

    (Mu)Tenho certeza que sim. Você sabe como ele está?

    (Dohko) Está no hospital, junto com os outros. Mas não estou preocupado. Sei que ele vai se recuperar. Ainda não chegou a hora dele, principalmente porque ele e Shunrei ainda têm que se entender. Eles são feitos um para o outro.

    (Mu) Mais uma vez aquele brilho sarcástico...

    (Dohko) Não. De onde você tirou essas idéias? Não há nada de sarcástico.

    (Kanon, aproximando-se dos dois)E então, sobre o que conversam?

    (Mu) Sobre os garotos de bronze, sobre nosso pequeno passeio no inferno, sobre coisas inexplicáveis...

    (Kanon) Vocês não têm outros assuntos mais interessantes, não? Acabamos de chegar.

    (Dohko) Sugira um assunto, então.

    (Kanon)O novo mestre, por exemplo. É verdade que o novo mestre é este que me fala?

    (Dohko) Sim, é verdade. Falei com a Athena e ela me deu mais essa missão, já que agora estou jovem outra vez. Entretanto, não pretendo ficar no cargo muito tempo. Só pelo tempo suficiente para observá-los e escolher meu sucessor. Portanto, andem todos na linha!

    (Kanon) Espero que não passe pela sua cabeça a possibilidade de me escolher.

    (Dohko) Não se preocupe porque não passa mesmo!

    (Kanon) Ótimo. E como estão os outros dourados?

    (Mu) Foram levados para o hospital. Aldebaran, Shaka e Milo estão bem agora. Devem voltar logo pra cá. Os outros não sabemos como vão ficar. E Orfeu já está no alojamento dos cavaleiros de prata.

    (Kanon) Orfeu?

    (Dohko) Ele também voltou do mundo dos mortos. Você sabe, ele foi vivo para lá, logo, morreu nesta batalha. Por isso, recebeu sua vida de volta.

    (Kanon) Uh... ele deve estar achando tudo estranho. Tinha sumido há tanto tempo.

    (Mu) Sim, mas ele vai se acostumar.

    (Kanon) O que vamos fazer agora que não temos mais as casas do Zodíaco Dourado?

    (Dohko) Vamos botar a mão na massa para reconstruí-las. Começamos amanhã, às seis em ponto. Espero que você venha ajudar.

    (Kanon) O quê? Serviço de pedreiro? Está brincando!

    (Dohko) Não estou, não. A Fundação GRAAD já contratou centenas de homens, mas quanto mais gente, melhor. A deusa quer o Santuário reconstruído o mais rápido possível.

    (Mu, rindo) Isso mesmo! Mãos à obra, Kanon!

    (Kanon) Pra você é fácil, não vai nem precisar sujar as mãos.

    (Mu) Como não? Sou eu quem vai restaurar a estátua de Athena. E ainda tenho que reconstruir as armaduras!

    (Kanon) Sei...

    (Dohko) Se não quiser ajudar nas obras, vai ter que ajudar na cozinha.

    (Kanon)Quê? Agora viramos empregados da Fundação GRAAD?

    (Mu)É para o nosso próprio conforto. Também quero ver esse lugar reconstruído.

    (Dohko) Em breve irei ao Japão para conversar pessoalmente com Athena. E ela ficará sabendo da sua recusa.

    (Kanon) Eu não me recusei, ok? Só estou reclamando! Não pode reclamar também?

    (Dohko, rindo) Pode, claro!

    No alojamento dos cavaleiros de prata.

    (Orfeu)Esteticamente isso não mudou muito, mas as pessoas... onde estão os cavaleiros de prata?

    (Shina) Mais adiante, no cemitério. Você não os encontrou no inferno?

    (Orfeu) Claro que não. Eu raramente saía de perto de Eurídice.

    (Shina)Ah, tá.

    (Orfeu)Como eles morreram?

    (Shina) Resumidamente, houve uma revolta, os cavaleiros de prata receberam ordens para eliminar cinco cavaleiros de bronze que supostamente eram traidores de Atena e acabaram mortos por eles. Então, esses mesmos meninos invadiram o Santuário, derrotaram os dourados e depuseram o falso mestre, que na verdade era o Saga. Depois, eles derrotaram os guerreiros-deuses de Asgard e depois, os próprios deuses mesmo.

    (Orfeu) Inclusive Hades.

    (Shina) É. Essa parte você sabe.

    (Orfeu) Só conheci dois dos cavaleiros de bronze, Seiya e Shun.

    (Shina)Os outros se chamam Ikki, Shiryu e Hyoga.

    (Orfeu) Eles têm nomes engraçados.

    (Shina) Não são engraçados, são japoneses. Mas agora chega. Pode ficar lá no quarto que era do meu discípulo.

    (Orfeu)Não, obrigado. Não acho certo desalojar seu discípulo.

    (Shina) Ele não vai se importar. Agora vive no cemitério, junto com nossos coleguinhas de prata.

    (Orfeu) Sinto muito.

    (Shina)Sente nada. Você nem o conheceu. Cassius... Ele era muito corajoso. Não tinha muito cérebro, tenho que admitir, mas coragem era uma coisa que não lhe faltava.

    (Orfeu) Desculpe, mas, como ele morreu?

    (Shina) Morreu por mim... para salvar uma pessoa importante pra mim. (suspirando)Mas isso ficou no passado. Já joguei muita conversa fora e tenho mais o que fazer. Você fala demais, sabia? Pode se arrumar lá no quarto dele. (ela sai, deixando Orfeu falando sozinho.)

    (Orfeu) Está bem, Shina. Está bem. (consigo) A máscara me impede de ver seu rosto, mas eu pude perceber que estava triste.

    Fora de casa, Shina retira a máscara e chora copiosamente. Depois, sai andando a esmo pelas ruínas do Santuário.

    (Shina) Seiya... Cassius morreu para salvá-lo e agora você também está morto.

    Ela esbarra em Dohko.

    (Shina) Estou sem máscara! Não olhe meu rosto!

    (Dohko)Não vai ter problema se eu olhar. As máscaras vão ser abolidas muito em breve, Shina.

    (Shina) Por quê?

    (Dohko) Porque não faz mais sentido.

    (Shina) É uma regra muito antiga do Santuário.

    (Dohko)Regras existem para serem quebradas

    (Shina) A deusa está sabendo dessas modernidades?

    (Dohko)Sim. Mas eu ainda vou ao Japão para confirmar tudo pessoalmente.

    (Shina) Então enquanto não confirmar, nada de me olhar sem máscara.

    (Dohko)Relaxe, Shina. A máscara não é mais importante. Por que você está chorando?

    (Shina, enxugando as lágrimas e recolocando a máscara)Eu não quero falar.

    (Dohko) É por causa dele, não e?

    (Shina) Ele quem?

    (Dohko) Não se faça de boba. Eu sei que você ama o Seiya.

    (Shina) Mestre... eu... ele... ele está morto...

    (Dohko)Quem disse? Ele está no hospital.

    (Shina) Não está morto?

    (Dohko)Claro que não! Marin está indo para o Japão com Seika. Por que você não vai também? Vá vê-lo. Será bom pra você. E para ele também, claro

    (Shina)Eu não devo ir. O que é que eu vou fazer lá?

    (Dohko) Como assim o que vai fazer lá? Vai ficar perto de quem você ama, ora! Shunrei está indo pra lá, ficar com Shiryu.

    (Shina) Seiya já tem quem cuide dele.

    (Dohko)E daí? Você quer ir, então vá!

    (Shina)Você é muito moderninho para um homem que nasceu há mais de duzentos anos.

    (Dohko)Eu sou a favor do amor! Shina, acabou a guerra! Agora é hora de viver em paz. E quando eu falo viver, é viver mesmo, conhecer todas as suas nuanças, ter alegrias e tristezas, momentos bons e ruins, dores e prazeres. Isso é se sentir vivo! Do que adianta você ficar aqui, angustiada, sofrendo? Vá lutar por ele!

    (Shina) Eu já perdi essa batalha.

    (Dohko)Esse não é o espírito dos guerreiros de Athena. Desistir antes de lutar? Não estou reconhecendo você.

    (Shina) Eu vou pensar, ok?

    (Dohko) Pense rápido. Marin parte amanhã ao entardecer.

    Shina retorna à casa, pensando no que o novo Mestre do Santuário havia dito. Dohko, por sua vez, dirige-se à casa onde ficará temporariamente alojado e que dividirá com Mu e Kiki.

    (Dohko, consigo) Tão corajosa e ao mesmo tempo tão frágil. O que o amor faz com as pessoas...

    Continua...


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