Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.
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ESCUTE SEU CORAÇÃO
Chiisana Hana
Beta-reader: Nina Neviani
"E então, quando se abrirem vários caminhos e você não souber qual escolher, não tome um qualquer, tenha paciência e espere. Respire com a confiante profundidade com que respirou no dia em que veio ao mundo, não deixe que coisa alguma a distraia, espere e continue esperando. Fique parada, em silêncio, e ouça seu coração. Quando enfim ele falar, levante-se e vá aonde ele a quiser levar."
Susanna Tamaro - "Vá aonde seu coração mandar"
Capítulo I
Espaço aéreo da China.
Saori está em seu avião particular, com Julian Solo. Ele está deitado na cama, só de roupão. Ela, também de roupão, está deitada em seu colo.
(Julian) Eu já lhe disse que meu assessor conseguiu convencer seu vizinho a vender a casa pra mim?
(Saori) Não. Jura?
(Julian) Claro. Vai custar o triplo do preço, mas vale a pena já que é pra ficar mais perto da minha amada.
(Saori) Ora, não vai ser preciso gastar tanto.
(Julian, irônico) O que é que tem? Eu sou milionário.
(Saori) Estou pensando em mudar para a Grécia.
(Julian) Como?
(Saori) Ainda estou apenas pensando. Gostaria de estar mais perto do Santuário. Mas tenho que analisar tudo com muito cuidado.
(Julian) Então, suspendo a compra da casa?
(Saori) É. Suspenda. Quando quiser ir pro Japão, você fica na minha casa.
(Julian) Eu sei que você gosta de me receber na sua casa, mas não acho certo. Você é uma moça sozinha, podem falar...
(Saori, interrompendo) Não me importo com o que possam falar de mim. Não devo nada a ninguém. (rindo)Sou rica, poderosa e ainda por cima, deusa.
(Julian) Mas eu me importo!
(Saori) Ora, Julian, por que isso agora? Você já ficou hospedado em minha casa outras vezes.
(Julian) É que agora é diferente.
(Saori) Bobagem.
(Julian) Está bem, está bem. Esqueça. Tem outra coisa que eu quero saber. Neste momento simplório, neste avião de alguns milhões de dólares, vestido apenas com meu roupão que custou uma fortuna, eu gostaria de saber se a senhorita reconsiderou a possibilidade de casar-se comigo.
(Saori) Julian... é um pedido quase irrecusável. Quase. Você me entende, não é?
(Julian) Não, eu juro que não entendo.
(Saori) Não tem explicação, Julian. Eu só não quero me casar agora. É muito cedo. Vamos, não fique com essa cara emburrada. E se eu aceitar ser sua noiva? Um noivado de alguns anos, ok?
(Julian) Se é o único jeito. (tirando uma caixinha aveludada do bolso do roupão) As alianças!
(Saori, enquanto ele coloca uma das alianças) Você está sempre me surpreendendo.
(Julian) Você me ensinou que o amor é um sentimento capaz de vencer qualquer coisa. Você me ensina isso todos os dias, e é por essa razão que eu a amo, senhorita Kido.
(Saori, beijando Julian) Isso é a mais pura verdade. O amor sempre vence. Seja qual for o caminho que ele escolha para nos levar ao nosso destino, ele sempre vence. Foi tortuoso meu caminho, Julian. Mas agora estou em paz. E também amo você, senhor Solo. (beijando-o outra vez) Eu gostaria muito de saber o que o meu avô está achando de tudo isso.
(Julian) Ele deve estar feliz! (olhando para cima) Senhor Kido! Onde quer que o senhor esteja, ouça o que eu tenho a dizer: Eu, Julian Solo, prometo cuidar de sua neta melhor que de mim mesmo!
(Saori, rindo meio sem jeito) Pára, Julian. Que brincadeira boba.
(Julian) Boba coisa nenhuma! Não está ouvindo? Ele está respondendo! (usando um tom de voz mais grave) Julian, eu acredito que você será um marido perfeito para a Saori. Dedicado, carinhoso, apaixonado. Fico feliz que ela tenha escolhido você!
(Saori) Julian, não brinque com a memória do meu avô.
(Julian, rindo) Não estou brincando! É sério! Ele falou mesmo!
(Saori, abrindo o roupão) Deixe meu avô descansar em paz, certo? Agora temos coisas mais interessantes pra fazer.
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Avião da Fundação GRAAD, voando para Tóquio. Shina tira um cochilo, enquanto Seika e Shaka namoram.
(Seiya, emburrado) Seika, pára de agarrar o Shaka.
(Seika) Me deixa em paz. Você está com inveja porque sua namorada dormiu.
(Seiya) Eu exijo um pouco mais de respeito, Seika.
(Seika) Não seja chato. Por que não dorme também, maninho?
(Seiya) Se eu dormir, é capaz de vocês começarem a fazer coisas piores que beijar... (pensando) Bom, na verdade, essas coisas devem ser melhores, bem melhores! Eu pre-ci-so perder a virgindade! Preciso!
(Shaka) Seiya, não se preocupe. Eu sei o que estou fazendo.
(Seiya) O problema é saber se a Seika sabe.
(Seika) Quê?
(Seiya) Nada, nada... (pensando) Nem eu entendi o que eu disse.
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Rozan.
Eiri chega à casa de Shiryu e Shunrei convencida de que aquele é o rumo certo para sua vida.
(Eiri, batendo à porta) Mu? Você ainda está aí?
(Mu) Eiri! Não devia estar voando para Moscou?
(Eiri, abraçando-o) Não volto pra lá nunca mais. E se você me aceitar, vai ser melhor ainda. Mu, você me aceita mesmo sabendo que estou esperando um filho do Hyoga?
(Mu, abraçando-a) Claro. É seu filho também. Isso é o que importa.
(Eiri) Obrigada, Mu.
(Mu) Estou muito feliz por você ter ficado, Eiri. Quando eu a vi, senti que era você a pessoa por quem esperei todos esses anos. A pessoa do meu destino. Eu amo você.
(Eiri, beijando-o) Eu também amo você, Mu.
(Kiki, que espiava a cena) Opa! Desencalhou! Desencalhou!
(Eiri) Eu quero que você me ensine a ser uma pessoa melhor.
(Mu) Acho que você não precisa disso.
(Eiri) Claro que preciso.
(Mu) Não. Você precisa ser amada. E eu sei que posso amá-la como você merece.
(Eiri) Ah, Mu, você é tão diferente, diz coisas profundas, não é superficial. A cada minuto eu me apaixono mais.
(Mu, sorrindo) Eu também. Vamos entrar? Você deve estar com fome.
(Eiri) Sim, estou com muita fome. Subir essa escadaria não é nada fácil.
(Mu) Eu sei. Então vamos comer alguma coisa.
Enquanto almoçam, Eiri e Mu planejam os próximos dias.
(Mu) Podemos ficar um pouco aqui na casa de Shiryu. Depois eu tenho que voltar para Atenas. Aí entra a sua vontade. Se quiser, podemos morar lá. Mas se você preferir morar aqui em Rozan, também pode ser. Venho à noite pra cá.
(Eiri) Vir todo dia da Grécia para a China? É impossível!
(Mu) Bom, para as pessoas comuns é sim. Mas para mim é perfeitamente possível.
(Eiri) Eu não sei direito. É tudo tão novo! E esses seus poderes...
(Mu) Estou assustando você?
(Eiri) Não. É só muito inesperado.
(Mu) Temos que fazer as coisas com calma, certo? Acho que por hora o melhor é ficar aqui. Quando Shiryu e Shunrei voltarem, você vai ter companhia.
(Eiri) Sim, acho que é o melhor por enquanto.
(Mu) Certo. Depois veremos o que fazer.
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Moscou.
Hyoga abre a porta de seu apartamento, entra, fecha-a novamente. Sem sequer acender as luzes, senta-se no chão e chora.
(Hyoga, consigo, chorando) Eiri, espero que você perceba que foi melhor assim. Tudo foi um erro. Eu não devia nem tê-la levado para Kohoutek. Eu sabia que não a amava. Eu sabia! Mas achei que com o tempo seria fácil me apaixonar. Um erro. Tudo um grande e doloroso erro. E meu orgulho não me deixou dizer que eu amo nosso filho e espero que você seja muito feliz com o Mu.
Ele se levanta e vai até o quarto. Mudara-se de Kohoutek para Moscou com Eiri e esta será a primeira vez que dormirá sozinho naquela cama. Então, despe-se e joga-se sobre os lençóis. Apesar de triste, está tranqüilo. Tem certeza de que deixar Eiri em Rozan tinha sido melhor para ela. Logo adormece.
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Atenas.
Shiryu e Shunrei chegam ao porto de Pireus por volta do meio-dia. O comandante do iate alugado já esperava pelos dois. Logo partirão para as Ilhas Cíclades. Ficarão hospedados em Santorini, no vilarejo de Oia. De lá, visitarão as outras ilhas.
(Christos) Bem vindos a bordo, senhores. Sou Christos Parios, o comandante. Esta é Elli Kiriazis, copeira, camareira, faz-tudo.
(Shiryu) Obrigado, Christos.
(Christos) A viagem de Pireus até Santorini levará cerca de três horas. Espero que apreciem.
(Shiryu) Difícil não apreciar esse mar.
(Christos) Sim. Esse é o lugar mais bonito do mundo, senhor. Podemos partir?
(Shiryu) Claro.
(Christos, sorrindo um pouco travesso) Mais uma coisa, senhor. Sei que estão em lua-de-mel... então, finjam que não estamos aqui.
(Shiryu, rindo) Obrigado, Christos. (para Shunrei, abraçando-a) O que achou do iate?
(Shunrei) Acho que estou chocada. Não pensei que a viagem incluísse iate. É muito chique.
(Shiryu) Pedi ao mestre que procurasse um bom iate para alugar. Assim podemos ir de ilha em ilha sem problemas, sem esperar pelo ferry boat e com total privacidade.
(Shunrei) Parece um sonho. Tudo isso parece um sonho. Eu nem sei o que dizer.
(Shiryu) Melhor se acostumar! Agora a senhora é esposa de milionário!
(Shunrei) Agora eu sou esposa do homem que amo desde que conheci.
(Elli) Senhores, a que horas devo servir o almoço?
(Shiryu) Pode ser agora, por favor.
(Elli) Sim, senhor.
(Shiryu) Obrigado, Elli.
(Shunrei, suspirando) Meu Deus. Eu não quero acordar, não quero, não quero.
(Shiryu) Você nem começou a sonhar ainda, florzinha.
Elli serve um almoço leve, grandes camarões grelhados, banhados com azeite extra virgem, acompanhados de salada horiática e vinho branco, enquanto o iate desliza suave em direção às Cíclades. Depois do almoço, o casal vai conhecer o quarto da embarcação.
(Shunrei) Uau! Dá pra morar nisso aqui!
(Shiryu) Quer desistir de ficar no hotel pra ficar no iate?
(Shunrei) Não! Quero ver o hotel também! Mas essa cama, Shi! Olha essa cama! Enorme!
(Shiryu, abraçando-a) Vamos experimentá-la?
(Shunrei, coradíssima) Sim...
Depois de fazerem amor, Shiryu percebe que Shunrei chora mais uma vez...
(Shiryu) Minha flor, você precisa se acostumar. Somos um só. Não é isso que sua tatuagem diz?
(Shunrei) Sim. Mas ainda parece tão irreal. Eu tenho medo de que acabe.
(Shiryu, abraçando-a) Não vai acabar nunca.
Os dois tomam banho, vestem-se e voltam para a parte superior do barco. O comandante Christos avisa-lhes que chegarão a Santorini em meia hora. Pouco tempo depois já avistam a ilha com seu característico formato de meia-lua e suas cúpulas azuis. Ao desembarcarem, um carro do hotel espera para levá-los do atracadouro de Santorini até Oia.
O hotel, o mais luxuoso do vilarejo, só recebe hóspedes seletos, ainda assim não deixa de ter um quê familiar, dado pelo tamanho diminuto. O dono do estabelecimento é um senhor aposentado, que agora se diverte pajeando hóspedes VIPS. Ao fazer a reserva, Shiryu informara que estaria em lua-de-mel, por isso, o senhor Kostas preparara uma recepção calorosa.
(Kostas, dono do hotel, cumprimentando-os) Sejam bem vindos! Meus cumprimentos pelo casamento.
(Shiryu) Obrigado! Estamos muito felizes.
(Kostas) Gostaria de lhes oferecer um jantar ao pôr-do-sol de Oia, o mais bonito do mundo.
(Shunrei) Ah, obrigado, senhor Kostas.
Assistindo ao espetáculo do pôr do sol, Shiryu e Shunrei jantam na varanda. Depois, vão para o quarto, e de tão cansados da viagem, adormecem imediatamente.
Continua...