VENENO
Chiisana Hana
Beta-reader: Nina Neviani
É como se eu tomasse uma dose de veneno por dia e aquilo me corroesse por dentro, impregnasse as minhas entranhas e me causasse uma dor excruciante. Só que ao invés de morrer, eu acordo no dia seguinte, estou inteiro e vivo, pronto para sentir a mesma dor de novo e de novo e de novo... eternamente. Como Prometeu e a águia...
É como se eu comesse vidro moído. Quase dá para sentir os pedaços se espalhando pela corrente sanguínea e rasgando as veias até tudo explodir em sangue.
E eu ouço todo mundo dizer que preciso me libertar desse sofrimento, uma vez que não há o que fazer para trazê-la de volta. Que eu preciso superar porque é uma realidade com a qual eu terei de conviver para sempre. Que há outras pessoas me esperando, meus amigos, meu irmão, quem sabe até alguma mulher. Que ela gostaria de me ver feliz.
Mas aí é que está o problema. Eu não sei se quero me libertar. Minha dor tem sido minha razão de viver por tanto tempo que... eu já não sei...