O Casamento

Tempo estimado de leitura: 5 horas

    l
    Capítulos:

    Capítulo 26

    Capítulo XXV

    ***Modificada em dezembro de 2008***

    Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são meus, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

    O CASAMENTO

    Chiisana Hana

    Capítulo XXV

    Todas as mesas dispostas do lado externo da casa de Shiryu e Shunrei já estão ocupadas. Ao fundo, um grande painel vermelho com flores douradas e o ideograma chinês da felicidade decora o altar onde o juiz de paz já espera para dar início à cerimônia.

    A primeira parte da cerimônia tradicional chinesa foi suprimida, principalmente porque a maioria dos rituais exige a presença dos pais dos noivos, o que, no caso de Shiryu e Shunrei se resume a uma só pessoa: Dohko. Por esse motivo, apenas a cerimônia civil será mantida.

    Defronte ao juiz, Shiryu, de cabelos amarrados e vestindo um terno preto, aguarda ansiosamente por sua noiva. Dentro da casa...

    (Dohko, bastante emocionado) Como você está bonita, filha!

    (Shunrei) Obrigada, Mestre! Eu estou tão feliz! Dei uma espiadinha pela janela. Está tudo como eu sempre sonhei. (suspirando) E ele, ele está mais bonito que nunca.

    (Dohko) É porque agora ele também está feliz, Shunrei. Já está na hora, querida. Vamos lá?

    (Shunrei, respirando fundo) Sim!

    Conduzida por Dohko, a pessoa mais próxima de um pai que tivera, Shunrei finalmente sai da casa. Shiryu a olha cuidadosamente, como se fosse a última vez. Seus olhos ficam marejados, mas ele contém o choro. Ela usa um vestido tomara-que-caia vermelho, longo, com discretos bordados da mesma cor. Tem os cabelos presos num coque que fora cuidadosamente adornado com pequeninas flores vermelhas e douradas. Está levemente maquiada, apenas para realçar sua beleza natural. Pequenos brincos de rubi e uma correntinha de ouro com um pingente de coração complementam o vestido. Diante da mesa onde o juiz está, Dohko a entrega ao noivo. Os dois olham-se ternamente e sorriem. Visivelmente emocionado, Dohko toma a liberdade de abrir a cerimônia.

    (Dohko) Estamos aqui, caros amigos, para celebrar ao amor desses dois jovens. Um amor que resistiu à dureza de seis anos de treinamento incessante, seguido por mais alguns anos de duras batalhas(1). Certamente em algum momento de suas vidas alguém já lhes disse que um cavaleiro não deve jamais prender-se ao amor de uma mulher, pois a função do guerreiro é proteger a deusa a quem serve. Assim, criar laços afetivos e formar uma família supostamente não seria algo que um cavaleiro deva fazer. Entretanto, não é nisso que acredito. Eu acredito que não há vitória completa para o guerreiro que não conhece o amor. Somente um sentimento de tamanha nobreza pode torná-lo ainda mais corajoso. Shiryu, Shunrei, o amor de vocês tem a bênção dos deuses.

    Todos aplaudem efusivamente, e o juiz assume a cerimônia.

    (Juiz) Boa tarde aos noivos e a todos os presentes.

    Shiryu e Shunrei trocam olhares ternos e respondem ao cumprimento do juiz murmurando timidamente.

    (Juiz) Como foi dito, estamos aqui para celebrar a união deste jovem casal que, diante do imenso amor que sentem, buscaram na lei a autorização para que se unissem em matrimônio.(2) E contra o amor, o que podemos fazer além de curvar-nos? Quando o jovem Shiryu esteve diante de mim semanas atrás, perguntei-lhe por que desejava casar-se tão cedo e ele me respondeu: "Desejo casar-me porque a amo, porque quero que ela seja minha esposa o mais breve possível para que eu possa cuidar dela como ela merece". Depois, conversei com a senhorita Shunrei e fiz a mesma pergunta. E a resposta dela foi: "Eu o amo. Sonho com nosso casamento desde que o conheci, quando ainda era uma criança. Não é razão suficiente?". E eu lhe disse: "Sim, é razão suficiente". Assim, sem mais delongas, comecemos a cerimônia. Senhor Shiryu, é de livre e espontânea vontade que deseja receber a jovem Shunrei como sua legítima esposa?

    (Shiryu, sorrindo, muito firme) Sim.

    (Juiz) Senhorita Shunrei, é de livre e espontânea vontade que deseja receber Shiryu como seu legítimo esposo?

    (Shunrei, sorrindo, com uma lágrima deslizando pela face) Sim!

    (Juiz) Então, de acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados. (3)

    Shiryu e Shunrei beijam-se. Shiryu retira do bolso a caixinha com as alianças, abre-a e segura a menor delas. Depois, toma a mão esquerda de Shunrei entre as suas e, muito emocionado, diz:

    (Shiryu, olhando nos olhos de Shunrei e colocando a aliança no dedo dela) Todos os dias eu agradeço por ter sorteado Rozan como meu lugar de treinamento. Este lugar é o templo aonde vim para aprender e onde acabei por encontrar tudo que se tornou precioso para mim: o homem que me ensinou tudo que sei e a mulher que amo. Shunrei, você sempre fez com que eu me sentisse importante e amado. Sei que muitas vezes fiz com que pensasse que eu não sentia por você o mesmo amor que você sente por mim, mas a partir de hoje não restarão mais dúvidas. Esse amor é tudo que precisamos. E estou certo de que ele será eterno, que nos acompanhará nessa e em todas as outras vidas. Eu amo você, Shunrei, meu primeiro e único amor.(4)

    (Shunrei, chorando, colocando a aliança no dedo dele) Shiryu, eu também amo você, desde o primeiro dia que o vi. Quando você chegou aqui foi como se eu tivesse encontrado uma razão para viver. Você é minha razão.

    Shiryu e Shunrei beijam-se novamente e assinam os papéis, bem como os padrinhos, os cavaleiros de bronze. Todos aplaudem e eles se beijam mais uma vez.

    É hora de cortar o bolo e brindar com champanhe, exatamente como se faz no ocidente. O primeiro pedaço é oferecido a Dohko.

    E assim, a cerimônia termina e dá lugar à festa. Os garçons contratados já estão a postos e começam a servir os convidados.

    Os noivos sentam-se numa mesa com Dohko. Em breve começarão a visitar os convidados mesa por mesa, para agradecer-lhes a presença e brindar com eles.

    --C--H--I--I--

    Enquanto isso, Seiya e Shina continuam conversando...

    (Seiya) Foi muito bonito o que eles falaram, né?

    (Shina) Foi.

    (Seiya) Quer uma bebida? Uma comidinha?

    (Shina) Escuta aqui, seu moleque, por que está me cercando? Desgruda de mim, carrapato!

    (Seiya) Moleque? Eu não sou moleque! E por que você está me evitando? Está com medo de mim?

    (Shina) Eu não tenho medo de você.

    (Seiya) Mas tem medo do que sente por mim.

    (Shina, hesitante) Não é verdade.

    (Seiya) Claro que é. Você já disse que amava.

    (Shina, muito mais hesitante) Eu não o amo mais.

    (Seiya) Mentira! Sem a máscara, você acabou criando outra imaginária pra se defender do mundo. Só que sem a máscara, eu posso ver seus olhos e eles não conseguem mentir.

    (Shina) Me deixa em paz! Vai encher o saco da sua namorada!

    (Seiya) Ela não é mais minha namorada. Shina, me escuta!

    (Shina) Eu não quero ouvir nada.

    (Seiya) Do que você tem tanto medo? Eu quero ficar com você, Shina. Eu amo você.

    (Shina, desconcertada) Seiya... (finalmente os dois se beijam novamente, dessa vez com Seiya bem acordado) Eu também amo você.

    (Seiya) Volta comigo pro Japão?

    (Shina) Eu não sei...

    (Seiya) Volta! Diz que sim! Diz!

    (Shina) Eu vou pensar!

    (Seiya) Está certo! Agora me dê outro beijo!

    (Shina) Eu dou, mas cuidado com essa sua mão-boba. Eu não sou uma qualquer!

    (Seiya) Eu sei. Você é muito especial. Muito!

    Depois, Seiya vai falar uma coisinha com Shiryu...

    (Seiya) Aí, parabéns! Casou mesmo!

    (Shiryu) Obrigado! Agora sim estou verdadeiramente feliz. Vi você com a Shina. Vocês se acertaram?

    (Seiya) Sim. Fiz a coisa certa?

    (Shiryu) Espero que sim! Cuide bem dela, Seiya. Não é porque ela é uma guerreira que deixa de ser uma mulher. E mulheres precisam ser bem tratadas. De qualquer forma, boa sorte!

    (Seiya) Obrigado. A propósito, a Shina arrumada, maquiada e de vestido ficou maravilhosa, não?

    (Shiryu) Seiya, eu acabei de me casar, você acha que eu olhei para qualquer mulher além da Shunrei?

    (Seiya) O que é que tem? Olhar não arranca pedaço. Dá uma olhadinha só e me diz se ela não está uma gata.

    (Shiryu, olhando rapidamente) Ela está muito bonita, sim...

    (Seiya) Pois é. Deixa eu ir lá curtir minha gata, enquanto você vai paparicar sua esposa!

    (Shiryu) Juízo, hein?

    (Seiya) Afff... Você fala como se fosse meu pai. Está bem, papai, eu vou tomar juízo.

    Eiri também se emocionou com a declaração de amor dos noivos.

    (Eiri, para Hyoga) Você bem que podia ser mais romântico. Pelo menos podia me trazer umas flores de vez em quando ao invés de só pensar nessa maldita carreira.

    (Hyoga) Não estou com vontade de discutir agora, ok? Então, finja que está tudo bem.

    (Eiri) Eu não vou fingir nada! Estou cansada de tudo isso!

    (Hyoga, segurando a mão de Eiri ) Por favor, fique quieta. Não vá estragar a festa.

    (Eiri) Você não se importa com a festa de seu irmão. Você só se importa com o que pode sair nos jornais sobre o escândalo que a sua mulher deu. Mas não precisa se preocupar. Não há ninguém da imprensa aqui.

    (Hyoga) Isso não é verdade. Você fala como se eu fosse um monstro e eu não sou.

    (Eiri, soltando-se da mão de Hyoga) Você é um egoísta.

    (Hyoga) Aonde você está indo? Eiri? Se você pensa que eu vou atrás de você, está muito enganada.

    (Eiri, entrando no bosque atrás da casa) Eu não espero mesmo que você venha.

    --C--H--I--I--

    Noutro canto da festa, Ikki e Pandora conversam...

    (Ikki) Você está ótima nesse vestido. Principalmente porque ele deixa você quase pelada.

    (Pandora) E você nem liga, né?

    (Ikki) Claro que eu ligo! Dá um tesão danado!

    (Pandora) Estou falando de ciúmes! Você não é normal. Qualquer outro namorado, por mais imbecil que fosse, teria um ataque ao ver a namorada com um vestido desses.

    (Ikki) Que nada!

    (Pandora) Que saco, isso sim! Você não sente nem um pouco de medo de levar um par de chifres?

    (Ikki) Deveria?

    (Pandora) Claro! Eu sou capaz de fazer qualquer coisa, seu troglodita! Sabe, aqui tem um monte de cavaleiro de OURO dando sopa! Eu vou lá, cato qualquer um deles e levo aí pra detrás da casa só pra te fazer raiva!

    (Ikki) Ouro já era. A moda agora é bronze, Pandora. Vem cá pra eu te mostrar o que é que um cavaleiro de bronze tem que um dourado não tem.

    (Pandora) Meu troglodita de bronze! Assim eu não resisto.

    (Ikki) Então vamos ali no bosque atrás da casa como você mesma sugeriu.

    Enquanto Ikki e Pandora fazem coisas obscuras no bosque, os músicos contratados tocam animadamente. Muita gente se arrisca a dançar.

    Milo, Máscara da Morte e Shura dão uma conferida nas opções de paquera e se entristecem ao ver que são quase nulas. Aldebaran fuça em todas as comidas. Afrodite está empenhado em analisar detalhadamente o visual de cada convidado.

    Saori não desgruda de Julian Solo. E Sorento, que até bem pouco tempo estava ali ao lado deles segurando vela, decide dar uma voltinha.

    Tatsumi flerta com uma senhora do povoado que se encantou por sua reluzente careca.

    Hilda e Siegfried passam o tempo todo de mãos dadas, às vezes trocam carinhos discretos. Pouca gente perceberia que se trata de um casal, tamanha a discrição dos dois.

    Hagen, por sua vez, dá insistentes beijinhos em Freya, pois está decidido a mantê-la ocupada a qualquer custo.

    Shido e Bado tentam decidir quem ficará com Tétis, já que ela está jogando charme para ambos. Os demais guerreiros-deuses conversam animadamente, exceto Alberich, que ainda está reclamando.

    Hyoga se aproxima da mesa onde estão Hagen e Freya.

    (Hyoga) Como vai, Freya?

    (Freya) Muito bem, Hyoga. E você?

    (Hyoga) Também estou bem. Trabalhando muito.

    (Hagen) Ah, é? E você faz o quê? Vende seu pozinho de diamante?

    (Hyoga) Engraçadinho. Eu sou modelo.

    (Hagen) De propaganda de sorveteria?

    (Freya, irritada) Hagen! Onde está sua educação?

    (Hagen) E eu estou sendo mal-educado? Só estou perguntando! Perguntar não ofende!

    (Hyoga) Não é à toa que você se auto-intitulava o cavalo indomável do norte... tão grosseiro...

    (Hagen) E não é à toa que você é o cavaleiro de cisne. Cisne não é aquele tipo de pato fresco?

    (Freya) Parem com isso! Não vão brigar!

    (Hyoga, afastando-se) Não vale a pena. Foi um prazer revê-la, Freya. Só me entristeço por ver que você continua andando em má companhia.

    (Hagen) Você está pedindo pra apanhar!

    (Freya) Pára, Hagen!

    Hyoga dá de ombros e se dirige a Camus.

    (Hyoga) Como vai, mestre?

    (Camus) Muito bem, Hyoga. E você, como vai?

    (Hyoga) Estou bem. Começando a viver. Eu acho.

    (Camus) Como está a vila?

    (Hyoga) Do mesmo jeito, suponho. Não moro mais lá. Estou morando em Moscou agora.

    (Camus) Achei que você sairia de lá, mas não tão rápido.

    (Hyoga) Surgiu uma oportunidade de trabalho. Achei que seria bom pra mim. Virei modelo.

    (Camus) Ora, ora! Espero que tenha muito sucesso.

    (Hyoga) Ah, sim, minha carreira está indo muito bem. Tem outra coisa que você ainda não sabe. Eu vou ser pai.

    (Camus, surpreso) Pai? Já? Nem sabia que você tinha namorada!

    (Hyoga) É... nós começamos a namorar assim que saí do hospital. Quando voltei para a Rússia ela foi comigo e agora está grávida.

    (Camus) Parece que vou me tornar avô...

    (Hyoga) Você vai. Você é como um pai para mim.

    (Camus, abraçando Hyoga) Fico feliz que pense assim, Hyoga.

    (Hyoga) Eu sei. Vou tentar mandar notícias sempre. E quando o bebê nascer, gostaria que você fosse o padrinho.

    (Camus, tentando não demonstrar muita emoção, mas sem conseguir) Será uma honra!

    (Hyoga, abraçando Camus) Obrigado, mestre!

    Continua...


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!