Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são meus, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.
O CASAMENTO
Chiisana Hana
Capítulo VI
(Ikki, para Shiryu) Fui o penúltimo a sair do hospital, como você bem sabe. Minha recuperação foi mesmo considerada um verdadeiro milagre. Mas o que ninguém sabe é que a súplica de Athena a Zeus atingiu também aquela que lutou ao lado de Hades, mas que ao final, a deusa considerou inocente: Pandora. Afinal, ela tinha sido dominada pelo Senhor dos Infernos quando ainda era criança. Beneficiada pelo pedido de Athena, Pandora recebeu sua vida de volta e retornou à Alemanha, sua terra natal. Lá, recordou-se de tudo que ocorreu quando era serva de Hades, inclusive de todas as maldades que fez. Felizmente, recordou-se também que em seus últimos momentos optou por me ajudar. Segundo ela, meu nome e o peso da minha mão não lhe saíam da cabeça e, por isso, ela resolveu vir ao Japão. Disse que precisava encontrar o 'rapaz que lhe abriu os olhos com um tapa'. Pode? Ela entrou em contato com a Fundação Graad e descobriu onde eu estava internado. Decidiu que precisava me ajudar de qualquer jeito. Então, ela começou a me visitar todos os dias. Como ela ainda tinha muita vergonha de ter lutado contra Athena, fazia de tudo para não encontrar nenhum de vocês nos corredores do hospital. Depois de muitas visitas sem resultado, eu finalmente abri os olhos e ao vê-la a meu lado, eu sorri. Deve ter sido uma cena tosca pra caramba.
Flashback
(Pandora, eufórica) Ikki!! Que bom! Você finalmente acordou! Tenho vindo aqui todos os dias. Não perdi a esperança um segundo sequer! Eu sabia que você reagiria! Você é muito forte! Estou muito feliz, mas agora tenho de ir embora. Certamente vão avisar ao seu irmão e eu não quero que ele me veja aqui.
Pandora dá um beijo na testa de Ikki e sai.
No dia seguinte, ao retornar para o hospital, Pandora tem uma surpresa: haviam retirado os tubos de respiração e Ikki já podia falar.
(Ikki) Pandora... ehr... Como você veio parar aqui?
(Pandora) Athena. Ela é piedosa. Perdoou meus pecados e concedeu-me a vida de volta.
(Ikki) Hum... e daí? Por que está aqui no meu quarto?
(Pandora) Estou aqui para agradecer a você por ter aberto meus olhos! Se não fosse por você, eu permaneceria sendo enganada por Hades. Sinto-me muito aliviada por você estar vivo. Você sabia que seus amigos já estão na mansão da Srta. Kido? Só faltam você e aquele baixinho atrevido, acho que se chama Seiya. Oh, me desculpe. Estou tão feliz que acabo falando sem parar!
(Ikki) Estou gostando de ouvir você falar.
(Pandora, sorrindo) Ah, que bom!
(Ikki, sorrindo) Você está bem informada.
(Pandora) Andei pesquisando. Quando você for para a mansão vai ficar difícil vê-lo.
(Ikki) Quem disse que eu vou?
(Pandora) Todos foram, por que você não iria?
(Ikki) Porque eu não faço o que os outros fazem.
(Pandora) Você é teimoso! Vai lhe fazer bem ficar perto de seu irmão e de seus amigos. Não abra mão disso por pirraça. Eu sei bem o que é ser sozinha.
(Ikki) É, pode ser que eu vá para lá.
(Pandora) Seu irmão ficaria feliz se você fosse. Ele foi o primeiro a sair do hospital e veio aqui todos os dias para ver você.
(Ikki) Ele está bem, não é? Eu o vi ontem, mas não pude falar nada. Estava com aquela merda de tudo enfiado goela abaixo.
Quando Ikki recebeu alta e foi para a mansão Kido com Shun, Pandora estava observando-os escondida do outro lado da rua. Ikki acenou discretamente para ela, que retribuiu com um sorriso.
(Shun) O que foi, Ikki? Viu alguém?
(Ikki) Ninguém, Shun. Vamos embora logo!
(Shun) Você viu alguém!
(Ikki) Não vi ninguém! Deixa de ser chato!
--C--H--I--I--
De volta à conversa com Shiryu...
(Shiryu) Eu já desconfiava de alguma coisa. Essas suas tardes no jardim estavam mesmo meio suspeitas.
(Ikki) Pois é, quando ela vem, a gente se pega no jardim.
(Shiryu, arregalando os olhos) Pega como? Pra valer?
(Ikki) É, né? Não sou mais criança, né? Tenho que aproveitar. Depois eu morro. Pelo menos morro fazendo um bom uso da minha vida. E você?
(Shiryu) Eu o quê?
(Ikki) Continua se fazendo de idiota para a Shunrei? Sim, porque eu acho que você se faz de idiota. Você percebe tudo a seu redor, até mesmo quando estava cego você percebia, como não ia ver o amor que ela tem por você?
(Shiryu) Eu nunca me fiz de idiota. Sei o que ela sente e ela sabe o que sinto. Ainda não dissemos isso explicitamente, mas sabemos que é mútuo.
(Ikki) Será que ela sabe mesmo? Olha, se eu fosse você, largava essa porra toda, tocava fogo na armadura, mandava Saori, Santuário, guerras e o escambal para o quinto dos infernos e ia embora ficar com a Shunrei. Se a Esmeralda estivesse aqui era isso que eu faria.
(Shiryu) Faria nada! Na primeira ocasião em que o Shun estivesse em perigo você voltaria para salvá-lo.
(Ikki) Talvez.
(Shiryu) O fato é que as duas coisas estão interligadas demais. Não posso abrir mão de nenhuma. Não dá pra escolher só proteger Athena ou só amar a Shunrei. Tenho que conciliar as duas coisas. Pelo menos espero ter alguns anos de paz para organizar minha vidinha com a minha pequena flor
(Ikki) Pequena flor? Que bonito... mas tão meloooooso.
(Shiryu, rindo) Às vezes chamo a Shunrei assim. Pequena flor. Minha pequena flor.
(Ikki) Você não é tão babaca quanto a gente pensa. Isso é coisa de homem apaixonado.
--C--H--I--I--
Depois das cacetadas de Shina, Seiya começa a melhorar. Mexe a mão, abre os olhos, balbucia algumas palavras. Todos se perguntam como ele conseguiu começar a se recuperar, mas somente Marin e Seika sabem o segredo: o amor de Shina em doses cavalares e violentas. As flores e as visitas diurnas de Saori e Mino devem ajudar um pouco, mas as noites de gritos, beijos, solavancos e tapas de Shina são as responsáveis diretas pela melhora do rapaz. Entretanto, quando ele recuperou a consciência, infelizmente, não era Shina quem estava a seu lado.
(Seiya, assustado) Sa-o-ri... você... onde está Shi...? Deixa pra lá... (olhando para a moça ao lado de Saori) Sei... Seika? É você? Minha irmã?
(Seika, chorando) Sim, Seiya. Sou eu. Estou de volta, meu irmão querido.
(Seiya, chorando) Seika, esperei tanto por esse reencontro. Tudo que eu mais queria era vê-la novamente, irmã.
(Seika) Eu sei.
(Saori, saindo de fininho, sentindo-se sobrando ) Bom, vou deixá-los a sós. Você devem ter muito o que conversar. Até mais tarde, Seiya.
(Seiya, sem olhar direito para Saori, pois estava ocupado olhando para Seika) Até logo. Obrigado pela visita. Seika!! É verdade que todo esse tempo você esteve no Santuário?
(Seika) É sim. Pode?
(Seiya) Parece piada, né? Bom, o que importa é que agora você está aqui! Estou tão feliz!
(Seika) Eu também, Seiya.
Ela abraça o irmão cuidadosamente para não machucá-lo.
(Seiya) Seika, me diz uma coisa, Shina esteve aqui alguma vez? Estou com a impressão de que ela esteve por perto.
(Seika) Ela veio aqui todos os dias. Ela e Marin. Ambas estão muito preocupadas com você. E não são só elas duas. Mino e a Srta. Saori também vêm visitá-lo todos os dias. Você é um rapaz muito querido pelas mulheres, não é?
(Seiya, rindo) É porque eu sou lindo, maravilhoso e perfeito!
(Seika, debochando) Ah, claro, claro.
(Seiya) Sou sim! Como é, você já sabe quando eu vou sair daqui? Ei, por que eu não sinto as minhas pernas?
(Seika) Você vai ter de ser paciente, Seiya. Talvez você até saia logo desse hospital,mas quanto às suas pernas, bom, os médicos ainda não sabem se você poderá andar de novo.
(Seiya) Não sabem? Como assim?
(Seika) Eu sinto muito, mas parece que você vai ficar um tempo usando uma cadeira de rodas.
(Seiya) Ah, uma cadeira de rodas não é páreo para mim!! Eu vou andar logo, logo. Você vai ver!
Continua...