Crônicas e Poemas de Catharina De Almeida.

Tempo estimado de leitura: 20 minutos

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    Capítulos:

    Capítulo 13

    A aventura

    O menino anda na neve

    O rosto rosado pelo frio

    A fumacinha saindo da boca, como deve

    Não se importando se foi abandonado pelo tio

    O chão a seus pés se torna dourado, o brilho de seus cabelos chocolate.

    Os pés nus tocam o chão, e caem nas estrelas

    A lua canta suavemente, o convidando para o baile

    Recusa com educação, afinal, moças mais velhas o envergonham

    Navega pelas águas agitadas

    O rosto iluminado pelo luar, ainda insistente

    E o pintor grava aquela cena, como nos livros de história

    Chegando na terra das chamas

    Conhece aquele que o ama

    Recebe um beijo no rosto

    Da doce princesa de flama.

    Em prova, o seu amor é posto.

    Espantando a jovem de chama

    Esta chora, apagando o rosto

    E sumindo sobre como um anagrama

    Perseguidos pelo povo de carvão

    A criança foge

    com uma dor no coração

    Suavemente pelos céus, as águias surgem.

    Os grandes olhos o miram, e assentindo com o olhar

    O convidam a subir

    Voando pelos céus, nas costas dos alados animais

    Mas sua doar não passava

    Por isso, deixou cair um lágrimas

    Mas se perguntassem negaria

    Porque ele era quase forte.

    Com a ternura de um sonho

    Desceu no mundo destes

    '' E agora, eu ponho''

    ele disse, despindo-se das vestes

    '' Tudo isso no fronho''

    e o fez, como se sempre o tivestes.

    E ainda sem as roupas, pisou na terra fria

    Fazendo com que a mãe Gaia cantarolasse.

    Ninfas, belas criaturas

    Saíam com cândura

    E o adormeceram, segurando-o na cintura

    Rezando para o todo poderoso Horfeu.

    O beijo suave de uma brisa, ensina a temer as desilusões.

    Ao amanhecer do sétimo dia, acorda em belas túnicas.

    Que o lembram o rapaz que não queria crescer.

    Sussurra um obrigado, e parte pelas terras que não conhece.

    As nuvens escuras cobrem o céu, e a poça cristaliza.

    Agora é um espelho magico, e nele o menino se enxerga.

    Os cachos se distorcem no reflexo, e uma menina de olhos lilás aparece.

    Sussurra seu nome, e se inclina para fora do vidro.

    Os lábios se tocam, e os dois adormecem.

    Dois pequeninos, em uma aventura.


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