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O menino anda na neve
O rosto rosado pelo frio
A fumacinha saindo da boca, como deve
Não se importando se foi abandonado pelo tio
O chão a seus pés se torna dourado, o brilho de seus cabelos chocolate.
Os pés nus tocam o chão, e caem nas estrelas
A lua canta suavemente, o convidando para o baile
Recusa com educação, afinal, moças mais velhas o envergonham
Navega pelas águas agitadas
O rosto iluminado pelo luar, ainda insistente
E o pintor grava aquela cena, como nos livros de história
Chegando na terra das chamas
Conhece aquele que o ama
Recebe um beijo no rosto
Da doce princesa de flama.
Em prova, o seu amor é posto.
Espantando a jovem de chama
Esta chora, apagando o rosto
E sumindo sobre como um anagrama
Perseguidos pelo povo de carvão
A criança foge
com uma dor no coração
Suavemente pelos céus, as águias surgem.
Os grandes olhos o miram, e assentindo com o olhar
O convidam a subir
Voando pelos céus, nas costas dos alados animais
Mas sua doar não passava
Por isso, deixou cair um lágrimas
Mas se perguntassem negaria
Porque ele era quase forte.
Com a ternura de um sonho
Desceu no mundo destes
'' E agora, eu ponho''
ele disse, despindo-se das vestes
'' Tudo isso no fronho''
e o fez, como se sempre o tivestes.
E ainda sem as roupas, pisou na terra fria
Fazendo com que a mãe Gaia cantarolasse.
Ninfas, belas criaturas
Saíam com cândura
E o adormeceram, segurando-o na cintura
Rezando para o todo poderoso Horfeu.
O beijo suave de uma brisa, ensina a temer as desilusões.
Ao amanhecer do sétimo dia, acorda em belas túnicas.
Que o lembram o rapaz que não queria crescer.
Sussurra um obrigado, e parte pelas terras que não conhece.
As nuvens escuras cobrem o céu, e a poça cristaliza.
Agora é um espelho magico, e nele o menino se enxerga.
Os cachos se distorcem no reflexo, e uma menina de olhos lilás aparece.
Sussurra seu nome, e se inclina para fora do vidro.
Os lábios se tocam, e os dois adormecem.
Dois pequeninos, em uma aventura.