Júlia... como a Bella, porém na França

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    Capítulos:

    Capítulo 1

    Desmaio cheio de memórias

    Vislumbrava pela janela, como sempre o ar gélido percorria por ela enquanto a garoa caia do céu, delicada. Por fim a professora mostrava-se desanimada, por hora os alunos só sabiam tagarelar no ouvido meu e no dela. Eu, portanto me sentia totalmente desligada de tudo, apenas via o morro, as casas e árvores desbotadas pela chuva e nada ouvia, nem aos meus pensamentos.

    Minha pele estava pálida como sempre, sentia a brisa penetrar no meu rosto, bastava essa sensação de ar puro para com que eu desaparecesse daquela sala e viajasse a outra, minha antiga, bem próxima dali. Eram paredes brancas e com faixas azuis que me prendiam na tediosa aula de Lídia Lilcon, com um pensamento podia viajar o mundo e sair dali. Preferi de certo modo a volta ao passado, passado que nunca podemos alterar a não ser pelo pensamento.

    A escola Sant Augustus era enorme, no começo me sentia meio perdida olhando aos seus arredores, era confuso, havia cadeiras de madeira e televisores! Sala de informática e biblioteca. Passei a ver muitas coisas que na outra escola não tinha, era como uma nova vida a explorar. Era um colégio interno onde eu passaria metade do dia enclausurada numa sala de aula. E mesmo por todos esses recursos da qual a outra escola não possuía, eu me sentia desconfortável e só. Mas não me dei ao luxo de sentir preguiça, nem isso podia sentir.

    Sai de uma cidade para outra ou era mais ou menos isto, já que fui morar nas colinas com minha avó Marie. Foi ela que disse o que era melhor pra mim, que eu era especial e que eu devia acreditar. Mas no que?

    -Júlia Annemarie , Julia!- E no meio de todas aquelas vozes apaguei.

    Eu provavelmente tinha voltado, a uma especie de memória que aparecia como um borrão de tinta em minha mente e era da noite em que surgi a porta da academia St. Augustus desmaiada e nem tinha como eu ter parado lá, pois existe uma parte bem ingrene para se subir e como alguém frágil poderia subir lá? Uma garota que havia recem chegado de tão longe.

    E depois, eu nem ao menos falava frances e sabia que aqueles sinais na placa ao pé do monte diziam que não era para eu estar lá, não viva, pelo menos. E foi a última coisa que vi antes do enorme portão e as irmãs que mal apareciam durante a noite de preto que me acolheram.

    Eu não conhecia nada, nem andar na neve, Afinal eu vim do brasil com intuito de morar com a minha vó que era minha parente mais próxima depois de um abandono de incapaz. Sim, eu fui para lá com 6 anos de idade e não há como esquecer de um dia como esses. É a mesma memória sempre que apago.

    De novo estou eu na sala branca e denovo a primeira coisa que faço é olhar para janela e ver nada mais que um lago, a imensidade branca e os pinheiros que vão desde o ínicio ao topo.

    -Você está melhor Júlia?- É claro que as infermeiras velhas estão falando em Francês e minha tutora também, mas acho que vocês não entenderiam e como estou acostumada, pra mim elas estão falando em portugues. Minha mente se adaptou a isto.

    -Estou... acho que é o mesmo sonho- digo sonho, porque ninguem acredita. Somente as freiras daquela noite fatídica da qual meu subconsiente insiste em recordar como uma fita programada para repetir.

    -Sra. enfermeira, posso ve-la?- Essa voz de histeria só podia ser de Lucy Morbelle, minha amiga desde que entrei pros estudos de sotaque e ela me explicou o porque de eu ter sobrevivido aquele dia, mas nada que eu vá acreditar. Acontece que ela disse ter um tio da Hirlanda que já viu doendes e eu acho que não fopi bem isso que me salvou!

    As enfermeiras saem do quarto.

    -Juuuuh! Mal posso acreditar que está aqui, e de novo! Voce bateu recorde esta semana, sabia!?- Claro que depois de um monte de blá blá blá em Frencês pude traduzir isto.

    -Não foi nada- observei a preocupação que havia em seu rosto. Disse isto porque, seu cabelo estava amarrado e ela sempre faz isto quando vai me encher de pergunta e tirar deduções malucas. Ela é do tipo loira e baixinha e do cabelo escorrido, somos duas a não ter um grupo de caras correndo atras e em compensação não temos probremas com as filhas de franceses ricos.

    -Já sei, o motivo de você ficar lembrando daquela época é porque você foi abduzida, sim! Descobri!- e mais blábláblá indo de um lado para outro com o dedo indicador levantado, contando idéias e idéias malucas do que os supostos seres de outro planeta são até que...

    -Deixe ela repousar Lucy maluquinha - Fez Juan, meu amigo de tempos a entrar pela porta que era a única coisa a não ser branca naquele Hospicio de quarto da enfermagem. Ele cresceu comigo na casa da vovó e também é vizinho das Morbelle faz tempos, ele também tem dessas maluquices de histórias, só que para ele é a lenda dos "dragões" da montanha!

    -E aí Juh! Ela conseguiu te deixar mais maluca?!- fez rindo ao ajeitar as franjas de cabelos castanhos que vinha nos olhos. Os dois me olhavam e riam, gesticulavam e falavam do ataque que a professora sofreu ao me ver cair de novo e os dois pareciam um casal, e não ultimamente, mas eu sempre notei isto neles. As roupoas que vestiam por cima do uniforme tradicional falavam por si só, sempre combinando o casaco de lã dela com a gravata dele e os olhos verdes dela com o castanho do dele.

    -... Ah! E que tal provarmos se foi Ets ou não?- Perguntou Lu a ele

    -Não, não participo disto- Tentei intervir, mas os dois me olharam com uma cara diferente

    -Eu topo, porque você não topa?- Fez Juan

    -Impossível viver num frio daquele de noite e sozinha na montanha!- Eles estavam pensando o que?

    -Nós vamos com você e se escondemos, aí... você finge que tá morrendo e o monstro te salva ou se for Ets...-Fez Lucy

    -Já chega! Não quero ouvir o resto, mas se eu não fizer vocês ficam emburrados comigo pelo resto da vida mesmo! Né?- Eu irei porque também estou curiosa, talvez eles me deixem em paz depois e assim seria menos doloroso dizer a Lu que "NÃO FORAM OS EXTRAS TERRESTRES!"

    Entam chegou o intervalo, e na biblioteca todos estavam anciosos pela noite. Nós três estavamos a pesquisar sobre os mitos da região, coisas que eu não sabia como a inquisição das bruxas e que não eram só mulheres, mas que pelo menos 25% em determinada parte da Europa sofreu com isto. Fiquei pasma! Estudamos até a cultura nórdica que estavam bem longe daqui!

    Mas no fim, quem nos trata como Ets são as meninas metidas e os atletas, e olhe, achei que essas pessoas só existiam nos filmes americanos, que engano meu... Quer saber! Se dependesse deles, agente iria a inquisição por estar estudando!

    Então vamos á virada da noite....

    O crepúsculo de aproxima e o último solzinho desta tarde.


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