Kakashi... Minha Tentação

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    Capítulos:

    Capítulo 21

    Meu Conforto

    Álcool, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    - Então vamos ver quem pega quem primeiro, Hatake. Eu não tolero traições. A caçada começou. E você prateado, também está na minha lista e toda a sua família.

    ***S2***

    Cap 21

    Narração Mari...

    - Anotou direitinho? - Meu pai perguntou do outro lado da linha, se referindo ao número da senha da conta bancária dele.

    - Sim. - Respondi. - Vocês vão demorar muito?

    - Eu volto ainda hoje. Mas sua mãe vai continuar aqui! - Algumas lágrimas escaparam. Eu não queria que minha mãe ficasse lá, sozinha. Talvez eu pedisse para o Kakashi me levar lá, mais tarde. Ainda não tinha visto ela hoje, queria perguntar se estava precisando de alguma coisa.

    Assim que desliguei o telefone, olhei para o meu irmão, estava deitado no sofá... fitava o teto com o semblante triste, desanimado. Os olhos inchados, acho que ele, assim como eu, não conseguiu parar de chorar. Conhecia muito bem meu irmão, sabia que ele queria ao menos ter se despedido do Nagato uma ultima vez. Beijei-o no alto da cabeça, em seguida acariciei seu cabelo loiro. Queria dizer a ele palavras que o confortassem, porém, eu também estava precisando delas. Apenas sorri, e suspirei. - Tudo bem nee-chan, não precisa dizer nada. - Ele disse e beijou o dorso da minha mão. Era incrível a conexão que eu e ele tínhamos, e estávamos longe de ser irmãos gêmeos. Nessas situações delicadas não precisamos dizer nada. Nos entendiamos apenas de olhar.

    - Daisuki, nii-chan. - Eu disse, em seguida o abracei. Eu odiava vê-lo sofrer.

    - Eu também. - Ele começou a chorar, soluçando baixinho. - Kuso... por que fizeram isso com ele? Eu ainda não consigo acreditar, nee-chan.

    - Eu também queria saber. Agora, só podemos esperar pra ver se a policia descobre alguma coisa. Não se preocupe... tudo vai ser resolver. - Não, eu não acreditava que a policia fosse resolver alguma coisa. Ainda mais o assassino estando morto. De onde eles tirariam informações? Um caso sem solução, assim pensei. Mas o Kakashi, com certeza, descobriria o por que de mataram ele. Uma pessoa que estava quieta no seu canto, apenas fazendo aquilo que mais gostava... em cima de um palco levando a galera ao delírio com seu rock'n roll. - Vai ficar tudo bem, Naruto! - Ainda assim eu acreditava nessa possibilidade. Eu tinha que acreditar.

    Voltei para o meu quarto quarto. Kakashi estava na sacada, recostado sobre a grade. Eu sentia um alivio toda vez que olhava para ele. Meu conforto. Ele deu aquele sorriso torto de canto lindo, e todas as vezes eu achava que ia desmaiar.

    Assim que me aproximei dele, ele tocou meu rosto com a palma da mão. Fechei meus olhos me concentrando em seu toque. - Te amo, pequena. - Ele disse. Abri meus olhos e percebi que os dele estavam lacrimejados.

    - Que foi, meu amor? Por que você está chorando? - Perguntei, e logo em seguida o abracei. Ele pressionou meu corpo contra o dele, apoiando o queixo na minha cabeça. Segurou firme na minha nuca, como se me impedisse de sair de seus braços. Pois ele não precisava fazer esforço nenhum. Eu ficaria aninhada em seu colo pelo tempo que ele quisesse.

    -Não se preocupe, não é nada. Eu só quero te sentir. Sentir seu cheiro, seu corpo, sua boca na minha. - Ele me afastou alguns centímetros de seu peito e me olhou nos olhos, em seguida colou seus lábios nos meus. Senti um aperto no peito. Uma sensação estranha... medo... medo que ele desaparecesse de novo. Mesmo sentindo que o ar ia faltar, continuei beijando-o. Suas lágrimas caindo em meus rosto, misturando-se com as minhas, e juntando-se ao beijo. - Mari... - Chamou meu nome, ainda com seus lábios colados aos meus. Juntou sua testa na minha, nariz com nariz... sua respiração chocando-se contra a pele do meu rosto, queimando-me. - ... Eu vou ter que voltar para o Japão.

    Minhas lágrimas se intensificaram. O medo... o aperto no peito... eu sabia que tinha uma razão. Ele me deixaria mais uma vez. Por quanto tempo dessa vez. Uma semana? Duas? Um mês? Por que? Por que ele teria que voltar? Será que o tio dele não conseguia resolver nada sozinho? Além de força-lo a fazer o que não queria, tinha que ficar pegando no pé dele, para sempre estar ao seu lado. Eu queria o Kakashi só para mim. Desde que começamos a namorar, não conseguimos ficar juntos uma vez sequer, sem que alguém nos interrompêssemos - Q-quanto tempo v-você vai ficar lá? - Perguntei entre soluços. Em todo momento ele limpava minhas lágrimas.

    - Acho que mais uma semana! - Ele respondeu. E assim eu esperava.

    - E a escola? - Será que ele tinha esquecido desse detalhe. Já havia semanas que ele não ia. E o mais estranho era que ninguém perguntava por ele.

    - Meu tio já resolveu isso. - Era de se esperar. Virei o rosto de lado e suspirei pesadamente. - Ei... - Ele tocou meu queixo com a ponta do dedo, fazendo-me olhar para ele novamente. - ... Tudo vai se resolver. Confia em mim. - Eu confiava. Confiava com a minha vida, nele.

    - Volta logo. - Eu disse, forçando um sorriso.

    - Eu volto, pequena. - Ele me beijou mais uma vez. - Hum... Me promete uma coisa?

    - Sim. - Respondi.

    - Não saía de casa sozinha. Se for precisar ir em algum lugar, peça pra alguém ir com você, tá bom? - Eu adoro o cuidado que ele tem comigo. Mas eu sabia que a preocupação dele se originava da morte do Nagato. Mas uma coisa não tinha nada ver com a outra. O onee-chan estava no Japão. Não podia acontecer nada comigo, aqui. Ou será que ele sabia de alguma coisa, e estava me escondendo? Mistérios e mais mistérios. De qualquer maneira, eu nem saio de casa. Só vou para a escola.

    - Prometo. - Eu disse, acariciado seu rosto. Em seguida ouvi alguém bater na porta do meu quarto. Mas ainda bem que estava aberta.

    - Otou-san! - Fui até ele e o abracei apertado. Já tinha um tempinho que eu não fazia isso. - E a mamãe? - Perguntei.

    - Está bem, na medida do possível. - Ele passou a mão no cabelo loiro, em seguida olhou para o Kakashi. - Como vai, Kakashi?

    - Bem, Minato! - Os dois se cumprimentaram com um aperto de mãos. - E o meu cunhadinho, está bem? - Ele perguntou, usando um tom de voz tranquilo. Tentando descontrair o clima tenso.

    - Graças a Kami-sama, ele está ótimo. Sua mãe já está de dois meses e meio, acredita Mari? - Ele disse, sorrindo. Então eles devem ter feito "ele" assim que chegamos aqui, pois já tinha três meses que estávamos morando aqui. E dois meses que eu e o Kakashi estávamos namorando.

    - Tudo isso! Caramba! Eu não vejo a hora de saber se vai ser menino ou menina. Apesar de eu querer outro nii-chan. - Os dois olharam para mim com os olhos arregalados. Eu e o Naruto parecia mais cão e gato. Era de se esperar que eu quisesse uma irmãzinha. Mas só de pensar em dividir minhas roupas, maquiagens, meu acessórios que eu tenho tanto ciúmes, me dava calafrios. - Ué, eu não me importo de ter outro Narutinho, enchendo meu saco.

    Os dois começaram a rir do meu comentário. - Filha já fez o que eu te pedi?

    - Ainda não, tou-san. Vou fazer agora! - Antes que ele me desse uma bronca, liguei o notebook. Ele me pediu para depositar um valor na conta da Konan. Eles tinham conversado mais cedo, e foi decidido que ela não ficaria mais lá no japão. Viria embora para cá. Não deve ter sido uma conversa nada fácil. Konan disse uma vez, que não sairia do Japão por nada. Então imagino eu, que meu pai deve ter ficado horas no telefone tentando convence-la. Ela não tinha mais ninguém lá. Quer dizer, Nagato teria que ficar lá pois não poderia trazer o corpo dele para ser sepultado aqui.

    Enquanto eu fazia o deposito, Kakashi e o meu pai conversavam sobre a empresa e o acordo que eles estavam fechando com a empresa Hyuuga, da família da Hinata. Eu me sentia na obrigação de fazer alguma coisa, não queria mais pessoas envolvidas nisso. O tio do Kakashi não é uma pessoa que se possa confiar para fechar um negocio. Mesmo eu não o conhecendo bem, e nem queria mesmo, eu podia ver através dos olhos dele, que ele trilhava um caminho de escuridão, e estava levando meu Kakashi junto.

    Mas eu não podia simplesmente chegar no pai da Hinata e dizer das minhas suspeitas contra o Fugaku. Bom, talvez eu encontrasse um meio. Mas o importante, agora, era cuidar da vinda da Konan para cá.

    Eles não paravam de conversar. Onde arrumavam tanto assunto? Fiquei prestando atenção na conversa. Não falavam nada de interessante, até que meu pai citou um nome que deixou o Kakashi, um tanto agitado. Eu percebi na hora. - Meu primo, tá aqui?! - Ele perguntou, parecia incrédulo com o que meu pai tinha acabado de falar.

    - Sim! Ele me parece um rapaz bastante dedicado. E conhece tudo na empresa. Me deu até umas dicas. - Meu pai o elogiou. - E a namorada dele é uma moça muito gentil.

    - Namorada?! Eu não sabia que ele estava namorando. - Kakashi parecia não estar gostando dessa história. Na verdade, ele estava bem desinformado, isso sim. Saí da cadeira e fui para o lado dele.

    - Ah... ela disse que iria vir aqui te ver, e que estava muito ansiosa pra conhecer sua namorada. - Agora era eu que estava estranhando essa conversa. Nem sei quem é esse primo do Kakashi, muito menos conheço a namorada dele. Olhei para o Kakashi, com um imenso ponto de interrogação no rosto.

    - Não olha assim pra mim, pequena. Eu não faço ideia de quem ela seja. - Franzi o cenho, desconfiada. Porém, deixei para lá. Não queria me estressar... tinha apenas algumas horas para ficar com ele. E não queria que ele viajasse brigado comigo. - Bom, em todo caso, só nos resta esperar. - Arquei uma sobrancelha, e o encarei, séria.

    - Vish, deixa eu dar o fora daqui. Se cuida Kakashi, Mari é igualzinha Kushina em quesito ciúmes. Ela vira uma fera. - Meu pai deu as costas, acenando para nós, enquanto saia rapidinho de dentro do quarto.

    Kakashi me olhou de soslaio e repuxou o lábio, num sorriso malicioso. Agarrou-me pela cintura, colando-me em seu peito, levou a mão esquerda até minha nuca, segurando firme por baixo do meu cabelo. - Eu sei muito bem como domar essa fera, não é? - Ele disse, contra os meus lábios. Eu apenas concordei, maneando a cabeça para frente a para trás. Depois disso, me beijou, fazendo-me amolecer toda em seus braços.

    - Acho melhor pararmos por aqui, tentação. - Eu disse, ao me afastar dele. - Meu pai tá em casa, esqueceu?

    - Desculpa. Prometo me comportar. Bom, tá afim de fazer alguma coisa? - Ele perguntou colocando as mãos dentro dos bolsos da calça.

    Eu não sabia bem o que queria fazer. Na verdade, eu não queria fazer nada, apenas ficar dentro de casa, debaixo das cobertas, assistindo anime. - Quero ficar dentro de casa, tudo bem pra você? - Ele aceitou. Então ficamos a tarde toda deitados na minha cama assistindo. Fiz alguns lanches para nós. Comemos, conversamos, nos divertimos bastante. Até conseguir esquecer da dor em meu peito.

    Mas ela voltou assim que recebi uma ligação da Konan. E mais uma vez, voltei a chorar desesperadamente.

    - Calma, meu amor. - Kakashi limpava minhas lágrimas com as pontas dos dedos. - Eu não quero ver você chorando mais. Por favor, para. - E parecia que piorava a medida que ele falava. - Droga... por que essa merda tem que começar a tocar agora. - Ele tirou o celular de dentro do bolso e atendeu. - Alô... fala mais devagar, eu não tô entendendo nada... O quê?!! - Ele gritou. - Aonde você tá? - Ele ficou em silêncio. - Tô indo aí agora. - Ele desligou o celular e o colocou de volta dentro do bolso.

    - O que foi, Kakashi? - Perguntei já em panico. Minha vida ultimamente tinha virado um filme de terror.

    - Mari, eu preciso ir. - Ele saiu de dentro do quarto, correndo, descendo as escadas de dois em dois degraus.

    - Espera, Kakashi! - Pedi, antes dele abrir a porta da entrada. Ele parou, mas não voltou o olhar para mim. - O que aconteceu? Quem era no telefone? - Ele suspirou, levou uma mão até o cabelo e a outra pousou na cintura.

    - Era o Itachi. Ele precisa da minha ajuda. - Ajuda?! O Itachi?! Oque será que tinha acontecido com ele? - Vai ficar tudo bem... - Eu já estava cansada de ouvir que tudo ia ficar bem. Para mim, parecia que tudo ia ficar mal, isso sim. - Eu preciso ir, Mari! - Ele saiu em disparada. Fui atrás dele e fiquei parada na calçada. O vi entrar na garagem e sair de lá na moto vermelha. Parou em frente a minha casa e antes de colocar o capacete me chamou. Me aproximei dele, colocando minha mão sobre a dele, que já estava posicionada no guidom da moto. - Eu te amo!

    - Eu também. Volta logo, tá? - Ele fechou os olhos e assentiu com a cabeça. Depois disso, o vi sumir, rápido demais. Voltei alguns passos para trás, deitei sobre a grama e fiquei olhando para o céu, que já estava escurecendo. Kami, o que está acontecendo? Acho que não devíamos ter saído de Konoha. Estava bem melhor lá.

    Minha mente voo longe. Lembrei das tardes em Konoha, que eu passava com o Nagato, Konan e o Naruto. Ficávamos deitados sobre a grama do parque, observando as nuvens, e dizendo com o que elas se pareciam. E foi numa dessas tardes, em que ele se virou e cochichou no meu ouvido: "Eu gosto de você, Mari". Eu quase virei um pimentão de tão vermelha que fiquei. Eu era só uma menina, tinha 12 anos, mas apesar disso, eu também gostava dele. Mas eu não namorei com ele, o via mais como um irmão do que namorado. E tinha a Konan, que sempre fora apaixonada por ele. Eu jamais me atreveria a magoa-la. E foi depois desse dia que eu lutei para juntar os dois. Me tornei, como ela mesma disse, um cupido para eles.

    - Arigato, Nagato, por ter feito parte da minha vida. Daisuki onii-chan! - Virei de lado na grama e me encolhi, chorei amargamente. Eu queria ouvir a voz dele uma ultima vez. Passei os braços ao redor do meu corpo, abraçando-me.

    E mais uma vez eu estava sozinha, minha unica companhia era o silêncio, assim como a lua e as estrelas... A noite estava fria, triste, mórbida, senti em meu peito a dor da saudade que você me faz. Parece flechas a me perfurar.

    Voltei a olhar para céu escuro. Então começou a chover, as gotas da chuva misturaram-se às minhas lágrimas e o vento soprava em minha face. Um raio desceu fulminante sobre a terra, assustando-me, quebrando o silêncio e rompendo a escuridão, era como se a própria noite chorasse a sua ausência. Pude sentir por instante o calor do seu corpo envolvendo-me em um último abraço, cheio de ternura e carinho, era o adeus... Adeus nii-chan, enquanto as estrelas enfeitarem a noite e as rosas exilarem seu perfume eu me lembrarei da nossa amizade.


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