Diário de uma Bruxa

  • Finalizada
  • Tenshiii
  • Capitulos 23
  • Gêneros Aventura

Tempo estimado de leitura: 3 horas

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    Capítulos:

    Capítulo 15

    O livro, a chave e a boneca

    Dormi, e no sonho havia uma chave, uma boneca e um livro pequeno que mais parecia um pequeno chaveiro. Depois o alarme do despertador toca, eu estava me sentindo bem, logo ouvi batidas na porta.

    - Mary está melhor?

    - Dor de cabeça Sam.

    - Beba isso Anee mandou. - Peguei o copo com um líquido transparente, no primeiro gole, engasguei.

    - Credo, que gosto horrível! O que é?!

    - É um purificador de sangue. - Guga entrou no quarto e me assustou.

    - Er... Toc toc. - Ele fez o barulho ao notar meu olhar.

    - Minha mãe disse que você estava com o sangue sujo por aquele negócio que aconteceu.

    - Mary você já abriu a caixa? - Ela disse enquanto eu bebia aquele purgante. Balancei a cabeça dizendo não.

    - Não vai abrir?

    - Não. - Respondi depois de beber o "remédio".

    - Pode ser algo importante. - Disse gustavo.

    - Não interessa.- Eu disse e Sam desceu levando o copo, deixando eu e Guga somente.

    - Sabe o que é... Você está com medo! - Disse Guga de pé, frente a mim.

    - Cala boca, me deixe em paz!

    - Não vou mais te perturbar Mary. A vida é sua.

    - Eu sei e é isso que quero! Vamos mudar de assunto ok? - Ele se sentou na beirada da cama.

    - Tá. - Ele disse com raiva. - Vocês estão juntos?

    - Não precisamos falar sobre isso.

    - Eu preciso saber, não é?! - Apenas o olhei.

    - Prometo que não vou dar palpite. - Ele disse esperando minha resposta.

    - Eu estou namorando com ele. - Respondi rápido, sem pausa.

    - Ah qual é?! Achou que eu ia espancá-lo ou ameaçá-lo?!

    - Na verdade não contei porque não tive oportunidade! - Disse e logo percebi um linha entre os lábios era um sorriso cínico. Ele sabia que não era verdade.

    - Aham, tá bom Mary. - Ele riu novamente e eu sabia porquê.

    - Tá agora que já sabe, FORA DO MEU QUARTO! - Ele se levantou e eu joguei uma almofada em suas costas.

    - Ok marrenta. - Ele ia saindo depois se virou.

    - Lembrando, você está atrasada.- Quando olhei pro relógio era 6:30. Eu dormi quase um dia inteiro. Corri para me arrumar, o que não foi difícil em 10 minutos estava pronta e bem arrumada. Olhei para a pequana caixa de cristal, eu estava curiosa mas prefiria não abrir. Fui para a escola, Guga já tinha saído e eu fiquei um pouco aliviada. Cheguei na escola no horário, e todos já estavam lá.

    - Oi gente. - Disse.

    - Oi amor! - Logo o Edu veio me abraçar e me dar um beijo de bom dia.

    - Ahhh já de manhã?! Cara acabei de tomar café! - Disse Caio.

    - Tenho culpa de você não arranjar ninguém?!

    - Hahaha... Você é engraçado pra caramba né?! - Ele disse sem humor.

    - Mary estávamos falando de ir em uma pousada no final de semana e aí? - Disse Caio.

    - Ah gente, depende de vocês. - Disse.

    - Então, vai geral. -Disse Alê entusiasmado.

    - Esperaí! Quem vai Alê? - Perguntou carlos.

    - Eu, você, Edu, Dinha, Cris, Caio, e agora se a Mary for são sete.

    - Quê? Só vai homem?! - Disse caio.

    - Ah valeu Caio! - Disse a Dinha (Amanda)

    - Você não conta! - Amanda ficou vermelha de raiva.

    - Caio seu idiota! Tem mais gente, eu falei que daqui da NOSSA galera. -Disse Alê.

    - Ah explica então! Seu mané.

    - Ow qual vai ser a pousada? - Perguntou Edu para o Alê.

    - Aquela. Lembra Edu da pousada do final do ano? Aquela que o tio do Carlos é um dos donos?

    - Ahhhh sei... Qual é não. - Edu falou rindo.

    - Po lerdo! Do outro lado da cidade. Vários estudantes vão pra lá, "pousada do sol".

    - Aff que nome brega! - Disse caio

    - Humm... Por que será que tem esse nome?! - Disse Alê.

    - Aí você podia chamar a Ju e a Rafa! Meu tio não vai ligar. - disse Carlos. Fiquei olhando pra cara deles, será que eles não perceberam que tinham garotas ali? Homens... Todos iguais.

    - Aí Mary chama a Sam! - Disse a Dinha, ela não queria ficar sozinha e sabia que a Sam nunca ficaria com aqueles garotos.

    - Boa ideia Dinha! - Disse Caio olhando para Amanda.

    - Aff.

    - Eu falo com ela.- Disse para a alegria dos garotos.

    Depois o sinal bateu. Final de semana estava parcialmente organizado, depois das aulas chatas o Caio pediu que eu fosse convidar as garotas para o final de semana na pousada. Por que se ele fosse convidá-las pareceria que ele queria que elas fossem, mas com outras intenções (o que era verdade). Eu fui mesmo assim e elas disseram que iriam, no intervalo estava todo mundo em uma mesa no pátio discutindo o horário.

    - Então no carro do Edu vai cinco pzra não ter problema. - Disse Alê.

    - Aí vai a Mary, a Dinha... Mary você ligou para a Sam? - Perguntou Edu.

    - Ih... Ela não vai. - Eu realmente liguei para Sam e ela prefiriu não ir (desculpa dela: muitos humanos).

    - Então tem dois lugares vagos.

    - Ah vai o Caio e a Juh. - Disse Carlos, aliás os pensamentos do Caio estavam eufóricos.

    - Legal então. - Disse Juh.

    - A Rafa, Cris, Alê, e eu vamos no outro. - Disse o Carlos.

    - Então pronto. Sexta à noite geral na casa do Caio. - Depois de tudo arrumando, o sinal bateu e todos foram para suas salas. Eu e Edu fomos juntos, é claro.

    - Amor, o Guga vai?

    - Não sei, por que a pergunta? - Dã! Como se eu não soubesse.

    - Ele disse que ia.

    - Não sabia nem dessa viagem da galera.

    - Você anda meio desligada.

    - Eu sei.

    - Hoje eu falo com ele.

    - Pensei que fôssemos passar a tarde juntos.

    - Na... Sua...Casa?!

    - É por que o espanto?

    - Por nada, aliás não vi sua vó quando eu er... Passei mal. - Disse já dentro da sala.

    - Ah ela não mora conosco, aliás, ela quase não vai na minha casa e justo quando você passou mal ela estava de passagem por lá. - Nesse momento percebi que aquela mulher já sabia de tudo... Me perdi em pensamentos tentando achar soluções.

    - Ô Mary, desligada... Tá aí? - Disse Edu fazendo gestos com a mão.

    - Hã...

    - Garota, você às vezes me assusta.

    - Desculpa, estava pensando.

    - Então, já que você tem muita coisa para arrumar na sexta você fica a tarde toda lá em casa. O que acha?

    - Tudo bem. Caramba hoje é quinta?

    - Sim. Mas acho que vai dar tempo. - Claro que iria dar tempo com minha velocidade a mala estaria pronta em menos de cinco minutos, a aula seguiu normalmente eu estava ansiosa para o sinal bater queria ir logo para casa. Depois que saimos o Caio gritou "23:30 Edu!". Fui para o carro do Edu, depois conversamos um pouco e ele me levou em casa.

    - Você prefere que eu te ajude?

    - Não precisa, aliás, você também precisa arrumar suas coisas. Então amanhã eu prometo, que passo a tarde inteira com você. - Disse beijando ele.

    - Olha que eu vou cobrar...

    - Pode cobrar. Você vai cansar de mim, o dia todo com você.

    - Ah... Tenho certeza que aguento.

    - Palhaço. - Ele me puxou pela cintura me dando um beijo tão intenso que me tirou o fôlego.

    - Ô garoto eu tenho que arrumar minhas coisas.

    - Já?! Espera um pouco... - Não vou mentir, eu bem que queria. Continuamos lá nos beijando.

    - Vou deixar você ir, mas só porque amanhã vou ficar com você um dia inteiro.

    - Ok. - Beijei ele de novo e fui andando até em casa, quando entrei parecia que alguém ia sair com uma "serra elétrica". Estava tão calmo, parecia cenário de filme de suspense. Fui para meu quarto arrumei tudo tão rápido que em menos de cinco minutos estava tudo pronto. Depois fui tomar um banho e em seguida me dirigi ao quarto do Guga que estava com a porta aberta. Ele estava lá deitado em meio as cobertas.

    - ACORDA! - Gritei e pulei na cama, como fazia sempre para acordá-lo.

    - Credo garota que susto! - Ele disse quando me viu.

    - Levanta, já é muito tarde!

    - Deixa eu dormir. - Ele virou novamente puxando a coberta.

    - Você vai? Fala logo. - Disse.

    - NÃO.

    - Ih estressado! Então pode dormir, tchau.

    - Ei você vai? - Ele despertou.

    - Claro.

    - O Eduardo vai?

    - Também.

    - E o resto da galera vai?

    - Claro né?

    - Então tá. Agora SAI! Quero domir. - Joguei uma almofada tão forte na cabeça dele, acredito que ela tenha descosturado com o impacto.

    Saí rindo, o ruim é que com a malinha pronta não tinha mais o que fazer. Decidi arrumar meu quarto e com sorte teria bastante coisa para fazer e assim ficaria distraída pelo menos um dez minutos, mas se eu o fizesse como os humanos fazem ia demorar uns cinquenta minutos. Fiquei pensando e calculando o tempo necessário para me manter ocupada, assim fui limpando tudo arrumei os livros, cd's, roupas que estavam jogadas... Ufa! Bastante coisa.

    Tirei o pó e olhei novamente a caixa, mas pensei que se resolve-se abri-la poderia acabar com meu final de semana e mais uma vez não tive coragem de abri-la. Fui arrumar as caixas que ficavam em uma parte escondida no closet. Ali haviam diversas coisas minhas de quando era mais nova, realmante não sei como resistiram ao tempo afinal de contas já faziam cem anos... Não havia muito, pois fiz questão de jogar tudo fora. Era doloroso pensar em minha vida quando criança, dentro da caixa encontrei jóias antigas e belas mas não é costume usá-las diariamente. Eram jóias da minha mãe uma caixa com a aliança do meu pai e da minha mãe com os nomes gravados "Yumi e Yoru - Eternamente".

    Aquilo era deprimente, me vi ali sentada em meio a poeira revirando um passado que sempre quis esquecer, joguei as alianças dentro da caixa e algo trincou, quando olhei era minha boneca de porcelana com a força que joguei as alianças elas bateram no rosto da boneca e ficou um rachadura no nariz até a metade da boca.

    - Boneca estúpida! - Gritei. Devia tê-la jogado fora, a última lembrança de tudo.

    Joguei-a novamente com o intuito de quebrá-la realmente, e consegui é claro, mas algo fez mais que um barulho de porcelana quebrada parecia um barulho de livro caindo. Me levantei e fui olhar.

    Bem, a boneca estava em pedaços apenas o vestido inteiro, quando olhei novamente vi um pequeno livro, pequeno mesmo e pesado. Na frente um desenho de uma estrela na verdade um pentagrama. Peguei-o e fui sentar na cama, logo me lembrei do sonho: A boneca; o livro mas faltava a chave... Logo as pedras em meu colar brilharam e notei que a chave era o meu colar. Retirei-o de meu pescoço e coloquei no desenho da capa do livro que triplicou de tamanho. Estava escrito:

    Diário de Yumi.

    19/01/1900

    Hoje foi tão estranho Anee quer que eu saia de Londres, mas eu gosto tanto daqui... É uma cidade mágica... - Depois que olhei a letra, meus olhos me traíram.

    - Lágrimas idiotas!

    Gritei no silêncio do quarto, era a letra dela... Minha mãe. Minha mãe... Eu chorava e soluçava sem parar. Agradeci mentalmente o fato do Guga estar dormindo.

    Começei a ler a letra era linda e as folhas estavam em perfeitas condições. Minha mãe deixou seu diário para mim, de certa forma ela estava comigo, eu iria conhecê-la melhor através de suas palavras, fielmente registradas em seu diário...

    Hoje fui comprar um vestido para o baile, é tão belo e elegante creio que será perfeito. Minha mãe quer que eu conheça um homem, quer que eu me case. Realmente não quero.

    Ela já o conhece e diz que sua família tem grande influência na sociedade... Que besteira! Afinal de contas uma bruxa não precisa de uma vida social tão... Chata, é a palavra. Todos aqueles jantares fomais e danças entediantes! Eu não quero isso para mim, afinal, para quê iria querer isso? Viverei tempo demais e terei de sumir para não surgir desconfianças sobre o que somos. Meu pretendente também é um bruxo, sua família é de uma linhagem antiga. Dentro de algumas horas estarei noiva, rezo para que o cosmos e as forças da natureza me ouçam, eu quero me casar por amor e não por obrigação! Agora tenho de ir, adeus diário! Contarei como foi o noivado assim que chegar, meu pretendente me espera lá em baixo.


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