Diário de uma Bruxa

  • Finalizada
  • Tenshiii
  • Capitulos 23
  • Gêneros Aventura

Tempo estimado de leitura: 3 horas

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    Capítulos:

    Capítulo 14

    Aprendiz de bruxa

    - Leve-a para cima.

    - Tá! - Alguém me envolveu nos braços e foi andando. Depois disso a dor ficou mais forte, tudo em minha volta girava, a queimação não diminuía.

    - Mary? Mary? Amor diga algo, não dorme! MARY? - A voz estava desesperada.

    - Coloque isso na testa dela. - Senti algo gelado na minha testa.

    - Droga ela está queimando! Mãe o que está acontecendo?! - Fui perdendo a consciência mas ainda ouvia susurros.

    - Não sei, vou chamar um médico. - A voz mais calma disse, logo a dor começou a parar. Eu já conseguia ouvir meus pensamentos.

    - Ela está acordando... Meu bem você está melhor? - Perguntou dona Márcia.

    - Sim... O o..Que acon...teceu? - Perguntei aturdida.

    - Meu amor, você passou mal de repente. - Disse Eduardo ainda com expressão de desespero no rosto.

    - Vou ligar para o médico agora!

    - NÃO! Por favor não é necessário! Isso acontece às vezes. - Eu menti, o médico poderia desconfiar de algo e nem eu sabia o que havia acontecido.

    - Temos que falar com um médico, isso não é normal.

    - Eu esqueci do meu remédio, foi só isso. Por isso passei mal. - Menti novamente.

    - Tudo bem, então descanse um pouco. Vou pegar um copo de água. - Dona Márcia desceu e de imediato a imagem da mulher veio em minha mente. O meu celular tocou mas não atendi e em seguida desliguei.

    - Por que você fez isso? - Perguntou Edu.

    - Não quero falar com ninguém agora.

    - Você está melhor?

    - Um pouco. - O que tinha acontecido comigo? Eu nunca senti dor de cabeça, nada pode me ferir tão pouco me fazer desmaiar, e eu me senti como se a dor que jamais senti em toda minha vida viessem à mim com uma intensidade cem vezes maior.

    - Pronto querida. Beba, vai se sentir melhor. - A mãe de Eduardo me oferecia um copo com água.

    - Obrigado. - Ela desceu as escadas, Edu ainda me olhava desconfiado.

    - Você quer ir para casa? - Ele perguntou ainda preocupado.

    - Acho melhor, não quero lhe dar mais trabalho.

    - Então vamos você precisa descansar. - Ele me ajudou a descer. Me despedi da mãe dele e não vi Susan quando desci. Edu me levou para casa, quando estávamos na sala de estar meu irmão o olhou e Sam também, minha tia devia estar na estufa.

    - O que você fez com ela?! - Perguntou Guga com os olhos arregalados.

    - Eu não fiz nada, ela passou mal. - Após a resposta, minha tia entra na sala enquanto Sam me ajudava a sentar no sofá.

    - Obrigado rapaz, mas agora ela precisa descançar. - Minha tia disse gentilmente para o Edu.

    - Tchau amor. Depois venho ver como está. - Disse Edu ao se aproximar de mim, depois que ele saiu todos me olharam.

    - O que foi? - Perguntei ao ver os três olhando para mim.

    - O que aconteceu? - Perguntou sam.

    - Eu não sei, eu só entrei na casa dele e havia uma mulher e de repente me senti muito mal.- Minha tia imediatamente arregalou os olhos e pediu que eu mostrasse a ela que tentasse lembrar exatamente o acontecido. Minha mente começou a vagar no escuro, e imagens começaram a aparecer na minha cabeça, como quando você vê um filme e avança as imagens. A dor era uma lembrança eu não a sentia, mas me lembrava que era forte. Logo tomei consciência, eu estava novamente na minha sala de estar, com todos ainda com o olhar sob mim.

    - Achei que estivessem extintos...- Minha tia susurrou.

    - Quem? - Perguntei e ela ainda estava mergulhada em seus pensamentos.

    - Susan.

    - Você a conhece?

    - Na verdade ela é uma das humanas culpadas pela morte de milhares de nossa espécie. - Admito, fiquei com cara de pateta na hora que ela concluiu a frase. Como uma humana poderia ser culpada por mortes de bruxos? É impossível, nunca! Fiquei atordoada, os pensamentos fugiam ao meu controle.

    - Então o que aconteceu foi culpa dela? - Perguntei esperando a resposta óbvia.

    - Sim...

    - Então ela sabe... Oh não! Ela sabe?! - Droga ela iria contar tudo à ele!

    - Calma ela não deve saber, os humanos demoram a perceber a presença de bruxos.

    - Então...- Esperei ela terminar de me explicar.

    - Alguns deles ainda mantém os feitiços de pega-bruxa.

    - Pega-bruxa? - Repeti a palavra com um tom de interrogação.

    - Sim ela faz as bruxas perderem o controle e sentirem dor, mas é apenas um estado ilusório. Na época muitos humanos morriam pelo fato de tentarem matar nossa espécie e por isso desenvolveram essa técnica.

    - Idiotas. - Susurrou sam.

    - A essa altura ela deve ter notado o que somos. - Disse Guga.

    - Vou subir, quero descansar.- Eu disse.

    - Eu ajudo. - Disse Guga. Eu não neguei sua ajuda, estava cansada. Quando estávamos no quarto ele arrumou as cobertas e puxou as cortinas, estava frio. Ele me ajudou a deitar, estava atencioso, mas notei que seus pensamentos estavam obscuros e não conseguia ouvi-los. Antes dele sair, decidi questioná-lo ao fato da ligação para Edu que ele fez.

    - Espere.- Disse enquanto ele ia saindo.

    - Diga.

    - Senta. - Fiz um gesto com as mãos para ele sentar na beirada da cama.

    - Já sei o que vai dizer.

    - Então me explique, por quê?

    - Não achei que fosse preferir ele a mim. - Nesse momento senti um acúmulo de lágrimas em meus olhos, e uma pequena dor no coração ao vê-lo sofrer por mim.

    - Eu não...- Ele me olhou e sorriu limpando as lágrimas que fugiram de meus olhos.

    - Não fique assim Mary ficarei bem eu... Posso superar.- Bem isso me deixou pior do que antes, mas tentei fingir, apesar dele ser super protetor, infantil (às vezes), ele era gentil e atencioso comigo, queria retribuir mas não escolhemos quem amamos...


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