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Estudando Roma, ok. Se você parar para pensar, é certo que havia uma quantidade considerável de problemas por lá, mas, para mim a falta de direitos humanos era o pior de todos. Veja bem, você é uma mãe de família, plebeia, e seu marido adquire uma dívida. Vocês podem virar Clientes, escravos por dívidas ou... Vender seus filhos. Mas, como assim? O que vai acontecer com suas crianças? Vão se tornar escravas, objetos sexuais, lixos? Mas, você não pode fazer nada. A vontade do marido prevalece, e a decisão foi tomada.
Tentemos outro papel... Você é uma prostitua. Mal-vista pela sociedade e requisitada no calar da noite. Tudo está ''bem'' até que você se vê grávida. Ah, não! Isso não é bom, nada bom. Calmamente faz as contas, e descobre que o pai é ''Tal patrício''. Os nove meses passam e o bebê nasce! Meus parabéns, é uma menina! Agora você pode arrastá-la para o caminho da prostituição e ter uma renda a mais! Não é ótimo?
Não.
Isso não é bom. E pior ainda, é que você não pode fazer quase nada para mudar. Não há serviço social para te ajudar, ou orfanato para cuidar de seu bebê que acabou de vir ao mundo... Vocês duas vão afundar até o fim de suas vidas nesse mundo de pobreza e ao mesmo tempo dinheiro. A luxúria vai consumi-las, pedacinho por pedacinho. Mas, espere... E se for menino? Infelizmente, ou talvez felizmente, a solução para esse ''problema'' é mais fácil... E ao mesmo tempo mais difícil: mate-o. Mal se sustenta, como espera criar uma criança que dificilmente poderá seguir o mesmo rumo de trabalho que o seu? Se não pode levá-lo com você ao fundo do poço, mesmo que doa, precisa se livrar dele. É claro, não existe nenhuma regra que te impeça de criá-lo, mas... Vale mesmo a pena deixá-lo morrer de fome? Não espero que o patrício que o tenha feito nascer te apoie... Alias, não espere nada de ninguém. Quem se importa com uma plebeia?
Hora de mudar de papel: Agora você é você. No Brasil, ou aonde quer que você esteja. As coisas mudaram, hein? O Império Romano caiu... O mundo mudou, e o respeito pelas pessoas também, mas, nem tudo está perfeito. Hoje mesmo (11/03/13) assisti um programa na TV sobre uma mulher, com uma filha ainda bebê, que foi sequestrada, estrangulada, estuprada, esfaqueada e morta. Fiquei arrepiada só de pensar em coisas como estupro. Na África e no Egito ainda vemos meninas pequena sofrendo a terrível circuncisão, sem anestesia ou mesmo local adequado. Já na Índia, vemos meninas de dez anos sendo entregues a adultos, que são seus novos maridos. Em muitos lugares, ainda há casos deploráveis acontecendo com milhares de pessoas, sem que outras milhares saibam disso. Admito, mesmo que sem orgulho, que em minhas terras também acontecem coisas desse tipo. Como o caso de Isabela Nardoni, ou do goleiro Bruno dentre outros... Temos também o racismo e agressões. Preconceitos e falta de apoio, mas, adianta só reclamar? Não! Mesmo que seja pouco, precisamos fazer a nossa parte para mudar nosso lar, e fazer dele um lugar melhor. Já vi notícias de alguns lugares que vão começar a levar denúncias de estupros mais a sério, e é por aí que começa!
E por hoje eu encerro, feliz de pensar que em algum lugar, tem alguém fazendo a diferença.
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