Alma Gêmea: O Anjo da Guarda

Tempo estimado de leitura: 2 horas

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    Capítulos:

    Capítulo 12

    O casamento

    Vi Diego sorrir pra mim e desaparecer como se tivesse sido pulverizado. Meu Deus, que loucura!!! O que eu faria agora? Voltei ao céu e tentei colocar minha cabeça em ordem. Foi tudo tão rápido. Perdi duas pessoas tão importantes...

    Mas agora eu tinha de descobrir como ser vista na Terra. E encontrar uma maneira de dizer a verdade pra Dan em 5 minutos.

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    Cap 12

    Passaram ? se 2 meses desde aquele dia. Eu não fui punida, como pensei que seria. Mas também não achei uma resposta para a minha pergunta: como ser vista na Terra?

    Durante todo esse tempo eu falei com todos os anjos que haviam ali, mas obtive a mesma resposta de todos: ?eu não sei?. Será que ninguém sabia mesmo? Esse segredo parecia ainda maior e mais proibido que o do livro.

    Eu estava a ponto de enlouquecer. Corria de um lado pro outro, fuçava tudo o que via na tentativa de encontrar algo durante esses 2 meses. Mas nada. Nem trazida de volta à Terra eu fui! Talvez esse seja o meu maior castigo, estar aqui hoje e ver o homem da minha vida se casar com outra.

    Era hoje o casamento. Sem saber mais o que fazer, eu fui à Terra ver Dan, e ele já estava se arrumando. Mais parecia um Deus com aquele terno preto e a camisa cinza por baixo. Não aguentei vê-lo assim. Voltei ao céu.

    Num ato de desespero, decidi ir à montanha novamente, e essa seria a minha última tentativa. Já de frente para o livro, abri na página que declarava a minha alma e a de Dan como sendo feitas uma pra outra. Com os olhos cheios de lágrimas, segurei a folha com força e tentei rasgar, mas não consegui. Era como se eu estivesse tentando partir um dicionário ao meio.

    - Eu não... eu não quero mais ser anjo de Dan!!!! Eu não quero!!! Me tira daqui, eu não quero vê-lo casar!!! Me deixa falar com ele!!! Porquê não sou eu lá?? Porquê??!!! Já que está escrito aqui, porque não sou eu lá? ? esbravejei alto demais dentro do templo, e a única resposta que obtive foi o eco da minha própria voz. Não tinha ninguém ali. Ninguém que podia responder as minhas perguntas. Ninguém que poderia me ajudar.

    A tristeza tomou conta de mim. Eu não entendia porque aquilo estava acontecendo comigo, isso se tivesse o que entender. Voltei ao apartamento onde Dan se arrumava, e ele já estava pronto. Tão lindo, era um verdadeiro príncipe. Mas ele estava com uma expressão estranha no rosto, então parei pra prestar atenção na conversa dele com o amigo.

    - Então, Dan, como tá se sentindo sabendo que daqui a uma hora você estará casadíssimo? ? odiei o superlativo.

    - Hum... ? Dan balbuciou, com um olhar vago, longe.

    - Qual é, Dan, fala!!!

    - Ah, sei lá cara. Por todo esse tempo eu realmente achei que a Mari seria a pessoa certa. Mas, sei lá... Tô sentindo um vazio... Já não sei mais se é certo o que eu vou fazer...

    - Como assim, cara?

    - Não sei explicar... Só sinto. E toda vez que olho pra Mari, eu vejo aquela fã...

    - Tá assim por causa da menina que morreu, né? Porque ela era sua fã também...

    - Não sei. Eu me lembro do jeito que ela me olhava antes de partir. Nunca ninguém me olhou daquele jeito... Mas deixa pra lá, agora é tarde, né? Vamos logo com isso.

    Eu não acreditei que ele estava dizendo isso. Depois de tudo, eu ainda descubro que ele realmente podia sentir algo por mim?!

    Quando vi Dan e seu amigo darem as costas pra mim e sair do apartamento, veio uma dor muito forte no coração. Fui colocar minha mão, e ela tocou no pingente. O pingente... aquilo é que me ligava como anjo a Dan. Sem pensar em mais nada, arranquei aquilo do meu pescoço, e com a maior força que eu podia ter, o joguei no chão. O cristal estilhaçou como se fosse vidro. Sem me importar muito, fui me transportar pra o lugar onde Dan estava, mas não consegui. Tentei de novo, e nada. ?Mas que droga!!? pensei. Saí correndo dali e peguei o elevador. Dentro havia uma senhora que parecia impaciente. Ela olhou pra mim como se pudesse me ver.

    - Você tem horas? Esqueci o relógio em casa... ? perguntou ela.

    O quê? Como assim? Olhei pra trás pra ver se havia mais alguém ali. Não tinha.

    - Ei, menina, eu tô falando com você!! ? a mulher me puxou pelo braço. Eu não acreditei.

    Eu estava sendo vista!!! Mas, como? Coloquei a mão no pescoço. Meu Deus, mas como eu não pensei nisso antes?? Era só quebrar o cristal!!!

    A porta do elevador se abriu. Era o térreo. Saí correndo pra fora do edifício, mas ainda ouvi ser chamada de louca por aquela velha. Nem dei importância. No meio da rua, vi o carro que levaria Dan à igreja entrar na avenida. Corri feito uma maluca esbarrando nas pessoas próximas, mas minha sorte é que logo à frente havia um sinal. Era só torcer pra ficar vermelho antes de eles passarem, pra que eu pudesse chegar ao carro.


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