- Olá ? arrisco, estendendo a mão corajosamente em sua direção .- É um prazer conhecê-lo.
O toque da mão firme e quente, e faz um arrepio subir pelo meu braço. Ele é o homem mais sensual que já conheci.
Come vou aprender a dança com um homem que me deixa muda e de pernas bambas? Apresso-me a fechar a boca e procuro desesperadamente algo inteligente para dizer. A julgar pela expressão dos olhos escuros e profundos, não o impressionei muito. Claro que fato de estar vestida com jeans e um blusa simples não ajuda nada.
- Eu não sabia que este seria um jantar formal ? Digo, e ele se limita a franzir um pouco a testa. ? Senão eu teria vestido algo mais apropriado.
- Ah.
Ele passa os olhos rapidamente por min minhas roupas, como se não tivesse se dado ao trabalho de reparar nelas antes, e então dá de ombros.
Muito bem, todos os outros instrutores estão conversando com seus alunos. Devo admitir que estou ficando um pouco irritada que tsukiyomi ikuto se recuse a falar comigo. Posso ser um moça de cidade do interior, e ele um professor de dança renomando, mas mereço ser tratada com mais respeito. Minha raiva rapidamente supera meu estado de deslumbramento.
Como mamãe diz : a beleza está dentro, e não fora. Trabalhei servindo mesas tempo o suficiente para saber com lidar com boboca arrogante.
- Olhe, Ikuto, tenho a impressão de que isto não é exatamente o que esperava , mas...
- Creio que não sabe nem a metade ? ele me interrompe.
Em seguida segura minha mão . ? Vamos para algum lugar mais privado.- Ele me puxa para longe do trablado e me leva até a porta da varanda.
- O que pensa que está fazendo? ? grito quando sinto o ar gelado da noite esfriar meu rosto e deixar minha mente mais tranquila.
Ele murmura algo ininteligível.
- O que?
- Salvando a sua pele.
- Como?
- Você parecia prestes a explodir diante das câmeras.
Não queria que usassem isso nas chamadas promocionais do programa.
- Ah.
Talvez devesse agradecer, mas então lembro que sua atitude rude me fez perder a cabeça, antes de mais nada. Há algo desconfortável entre nós , e tento não tremer de frio.
- Olhe... ? ikuto se vira e me encarar . ? Sinto muito pelos meus modos.
- Está bem.
- Mas você estava certa quando disse que isto não era o que eu esperar . Meu contrato dizia que o Estúdio Star escolheria os alunos a dedo .- Ele levanta a mão em direção ao salão ? E que iríamos para um local privado e isolado, onde daríamos aulas de dança para uma competição de dança de salão, durante doze semanas.
- Bem, nós fomos escolhidos a dedo, e este é um local isolado e privado.
- Sim, mas fui levando acreditar que este era uma oportunidade de pretígio, que traria sucesso para nosso estúdio de dança.Essa foi a única razão pela qual aceitei participar.
- Mas o fato de o canto da comedia estar organizando a competição não o fez pensar duas vezes?
- Eu não sabia desses detalhe . O contrato dizia produções MB , sem mencionar o canto da comedia.- Ele balança a cabeça. ? A quantia de dinheiro oferecida foi vultosa, e a oportunidade boa, e suponho que tenha aceitado rápido demais, sem tomar os devidos cuidados. Deveria ter mandado meus advogados analisarem tudo cautelosamente.
Ele parece tão chateado que sinto minha raiva desaparecer.
- Entao voce teria se recusado a participar do programa?
- Mas é claro! Isso vai fazer do Starlight motivo de chacota, no mundo da dança de salão.
- Bem , quando a vida lhe dá limões... Faça uma limonada.
- como ?.
Ele me olha como se eu fosse maluca. Talvez não esteja totalmente errado.
- Faça algo ruim se transformar em algo bom. ? Aponto em direção á grande janela atrás de nós.- Podemos ser gente simples de Kyoto, mas somos muito esforçados, temos bom coração. Se tivermos uma oportunidade, poderemos surpreender voce, o Canto da comedia e o resto do mundo.
Ele me olha com cara de quem não acredita no que estou dizendo.
- Esta bem , sei que é um desafio.
- Desafio é um eufemismo, não acha? ? ele pergunta com seu sotaque sensual.
O fato de que tsukiyomi ikuto acaba de demonstrar um resquício de senso de humor me faz rir.
- Bem sim . Mas já que somos limões azedos, vamos fazer um limonada bem doce. O que me rir?
Ele se vira e apoia os cotovelos na balaustrada. Parece avaliar a situação, o que me dá tempo para apreciar a visão de sua pele bronzeada. Graças á camisa abotoada apenas até a metade. Preciso me esforçar para não imaginar como seria tocar o peito tão bem definido, e de repente a brisa gelada não tem mais efeito sobre min.
Quando ele inesperadamente estende a mão e afasta alguns fios de cabelo que o vento sopra sobre meu rosto, sinto meu corpo tremer.
- Então , Amu , Você é o meu limão? ? ele sorri, exibindo dentes perfeitos.
Sorrio, tentando acalmar meu coração. O sorriso de tsukiyomi ikuto não é algo que se possa menosprezar.
- Bem, vai ter de espremer muito para conseguir tirar algo útil de min .
Ele rir.
- Ah, estou mais do que disposto a lhe dar uma boa apertada.
Fico assustada, imaginando que ele possa ter entendido meu comentário como uma cantada.
- Não quis dizer isso de um modo sugestivo.
- Eu sei .- Ele se afasta da balaustrada , dá um passo á frente e diz: - Perdoe meu comportamento rude de antes.
Eu estava nervoso, mas isso não é motivo para ter agido como agi.
- Está perdoado.
- Que bom . Mas me diga , Amu... esta pronta?
Faço que sim com a cabeça. Ele sorri.
Oh, céus , sinto-me derreter como um sorvete em dia de calor!
- vou dar o melhor de mim ? prometo, com tanta convicção que o faço rir.
- Bom, então esteja pronta bem cedo . ? Ikuto caminha em direção á porta e eu o sigo, até que ele pára e se vira para me encarar.- Sou um competidor compulsivo e não desisto nunca, então é melhor que tenha um boa noite de sono.
Olho-o com atenção , para ver se está brincando, mas pela sua expressão, fica claro que está falando a serio.
- Certo.
Ele inclina a cabeça.
- ate amanha , amu. Não se atrase.
- nunca me atraso ? asseguro-lhe e então me lembro que hoje já perdi a hora duas vezes.- Bem quase nunca.
- Bom, já que dança de salão depende de disciplina...
- Disciplina está no meu sangue ? digo com firmeza, com uma expressão seria, mas pensando, ao mesmo tempo, que vou desaponta-lo com minha habilidades... ou com a falta delas.
Ikuto fica de lado, segurando a porta para min. Quando passo perto dele, sinto o calor que emana de seu corpo e o aroma delicioso de sua loção pós-barba. Antes que eu perceba, estou suspirando. Ele me olha e tendo disfarçar com um bocejo forçado, mas o som que faço é estranho. Sem graça acabo tossindo no final, para tentar despistá-lo.
- Está engasgada com alguma coisa?
- Hum...é, talvez um...um mosquito ou algo parecido.
- Imagino que essa seja um boa desculpa, mas ele fica aterrorizado.
- Engoliu um mosquito?
- Talvez um mosquito pequeno.- Bato com punho no meu peito e tusso novamente.
- Deixe-me pegar algo para voce beber.
- Não... estou bem, de verdade.
Ele está em duvida e ainda aterrorizado. Penso em lhe dizer a verdade, que estava suspirando com cheiro de sua loção , e que não há nenhum mosquito voando pelo meu estomago , mas com certeza pensaria que sou louca. Onde eu estava com a cabeça? Engolir um mosquito?
- Então está bem, vejo você amanha cedo.
Me despeço a subo apressada para meu quarto. Lá dentro encosto-me contra a porta e suspiro.
Que bela primeira impressão! Engoli um mosquito? Meu Deus.
Com um olhar para pilha de malas que trouxe e outro para o pacote de informações, balanço a cabeça.
- cuido disso amanha...- vou me lavar e caio na cama, exausta.