La Femelle

Tempo estimado de leitura: 60 minutos

    18
    Capítulos:

    Capítulo 1

    Prólogo

    Adultério, Bissexualidade, Estupro, Hentai, Heterossexualidade, Homossexualidade, Incesto, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Suicídio, Violência

    Um sino que se ouve ao longe e uma luz em penumbra dão o tom de agressividade. Há um silêncio momentâneo, interrompido por sons de espancamentos e gritos de um menino carregado de dor. Os gritos tornam-se mais intensos e o espancamento aparentemente mais agressivo cessa paulatinamente. Surge cambaleando Agamenon trajando um calção e o peito nu. Nas mãos, porta uma carta. Expressão de pânico no rosto. Choro contido. Caminha lentamente ao centro do palco e, sem resistência, cai como se perdesse os sentidos. Permanece imóvel por alguns segundos. Luz em Minerva. Agamenon levanta-se e caminha lentamente para a boca de cena. Luz na boca de cena. Agamenon lê em silêncio a carta.

    MINERVA (declamando a carta) ? São Paulo, 13 de setembro de 1984. Querido e amado irmão, como tem passado? Espero que esta carta o encontre em perfeita saúde e que a mesma possa aliviar por alguns instantes a dor que é suportar este paraíso falso. Tenho sofrido muito após ter te conhecido. Não que você seja o culpado, mas é que tenho tido noites terríveis com sua imagem não sai da minha cabeça. Estou morrendo de saudades e suportar a distância tem sido os principais motivos das minhas lágrimas. Nosso beijo está encravado na eternidade. Foi inesquecível. Sei que estou em pecado mortal ao desejar o meu próprio irmão, mas eu penso em você sempre. Estou muito confusa, meu irmão e a cada dia que se passa o meu amor por você torna-se incontrolável como se fosse uma chama que derrete os meus sentimentos e evapora as últimas gotas de sangue do meu pobre coração. Te desejo muito. Estive muito doente na última terça-feira. Fiquei três dias internada. Recebi vários litros de soro na veia e uma transfusão de sangue. Mas graças a Deus estou bem melhor. Se é que eu posso agradecer a Ele, já que estou em pecado mortal. Quanto ao doutor Tarses ele ainda não tentou nada comigo. Ele não é louco! Capo o filho da puta e depois mato o infeliz. Termino esta carta, meu irmão e desejo-lhe sorte e aproveito para lhe mandar o mais delicioso de todos os beijos do mundo. De sua irmã que te ama mais que tudo nessa vida doida. Vou dar um jeito de aparecer por aí para matarmos as nossas saudades. Eu te amo. Minerva.


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