Preocupação
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Capítulo único
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? O que você acha, Raul? ? perguntou a bela mulher, erguendo os olhos para fitar o esposo. ? Não fomos precipitados em deixá-lo ir sozinho? ? sua preocupação com seu adorável e responsável filho poderia até ser meia exagerada, mas, como mãe, ela tinha tal direito, e o homem sabia da hesitação de sua mulher.
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? Imari, Henri é um rapaz bom e um filho exemplar, tenho certeza que ele sabe o que está fazendo ? respondeu sorrindo suave para sua esposa, acariciando seus cabelos negros.
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? Eu sei, eu sei ? resmungou resignada ?, eu sei e confio nele, mas não posso evitar de me preocupar. Ele é só um menino?
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? Os homens crescem amor, uma hora ele irá deixar de depender tanto dos pais e voará com suas próprias asas ? acalmou-a, dando um casto beijo em sua testa.
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? Ele é como você, sempre tão bom e livre? Não sei se gosto ou odeio isso em vocês? ? resmungou fazendo manha.
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? Assim você me faz pensar que não gosta da minha personalidade ? sussurrou com a voz chateada, fingindo.
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Raul virou o corpo, ficando por cima de sua adorável esposa. Amava tanto aquela mulher que poderia imaginar como seu filho se sentia, se realmente houvesse encontrado sua única estrela, não havia sensação melhor do que a de estar junto dela.
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Abaixando a cabeça, tocou os lábios dela com os seus, sentindo os dedos suaves deslizarem por seus fios ruivos.
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? Eu te amo, sabia? ? Imari perguntou amorosa, fitando-o com os olhos transbordando doçura.
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? Mesmo? ? questionou bobo, sorrindo ao descer seus lados ao pescoço fino, distribuindo leves beijos pelo local.
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? Sim, seus olhos me hipnotizam? ? suspirou, aqueles olhos eram sua perdição. ? Meu feiticeiro?
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E embora aquele apelido pudesse ser malicioso e maldoso, pois sabia o quanto seu esposo havia sofrido preconceito por causa deles, como seu filho sofrera por muito tempo, ainda sim, para si, chamá-lo daquele modo era como dizer que o amava. Havia se encantado por Raul desde que os olhos mágicos encontraram os seus.
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? Só seu? ? sussurrou o homem, descendo os beijos para o colo exposto, fazendo-a arfar levemente. Adorava a doçura de seu marido?
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? Raul? ? chamou sussurrante, descendo as mãos para as costas nuas dele, arranhando de leve o local.
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? Hum? ? respondeu, mostrando que a ouvia.
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? E se ele se magoar? ? perguntou preocupada. ? E se ela não sentir nada por ele? E se não se lembrar dele? Se já tiver um amor? E se houver se tornado uma garota má e brincar com os sentimentos do meu bebê? ? toda aquele preocupação fê-lo rir suavemente.
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? Amor? ? chamou erguendo a cabeça, fitando os belos olhos violáceos. ? Henri saberá o que fazer ao encontrá-la. Ele trilhará seu próprio caminho? Não se preocupe ? e, como se para impedi-la de falar mais, tomou os lábios rosados para si em um beijo lento e carinhoso.
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? Você está me pedindo o impossível, Raul? ? murmurou quando o beijo cessou, contemplando o sorriso de quem já imaginava aquela resposta que ele lhe direcionava.
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? Eu estava pensando ? e aproximando sua boca da orelha dela, sussurrou: ?, que tal se nós fizermos uma segunda lua de mel? ? e, malicioso, mordeu o lóbulo levemente.
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? Ah, seria perfeito? ? respondeu suspirando, caindo nos encantos daquele homem tão perfeito que era seu esposo.
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Raul era seu feiticeiro, o homem que lhe encantava com suas doces palavras e o seu jeito tão calmo. Os olhos hipnotizantes e a compreensão que ele lhe esboçava apenas a deixava mais apaixonada. Esperava que seu filho encontrasse sua estrela única, pois, conhecendo-o, sabendo que era muito parecido com o pai, sabia que a moça seria feliz ao lado dele.
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E, deixando a preocupação de lado, confiando nas doces palavras de seu esposo e na educação que dera ao filho, se entregou ao seu amado e amoroso esposo.