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Relatos da vida de um vampiro
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O desejo por sangue lhe consumia a garganta de modo assustador, era bizarro e insano, intenso e profundo, inexplicável. Ele era um ser de outra raça, sugador de sangue, mórbido, viril. Seu destino era eternamente ver a humanidade se destruir, e tudo o que podia fazer era continuar em seu ritual mórbido, arrancando a vida de jovens prostitutas lentamente, enchendo-as de prazer, tomando-lhes seus últimos suspiros, o último aperto de suas mãos, o brilho de seus olhos, seu ar, sonhos, insônia, sentimentos, memórias, sensações? Sua vida.
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Não haviam muitos de sua raça, na realidade, ela praticamente havia se extinguido. Os humanos arrancaram suas vidas, do mesmo modo que eles arrancavam as deles: com violência, agressão, ódio. Não havia trégua entre as raças; até hoje caçadores se escondiam nas sombras, esperando que um vampiro se revelasse para assim o matar de forma lenta e dolorosa.
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Não se sabe ao certo até quando esse ritual de caça e caçador existirá, mas torcemos que um dia se finde e as raças possam viver juntas.
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Foram muitos anos perdidos com guerras, desperdiçados por leviandades, em competições tolas de quem era o mais forte, matando inocentes, elegendo chacinas e maquinando para os mais novos ideias distintas e abstratas, fazendo-os, desde pequenos, odiar pessoas que eles não conheciam, mas julgavam ser "ruins".
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Aquela era a verdadeira praga da sociedade, e não os ditos "sugadores do inferno". O preconceito gerado elegeu ódio em ambos os lados.
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E Ele, o último vampiro, líder supremo e fundador da raça foi o único a sobreviver, porque vivia sua vida como um homem comum, mas no passado, nas sombras, criava criatura como ele. Demonstrava ser um cavaleiro, nobre e educado, mas vivia com os lábios repletos de sangue.
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No fim, só ele sobrou. Ninguém o julgaria como vampiro, não ele. E nas sombras ele criava seus fantoches, para que retirassem a atenção de si e continuassem a promover aquele ódio que ele tanto amava.
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Porque quem disse que vampiros são bonzinhos? Não matam, não promovem o mal?
Quem disse que eles se importam com os humanos ao ponto de se limitar a não beber-lhes o sangue?
Não, vampiros são vampiros por sua natureza mórbida e odiável.
E eles adoravam aquilo?