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Relatos de uma traição
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Londres, Inglaterra. 22 de novembro, 23:38 horas.
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"Eu não poderia estar em um lugar melhor, naquele exato momento?"
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Eles estavam sentados no sofá daquela mediana sala bem decorada. Parecia um momento comum, mas não era. A mulher apertava fortemente os punhos, creio que tentava se conter; o homem, de olhos arregalados, maquinava em sua mente qual desculpa usaria daquela vez, mas não havia como contestar, a prova estava lá.
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No vídeo, cenas da consumação do ato sexual entre um homem e uma mulher. Ele e uma moça que talvez nem nome possuísse; era o fim, não havia escapatória.
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Em um único impulso a moça se levantou. Os olhos cheios de lágrimas e os lábios? bem, coitados? eram tão fortemente mordidos que sangravam, o vermelho vivo, carmim da vida, combustível do corpo, salvação do moribundo?
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"Eu já sabia?" "Era óbvio?" "Como foi tola?"
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Eram os pensamentos da pobre mulher, jovem moça, alma ferida, criatura abandonada. Conseguia até ouvir os batimentos acelerados de seu coração?
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Mas faltava o alarido, os gritos, a briga? Vamos lá, divirta-me!
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Mas nada disso veio?
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As mãos trêmulas pegaram um molho de chaves e os lábios sangrentos sussurraram "adeus" antes que ela passasse pela porta, sem volta.
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Minutos depois aquela mesma sala se enchia de risadas e, quarteirões à frente, o barulho ensurdecedor da ambulância anunciava o fim de uma vida?