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Terceiro ato ? Iniciativa tomada
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? E-Eu vou tentar sim ? respondeu o loiro com convicção, encarando sério o General ?, obrigado por tudo o que está fazendo por mim ? os lábios pequenos se abriram em um sorriso miúdo.
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? Não tem uma forma melhor de agradecer não? ? perguntou Sephiroth, apoiando o cotovelo no travesseiro e a cabeça na mão, encarando fixamente o menor.
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? O-O que eu poderia fazer pelo Senhor? ? perguntou submisso, enrolando as mãos uma na outra, sentado sobre a cama.
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? Que tal me dar um beijo? ? perguntou o mais velho, sorrindo malicioso. Cloud arregalou os olhos, logo em seguida mordendo o lábio inferior ao desviar seus olhos para a parede. ? Vamos, é só um roçar? ? explicou Sephiroth sorrindo diante da face corada dele. ? Eu vi a condição do seu corpo? ? comentou em tom sério, sabendo que aquilo faria o rapaz lhe encarar.
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E ele encarou, os olhos tristes demonstravam o quanto ele não gostava aquela situação. O mais velho pensou em dizer que estava brincando, que não era necessário ele se forçar a beijá-lo, mas o loiro, com um olhar decidido, passou a engatinhar na direção do General, aproximando muito os corpos, ao ponto dos braços se roçarem, e se abaixando, tocou levemente seus lábios nos de Sephiroth.
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Surpreso, o mais velho recebeu o roçar e os leves beijos que o outro lhe dava com o corpo imóvel, os olhos levemente arregalados, em total surpresa. É claro que queria que Cloud lhe beijasse, mas não imaginava que ele fosse tomar a iniciativa daquele modo.
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? Isso é tão vergonhoso! ? exclamou o mais novo ao se jogar na cama, escondendo as bochechas coradas com o travesseiro. Saindo de seu transe, Sephiroth encarou as costas cobertas por uma blusa sua, sorrindo de lado ao notar o que acontecera segundos atrás.
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? Olhe para mim Cloud ? sussurrou o pedido, mas sua voz potente fez parecer mais com uma ordem. Obediente, o loiro virou, deixando os corpos e os rostos novamente próximos; se virando mais, Sephiroth deixou seu corpo parcialmente sobre o do outro.
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? Sim General ? respondeu, sentindo os dedos suaves deslizarem por seu maxilar e pescoço.
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? Você passou por situações difíceis, não? ? o garoto apenas assentiu, prestando atenção nas palavras do mais velho. ? O meu grupo é organizado e me obedece, se você conseguir provar para eles que é digno de estar em nosso meio, eles lhe tratarão como da família. Eu estou depositando minha confiança em você, use do meu poder para subir aqui dentro?
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Os dedos ousados deslizaram pelo colo até o pingente, acariciando o peito de pele clara. Sephiroth conseguia sentir o coração acelerado do rapaz, esperava que ele não estivesse com muito medo ou hesitação.
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? Mas isso é errado ? sussurrou o moço, descendo seus olhos para os lábios do mais velho, encarando-os fixamente.
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? Errado é você não tentar melhorar por si mesmo? ? repreendeu levemente, sem realmente estar bravo. ? Você só se apoiará em mim, não há mal algum nisso. Aliás, o Grupo FF só é o que é hoje por ter se apoiado em mim e na minha influência? ? o sussurro se misturava ao vento, tornando as palavras em uma doce canção para o mais novo.
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Se abaixando, Sephiroth tomou os lábios do garoto para si. Vê-lo lhe encarar tão fixamente fê-lo não aguentar, e timidamente Cloud separou os lábios, tocando a língua do General quando ela lhe invadiu a boca.
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Suas mãos pequenas se embrenharam nos fios albinos, acariciando-os enquanto o mais velho o abraçava pela cintura. As línguas se entrelaçaram fora das bocas, leves mordidas era distribuídas pelos lábios do mais novo. Selinhos curtos ou demorados, mais toque entre as línguas, Sephiroth aproveitava que a guarda do rapaz estava baixa, ou talvez ele estivesse gostando e aceitando aquilo.
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? Ninguém irá questioná-lo enquanto você estiver comigo ? sussurrou o General ao se afastar do mais novo, deitando na cama e encarando o teto.
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? Eu posso realmente ficar aqui? ? perguntou um indeciso Cloud.
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? Amanhã iremos ver quando Kadaj pode avaliá-lo, está bem? ? perguntou, recebendo um murmúrio fraco de aceitação como resposta. ? Agora durma, amanhã o dia será agitado?
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Depois do comentário, Sephiroth fechou os olhos, relaxando como fazia toda noite, no único momento em que podia deixar de lado todo o seu porte altivo e apenas descansar. Seu corpo e mente estavam acostumados com aquela situação, mas todo ser humano precisa de um pouco de descanso, e ele não era exceção?
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A claridade já reinava no Estado Avalanche quando a fina fresta de luz passou por entre as cortinas negras e se depositou sobre os olhos fechados de Sephiroth, lhe incomodando e o retirando de seu sono. Sua primeira reação foi a de cobrir os olhos, evitando o contato com a luz. Ergueu o braço esquerdo e depositou sobre os olhos, protegendo-os.
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Resolveu, e por minutos o General ficou lá, com os olhos cobertos, sem ver a claridade do dia, mas um fato não poderia ser ignorado: agora que estava acordado, não mais conseguia dormir.
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Suspirou, amaldiçoando-se por ter um sono tão leve e, bocejando, retirou o braço de cima dos olhos para abri-los, encarando o teto branco de seu aconchegante quarto. Coçou o queixo, pensando no que tinha que fazer naquele dia que se iniciava, e sentiu a aspereza leve de sua barba. Sim, sua primeira missão do dia: fazer a barba.
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Certo, era a hora de levantar e começar a viver, porque a vida não o esperava, e ao mexer o braço, pronto para se espreguiçar, sentiu um peso estranho sobre ele, o que acontecia? Virou o rosto, olhando para o lado direito, e a primeira coisa que viu foi uma cabeleira clara. Coçou os olhos, será que estava dormindo ainda?
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Voltou a olhar para o teto, pensativo. Vincent não era loiro, Kadaj não era loiro, então quem estava deitado ali, em sua cama?
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Cenas, imagens, fatos. Tudo voltava à sua mente lentamente, e sorriu de lado ao associar o corpo junto ao seu ao nome que tanto lhe agradava: Cloud. Abaixou os olhos, fitando com satisfação o corpo deitado abraçado ao seu. Fazia muito tempo que não sentia um sentimento tão quente lhe invadir o peito, e, com calma, se pôs a retirar lentamente o braço debaixo do mais novo para que pudesse levantar.
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? Hum? ? resmungou Cloud, rolando para o outro lado da cama, ficando de bruços.
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Sorrindo malicioso, fitando sua blusa cobrindo desleixadamente o corpo menor, Sephiroth se aproximou dele, depositando um beijo leve na nuca exposta, se afastando e entrando no banheiro.
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? Já está acordado, bela adormecida? ? perguntou a voz sarcástica ao ver o corpo sobre a cama se remexer, e os olhos azuis fitarem o teto semicerrados.
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? Que horas são? ? o tom sonolento de Cloud denunciava sua atual situação: meio acordado, meio dormindo.
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? Quase sete da manhã ? respondeu Sephiroth enquanto arrumava o cinto de sua calça ?, por que? Você tem algum compromisso? ? o interesse presente em sua voz fez os olhos do preguiçoso se voltarem para si.
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? Não verdadeiramente, ou talvez eu tenha, não sei. ? respondeu se espreguiçando, sentando na cama com as pernas dobradas. ? Estou sob seus cuidados, então me responda: eu tenho algum compromisso hoje? ? questionou coçando os olhos.
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? Muito esperto ? comentou o General com gosto ?, sua agenda de hoje se resume em ficar no quarto até que eu venha lhe buscar para que conversemos com Kadaj, está apto? ? o sarcasmo fez um sorriso miúdo se formar nos lábios do mais novo.
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Se ajoelhando na cama, Cloud engatinhou até a beirada, chamando com as mãos o mais velho. Intrigado e interessado, Sephiroth obedeceu, em suas mãos a gravata e o paletó de sua farda.
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Segurando o rosto forte, puxando-o para si, o loiro deu um leve beijo nos lábios do General, prolongando aos poucos para um selinho demorado. Desceu suas mãos para os fios longos, acariciando levemente os cabelos alvos. Sorrindo, Sephiroth deixou-o estar, o que mais queria era que o outro se sentisse acomodado e bem ali, consigo.
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Logo as mãos pequenas tomavam a gravata de Sephiroth, ajudando-o a colocá-la, surpreendendo o mais velho.
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? Isso é algo que eu não imaginava que você poderia fazer ? comentou o General, verdadeiramente surpreso.
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? Eu sei fazer muitas outras coisas? ? observou sorrindo, terminando de dar o nó na gravata verde-musgo.
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? E quais seriam? ? questionou interessado, entregando o paletó da farda quando as mãos gentis o pediram.
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? Cozinhar, lavar roupa, limpar? ? ele dizia distante.
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? Sexo está incluso? ? perguntou malicioso, virando de frente para o rapaz e lhe abraçando pela cintura, descendo os lábios para o pescoço exposto. Empurrando-o levemente, Cloud riu baixinho.
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? Feliz ou infelizmente sim, sexo está incluso na lista de coisas que sei fazer ? respondeu com bom humor.
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? Hum, interessante? ? sussurrou enquanto fazia um caminho de beijos, do ombro à orelha com um pequeno brinco, mordendo de leve o local. ? E quando eu poderei experimentar de sua experiência? ? questionou sem esconder sua curiosidade.
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? Eu realmente não sei ? foi a resposta vaga de Cloud.
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Dando um selinho casto na testa do loiro, Sephiroth se afastou dele, abotoando sua farda. A expressão séria e os olhos frios que fitavam a janela fizeram o mais novo se jogar para trás, deitando na cama e encarando-o temeroso, se perguntando se fizera algo de errado.
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Morder seu lábio nunca fora um hobbie ou toc, mas naquele momento a ansiedade e a hesitação lhe fizeram mordê-lo com tanta força que doeu, e foi só quando notou a dor que voltou de seus pensamentos, vendo os olhos verdes congelantes lhe fitando fixamente.
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? O-O que foi? ? perguntou Cloud, sentindo seu rosto esquentar.
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? Eu quem te pergunto o que foi ? respondeu franzindo o cenho.
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? Você ficou sério de repente ? arriscou contar, apertando o lençol entre seus dedos, esperando o pior, mas encarando-o corajosamente.
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? Eu estava pensando em algumas coisas ? respondeu dando de ombros, se afastando da cama e rumando para perto da porta, pegando uma katana atrás dela e uma pequena arma.
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? É assim que você é diante de seus subordinados ? observou Cloud inteligentemente, mas se encolheu ao notar que dissera seus pensamentos em voz alta.
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? Sim, eles precisam saber que eu mando. É necessário que exista uma figura de respeito dentro de um grupo ou seus membros farão o que bem entenderem ? respondeu automaticamente, verificando se havia munição no objeto pequeno e perigoso.
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? Entendo? ? murmurou o loiro absorvendo tudo aquilo, estava sendo estranho para si não ser repreendido por dizer coisas tão ousadas.
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? Por que? Me ver sério te dá medo? ? questionou Sephiroth arrogantemente, se virando e voltando para perto da cama.
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? Não é medo, eu só estranhei ? respondeu verdadeiramente.
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? E você prefere me ver como? ? perguntou o General interessado, sorrindo de lado ao sentar na beirada da cama, fitando o corpo deitado com explícito envolvimento.
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? Eu gosto de te ver sério ? respondeu distante, depois fitou-o com um brilho sincero nos olhos azuis ?, mas também gosto desse seu sorriso ? sorriu, desenroscando seus dedos finos do lençol e erguendo a mão, tentando tocar o rosto do outro, mas seu braço não alcançava-o.
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Tomando a mão que era esticada em sua direção para si, Sephiroth levou os lábios até ela e beijou cada um dos dedos, dando uma leve mordida no último, que era o polegar. Seus olhos não deixaram por um minuto sequer de fitar o outro, e sorriu ao ver os lábios separados em total rendição.
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? Eu vou deixá-lo sozinho, mas não desprotegido ? comentou ao esticar a arma na direção do menor.
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? Para mim? ? questionou surpreso, afinal, era praticamente um desconhecido para o General e ele lhe entregava uma arma?
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? Pegue-a, se alguém entrar nesse quarto e tentar te fazer qualquer coisa, se proteja. Essa arma é de uso restrito a mim, se eu a deixar na mão de alguém, será para que a pessoa se proteja. Eu arcarei com as consequências caso você tenha que atirar, então, não hesite ? explicou empurrando a arma para o mais novo, que o ouvia com verdadeira surpresa.
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? Mas você mal me conhece! ? protestou, puxando sua mão e colocando-a sobre o peito, não escondendo sua confusão.
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? Eu disse que confiaria em você, não disse? ? perguntou, levando a arma até a mão encolhida e envolvendo-a no objeto, depois bagunçou os fios loiros, levantando e rumando até a única saída do quarto. ? Fique à vontade aqui, eu voltarei em breve para levá-lo até Kadaj. Pode vestir essas roupas no sofá, foram trazidas para você ? explicou e abriu a porta, saindo e fechando-a sem fazer qualquer ruído.
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Sozinho naquele enorme e luxurioso quarto, Cloud se viu perdido. Seu primeiro pensamento foi de que era a primeira vez desde que sua vida se tornara um inferno diferente do anterior que vivia que se via sozinho e despreocupado, suspirou. Depois, olhando para o céu limpo através da janela, rodou a pequena arma entre seus dedos, pensando.
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Aquilo ali não era tão ruim quanto parecia, e embora não quisesse confessar, estava gostando de estar ao lado do General Sephiroth. Sempre imaginara-o grande, de porte másculo e forte, expressão fechada e séria, meio brusco, arrogante e ignorante. Ok, deveria confessar que ele era másculo, forte, sério e, acima de tudo, arrogante, mas ele não era tão ruim quanto todos imaginavam.
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Era um fato que eram poucos os que conheciam Sephiroth, General do Grupo FF. Ele não costumava comparecer em reuniões públicas ou mostrar seu rosto, mas sua fama rodava junto a boatos de que era homossexual, charmoso e arrogante, o que deixava Cloud, em partes, com um pé atrás.
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Era um fato explícito que ele estava interessado em si, aliás, nem teria poupado sua vida se não o tivesse. Gostara dele, gostara muito, por isso não haveria mal algum em deixar as coisas acontecerem como o outro queria.
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Lentamente saiu da cama, se espreguiçando enquanto caminhava até o sofá e fitava as roupas dispostas ali para si: fardas de várias cores e gostos. Franziu o cenho, havia alguém ali com o mesmo porte que o seu? Miúdo e magro? Sorriu, seria bom ter alguém assim por perto.
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Tomou as roupas em mãos e rumou ao banheiro igualmente luxuoso, sorrindo alegremente ao ligar a torneira e ver a banheira enchendo, sem dúvida, poderia facilmente amar a vida ali.
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Enquanto via a banheira se encher, despiu-se, colocando as roupas em um cesto ali perto e entrando na enorme peça de mármore, suspirando ao relaxar os músculos de seu corpo, aquele sentimento era tão delicioso que fechou os olhos se deixando levar.
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Passou vários minutos de olhos fechados, mas quando notou que sua pele já estava enrugando, se pôs a se ensaboar com um sabonete de rosas que achara por ali, sem dúvida não era o que o outro usava. Sorriu, será que ele levava muitos homens para seu quarto?
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Deslizou as mãos pelo peito até chegar à virilha, sentindo ela formigar levemente só de pensar em quantos homens o General havia levado ali, para transar consigo naquela excitante banheira.
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Deu de ombros, levantando e indo atrás de uma toalha, molhando todo o chão branco e limpo no processo. Poderia se excitar ainda mais se ficasse pensando naquelas coisas, mas não era o momento, por isso rapidamente se secou, adorando o cheiro que se impregnara em sua pele e, calmamente, vestiu a farda azul que escolhera do bolo de roupas que haviam ali para si.
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Primeiro foi a cueca boxer preta, do tamanho perfeito, o que o fez se questionar, novamente, se havia alguém com o mesmo físico que ele por ali. Depois vestiu a calça, a bota, a blusa social branca. Afivelou o cinto, vestiu a gravata de tom mais escuro que a farda, arrumando-a perfeitamente em si. A arma, que até agora estava sobre a pia, foi posta na cintura, presa na parte de trás do cinto e sendo coberta pelo paletó da farda.
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Enquanto fechava o segundo botão de baixo para cima da roupa, o barulho da porta do banheiro se fechando lhe alertou de que havia alguém ali consigo.
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? Não sabia que o quarto do General poderia ser visitado livremente ? provocou levando a mão lentamente à arma em suas costas, se pondo em posição para sacá-la, se fosse necessário.
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? E não pode ? a voz neutra se fez soar.
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? Então creio que você tenha permissão ? rebateu, erguendo a sobrancelha em estranheza.
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? Negativo ? foi a resposta indiferente que recebeu ?, mas eu precisava ter certeza de que o General está encobrindo um desconhecido.
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Suspirando, Cloud se pôs a terminar de abotoar sua roupa, atentando seus ouvidos aos sons ao seu redor. O barulho de sopro era o único no momento, e erguendo os olhos, viu pela pequena fresta da porta a fumaça no quarto, comprovando suas suspeitas.
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? Se já descobriu o que queria, o que fará? ? era a primeira vez desde que fora trazido para aquele quarto que o rapaz usava seu tom indiferente e obscuro.
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? Creio que todo o Grupo ficará abalado em saber que seu líder esta os traindo.
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? E isso é uma mentira ? suspirou, entendendo que aquele homem, seja quem fosse, não gostava de Sephiroth.
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? Eles acham que seu General é o melhor, precisam ver que ele não passa de um peão.
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? Tão quanto você, mas, diferentemente de você, ele demonstra coragem, confiança e poder, e foram essas coisas que o fizeram ser o que é hoje ? observou olhando para o espelho, passando os dedos por seus fios loiros molhados e bagunçados.
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? Então ele já te comeu? Ele é tão irresistível assim ao ponto de te conseguir em poucas horas?
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? Eu quis ser comido por ele desde o momento que pus meus olhos em sua imagem. ? contou, fazendo parecer que realmente havia transado com o General, o que era mentira. ? E você? Queria ser possuído por ele, mas ele não o quis? ? questionou provocando-o, sorriu ao ouvi-lo bufar.
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? Se fosse para comer, que fosse eu a comê-lo ? respondeu malicioso ?, mas minha prioridade é matá-lo.
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? E como pretende fazer isso? ? sua curiosidade havia sido atiçada.
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? Atingindo o ponto fraco dele.
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E Cloud precisou rir internamente, porque deixar o outro lhe ouvir seria um descuido que poderia trazer consequências problemáticas demais. Havia dois erros no raciocínio do outro. Primeiro: não haviam pontos fracos em Sephiroth, era óbvio isso. O General tinha tantos inimigos que, se houvesse algum ponto fraco, já teriam descoberto. Segundo: o desconhecido insinuara que ele poderia ser um ponto fraco, mas ele não possuía os pontos necessários para o ser e muito menos um de um homem como Sephiroth.
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Suspirou, já estava se cansando do outro e aquilo lhe irritava. Deu um silencioso passo na direção da porta, mas parou ao ouvir o murmúrio resmungado.
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? Já é a minha hora, você não precisa saber quem eu sou. Fique no banheiro se não quiser complicações para a sua vida.
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Dando de ombros, ficou onde estava, fitando sua própria mão. Colocando-a no bolso interno do paletó, retirou as duas luvas negras que eram características de pessoas com cargos importantes dentro de um grupo. Teria um par daquele se não houvesse saído de casa naquele dia, com toda a certeza teria um posto alto o suficiente para irritar aquele homem que dizia querer matar Sephiroth e, melhor que isso: teria conhecido o mais velho de um modo diferente, e teria sido tão bom se pudessem agir normalmente um com o outro?
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Sorriu triste, sua vida era repleta de situações complicadas e depressivas, mas não poderia se deixar levar.
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Tinha uma missão a cumprir.