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Muito assustada a porta, pensava : "Eu já estou bastante crescida para acreditar em fadas ou coisas assim!" e talvez fosse um sonho do qual ela estava muito apavorada e fosse a hora de acordar dele. Mas não, não era isso e sim um pesadelo do qual você só acorda se alguém lhe jogar água ou te empurrar da cama, afinal, não tinha nada de engraçado nisto, para uma adolescente de 13 anos.
- Quem é você?- Tomou um pouquinho de coragem ao perguntar, mesmo que o tom de voz não mostrasse. Miyu viu o rapaz olhar para ela e estender-lhe as mãos como se fosse puxá-la ou algo do tipo.
- Chega de formalidades!- Tomou outro susto ao rapaz falar com ela, pois não sabia se era esta a voz que saia do livro -Você abriu o livro e recitou o juramento?
Calada ficou por instantes até responder.
-Minha mãe me disse que é feio falar com alucinações... - Então Miyu se sentiu aliviada, pensando que se dissese isso o pesadelo provavelmente acabaria.
As correntes de ar, portanto enfraqueceram e assim ele continuou no ar, só que desta vez estava inquieto e pensando em como fazer para ela não ignorá-lo. Ele decidiu então deitar no cama cheia de papéis e ficou lá.
"Desse jeito eu vou precisar falar com essa alucinação maluca!" E surgiu a brilhante idéia:
- Se for mesmo ilusão, eu posso me deitar! - exclamou ela com um bocejo de leve e falso. Caminhou até a cama e então caiu com tudo e dando uma cotovelada encima da barriga do rapaz, pretendendo atravessar a suposta "miragem".
Porém o que ouviu foi:
- Ai! Sua criança pervetida!- Disse ele ao ver que a menina agora desmaiada estava sobre ele. A força que Miyu fizera foi tanta que desmaiara pela dor de ter batido contra uma rocha - Estás viva?
Então a garota apagou e quando despertou foi como se alguém fizesse sombra em seu rosto. Ela podia até ver as nuances branca lilás do tecido brilhoso do rapaz, mas eram apenas manchas e até a visão se tornar nítida ela esfregou os olhos.
Ele por fim, aguardou ansioso ela acordar, tão preocupado que fitava sua face de perto sem parar. Mas Miyu soprou um dos fios de cabelo esbraquiçados de seu rosto mostrando reação, uma reação tão assombrosa que percebendo então a face do garoto perto da sua, quase deu berros de susto. O que para ela pareceu estranho, a sua voz não saiu.
- Sssshhh! Tem alguém na casa, você não mora com aquele magrelo alto? - perguntou ele
"Só eu tenho o direito de chamar meu Ni-saan assim!!!" fez ela ao gesticular com a boca, só que sem o som de sua voz.
- A entendi! não te devolvi a voz...- disse com seus olhos cinzas a vigiar o desespero da garota - Hm, epero que não grite.
Estalo de dedos.
- Ni-saaa...- Ao gritar, a garota intantaneamente recebe um abraço.
- Por favor! Não conte! Se você fez o juramento, eu não posso ir. Caso contrário, desapareço! - num instante sua face mudou, de um rapaz rude grosseiro para um tom desesperado de ajuda.
Na escada, ouviam-se estalos na madeira velha e seu irmão já exclamava a sua subida . O que Miyu faria com o sua alucinação sem nome? Pelo menos seu abraço estava quente e aconchegante agora.
- Miyu-chiii! Algo de errado?- Batia insistentemente o desajeitado de cabelo castanho quase fogo e aguardava - Responda! Miyu-chi!
"Eu devo entregá-lo? E se o ni-san não enxergá-lo? Miyu-chi está ficando doida!"
"Seu coração está tão acelerado... Ei! Porque ainda estamos abraçados??"
"Acelerado e quentinho..."