Diário de uma Bruxa

  • Finalizada
  • Tenshiii
  • Capitulos 23
  • Gêneros Aventura

Tempo estimado de leitura: 3 horas

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    Capítulos:

    Capítulo 13

    Entendendo minha história...

    Narração de Maryanee.

    Ao final das juras que ele havia feito, nos sentamos na rocha novamente. Ele estava abraçado a mim, senti alguém se aproximar, era Amanda.

    - Hey, casal vamos logo! Já vai escurecer. - Eu não havia reparado, mas o sol estava se pondo. Os raios de sol eram belos, as nuvens ao céu num tom de laranja se mesclava com o rosa. Logo seria noite e eu teria que me despedir do dia mais perfeito de minha existência.

    - Er... Amanda você viu a Sam?

    - Ela está na cachoeira.

    - Oh, sim já vamos. - Respondi corando ao ouvir os pensamentos de Amanda, que saiu discretamente nos deixando novamente a sós. Me levantei do aconchego de seus braços e pulei da rocha, me posicionando no chão de pé, o mesmo ele fez.

    - Está tarde! - Eu disse olhando a expressão no rosto de Eduardo.

    - Ok, mas espera.

    Ele me puxou novamente num beijo rápido de despedida, sem os pares de olhos para observar aqueles dos nossos amigos, fomos andando de mãos dadas na trilha. Chegando na cachoeira todos estavam a nossa espera.

    - Vamos pessoal, está tarde! -Disse Alexandre.

    - Ei vocês ficaram esse tempo todo fazendo tricot ?! - Disse Caio encarando a Cristina, que estava com muita raiva. Seus pensamentos ácidos contra mim não podiam estragar aquele dia.

    - Cala a boca Caio! Vamos lá. -Fomos caminhando até chegar no carro do Eduardo.

    Quando chegamos perto da minha casa ele desceu e como um perfeito cavalheiro abriu a porta do carro.

    - Madame...- Ele dizia enquanto me oferecia sua mão como apoio.

    - Gentil senhor...- Prossegui com um termo cortês, Samantha desceu do carro e foi para dentro, ele me deu um beijo rápido e nos despedimos.

    - "Bora" Eduardo, depois vocês se pe...- Disse Caio, ele não completou mas entendi o que ele diria ao final da frase.

    - Deixa eles! - Disse Amanda.

    - Tchau! Implicantes.- Eu disse. Fui andando até a varanda, depois de um tempo ainda escutava o carro virando a esquina. Entrei, minha tia ainda não havia chegado da loja, Gustavo deveria estar no quarto. Subi e Sam estava no meu quarto sentada na beirada da cama, estava à minha espera.

    - Agora conta! - Ela disse olhando para mim.

    - Bem, nós ficamos e...- Ela nem deixou eu completar, e eufórica levantou da cama e disse pra eu contar TUDO.

    - Espera! Vou fechar a porta. - Ela fechou a porta, acho que era para eu não fugir de suas perguntas que vinham sem pausa para respirar.

    - Sam acalme-se. Acho que estou apaixonada por ele... Eu não sei dizer como é, não tenho palavras para descrever.

    - Que você é apaixonada por ele até os "teletubbies" sabem, mas você ficará com ele? - Seus olhos brilhavam enquanto eu prosseguia.

    - Eu não sei! Prefiro o segredo por enquanto, se incomoda? - Eu disse juntando as mãos num tom implorativo, com os olhos brilhando para ela.

    - Tá pode parar com a chantagem. Eu não vou contar a ninguém! - Eu a olhei com desconfiança, ela desviou o olhar e eu continuei olhando para ela.

    -?Qui é?? que foi? Tá tá eu prometo. - Ela mostrou as mãos provando que não estava de dedos cruzados.

    - Ok, agora já te contei tudo.

    - Tudo bem, vou deixar você sonhar com seu humano. Beijo, boa noite.

    - Boa noite. - Depois que ela saiu, fui tomar um banho e depois fui no MSN, o Eduardo estava online.

    Eduardo diz: É... Eu queria falar com você, mas depois amanhã, pode ser?

    Mary diz: Sim, mas o que é?

    Eduardo diz: Rá! Você não acha que eu vou contar?!

    Mary diz: Na verdade sou teimosa!

    Eduardo diz: Eu também sou teimoso!

    Mary diz: Me diga apenas o assunto! Hein, por favor!

    Eduardo diz: O bom de conversar com você assim é que seus lindos olhos não podem me convencer!

    Mary diz: Sh, é então tá, vou ficar curiosa! Talvez não durma por sua causa e posso entrar em depressão e...

    Eduardo diz: Calma Mary, eu vou contar amanhã. Por favor pare com a chantagem, vai estragar a surpresa.

    Mary diz: Ok Edu. Eu aguento até lá.

    - MARY! Tenho que falar com você! - Gritou minha tia do andar debaixo.

    Eduardo diz: Você vai gostar!

    Mary diz: Então tá né... Edu tenho que sair, depois nos falamos.

    Eduardo diz: Tá. Beijo, te adoro

    Mary diz: Beijo, te adoro². Hehe.

    Logo depois fiquei off e desci para ver o que minha tia queria. Ela estava na cozinha com a Sam. Guga estava no quarto, aliás Guga ia me pagar por ter contado ao Eduardo.

    - Fala!

    - Recebi uma visita hoje!

    - Quem?

    - Sally! - Seus olhos estavam me evitando, no momento que ouvi o nome "Sally" senti os músculos de meu corpo se contraírem e náuseas. Olhei para Sam, mas ela estava enigmática e não saía nenhuma expressão em sua face. Ela estava mergulhada em seus pensamentos, e não fazia nenhum gesto com a mãos, estava sentada no balcão.

    - O que ela queria?

    - Entregar isto. - Minha tia me entregou uma caixinha de cristal. Dentro havia um papel especial com detalhes em ouro, a escrita era antiga mas nada cortês foi escrita pela mesma, e fez questão de assinar.

    - O que ele contém?-perguntei a minha tia.

    - Eu não li, ela disse que era apenas para ser entregue a você.

    - Eu não quero saber nada dessa infeliz, não me importa! - Eu atirei a caixa contra a parede e Sam a pegou com um reflexo incrível.

    - Leia. - Ela me devolveu a caixa e saiu com a mesma expressão ou nenhuma expressão, e minha tia não me olhava diretamente.

    - Ok. - Subi com a caixa nas mãos, com receio de abrir.

    - "Não seja covarde abra!" - Eu pensava. - Afinal de contas o que poderia haver de tão ruim!? - A covardia venceu, eu fui dormir...

    No outro dia me arrumei como de costume. Fui mais cedo, estava frio e uma fina camada de neblina cobria as ruas. Começou a cair pequenas gotículas do céu, mas como eu já estava na escola não me preocupei.

    Logo depois o corredor da escola foi tomado por alguns alunos, a maioria havia faltado, em seguida Amanda chega com a Cristina.

    - Ei! Oi Mary! - Disse Amanda, ainda um pouco molhada pela fina chuva que caía. Ela fechava seu guarda chuva enquanto me cumprimentava.

    - Oi Amanda.

    - Amanda depois nos falamos. - Disse Cristina, olhando secamente para mim. Apenas retribuí com um leve sorriso ciníco para ela que se contorceu de raiva, virando-se de costas para mim deixando apenas eu e Amanda.

    - Eu realmente não entendo o que te faz andar com ela, garanto que ela não é uma pessoa confiável. - Eu disse à Amanda. É claro a mente de Cristina era vazia e fútil, mas dela também vinha pensamentos ácidos e com um certo ar de inveja contra Amanda.

    - Costume, somos amigas desde pequenas. Mas enfim, gostaria de saber como foi! - Amanda explicou rapidamente e depois me perguntou sobre o "passeio" com um entusiasmo sincero.

    - Foi ótimo! - Respondi sem pensar.

    - E vocês estão...

    - Deixa minha ruivinha Amanda. - Amanda logo parou com a pergunta ao ouvir a voz de Eduardo. O que me deixou visívelmente envergonhada.

    - Ei! Eu tenho que saber afinal! Se não fosse por mim vocês nem...

    - Ok Amanda. Depois você fala com ela. - Ele cortou sua frase antes que ela terminasse, logo se aproximou de mim com um beijo gelado pelo frio. Sorri depois, era estranho todos olharam para nós.

    - Bom dia meu amor. - Disse Edu depois do beijo.

    - Bom dia... -respondi.

    - Vela, vela, vela. - Amanda cantarolava.

    - Ah, cala boca Amanda.- Disse Edu ainda olhando para mim.

    - Ok. Depois nos falamos Mary. - Disse Amanda com um sorriso.

    - Agora eu quero saber! Me conta! - Eu disse lembrando do que ele queria falar comigo.

    - Você é muito curiosa! - Disse ele com um sorriso cínico. - Depois! - Ele prometeu.

    Logo depois o sinal bateu e fomos para sala. Todos ainda olhavam para nós, estávamos andando como um casal normal, de mãos dadas nada de incomum.

    Chegando na sala, nos sentamos juntos é claro, nos fundos da sala. Aqueles olhares estavam me irritando.

    - O que foi? - Perguntou Edu quando estávamos sentados, ele havia reparado minha expressão irritada.

    - Não é nada. - Eu respondi, mentindo.

    - Sei...- Ele disse desconfiado.

    - O que er... Seu... Pri, Gustavo disse? - Ele perguntou atropelando as palavras olhando para janela.

    - Sobre? - Perguntei e logo me arrependi. Era certo que ele estava falando sobre nosso relacionamento atual.

    - Sobre nós dois ué! - Ele retrucou com uma resposta óbvia.

    - Ah sim... Bem, ele ainda não... Sabe. - Eu disse em um tom delicado na última palavra. Quase que as palavras não saem.

    - Por que você não contou? - Ele me olhou sério.

    - Por que não o vi ontem. - Eu disse mentindo descaradamente, pois isso não era desculpa. O quarto dele ficava ao lado do meu.

    - Não quero forçar nada mas... É melhor que ele saiba que você não está...

    - Nunca estive Eduardo, foi um mal entendido. - Eu disse completando a frase que ele dissera.

    - Eu sei! - Ele respondeu e me deu um beijo.

    - Eduardo? Mary? Posso começar a aula? - Disse o professor Tompson. Corei ao ver todos olhando para nós.

    - Claro ?Prof.?, vai lá! - Respondeu Edu ignorando os olhares ao nosso redor.

    A aula prosseguiu normalmente. O professor nos olhava frequentemente, mas não havia se queixado no decorrer da aula. Edu me passou um papel com a mão e continuou olhando para o quadro branco.

    - O que é isso? - Susurrei.

    - Leia. - Ele ordenou.

    "Minha mãe quer te conhecer, está emocionada por eu estar com alguém...

    Sabe como é...

    - Ouw...! - Uma expressão saiu de meus lábios, eu estava surpresa.

    Olhei para ele, mas o professor ainda nos observava, então peguei a caneta e escrevi:

    "Está brincando né?! Vou morrer de vergonha!" - Em seguida passei o papel para ele, que deu uma leve risada e começou a escrever.

    "Vergonha? Não se desespere! Então? Depois da aula?" -Ele me passou o papel.

    "Tudo bem mas, era isso o que queria me contar?" - Ele sorriu novamente, parecia estar gostando de me torturar. Logo me passou o papel novamente.

    "Na verdade é parte, mas não é a surpresa em si." - Paramos de escrever, pois o professor não parava de olhar para nós.

    É claro que eu poderia ler a mente dele, mas ele fazia questão de não pensar sobre o assunto. Parecia saber que posso ler mentes, que bobagem.

    Os minutos finais da aula se arrastavam, o tic-tac do relógio na parede acima do quadro branco me deixava impaciente. Começei a batucar o lápis na mesa esperando o sinal bater, e finalmente acabou.Logo guardei os livros e puxei o Edu para fora da sala. É claro que ainda faltavam quatro tempos de aula, que tédio...

    No intervalo eu e o Edu fomos em direção ao pátio. A platéia estava lá: Caio tentando se equilibrar no skate; Alexandre zombando da cara dele; Amanda estava sentada com um livro na mão, tentando ignorar os garotos. Bem não estava obtendo sucesso, eles faziam questão

    de chamar o nome dela a cada segundo, o que a estava deixando irritada. Carlos não estava, nem a Cristina. Agradeci mentalmente por isso. Continuamos andando em direção à eles.

    - Fala aê casal! - Disse Caio.

    - Ah cara! Pare de tentar andar de skate! - Disse Edu vendo o desastre.

    - Ei! Não começe ok?!

    - Eu já tentei, não adianta Edu. - Disse Alê.

    - Mary se importa? - Disse Amanda me puxando para longe dos garotos.

    - Vamos. - Respondi ao seu gesto. - Já voltamos! - Comuniquei.

    - Ok, não demorem! - Disse Edu soltando minha mão, enquanto estávamos mais distantes dos garotos pude ouvi-los imitando a voz do Edu, zombando dele e fazendo gestos com a mão.

    - Diga Amanda!

    - Queria que você tomasse cuidado com a Cristina ela está obcecada. - Acho que vou mandar ela pegar uma senha. Sally, Guga, minha tia, A Ordem... Ufa! Quantos problema! Mas Cristina era pouco em comparação...

    - É sério, ela está estranha. - Amanda prosseguiu.

    - Sempre foi! - Afirmei.

    - Ela está pior. - É um fato.

    - Ela detesta ser passada para trás. - Outra confirmação da loucura da "troço".

    - Não se preocupe, além do mais, tenho problemas maiores. - Do que uma adolescente mimada.

    - Quais?! - Ela me perguntou com a testa franzida.

    - Hoje vou conhecer minha... Sogra. - Estremeci com a palavra, a história dos humanos nunca foi gentil para com as sogras.

    - Minha tia é legal, e vai adorar conhecer você. Fique tranquila! - Ela tentou me acalmar.

    - Obrigada Amanda.

    - Já parou de assustá-la? - Disse Edu quando chegou mais perto.

    - Oh! Pare de ser possessivo, dê um espaço a ela! - Amanda disse num tom de zombaria.

    - Vamos, o sinal já bateu. - Nem havia notado que o intervalo acabara.

    - Vamos. - Enquanto andávamos em direção ao corredor para ir à sala, avistamos o Guga.

    - Não vai me dizer que...

    - Temos que conversar mais tarde. Em casa, ok?! Está em apuros!

    Não trocamos palavras no corredor e sim pensamentos. A aula correu bem, apesar do Edu não se comportar.

    Depois da aula fomos para casa dele. Eu estava tranquila até descer do carro, e quando chegamos na porta ele a abriu com a cópia da chave que possuía. Quando ele entrou bem, eu esqueci.

    Meus pés ficaram imóveis no chão, eles não saiam do lugar. Logo me lembrei do que minha tia havia dito "as bruxas não entram na casa de estranhos a não ser que sejam convidadas". Meus pés pareciam estar grudados ao piso. Edu me olhou mas a barreira não me deixava passar.

    - Mary?

    - E... Eu acho que o meu brinco caiu. - Dei uma desculpa, pois ele não podia perceber que existia uma barreira invisível na porta.

    - Esqueça, depois você procura. Venha, entre! - Agradeci pelas palavras que ele dissera, a barreira cessou e eu já conseguia movimentar os pés. Fui rápida para que ele não percebesse nada. Logo que entrei senti algo estranho, mas como nunca havia entrado em uma casa de humanos, ignorei meus pensamentos descontrolados, mas algo estava estranho.

    - Ora você é a Maryanee? É aquela mocinha que estava no hospital... Oh meu filho ela parece uma boneca!

    - Mãe...- Edu ficou envergonhado, não tanto quanto eu, mas estávamos os dois desconcertados com a situação.

    - Bem como já percebeu essa é minha mãe, aquela é Susan, minha avó.

    A mulher de cabelos grisalhos, me olhou e me intimidei com o olhar dela. Minha cabeça começou a doer assim a queimação em meu peito. Era como se eu não respirasse, a dor piorava. Edu me olhou vendo meu estado; a mãe de Eduardo segurou meu braço me dando apoio para que eu não desmaiasse. A dor era intensa demais eram como se houvessem milhares de agulhas espetando meu corpo.

    A queimação em minha cabeça era agonizante, e se alastrou pelo meu corpo. Era como se tivessem jogado álcool e em seguida riscado um fósforo em cima de mim... Não aguentei a dor, mas não desmaiei. Ainda estava meio aturdida, ouvia susurros...


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