Mais um dia amanhecia, mais um dia sem Sebastian. Ciel não estava entendendo muito bem o sonho que havia tido na noite anterior. " Eu também te amo, Bocchan" Aquilo só podia ser confusão de sua mente. Lógico! Sebastian está morto, ele não se importa consigo. Nunca realmente se importou. Sempre achando que aquele cuidado que tinha por si, era porque poderia realmente significar algo, mas Sebastian sempre deixava bem claro que a sua relação com ele era apenas se mordomo e mestre. Logo então desanimando da ideia de dividir com Sebastian esse sentimento que ele sempre nutrira por seu mordomo... "Ah Sebastian por que você nunca se importou realmente comigo?"
Ciel, depois da " morte " de Sebastian, sempre estava muito pensativo e atordoado, tendo a solidão como a sua única companheira de vida. Mas ele sempre iria ter uma loirinha extravagante e escandalosa ao seu lado, que apesar de tais defeitos, o amava, sempre lhe dando apoio para o que precisasse. Mesmo sendo tão egoísta e mimada, Elizabeth Middleford, estava sempre ao lado de Ciel. Estava, até Ciel literalmente dispensá-la, dizendo que não aguentava mais essa situação, que ela não merecia isso, que ele não nutria esse sentimento por ela, portanto esse noivado seria inútil, precisava de um tempo, precisa pensar e que mesmo que lhe magoasse, seria o melhor a se fazer. Até sentia falta dela, de suas extravagâncias, mas não queria que ela tivesse uma vida infeliz por causa dele, queria que ela conhecesse alguém que lhe desse o real valor e atenção, com a qual ele não estava dando ultimamente. Enfim, sua decisão já estava tomada. A menina não entendeu o seu ponto de vista. Saiu de sua mansão gritando e extremamente irritada, dizendo que nunca mais queria vê-lo na sua frente! " É... realmente acho que merecia isso. " Pensava Ciel.
Apesar de tudo, Ciel ainda era o cão de guarda da rainha, ainda tinha uma vingança a cumprir, mas como poderia fazer isso sem Sebastian. É, realmente ainda haviam muitas coisas com o que se preocupar, mas agora só conseguia pensar em uma coisa, no grande amor de sua vida.
(...)
- Senhorita! Senhorita!!! - Disse Paula tentando acordar sua Elizabeth, que ainda estava na cama. Depois de mais algumas tentativas, finalmente Lizzy responde:
- Tá bom, tá bom! Eu já acordei Paula! - Disse Lizzy já irritada com a insistência de Paula de retirá-la da cama.
- Me-me desculpe senhorita, mas é que hoje seus pais receberão uma visita muito importante de um conde de Paris e me pediram para acordá-la imediatamente, afinal, não é adequado que uma dama ainda esteja dormindo a essa hora do dia. - Disse dando um sorriso tímido em direção a menina.
- Mas eu não tenho nada a ver com os negócios que meus pais tem a tratar! - Exclamou fazendo bico.
- Ora, não fique tão entediada, afinal será uma ótima forma de ganhar reconhecimento, podendo se vingar de Ciel por tê-la dispensado dessa maneira. Não foi a senhorita mesmo que disse que não iria deixar isso barato para ele?
- Que seja... Vou tomar um banho. Se apresse para que não me atrase ainda mais.
- H-hai!
Elizabetty se tornou uma menina mais fria depois do fim de seu noivado com Ciel. Jurando à ele que se vingaria por ele ter feito isso com ela, rejeitando os seus sentimentos e o amor que sempre tivera por ele. Não acreditou nada naquele papo de que era tudo para o seu bem. Afinal, quem ele pensa que é? Ele não podia ter feito isso com ela. Ele não tinha esse direito. Por que ele a tratou dessa maneira? Tudo bem que às vezes era muito egoísta e mimada, mas ele não podia negar que ela sempre lhe ofereceu amor, que sempre estava lá para animá-lo, para botar um sorriso naquele rosto sempre tão sério e sem vida, obcecado em seguir a rainha e suas ordens sempre que possível. E logo após o sumiço de Sebastian, ele se tornou ainda mais frio do que antes.
" Mas afinal, o que aconteceu com Sebastian?" Perguntava-se Elizabeth, sempre fora tão fiel a seu " Bocchan" como ele sempre dizia, e agora, sem mais nem menos, ele desaparece, deixando Ciel abandonado naquela enorme mansão. Não que ele estivesse ali, sozinho realmente, afinal ainda tinha os outros empregados da casa, mas era Sebastian que sempre acompanhava Ciel, era ele que sempre fazia tudo por ele. Ela até que tentava perguntar algo à Ciel, mas ele nunca contava o motivo, sempre mudava de assunto ou murmurava uma coisa qualquer.
Que seja, ela não tinha mais nada com Ciel, e o que acontecia ou deixava de acontecer com ele, já não lhe interessava mais. Ciel, já não lhe interessava mais.
(...)
- Bo-bocchan... Já acordou?
- Sim, sim, vocês deveriam ter me acordado, afinal já é muito tarde.
- Perdoe-nos...
- Que seja. Pelo menos fizeram um café-da-manhã digno?
- Ern... O Bard explodiu a cozinha de novo...
- Mas que droga! Será que vocês realmente não conseguem fazer nada direito? É difícil encontrar bons empregados hoje em dia...
- Vou dar um passeio, não se preocupem com o meu café-da-manhã... não estou mais com fome.
- H-hai...
- Alguma carta da rainha?
- Não senhor.
- Então está bem. Estou saindo e não tenho previsão de volta. Que sabe na rua, eu encontre alguém que trabalhe para mim e não exploda a cozinha toda vez que for tentar fazer algo...
- Mas sozinho?
Não teve resposta.
(...)
Ciel havia saído de casa, e com a coincidência do destino, deu de cara com Elizabetty
- Ah, nada melhor que uma companhia tão desagradável para estragar a minha manhã. - Disse Lizzy, com um ar de superior.
- Olha só, eu não estou com paciência para você, então faça o favor de desaparecer da minha frente, se não quer sofrer as consequências! - Disse irritado com a atitude de Lizzy, afinal o que ele havia feito à ela? Isso foi apenas para o seu bem, em finção de sua felicidade.
- Sempre com esse mau-humor não é Cieru? Que seja, você não significa mais nada para mim. Vamos Paula.
- H-hai... - Disse Paula, seguindo Lizzy , para seus passeio diário.
" Eu mereço mesmo!" Pensou Ciel. Rapidamente voltou ao seu trajeto, indo em direção ao centro de Londres, para uma passeio, onde ele próprio e a lembrançade seu mordomo eram os seus únicos companheiros.
(...)
Ciel havia demorado um pouco para chegar ao centro de Londres, afinal, ele estava indo de sua mansão até seu destino à pé, o que não era de seu costume.
Ao chegar na cidade, Ciel se surpreende com a presença de uma certa pessoa na sua frente.
- Você? - Foi a única coisa que conseguiu dizer no momento.
(...)
Elizzabeth não havia conseguido sair em seu passeio diário, não naquele momento. Havia ido para casa, e em seu quarto estava chorando muito. Podia tentar mentir para si mesma, mas ainda sentia sim algo por Ciel. Isso não poderia negar. E o fato de como ele lhe tratou, no momento de seu encontro. Doeu e muito, mas o que esperaria? A forma que ela lhe tratou fora muito pior e é lógico que Ciel não iria deixar isso barato para ela. Então tudo o que ele disse que era para sua felicidade e que estava fazendo isso para o seu bem era tudo mentira. Que era apenas uma desculpa para livrar-se dela, para livrar-se de seu amor que sempre nutrira por ele. Mas por que? Por que fugir dela? Ela sempre deixou bem claro que o que sentia por ele era verdadeiro. Que realmente se importava com ele. Mas ele nunca dera a mínima. Ela sempre foi como um estorvo na sua vida. E não poderia deixar isso barato para ele, mesmo que doesse muito, que o deixasse com mais desprezo por ela, que tornasse esse amor ainda mais difícil, ela tinha que tomar providências, mostrar a Ciel, que ele não era mais aquela garotinha que sempre correu atrás dele, seguindo todos os seus caprichos e vontades. Sim, era o melhor a se fazer. Ele viria pedir perdão a ela por tudo que havia lhe causado. Era isso que Elizabetty Middleford tinha em sua mente. Era essa a sua meta de vida naquele momento. E faria de tudo para conseguir o que queria. " Sim, ele vai aprender a me dar o verdadeiro valor ..." Foi a única coisa que disse até ouvir a voz de Paula lhe chamando, e sair de seu quarto, em que agora não choraria mais por esse amor impossível... nunca mais.