Naoko no shi

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    Capítulos:

    Capítulo 4

    Carta

    Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Suicídio, Violência

    "Aiko e seu pai tinham terminado de comer. Aiko agradeceu pela comida e foi ajudar o pai com a bagunça que tinha sobrado na mesa do jantar."

    - Tudo bem pai, deixa que eu arrumo isso... - Aiko dizia passando na frente do pai e pegando os pratos da mesa.

    - Não filha, você tem aula amanhã cedo... Deixa que eu arrumo isso. Vá logo dormir. - O pai de Aiko dizia já empurrando a filha para as escadas.

    - Ah, se você quer que eu durma logo então já estou indo... Boa noite pai - Aiko dizia se esticando para beijar a testa do pai

    - Boa noite filha. - O pai acenava enquanto via a menina subir as escadas.

    "Aiko chegou em seu quarto, colocou seu pijama, deitou na cama e ficou pensando em tudo aquilo que seu pai havia dito. Logo dormiu pois tinha ficado exausta depois daquele desmaio na escola e ter conseguido muitas informações tão rápido. Enquanto isso seu pai estava terminando de arrumar a cozinha e pensando no que fazer. Seus pensamentos estavam fora de ordem e não conseguia ficar com sono. Sabia que naquela noite não conseguiria dormir por causa do nervosismo. Então depois de muito tempo pensou em escrever uma carta de despedida para filha."

    - Já é madrugada. Está quase amanhecendo e eu não consigo dormir. Eu não queria falar para minha filha tudo o que havia acontecido, mas não tem mais jeito... Eu preciso fazer uma carta de despedida e explicar tudo. - Senhor Nakami estava atordoado com a situação pensava sentado no sofá da sala. - Estou aqui há horas, não vou mais perder tempo. - Então Senhor Nakami se levantou do sofá e foi buscar uma caneta e um papel em seu quarto.

    - Pai? Você ainda está acordado? - Aiko dizia meio dormindo e ainda de olhos fechados.

    - Volte a dormir. - Senhor Nakami falava baixo enquanto fazia o mínimo de barulho possível

    "Então Aiko já tinha voltado a dormir. Senhor Nakami foi para cozinha porque faria o café da menina enquanto escrevia a carta pois já estava quase amanhecendo."

    - Droga de caneta que fica falhando! Mas estou mais tranquilo pois escrevi a maior parte. - Senhor Nakami dizia enquanto escrevia com uma mão e com outra tomava café.

    - Seu tempo acabou! - A voz de Korumu dava calafrios no ouvido do pai de Aiko o que o fez derrubar a xícara de café no chão.

    - Espere eu... - Senhor Nakami mal terminou de falar quando Korumu jogou sua corrente que ultrapassou a barriga do pai de Aiko e puxou lentamente sua alma junto com a foice. O pai de Aiko agora caía no chão e jogava a caneta para o lado.

    "Já estava quase na hora do café da manhã quando Aiko acordou ao ouvir o barulho da xícara de café quebrando na cozinha. Achou estranho o pai não ter chamado para o café. Então esfregou os olhos e se levantou para ver o que havia acontecido. Foi até a cozinha onde o pai provavelmente estaria fazendo seu café. Quando chegou seu pai estava caído no chão em cima de uma poça de café e com uma caneta perto de sua mão."

    - Pai? Pai! Acorda! - Aiko corria até seu pai e se ajoelhava na sua frente. - Pai? Acorda! - Aiko balançava o braço do pai. Não caía a ficha de que agora estaria sozinha. - Pai? Por favor... Agora eu entendo toda aquela conversa de ontem... - Aiko chorava enquanto segurava o rosto do pai. - Não posso perder mais tempo. Vou ligar para o hospital. - Aiko já achava inútil mas não queria ficar olhando para seu pai morto na cozinha sem que pudesse fazer nada.

    "Quando a ambulância chegou lá e os paramédicos examinaram o corpo de seu pai, haviam dito que era tarde demais e já não podiam fazer nada. Seu pai morreu de infarto. Então apenas levaram o corpo."

    - Mas o que é isso? - Aiko estava chorando quando olhou perto do balcão da pia e viu uma carta que seu pai havia escrito. Pegou a carta e foi para seu quarto para começar a ler, já nem se importava em chegar atrasada no colégio.

    - Filha, eu escrevo esta carta pois não sabia que minha hora estava tão perto. Queria me despedir e explicar algumas coisas que podem estar te deixando confusa agora... Logo que você nasceu a sua mãe não tinha morrido. Isso foi só o que eu inventei para não ter que te explicar antes. Quando você nasceu, não foi colocada nos braços de sua mãe e sim foi redirecionada para uma sala de reanimação. Os médicos foram na sala em que eu e sua mãe esperávamos anciosos e deram aquela notícia: "Sua filha infelizmente nasceu com um problema cerebral e só vai viver por mais alguns minutos". Então eu e sua mãe ficamos desesperados, pedimos para que o médico trouxesse você para que pelo menos ficássemos mais um pouco te olhando viva. Ele trouxe, e nós rezamos e rezamos chorando até que eu disse bem alto: "Eu faria qualquer coisa para que minha filha vivesse".Um shinigami apareceu, um shinigami que ia te levar... Ele rio e perguntou: "Então... Você faria qualquer coisa para que sua filha vivesse?". Eu respondi que sim e novamente ele virou pra mim e disse: "Eu posso fazer isso pra você, mas você terá que escolher... Entre sua mulher e sua filha". Eu e sua mãe estávamos perplexos mais depois de muita discussão a sua mãe disse para eu escolher você. Eu escolhi você e ele rio novamente e disse: "Tudo bem, tudo bem. O trato está feito... Mas tem mais duas condições. A primeira é que sua vida também será reduzida e a segunda é que sua filha vai poder ver coisas que os outros seres humanos não podem ver". Eu concordei com tudo o que ele falou, ele puxou a alma de sua mãe disse para eu aproveitar e sumiu. O amuleto que está no seu cordão, foi entregue pelo shinigami antes dele sumir. Quando eu escostei no amuleto veio algumas "instruções" de como você poderia ver essas coisas que nós, seres humanos, não somos capazes. Mas ao contrário do que você deve estar pensando, não é o amuleto que faz você ver essas "coisas" e sim um dom. O amuleto... Use ele para se proteger. Ah, vou te dizer como conseguir ver as coisas. É só você... - A carta estava inacabada e foi bem difícil entender aquela letra que parecia ter sido escrita nas pressas. Era só isso que tinha naquela carta.

    - Droga! Isso tudo é tão fantasioso... Não acredito nessas coisas... Mas a única coisa que sinto agora é ódio desse shinigami maldito! - Aiko dizia quando olhou o relógio e via que estava atrasada para o primeiro tempo e correu para se arrumar para pelo menos assistir ao resto das aulas. Quando corria, sentiu o amuleto bater em seu peito e quis jogá-lo. Então arrancou ele de seu pescoço e sentiu-se fraca e caiu de joelhos no chão - Mas o que? Minhas energias... Acho que elas ficam nesse maldito cordão... - Pegou de volta e voltou ao normal. - Então é isso que meu pai falou em relação à me proteger... - Aiko terminava de se arrumar enquanto falava. Depois correu, pegou sua bicicleta e foi para escola.

    "Quando chegou em Nakao os portões estavam fechados. Então Aiko deu a volta numa rua e pulou o muro que dava para quadra do colégio onde Youra gazetava o primeiro tempo."

    - Ha, ora ora, quem diria... A menina que sempre vem para todas as aulas... Pulando o muro da escola! Que feio em?! - Youra dizia de braços cruzados e tom de sarcasmo.

    - Idiota! Você sempre está me atrapalhando... Mas agora precisamos ficar quites... - Aiko dizia limpando a saia que tinha ficado toda suja de poeira por ela ter pulado o muro velho da escola.

    - Bom, eu não sei porque você quer isso agora... Mas mudando um pouco de assunto, por que chegou atrasada hoje? - Youra perguntava curioso

    - Meu pai faleceu hoje de manhã e eu lia uma carta que ele tinha feito para mim antes de morrer... Por isso cheguei atrasada. - Aiko dizia cabisbaixa com um tom triste. - Mas vou direto ao ponto. Preciso da sua ajuda na investigação do caso Naoko. Eu sei que você é inteligente... E agora não posso fazer a investigação sozinha porque corro mais perigo que antes... Não tenho como me proteger. - Aiko dizia com ar de pessoa forte, mas ainda estava triste com aquilo tudo e pior que agora pedia ajuda de quem ela já tinha evitado tanto.

    - Ah... Me desculpe eu não sabia que seu pai... - Youra dizia sentindo-se culpado por ter dito aquelas coisas de antes e se aproximou para pegar no ombro de Aiko.

    - Tudo bem, não é culpa sua... Você não sabia. - Aiko dizia enquanto afastava seu braço de perto de Youra - Mas enfim... O que me diz da minha proposta? - Aiko levantava a cabeça e olhava nos olhos de Youra que estava ficando vermelho pois ela nunca tinha olhado pra ele assim tão diretamente antes.

    - Ah.. O que? Claro, claro. - Voltou ao normal e viu que Aiko também estava tímida. - Eu aceito. - Youra dizia com um sorriso de lado

    - Mas antes disso, vamos começar decifrando o que meu pai não teve a chance de escrever... - Aiko abriu sua pasta, pegou a carta amassada que seu pai tinha escrito e deu para Youra ler.

    "Então Aiko e Youra estavam juntos para investigar o meu caso e o passado de Aiko. E assim começava a história de Aiko Nakami."


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