O novo dia raiou, e Philip estava quieto como de costume, ele esperava pela menina cega, Nina não demorou muito a chegar, e como o Núncio havia avisado a menina diz:
- Estou indo levar esses biscoitos ao Haldis, quer ir junto comigo?
- Haldis, o seu amigo?
Perguntou ele intrigado, ela sorriu e respondeu:
- Vai ser legal você ser amigo dele também.
- Claro.
Disse Philip empolgado, mas o que ele queria mesmo era saber qual o mistério que existia por trás do amigo de Nina, seria ele um amigo imaginário?
Enquanto criança Philip ouvia cantigas de ninar de sua mãe antes de dormir, seus sonhos eram de pessoas enforcadas, suicídios explícitos, desde seus cinco anos tinha pesadelos daquele gênero, até que um dia chegou à sua casa e viu seu pai caído na cozinha, os pulsos cortados, e o sangue no piso, uma cena de horror, e um núncio sorrindo vitória ao lado do corpo.
?Meu pai me mandou uma mensagem e de certa maneira esse tal de Haldis tem a respostas de minhas perguntas?, pensou ele sozinho, caminhando calado ao lado de Nina, até que finalmente chegaram à lápide, agora Philip ficaria frente a frente com a alma do menino Haldis.
- O que é você?
Perguntou Philip assustado ao ver aquele menino com pele lívida, corpo brilhante e olhos inexpressíveis.
- Como assim? ? Perguntou Nina sem entender direito o que estava acontecendo.
Haldis com medo de ser revelado desaparece no mesmo instante, não deixando dúvidas para Philip, só poderia ser uma alma penada.