Granger.

Hermione acabara de despertar de seu terrível pesadelo. Sonhou novamente com a batalha de Hogwarts, aquela de tanto tempo atrás. Ronald havia chegado tarde, fora assistir o jogo de Gina, e por isso, dormira logo. A mulher até gostaria de ter ido, mas, prometera ir investigar o caso de maltrato aos Elfos Domésticos, o que depois de seu trabalho, virara crime. Levantou, com o coração batendo, e o rosto suado. Aquela época ainda lhe assombrava. Desceu as escadas da casa e foi sentar-se junto a lareira. Um dos filhotes de Bichento que a seguira até o andar debaixo se enroscou em seu colo, a surpreendendo.

- Veio me acompanhar, Matt? - ela disse, acariciando a cabeça do gato - Sabe que devia estar dormindo

O animal sabiamente a ignorou, e esta, acabou permitindo seu pequeno crime. Queria companhia.

Muita gente havia morrido antes e durante os tempos de guerra. Seu coração ainda doía ao se lembrar de seus velhos amigos. O professor Lupin sempre ficaria guardado em sua memória, assim como Snape. Aquele era um exemplo morto do que o amor pode fazer com as pessoas. Tonks lhe veio a cabeça. Ela também era uma prova morta do que amar faz com os outros, pensou. Seu patrono mudara ao se apaixonar por Lupin.

O rosto e o nome de cada um dos que haviam partido veio em sua cabeça. '' Fred, Collin, Dumbledore, Cedrico, Sirius. Seus olhos umedeceram, e logo soluçava agarrando o pobre Matt, que tentava se desvencilhar de seu colo, tentando evitar as lágrimas. Muitos, muitos mesmo haviam ido embora, e era isso que prolongava seu choro. Seu pobre coração doía, enquanto lembrava com carinho de Dobby, e da sua profunda admiração por '' Meu senhor Harry Potter''. Um pequeno sorriso surgiu em seu rosto ao se lembrar da voz esganiçada da pequena criatura.

- Acordada a essa hora? - a voz de Ronald Weasley surgiu, e esta foi abraçada por trás, o que deu chance ao filhote molhado fugir.

- Ah... - Não teve tempo de dizer mais nada. Ao ouvir sua voz chorosa, acabara caindo em prantos de novo. Mas, dessa vez, Rony não a deixou chorar. Roubou-lhe um beijo suave, a envolvendo mais nos braços. - Todos mortos, Ron!

O rapaz já compreendera toda a situação, e com delicadeza a erguera do chão.

- Não chora, Mione. Todos eles escolheram lutar, estavam preparados. - afastou a franja da moça da testa. - Todos eles, estão olhando por nós de um lugar melhor. E digo mais: Tenho certeza de que nenhum deles iria querer te ver chorando desse jeito.

...

Depois daquele noite, Hermione Granger nunca mais derramara uma única lágrima pelos que se foram na batalha de Hogwarts. A única coisa que fazia por eles, era simplesmente o que eles mereciam: ela era feliz, até o último momento de sua vida.