A namorada

- Tá bom. Fala.

- Você quer namorar comigo? ? levei a minha mão à boca. O grito queria sair, mas ele resolveu deixar lugar para as lágrimas.

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Cap. 8

- Como assim namorar você? ? pude ouvir o grito dela do outro lado da linha.

- É, eu sei que é precipitado, mas eu gostei de você logo de cara, como eu nunca gostei de ninguém. E acho que podemos dar certo. ? Dan tentava acalmá-la.

- Bom, eu... eu... eu aceito!! Eu... eu te amo tanto, Dan!

- Ah, que bom!! Olha, nós vamos fazer um show em uma cidade aqui pertinho e quero levar você. Se sua mãe não quiser deixar, eu mesmo falo com ela!!

Meu Deus, como aquilo estava acontecendo? Tudo isso era demais pra mim. Dan dizendo que vai na casa dela pedir pra levá-la? Isso é ridículo!! Meu Deus!!!! Eu não tô conseguindo ver essa cena!!! Tudo parece ser um pesadelo terrível!!!

Depois de praticamente se derreter no telefone, a menina disse pra Dan que sua mãe havia a deixado ir com ele. O show ia ser daqui a 2 dias. E com certeza eu iria estar lá.

Voltei para o céu pra tentar esquecer um pouco aquela criatura. O que mais me doía era saber que naquela tarde de autógrafos eu poderia ter conversado com ele, poderia ter o abraçado, poderia estar com ele como aquela garotinha ridícula agora estava. Tudo bem, eu tenho que admitir, ela até era bonitinha, mas... não dá pra aceitar.

No outro dia, pela manhã, Dan foi buscá-la em sua casa para saírem. Foi super gentil com a mãe dela, ?um verdadeiro cavalheiro?, pensei. Eles caminharam numa praça, Dan de boné pra tentar fazer com que ninguém o reconheça, mas às vezes uma ou outra menina se desesperava ao ver seu ídolo andando por ali.

- Olha que eu sou ciumenta, hein? ? Marília o cutucou.

- É mesmo?? Então você vai ter que se acostumar com isso... ? ele riu ? Mari, no show vai ter uma surpresa pra você.

- Que surpresa?

- Se eu te contar não vai ser mais surpresa, né Mari?! ? riram os dois juntos, e continuaram passeando pela praça, como dois adolescentes descobrindo o amor.

Amor... Eu não sei se posso dizer que isso acontece com os dois. Bem, da parte dela, com certeza, mas da parte dele...

?Lucy, mas o que você está pensando?? Ainda não caiu a ficha? Você tá morta e enterrada!!!? minha consciência tentava me fazer agir racionalmente, mas meu coração... meu coração o ama mais que tudo no mundo!! Eu sei que não tenho chances assim, mas... eu não consigo vê-lo com outra pessoa. É difícil. Sei que tenho de fazer com que ele seja feliz, mas... queria que fosse comigo.

No outro dia de manhã, Dan foi buscá-la para viajar. Decidi que só ia acompanha-los durante o show, não ia conseguir vê-lo perto dela, a abraçando e beijando... Só de pensar, tenho uma sensação estranha... um medo.

Quando voltei, o show já havia começado. Eles cantaram duas músicas até Dan chamar a atenção da galera.

- Gente, eu tenho uma novidade pra vocês... Eu tô namorando!!!!!!!!!!! ? disse ele, na maior alegria.

Dan era brincalhão demais. Tão brincalhão a ponto de as pessoas acreditarem que aquilo era mais uma de suas piadinhas.

- Gente, eu tô falando sério... Mari, vem cá!! ? Marília estava assistindo o show ao lado do palco. Dan a puxou pela mão e lhe deu um beijo na frente de toda a plateia.

- Essa é a Marília, minha namorada!! ? disse ele ao terminar aquela ceninha podre.

Os garotos aplaudiram a atitude de Dan. As meninas... bom, umas ficaram meio atordoadas, outras se desesperaram, outras já estavam chorando...

Ao terminar o show, eles voltaram imediatamente para Campinas. Dan foi levar a menina de motorista até a casa dela e depois se juntou ao restante da banda, para uma conversa com seus produtores. Sinceramente, eu não ia ficar pra ver, não queria ouvi-lo dizer que iria colocá-la em mais um show deles.

No outro dia fui visita-lo, e me deparei dentro da casa de Marília.

- Mari, você não tem noção da notícia que nosso produtor nos deu ontem!! ? ele disse.

- O que foi Dan, conta!!!

​- Nosso show, Mari... Agente vai fazer um show em Londres!!!! ? ele praticamente gritou, e deu um pulo para abraça-la. ?Por favor, Deus, que ele não faça a loucura de levá-la?, pensei.