Minhas mãos estavam cobertas de sangue, minha visão estava turva, estava ofegante como se tivesse corrido por horas sem parar, e o que mais estava me atormentando, a visão aterrorizante de meus pais decapitados bem à minha frente; As lágrimas caiam incessantes, colocava as minhas mãos a cabeça tentando lembrar como poderia ter acontecido aquilo, sim, minha memória estava vaga nem mesmo meu nome não estava lembrando apenas sabia que aquelas pessoas ali mortas eram meus pais, olhei para um lado e outro o lugar estava escuro, havia apenas uma janela onde entrava uma brisa fria e revelava a majestosa lua cheia, olhei de novo para os cantos o cheiro de sangue estava extremamente forte, cheiro?... Percebi que meu olfato estava mais aguçado do que nunca e apenas agora reparei que ouvia cada migalha que caísse sobre o chão. Desesperei-me o que uma criança de onze anos deveria fazer nessa hora? Fugir? Gritar? Ou apenas rezar para que aquilo tudo fosse apenas um pesadelo? Nada me pareceu conveniente, apenas debrucei-me sobre o corpo da mulher de cabelos róseos como os meus, deitei no peito dela esperando em vão que ainda poderia ouvir o seu coração bater, chorei demasiado, desesperadamente, fiquei naquela posição poucos segundos ouvi um barulho de porta sendo aberta, cautelosamente fui em direção a porta peguei uma faca que estava sobre a mesa de jantar agora cheia de sangue, e fui me aproximando, talvez fosse os assassinos de meus pais que voltaram para matar a ultima integrante da família, mesmo uma menina tão frágil e pequena tiraria coragem e iria enfrentá-los se morresse iria valer a pena morreria tentando vingar as pessoas que mais amei e amarei na vida.
Pé por pé fui em direção a sala, me escondi atrás de uma estante de livros, e as pessoas que invadiram a minha casa começaram a se revelar. Prendi o ar por alguns segundos, mas que pareceram minutos, horas... Eram dois homens de pele pálida, altos e o que mais me assustou, olhos vermelhos! Eles possuíam olhos vermelhos que brilhavam sobre o escuro daquela noite fria.
- Itachi ache logo a pirralha e vamos dar o fora daqui!
Falou um garoto de cabelos arrepiados e aparência mais jovem de que o outro homem.
- Cale-se irmãozinho tolo! Sabe que nossa missão é capturá-la e levá-la em segurança para o esconderijo. E se eu fosse você teria mais respeito para aquela que se tornará a nossa rainha...
O homem de cabelos mais longos presos num rabo de cavalo começou a investigar o lugar ou o que restava dele, mas parou assustando o outro.
- O que houve Itachi?
- Já a encontrei...
Minhas mãos começaram a suar frio e começaram a tremer, prendi a respiração e coloquei aquela faca na frente de meu corpo segurando firmemente com as duas mãos. Ele foi se aproximando já estávamos de frente um para o outro, ele deu um sorrisinho de lado convencido, mesmo com medo meu olhar mostrava determinação, nunca iria demonstrar fraqueza! Eu sou Haruno Sakura e vou vingar meus pais! Custe o que custar!
- Quem são vocês?! E o que querem de mim!?
Falei firme. E avancei um pouco os ameaçando com a faca na mão o mais velho desfez o sorriso debochado e fez uma expressão que não pude identificar do que era.
- Ora, ora... Você cresceu Sakura... Eu e Sasuke aquele rabugento ali, viemos te buscar você vivera conosco agora.
Fiz uma cara incrédula, do que aquela idiota tava falando?
- Do que você esta falando? Eu não vou a lugar nenhum com vocês!
O cara de cabelos arrepiados rosnou e se aproximou de mim arrancando minha faca da mão e me pegou pelo braço agressivamente. Eu me debati, mas ele parecia nem fazer um pouco de esforço para me manter sobre seu controle.
- Você vai conosco e ponto final!
- Sasuke! Esta assustando ela! Olhe sakura, somos amigos de seus pais e agora ficaremos com você certo?
- Como ficaram sabendo da morte deles? Nem eu mesma me lembro como aconteceu... O que vocês são? Como vocês podem ter esses olhos vermelhos???
- Quanta pergunta...
Sasuke mais uma vez bufou impaciente.
- Certo... Já que você é tão insistente e também é uma garotinha esperta lhe contaremos a verdade, ou pelo menos o que você deve saber agora. Você é a nossa rainha, e vamos te proteger, com nossa vida, te respeitar e fazer todas as suas vontades...
Cai para trás, aqueles homens se ajoelharam e ficaram em reverencia a minha frente, algo me dizia, que eles não mentiam, e todos aqueles sintomas que senti mais cedo, o meu olfato e audição aguçados, agora tinha certeza de que tinha de ir junto com aqueles dois homens. Fui em direção ao que se chamava Itachi e lhe levantei o queixo para que pudesse olhar para mim, ele se levantou e peguei em sua mão fortemente e saímos daquela casa sem olhar para traz agora tinha certeza que tinha selado meu destino.