|
Tempo estimado de leitura: 2 horas
l |
Passei o tempo todo com ele no hospital. Parece que Dan não conseguia mais me ver. ?Foi no susto?, pensei. Agora nunca mais eu sairia de perto dele nesses shows. Confesso que se não tivesse de ver minha família e receber instruções de Pedro e Diego podia ficar 24h por dia com Dan. Algumas vezes já não é mais o bastante.
-----------------------------------------------x---------------------------------- -----------------------------x------------------------------------------------
Cap. 7
Três dias depois do acidente, os médicos deram alta para o Dan e disseram que ele poderia continuar a fazer shows normalmente. Dan só faltava pular de alegria, ele realmente amava aquela vida de cantor de rock!
Os outros componentes da banda vieram buscá-lo no hospital com alguns seguranças. Eu não entendi muito bem porque tinham trazido 7 deles, mas ao sairmos do portão do hospital demos de cara com uma legião de fãs desesperados para saber se estava tudo bem mesmo com o nosso tão querido vocalista. Dan acenou para todos e deu uma breve resposta para uma pergunta que o fizeram.
- Dan, o que você tira de lição desse acidente que aconteceu com você? ? perguntou uma repórter que estava sendo quase engolida pela multidão.
- Olha, quando eu era criança, minha mãe dizia que todos nós temos um anjo da guarda e que um dia ele vai ser decisivo na nossa vida. Acho que esse dia chegou! ? respondeu ele, me deixando um tanto orgulhosa por ter conseguido ajudá-lo, e com certeza cada vez mais apaixonada por aquele deus.
No fim de semana eles viajaram pra Campinas onde iam fazer um show no sábado a noite. E como eu havia decidido não deixá-lo só durante um único show, fui com eles.
O show estava maravilhoso, como sempre é claro. Mesmo com o que aconteceu no show passado, Dan não parava de pular em cima do palco e levar a galera ao delírio. Mas pelo menos não inventou de se pendurar em um ferro novamente.
Quando foram cantar uma música romântica, mais calma, Dan sentou-se na frente do palco e ficou a centímetros dos fãs que estavam na primeira fila. Eu já o observava um pouco distante, do lado do palco, e achei estranho quando ele se debruçou para a plateia, na hora eu pensei que estava desmaiando, então corri pra lá. Mas o que eu vi foi totalmente diferente de um desmaio.
Dan estava debruçado diante de uma fã, ela puxou o rosto dele e o deu um beijo no canto da boca. Eu não entendi direito o que estava acontecendo. Ele se levantou e estendeu a mão pra ela, pediu a ajuda dos seguranças pra que ela conseguisse subir no palco e terminou de cantar a música dançando abraçado com a fã. Eu não estava acreditando naquilo. Dan nunca fez isso em nenhum show!
- Qual é o seu nome, princesa? ? perguntou ele ainda abraçado com ela.
- Marília. ? disse a garota meio encabulada.
- Gente, uma salva de palmas pra essa menina linda! ? todos na plateia praticamente gritaram, Dan deu um beijo no rosto dela e a ajudou a descer do palco. O show continuou, e eu pensei que ele já havia esquecido aquela menina. Mas não foi bem assim.
Após o show, durante a sessão de fotos com os fãs, Dan pediu pra que os seguranças deixassem a tal de Marília por último. E quando finalmente era a vez dela, a menina praticamente voou no pescoço de Dan, se acabando de chorar.
- Eeeiii, calma Marília.... ? falou Dan, se segurando na parede pra não cair.
- Eu não sei nem o que te dizer agora Dan, eu sempre fui muito sua fã...
- Então não diz nada, demonstra.
Eu sequer acreditei na cena que vi. Marília agarrou o rosto de Dan e lhe deu um beijo daqueles! Eu, pensando que ela o estava forçando, fui de encontro aos dois, e teria com certeza jogado ela no chão. Isso se eu pudesse. Isso se alguém não tivesse me barrado.
- Lucy, mas o que é que você ia fazer? ? Me interrompeu Diego.
- Eu ia empurrar aquela safada no chão!!! Você viu?? Ela o beijou à força!!!
- Em primeiro lugar, você não pode fazer mal algum pra ela e nem ninguém. E em segundo... você tem certeza que ela o beijou à força?
Diego virou minha cabeça pra que eu pudesse ver. Ao invés de Dan chamar um segurança pra tirar aquela louca dali, ele estava sorrindo. Sorrindo e olhando pra ela, como um menino bobo. Ele a abraçou e pediu o seu número do seu celular. Eu não conseguia acreditar naquilo.
Quando a menina foi embora, Diego puxou meu braço e nos levou ao céu novamente. Disse que eu deveria esfriar a cabeça, e que era meu dever trazer a felicidade do Dan de qualquer forma. Uma sensação ruim tomou meu corpo. Eu não estava com raiva daquela menina, quer dizer, estava. Mas o que eu sentia mesmo era inveja. Porque eu poderia estar no lugar dela e ter feito tudo aquilo que ela fez.
Resolvi voltar para ver Dan, quando me deparei com ele conversando com os outros integrantes da banda no hotel. Ele estava com o celular no ouvido, esperando alguém atender a ligação.
- Dan, você tem certeza?? Você vai fazer isso sem pensar direito e depois vai se arrepender... ? falou o guitarrista, e os outros logo concordaram.
- Me deixa cara. Sinto que dessa vez é ela... Alô? Alô, Marília? É o Dan.
- Oi, Dan!!
- Olha, eu vou te fazer uma pergunta meio... meio... digamos... meio precipitada. Quero que responda com sinceridade.
- Tá bom. Fala.
- Você quer namorar comigo? ? levei a minha mão à boca. O grito queria sair, mas ele resolveu deixar lugar para as lágrimas.