Mit Dir

Tempo estimado de leitura: 6 horas

    12
    Capítulos:

    Capítulo 12

    Capítulo XI Os Desobedientes

    Linguagem Imprópria, Nudez, Violência

    Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

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    MIT DIR

    Chiisana Hana

    Beta-reader: Nina Neviani

    Consultoria para assuntos asgardianos, dramáticos e geográficos: Fiat Noctum

    Consultoria para assuntos hospitalares: JuliEG

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    Capítulo 11 ? Os Desobedientes

    Depois de ver Siegfried, Hilda volta para enfermaria com a esperança renovada, quase sem conseguir conter a alegria que sente. Ao retornar do hotel, a criada encontra a nobre sentada na poltrona, com os olhos brilhando, um grande sorriso estampado na face e um punhado de rosquinhas caseiras na mão.

    ? Princesa Hilda! O que houve? ? a criada pergunta surpresa, ao ver a princesa sorrir de forma tão peculiar.

    ? Não foi nada ? a princesa responde e oferece rosquinhas a Judith. ? Quer? A esposa do prefeito trouxe de presente.

    ? Não, obrigada. A senhora está tão radiante que contagia! Perdão pela curiosidade, senhora, mas eu adoraria saber o que houve.

    ? Está bem, Judith curiosa! ? Hilda exclama e explica a razão de sua alegria com um sussurro: ? É que eu vi Siegfried! Toquei nele!

    ? Ah, sim? ? anima-se a criada.

    ? É. E eu sinto que agora ele vai melhorar.

    ? Tomara, senhora! Tomara! E o senhor Shido? A senhora viu?

    ? Não. Sinto muito ? lamenta-se a princesa, sentindo-se um tanto culpada por não ter sequer perguntado por Shido. ? Foi tudo muito rápido. Só vi o Hagen e depois Siegfried.

    ? Entendo... ? ela abaixa a cabeça entristecida. Também esperava boas notícias de seu amado.

    ? Mas podemos perguntar à médica ? a princesa tenta redimir-se.

    ? A maluca? Eu a vi no hotel.

    ? No hotel? ? intriga-se Hilda.

    ? É. Estava saindo de lá, fingiu não me ver. Não é estranho, senhora?

    ? Bom, ela pode ter algum conhecido hospedado lá e foi visitá-lo ? Hilda tenta amenizar.

    ? Durante o horário de trabalho? Não foi isso, senhora. Meu instinto diz que não foi. Não sei o que ela foi fazer lá, mas sei que não pode ser boa coisa. Disso eu tenho certeza.

    ? Bom, deixemos a médica de lado. Trouxe as roupas que pedi?

    ? Sim. Um pijama do senhor Mime e um do senhor Thor.

    ? Ótimo. Alberich também já saiu da UTI.

    ? Ih! Quer que eu volte lá para buscar um pijama pra ele?

    ? Não, não se preocupe. Daqui a pouco ligo para Freya e ela trará algum. Agora prove os biscoitinhos. Estão ótimos!

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    Ao cair da tarde, Freya chega ao hospital acompanhada por Bado para trocar de "turno" com Hilda e Judith.

    ? Olá, irmã! ? Freya diz ao entrar na enfermaria. Hilda parece mais contida, porém conserva o sorriso. As duas se abraçam.

    ? Olá, querida.

    ? Aqui está o pijama do Alberich ? Freya diz deixando claro que não está satisfeita, e depois sussurra: ? Eu não consigo gostar dele.

    ? Esqueça-o. Tenho boas notícias. Ótimas notícias, aliás!

    ? Ah, meu Deus! Hagen! Diga que é algo com ele!

    ? Sim! Ele acordou!

    ? Eu quero vê-lo! Quero agora!

    ? Vamos ver se conseguimos, querida. Parece que ele foi sedado outra vez porque estava agitado, mas o importante é que saiu do coma.

    ? Claro! Nossa, que coisa boa, Hilda! Vamos agora para a UTI!

    A irmã mais nova agarra firmemente a mão da mais velha e a leva consigo, caminhando a passos largos até a UTI onde o guerreiro-deus de Merak está. Uma vez lá, Freya para em frente ao vidro e fica olhando para o rapaz. Hilda, por sua vez, para defronte ao leito de Siegfried. "Pode ser só impressão, mas ele me parece melhor", ela pensa.

    ? Será que ele já percebeu a falta dos dedos? ? Freya pergunta à irmã.

    ? Não sei dizer, querida.

    ? Tomara que não. Queria estar com ele nessa hora. Queria estar com ele para dizer que não me importo.

    ? No fundo acho que ele sabe disso.

    ? É. E Siegfried?

    ? Estive com ele hoje ? Hilda sussurrou olhando para os lados, certificando-se de que ninguém a ouviria. ? A enfermeira me deixou entrar por alguns minutos.

    ? Ah! Hildaaa! Será que ela deixa eu fazer o mesmo?

    ? Eu não sei, querida. Podemos tentar amanhã. Se bem que acho que não será necessário. É muito provável que Hagen vá para a enfermaria muito em breve.

    ? Assim espero!

    ? Bom, vou para o hotel com Judith. Você vai ficar bem?

    ? Claro. Já estou acostumada com essa rotina de cuidar deles. Pode ir tranqüila.

    ? Certo. Até amanhã.

    ? Até.

    Hilda ainda olha para Siegfried e, antes de deixar o hospital, despede-se dele mentalmente. "Até amanhã, meu amor. Espero que o novo dia traga boas notícias.", ela pensa. Freya demora-se olhando Hagen através do vidro. Por um momento passa pela sua cabeça a idéia de entrar na UTI às escondidas, mas ela logo recua, diante da possibilidade de piorar o quadro dele.

    ? Ah, mas não vou esperar até amanhã, não! Nem pensar! ? ela diz em voz alta e sai andando pelos corredores. ? Vou achar alguém que me deixe entrar lá agorinha!

    A mocinha anda pelo hospital e acaba encontrando a enfermeira responsável pelos pacientes da UTI.

    ? Ah, ainda bem que encontrei você! Eu queria tanto entrar lá para falar com o Hagen!

    ? Ele está sedado e ninguém pode entrar lá ? a moça responde seca.

    ? Mas a Hilda entrou ? Freya sussurra marota, colocando as duas mãos na cintura.

    ? Bom, sim, mas... ? a moça não consegue negar.

    ? Mas você vai me deixar entrar também, não vai?

    ? Ai, meu Deus! Essas princesas!

    E, puxando a princesa pela mão, a moça a leva para vestir os paramentos.

    ? Ebaa! ? Freya comemora dando pulinhos.

    ? Vou deixá-la entrar lá por alguns minutos, mas antes temos que ir ao vestíbulo.

    ? Mas por que não posso entrar logo?

    ? Para protegê-lo de infecções você tem que usar esta roupa e colocar máscara, touca e sapatilha.

    ? Tenho mesmo que vestir essa roupa? Meu cabelo vai caber nessa touquinha? ? Freya questiona ansiosa.

    ? Vai ter que caber ? a enfermeira ajuda a princesa a enfiar toda a cabeleira dentro da touquinha. ? Agora a máscara e as sapatilhas. Pronto. Pode ir.

    A princesa se apressa e entra na unidade de tratamento intensivo. Hagen dorme, mas está amarrado à cama, medida necessária por causa de sua agitação. Freya se aproxima olhando-o ternamente. Ele abre os olhos e, surpreso, olha a princesa fixamente. Ela acaricia-lhe a face.

    ? Freya ? ele murmura, olhando-a maravilhado. Lágrimas grossas escorrem por seu rosto.

    ? Oi, meu querido ? ela diz, também entre lágrimas. ? Esperei tanto por esse momento. Que bom que acordou.

    ? Freya ? ele repete incrédulo e profundamente emocionado. ? Minha princesa.

    ? Como se sente?

    ? Não sei explicar. Eu estava morto e depois acordei aqui nesse... hospital... e com a mão enfaixada assim, faltando dois dedos.

    Ele fala de forma confusa e demasiadamente triste ao falar dos dedos amputados.

    ? Não se preocupe com isso. Para mim, você é perfeito ? ela assegura.

    ? Acha mesmo?

    ? Claro.

    ? E o pato? ? ele pergunta desconfiado.

    ? Que pato?

    ? O cisne.

    ? O que tem ele?

    ? Você e ele...?

    ? Eu e ele, Hagen? ? Freya leva uma das mãos à cintura e prossegue: ? Não existe um "eu e ele". Existe um "eu e você".

    ? Eu e você ? ele repete e sorri. ? Soa bem. Você sabe que eu a amo, Freya.

    ? Eu sei. E eu também amo você ? Freya diz, e abaixa a máscara que cobre parte de sua face. Sorri ternamente e aproxima os lábios dos dele. ? Será que um beijinho pode fazer mal?

    ? Faz nada.

    Ela então encosta levemente os lábios nos do rapaz. Uma enfermeira bate no vidro, e, desesperadamente, faz sinal de negativo com a cabeça e com as mãos. Freya não separa os lábios dos dele. A enfermeira bate no vidro outra vez e só então a princesa se afasta.

    ? Ih... parece que não podia... ? Freya sorri travessa, erguendo os ombros.

    ? Quem se importa? Se eu morrer por beijá-la, morrerei feliz.

    ? Não vai morrer não, meu anjinho. Tenho certeza.

    ? É, espero que não. Freya, você não se importa mesmo com os dedos?

    ? Claro que não. Seria uma boba se me importasse.

    A enfermeira bate novamente no vidro, agora chamando Freya.

    ? Acho que acabou meu tempo. Vou sair, mas volto assim que puder. Amo você, meu anjinho. Com dedos ou sem os dedos.

    ? Também a amo, Freya, minha princesa.

    Freya sai eufórica da unidade e nem liga para a bronca que está prestes a receber.

    ? Não podia beijar ele! Não podia! Sua inconsequente! E agora? Se ele tiver uma infecção, hein? A Ann vai me matar, vai me matar!

    ? Relaxa! Ele não vai piorar! Eu sei que não!

    ? Espero que não! Pelo meu bem e pelo seu. Ann mata nós duas.

    ? Mata coisa nenhuma! ? ela diz e sai andando faceira pelos corredores brancos, em direção ao vestíbulo. A enfermeira vai logo atrás dela, resmungando, e continua a resmungar enquanto Freya se desfaz da roupa da touca e da máscara. Mas a princesa nem ouve. Só pensa que em breve voltará para sua terra, com seu futuro marido. Ao retornar à enfermaria, sua alegria incontida salta aos olhos de Bado que, diferentemente de Judith, nada comenta.

    ? Ah, estou tão feliz! Agora tudo vai se ajeitar! Estou certa! E esses biscoitos? São nossos?

    ? Sim. A princesa Hilda disse que foram um presente da primeira-dama.

    ? Ih, dá até medo. Aquele prefeito é tão esquisito. Mas vou comer assim mesmo!

    ? Ah, é? O prefeito é esquisito? ? Alberich pergunta. ? A esposa pareceu muito boazinha.

    ? É ? Freya diz, sem se estender no assunto.

    ? Por que acha o tal prefeito estranho, princesa? ? Alberich insiste.

    ? Porque sim ? ela retruca um tanto ríspida, mas sem perder a aura alegre. Diante disso, Alberich recua.

    "Certo, princesa, não quer contar, mas eu descobrirei por outras fontes." ele pensa, dá um suspiro e finge voltar a dormir.

    ? Para quê tanto interesse em saber? ? Freya sussurra para Bado.

    ? Pode ser apenas curiosidade, senhorita.

    ? Pode, mas vindo do Alberich eu tenho medo.

    ? Não se preocupe, ele já deve ter entendido que o melhor é ficar quieto.

    ? É, espero que sim ? Freya se senta na poltrona e pega um punhado de biscoitos na cesta trazida por Grethe. Ela prova um. ? Gostoso! Acho que vou guardar alguns para o Hagen. Com certeza logo ele poderá comê-los!

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    Pouco antes do fim de seu plantão, Ann vai à UTI onde Fenrir está.

    ? Vou transferi-lo para um quarto, mas você vai ter que colaborar, e se comportar direitinho. Sua situação não é nada boa e lembre-se que ainda corre risco de perder a perna. Então, ou ajuda ou se ferra, entendeu?

    ? Entendi ? ele resigna-se diante da perspectiva de perder a perna.

    ? Ótimo.

    De lá, Ann vai até a outra unidade intensiva examinar Shido. Depois de fazê-lo, a médica volta a sua sala, pega a bolsa e segue para a enfermaria. Ao entrar no recinto, ela sussurra para Bado: "E aí, olho de tigre?"

    Ele responde com um sorriso envaidecido e satisfeito, e meneia a cabeça indicando a princesa que cochilava na poltrona. Ann ri e murmura: "Está preocupado com essa tonta? Ok, não vou dar bandeira.". Ela logo assume sua tradicional postura indiferente e diz:

    ? Vim dar uma olhada na galera aí. E também quero saber quem é que vai ficar lá com o menino-lobo. Preciso que alguém fique com ele praticamente o tempo todo.

    ? Creio que serei eu o "escolhido" ? Bado diz sem entusiasmo, diante da falta de alternativa.

    ? Hum... coitado de você. Ele vai para o quarto 102. Primeiro andar, segunda porta à esquerda. Um enfermeiro estará lá para lhe dar instruções.

    ? Certo.

    A médica examina os pacientes da enfermaria, inclusive o misterioso paciente do canto, de quem não se sabe muita coisa, deixando Alberich por último. Com a cara fechada, ela se aproxima para examiná-lo. Alberich perscruta a face dela em busca de qualquer pequena expressão que indicasse mistério. Como isso não ocorre, ele resolve provocá-la.

    ? Vou procurar saber o número do Conselho de Medicina assim que eu sair ? diz.

    ? Procure ? ela responde indiferente.

    ? Vou denunciá-la.

    ? Faça o que quiser. Olha a minha cara de preocupação! Está vendo? Estou tremendo de medo.

    ? Você pode acabar proibida de medicar.

    ? Azar dos ferrados como você que precisam de mim.

    ? Você se acha mesmo indispensável?

    ? Acho, rosinha. E você? Acha mesmo que serei proibida de medicar só porque eu o chamo de rosinha? Eu acho que não.

    ? É um desrespeito.

    ? Pode ser, mas você está vivo, e deve sua vidinha medíocre a mim. Passar bem, rosinha ? ela diz e se afasta. Antes de ela deixar a enfermaria, Bado pergunta:

    ? Ann, digo, Dra. Ann, e quanto ao meu irmão?

    ? Examinei-o hoje. Vou fazer mais algumas avaliações para ver se já é possível cortar os medicamentos que o induzem ao coma.

    ? Isso é uma boa notícia?

    ? É. E acho que em breve você terá mais alguém para ajudá-lo a cuidar dos demais. O ruivinho aí está bem melhor. Terá alta muito em breve, em dois ou três dias. E o grandão também não deve demorar mais que uma semana. Já o rosinha, eu não sei. Depende de ele melhorar o humor.

    ? Humor? ? Bado indaga.

    ? Estou brincando. Ele também deve ter alta em breve.

    ? Que bom. Então logo voltaremos a Asgard.

    ? É, parece que sim.

    ? Vai sentir minha falta? ? ele sussurra.

    ? Não sei. Faça com que eu sinta. Agora tenho de ir. Até qualquer hora.

    ? Até.

    Quando Ann deixa a enfermaria, Alberich acena para que Bado se aproxime.

    ? Quer alguma coisa? ? Bado pergunta seco.

    ? Já está assim íntimo da médica desbocada?

    ? Por que pergunta?

    ? Você a chamou pelo primeiro nome. E ela lhe chamou de "olho de tigre".

    ? Nossa, que ouvido bom! Mas eu não lhe devo satisfações.

    ? Então, o que é que está acontecendo entre você e a desmiolada?

    ? Nada. Vou cuidar de Fenrir. Se precisar de alguma coisa, chame a princesa Freya. Mas se for para qualquer idiotice, não se dê ao trabalho de incomodá-la.

    Alberich simplesmente sorri. "Estão tendo alguma coisa", ele pensa. "Tenho certeza."

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    Bado sobe até o primeiro andar e bate levemente à porta do quarto 102. De dentro do quarto, alguém diz que entre. O mesmo enfermeiro que levara Alberich à enfermaria agora veste Fenrir com o tradicional camisolão aberto atrás.

    ? Boa noite ? Bado diz.

    ? Boa noite ? o enfermeiro responde. Parece estar de alto-astral.

    ? Boa noite ? Fenrir murmura entre grunhidos de dor, pois o enfermeiro mexe na perna que está com o fixador externo(1).

    ? É o seguinte, meu bom, ele precisa de cuidados ? o enfermeiro começa a explicar. ? A perna com o gesso está legal, mas a outra não. É preciso estar sempre com as mãos muito limpas e manuseá-la cuidadosamente. Isso para qualquer doente, mas no caso dele é ainda mais importante. Qualquer infecção e ele pode perder a perna. Esses pinos são chatos que só vendo. Pode infeccionar a base deles e aí dá um problemão, tem que tirar tudo e reposicionar. Dra. Ann odeia quando isso acontece.

    ? Certo. Vou fazer o melhor possível.

    ? Vai demorar para eu ficar bom? ? Fenrir pergunta.

    ? Olha, vou te enganar não, vai levar uns três meses para você conseguir andar de novo.

    ? Três meses?

    ? É. Isso com muita fisioterapia.

    ? Ótimo ? Fenrir ironiza. ? Três meses como um bebê.

    ? É isso, ou ficar sem perna ? o enfermeiro diz. ? Melhor virar bebê, não?

    ? É, não tenho escolha ? ele cruza os braços.

    ? Vai passar logo!

    ? Para você que está aí muito bem, andando normalmente. Para mim vai ser uma eternidade.

    ? Não seja tão ranzinza ? Bado diz.

    ? Pois é! Podia ser pior! Você já podia estar sem perna! ? o enfermeiro diz. ? Boa noite pra vocês!

    ? Boa noite ? Bado e Fenrir respondem ao mesmo tempo, o segundo com boa dose de ironia na voz, imaginando como seriam os próximos dias e não vendo nada de bom neles.

    O guerreiro-deus de Alcor senta-se na poltrona e cruza os braços.

    ? Se precisar de alguma coisa, é só chamar ? Bado diz. Um pensamento se repete em sua cabeça: "Vai ser uma noite longa."

    Fenrir, por sua vez, responde com um grunhido assemelhado a um sim, fecha os olhos e finge dormir.

    -M -I -T -D -I -R ?

    Mais tarde. Em sua casa, num bairro nobre da cidade, Linus recebe Lars em seu escritório.

    ? Então é isso? ? Linus diz, esfregando o queixo compulsivamente. ? A princesa voltou ao hotel acompanhada do motorista japonês e da criada?

    ? É ? Lars confirma. ? Vigiei ela exatamente do jeito que você mandou.

    ? Excelente. Faça o mesmo amanhã. Quero saber se ela faz isso todos os dias. Quero saber de cada passo que ela der.

    ? Pode deixar. Eu vou contar tudo. Outra coisa, Linus. Eu soube que Grethe esteve no hospital.

    ? O que a retardada da minha mulher foi fazer lá?

    ? Não sei. Camille, a recepcionista que anda meio caidinha por mim, disse que ela entrou com uma cesta.

    ? Mais tarde descubro o que ela foi fazer lá. Continue com seu trabalhinho. Em breve, darei novas instruções.

    ? Beleza. Então, estou indo.

    ? Vai, vai ? ele diz impaciente.

    ? Ah! Quase esqueci ? Lars diz quando já saía do escritório. ? A recepcionista também comentou que ficou sabendo que sua amante foi ao hotel das princesas hoje.

    ? O que ela teria ido fazer lá? Ela nem gosta das princesas!

    ? É, mas Camille disse que aquele cara, o tal guerreiro-deus que já teve alta, tinha acabado de ir para o hotel.

    ? Hummm... certo. Pode ir ? Linus diz, fingindo ignorar o tom malicioso de Lars.

    ? Ok. Amanhã à noite trago mais notícias.

    ? Certo ? Linus concorda. Pouco depois, ele pega a chave do carro e também sai, com destino à casa de Ann. Lá, ele toca a campainha. A médica abre a porta.

    ? Quantas vezes tenho que dizer para não vir à minha casa sem avisar? ? ela pergunta irritada.

    ? Hoje eu não quis avisar. O que foi fazer no hotel?

    ? Na minha pele está escrito "propriedade de Linus Jensen"?

    ? Você transou com o imbecil asgardiano?

    ? O que acha? ? ela sorri desafiadora.

    ? Você transou com ele, sua vadia?

    ? Vadia? Eu? ? Ann solta uma sonora gargalhada. ? Posso até ser, mas com diploma da melhor universidade do país.

    ? Continua sendo uma vadia.

    ? Está com ciúmes porque eu transei com o asgardiano, Linus?

    ? Então transou?

    ? Claro. Eu queria, ele também. Transamos. Não sou sua.

    ? Não brinque comigo, Ann.

    ? Vai fazer o quê? Me matar? Pode vir. Vamos ver quem morre primeiro.

    ? Foi só essa vez?

    ? Por enquanto. Não se preocupe, Lars lhe dirá quando eu transar com ele outra vez. Ou com outro. É o Lars que faz o servicinho sujo, não é?

    ? Não interessa.

    ? Mandou ele vigiar a princesa?

    ? Mandei. E espero que você não se meta também nisso.

    ? Eu não me meto nisso, você não se mete na minha vida. Que tal assim?

    ? Isso quer dizer que vai continuar tendo um caso com o asgardiano?

    ? Com quem eu quiser.

    ? Certo. Não vou me meter.

    ? Ótimo. Agora vai pra casa que eu estou cansada. Tive um dia agitadíssimo.

    ? Ir para casa sem me aproveitar do seu maior talento? ? ele pergunta já agarrando-a pela cintura.

    ? A sua sorte é que eu não tenho muita vergonha na cara. Entra.

    -M -I -T -D -I -R -

    Dia seguinte.

    Hilda e Judith retornam ao hospital. Antes de ir para o hotel, a irmã mais nova conta a mais velha como foi sua visita a Hagen.

    ? Freya, você foi tão inconsequente! ? censura Hilda. ? Não devia ter beijado Hagen.

    ? Eu sei! Mas eu não resisti! E tenho certeza que não fez mal nenhum a ele. Pelo contrário.

    ? Assim espero, querida. Mas não devia...

    ? Você que devia ter feito isso com Siegfried! ? ela interrompe. O comentário faz Hilda corar. Nunca beijara o guerreiro-deus de Duhbe e fazê-lo enquanto ele estava desacordado parecia-lhe totalmente fora de cogitação.

    ? Freya, você está ficando moderna demais ? ela censura.

    ? O que tem demais nisso? O mundo evolui, natural que as pessoas evoluam com ele!

    ? Certo, certo. Vá descansar. Onde está Bado?

    ? No quarto de Fenrir. A maluca mandou ele ir para lá.

    ? Pobre Bado. Sabe em que quarto é?

    ? Primeiro andar, 102.

    ? Judith, vá lá. Fique no lugar dele até a tarde. Diga-lhe que são ordens minhas.

    ? A senhora vai ficar sozinha na enfermaria? ? a criada questiona.

    ? Sim. Não se preocupe. Eu dou conta.

    ? Então eu vou ficar também! ? Freya exclama. ? Não estou cansada! Pelo contrário, estou eufórica!

    ? Não, querida. Vá descansar com Bado. Depois você volta.

    ? Está bem, eu vou. Mas se o Hagen acordar de novo você me avisa?

    ? Claro.

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    Grethe está sentada à mesa, com o café pronto, esperando por Linus. Ele entra em casa. Veste a mesma roupa do dia anterior, agora um pouco mais amassada, e parece cansado. Ele senta-se à mesa sem dizer uma palavra sequer. Grethe recebe-o com seu indefectível sorriso.

    ? Bom dia, querido! ? ela diz.

    ? Por que não me disse que foi ao hospital ontem? ? ele retruca ríspido.

    ? Achei que era uma coisa sem importância. Só fui levar um agrado para as princesas e os rapazes. Já estão há tanto tempo longe de casa, coitadinhos.

    ? Não é pra fazer nada sem a minha autorização. Muito menos ir ao hospital.

    ? Só fui fazer uma gentileza. Nada demais.

    ? Já disse que não quero que faça nada sem autorização.

    ? Quer um bolinho? ? ela pergunta.

    ? Não finja que não ouviu o que eu disse.

    Grethe se mantém em silêncio por alguns segundos, depois sussurra:

    ? Se tem medo que eu arranje confusão com a sua amante, não se preocupe. Não vou arranjar.

    Linus se levanta de chofre, derrubando a cadeira.

    ? O que disse? ? Linus segura o braço de Grethe com força.

    ? Que não me importo com a vadia com quem você me trai ? Grethe diz olhando o marido nos olhos.

    Linus ergue a mão e bate com força na face de Grethe. Ela vai ao chão, e derruba um vaso, que se espatifa.

    ? Isso foi para você deixar essa ousadia de lado e aprender a pensar antes de falar ? ele diz e sai, deixando a esposa no chão, com um filete de sangue escorrendo pelo canto da boca, sem o menor remorso.

    Continua...

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    (1) Fixador externo: é aquele ferrinho com parafusos, para ajustar o osso quebrado e ajudar na recuperação.


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