Xeque-mate, a virada

  • Finalizada
  • Aanonimaa
  • Capitulos 31
  • Gêneros Ação

Tempo estimado de leitura: 9 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 2

    Segundo ato ? Mascote desconhecido

    Álcool, Estupro, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Segundo ato ? Mascote desconhecido

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    Era definitivamente delicioso sentir os dedos deslizarem por seu corpo, e relaxante senti-los ensaboando seus cabelos. O toque calmo e gentil não era característico de quem o executava, e Cloud sabia que não era bem assim.

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    Aquele homem com mãos zelosas não era qualquer um, a personalidade excêntrica deixava evidente, mas não sabia do que ele era capaz.

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    Por isso que, mesmo gostando de tudo aquilo, ainda sim tinha suas suspeitas. Não era bobo de se deixar levar, muito menos de sonhar que aquele pingente lhe protegeria ou acreditar firmemente que o recém-conhecido iria estar ao seu lado.

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    Mas apesar de qualquer contra, aprendera a deixar que o tempo mostrasse seus efeitos. As intenções do outro logo se revelariam, acreditava nisso, e quando elas lhe fossem explícitas, tomaria uma atitude.

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    Até lá aproveitaria da agradável sensação de estar limpo, e sendo cuidado com tanto apreço. Que mal havia?

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    ? Cloud ? chamou a voz autoritária, o rapaz fitou-o curioso ?, está na hora de sair, vou buscar a toalha.

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    E o General se retirou do banheiro, deixando o moço lá, pensando na vida ? ou em nada ?, fitando o teto como se algo muito interessante lhe prendesse a atenção.

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    Aquele lugar era realmente luxurioso, pelo menos para a situação em que se encontravam. Uma base de um grupo do exército, certo? Havia conhecido outra base, mas não era como aquela.

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    Se perguntava onde estaria. Sabia que todos ali estavam interessados em ver seu pescoço envolto em uma grossa corda, e seu corpo sem vida alguma pendurado em um lugar exposto aos inimigos, mas o que aquele homem que entrava no banheiro naquele instante pensava?

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    Não sabia, também não entendia porque limpá-lo e tratá-lo tão bem se fossem matá-lo, mas não poderia simplesmente perguntar, era arriscado e não queria se envolver em mais problemas do que os que já tinha.

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    Eram complicados e cansativos, problemáticos demais.

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    Estava tudo bem viver, ao menos um pouco, sem se preocupar com mais nada.

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    Sim, faria aquilo.

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    ? Gostou do banho? ? Sephiroth perguntou ao abrir o roupão azul-escuro, indicando que Cloud saísse da banheira e se enrolasse nele, o que o garoto fez.

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    Levantou lentamente, sentindo o choque da temperatura da água com o vento que vinha da porta aberta, e por esse motivo, se apressou em se enroscar na felpuda toalha, que foi usada para secar seu corpo calmamente.

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    Era estranho ver um homem como o General cuidar de uma pessoa como se fosse um animalzinho precioso, mais estranho ainda era para o rapaz, pois sabia que o homem não deveria estar tratando-o daquele modo.

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    ? Sim, estava muito bom, obrigado ? agradeceu sorrindo sincero como há muito não fazia.

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    Depois de secar Cloud, Sephiroth o guiou até o quarto, fazendo-o se sentar na enorme cama de casal que havia ali.

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    ? Vincent logo lhe trará roupas. Por que não deita e descansa um pouco? Ninguém lhe incomodará aqui ? o General propôs, sorrindo de lado para o rapaz.

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    Cloud corou, desviando os olhos. O que estava acontecendo ali? Aquele homem estava lhe tratando muito bem, o que ele planejava fazer consigo? Não conseguia acreditar que não houvesse um propósito para tudo aquilo, e ficava incomodado.

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    Nunca poderia viver como uma pessoa normal? Ser tratado com carinho por alguém que o amasse?

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    A dor que Aerith lhe causara era grande, e havia acabado com todas as suas esperanças de ser feliz?

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    ? Ei, não chore ? a voz calma soou, e Cloud voltou de suas lembranças, vendo Sephiroth agachado em sua frente, segurando seu rosto entre suas mãos.

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    O General beijou levemente os lábios de seu convidado, lentamente, cuidadosamente. Aquela criança era delicada demais, e não entendia porque seu corpo e sua mente hesitavam tanto quando o assunto era ele.

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    Era como se o rapaz exalasse delicadeza, e seu corpo respondesse com movimentos cuidadosos. Aquilo era assustador para si, devia confessar, nunca agira assim e nunca se imaginara agindo.

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    ? Durma, você está exausto ? a voz suave assustava seu ditador, aquele garoto estava fazendo-o agir estranho.

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    Assentindo, Cloud lentamente deixou seu corpo repousar sobre os lençóis brancos e macios, deitando de lado, de costas para o General, repousando a cabeça no travesseiro, fechou os olhos.

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    O cheiro do outro jazia naquela cama. Era um perfume sutil, mas marcante. O rapaz inspirou, expirando levemente, quanto tempo fazia que não sentia aquela sensação gostosa de paz e tranquilidade? Nem conseguia se lembrar.

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    As mãos fortes, mas leves, deslizaram pelos cabelos loiros com calma, descendo para o ombro e costas e voltando aos fios finos. Sephiroth instigava o outro a dormir, os olhos vermelhos e as olheiras profundas lhe irritavam.

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    E poucos minutos depois Cloud ressonava baixinho, respirando calmamente. Ele devia estar muito cansado, ou fazia muito tempo que não dormia.

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    Levantando devagar, o General se pôs a caminhar até o banheiro. Abrindo a torneira, juntou as mãos em formato de concha e encheu-as de água, jogando o líquido em seu rosto, esfregando-o, limpando o suor. A toalha negra e macia deslizou pela pele com suavidade, secando-a. Suspirou, sentia que seu trabalho estava, parcialmente, feito.

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    ? Sephiroth? ? o sussurro de Vincent tirou o General de seus pensamentos, ele virou, fitou o amigo na porta, que o observava.

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    ? Trouxe o que eu pedi? ? perguntou, jogando a toalha em qualquer canto e começando a se despir.

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    ? Você quer dizer o que você mandou? ? o Coronel brincou. ? Trouxe sim, deixei no sofá.

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    Vincent acompanhou com os olhos todos os movimentos do amigo, que, aparentemente, tomaria um banho. Suspirando, se aproximou dele, soltando os cabelos presos em uma trança malfeita e prendendo-os no alto da cabeça dele, para que não molhassem.

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    Quando Sephiroth deitou na banheira, suspirando extasiado, Vincent sentou em um banquinho que jazia ali, encarando o amigo.

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    ? Ei, se você quer manter seus cabelos longos, tudo bem, mas cuide deles! ? ralhou sobre o fato do General ser meio desleixado com as madeixas albinas.

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    ? Hai hai ? murmurou desinteressado.

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    ? Eu estou falando sério! ? brigou o Coronel. Sephiroth sorriu, um sorriso extasiado que intrigou o outro. ? Ei, o que foi?

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    ? Não, é que o Kadaj me disse a mesma coisa uma vez ? comentou fechando os lhos.

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    ? Escuta Sephiroth: você não precisa fazer isso. Ele é seu secretário particular, não precisa retirá-lo do cargo só porque nós?err? estamos juntos. E todo o trabalho que ele teve para chegar até aqui? ? o Valentine não queria ver as pessoas mais importantes para si com problemas por sua causa.

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    ? Você é altruísta demais, já te disseram isso? ? e como se fosse automático, Vincent assentiu, fazendo o outro rir. ? Eu queria que você soubesse junto de todo mundo, mas já que tocou no assunto, terei que te contar.

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    ? Bom, então conte ? pediu o Coronel, vendo o amigo se ensaboar alheio a si.

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    ? Eu irei designar Kadaj a seu secretário particular. Ele irá ser rebaixado, mas não completamente, e você precisa de um ajudante ? contou simplesmente, como se aquilo não fizesse muita diferença para si.

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    ? Mas e você? Ficará sem um secretário? ? as sobrancelhas escuras de Vincent se arquearam em dúvida.

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    ? Não, você sabe que, mais que qualquer um, eu preciso de um ajudante ? o Coronel assentiu concordando ?, por isso eu irei treinar Cloud e ele se tornará meu assistente, um assistente perfeito ? o sorriso malicioso pintou o rosto maldoso de um modo assustador.

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    ? Isso significa? ? e antes que o Coronel terminasse, Sephiroth já assentia. ? É? Você irá torná-lo seu amante? Não acha que está se precipitando?

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    ? Vincent ? chamou seriamente, fazendo o outro lhe encarar quieto ?, há quanto tempo Kadaj está trabalhando comigo? ? questionou encarando o amigo.

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    ? Acho que faz uns três anos? ? respondeu tentando se lembrar. ? Mas o que isso tem a ver?

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    ? O que tem a ver? Tem a ver que ele nunca foi um secretário por completo. Um homem designado a ajudar um General precisa fazer todo tipo de serviço, mas ele era mais como o secretário de um prefeito devoto à sua esposa ? explicou Sephiroth entediado.

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    ? Eu sei que ele não lhe ajudava a desestressar ? murmurou desviando os olhos, fazendo bico, o que criava uma careta bem estranha.

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    ? E lembrando que eu o contratei para isso, não tenho motivos para mantê-lo ao meu lado, por isso acho melhor mandá-lo para ficar sob seus cuidados ? explicou o General.

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    ? Você tem certeza disso? ? perguntou o Coronel. ? Digo: é certo colocar tanta confiança sobre esse rapaz? Você mal o conhece! ? exasperou, preciso.

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    ? Eu não posso saber se não tentar. E se ele me desapontar? ? o sorriso macabro nos lábios de Sephiroth era assustador, e engolindo em seco, Vincent levantou.

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    Saiu do banheiro e abriu o guarda-roupa do General, pegando uma farda limpa e uma roupa íntima.

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    Nunca negou para ninguém sua relação profunda com o outro. Haviam boatos de que os dois eram amantes, algo que até mesmo Kadaj acreditava, até antes de se envolverem, mas todos os boatos não passavam de especulações sem provas concretas.

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    Bom, era evidente que várias vezes eles eram vistos um no quarto do outro, e conversavam com extrema intimidade, e passavam um tempo considerável juntos, mas isso era pelo fato de que eram melhores amigos, amigos de longa data, e confiavam um no outro acima de tudo.

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    Os boatos não os incomodavam, e parecia que Kadaj não era ciumento em relação ao laço profundo entre seu amante e Sephiroth. Muito pelo contrário, o rapaz conhecia os dois o suficiente para saber que daquela amizade nunca sairia mais que aquilo.

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    Quando Vincent voltou ao banheiro com as roupas do amigo, este já se encontrava completamente enxugado. Sephiroth não tardou em começar a se vestir, e quando a parte de baixo já estava posta, o Coronel, de bom grado, ajudou-o com a camisa impecavelmente branca.

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    Até que a voz baixa e temerosa se fez soar da porta do quarto.

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    ? Ge-General Sephiroth ? chamou.

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    ? Kadaj? Entre, eu estou no banheiro ? foi a resposta curta e sussurrada do albino.

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    O rapaz caminhou silenciosamente até o cômodo com ligação direta ao de seu superior, e ao fitar a cena que lá se desenvolvia, sorriu. Aqueles dois eram realmente próximos.

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    ? Os preparativos já foram feitos, os Senhores esperam pelo General na sala 01 ? a voz firme combinava com a postura ereta, digna de um Subtenente.

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    ? Ótimo, estarei lá assim que me arrumar. Solicite que Cid venha guardar meu quarto, e você, vá para a sala de reunião ? ordenava Sephiroth sem encarar o outro.

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    Vincent terminou de arrumar a camisa do amigo e iria lhe ajudar com a farda, mas o General lhe barrou, acenando que estava liberado. O Valentine sorriu, caminhando até o amante, tomou-lhe a mão esquerda, beijando-a carinhosamente.

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    ? Vamos? ? assentindo, Kadaj confirmou, prestou suas continências ao General e, juntos, os dois saíram do quarto.

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    Sephiroth suspirou, finalmente paz. Não que não gostasse daqueles dois, muito pelo contrário, eram extremamente especiais para si, mas preferia ficar sozinho, pensando em suas próprias coisas.

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    Um desses pensamentos estava ali, muito perto de si, e assim que terminou de vestir a farda, soltou o cabelo e rumou ao quarto, se aproximando da cama e sentando, fitando o rosto angelical do rapaz que dormia profundamente.

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    Logo anoiteceria. Sabia que a reunião que solicitara demoraria a se findar, seu grupo costumava discutir ativamente sobre qualquer tipo de assunto, fosse ele ataques a inimigos ou admissão de novos membros.

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    E embora fossem horas e horas para chegar em uma decisão, no fim, quem dava a última palavra era ele. Mas mesmo tendo o poder da decisão em suas mãos, Sephiroth preferia que todos estivessem de acordo com a escolha ? ou, no mínimo, que a maioria estivesse de acordo e que o resto aceitasse-a.

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    Era assim que guiava seu grupo, e se orgulhava disso. Havia união e cumplicidade no Grupo FF, e embora houvesse um membro que era rebelde, ele nunca fizera nenhum movimento que obrigasse o líder a lhe retirar dali.

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    O que não significava que Sephiroth não fosse cuidado em relação ao subordinado, apenas deixava-o achar que não sabia de nenhum dos seus "trambiques".

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    ? General Sephiroth? ? a voz de Cid se fez soar, tirando-o de seus pensamentos.

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    ? Entre ? chamou, vendo o homem abrir a porta e lhe fitar, os olhos azuis correram do líder ao corpo sobre a cama, as sobrancelhas se unindo em estranheza.

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    ? Em que posso servi-lo? ? o Capitão perguntou humildemente.

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    ? Quero que fique de vigia na porta do meu enquanto participo da reunião ? explicou levantando, se preparando para sair.

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    ? Resumindo: quer que eu cuide para que ninguém encoste no rapaz ? simplificou suspirando.

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    ? Você é inteligente o suficiente para entender com poucas palavras ? Sephiroth sorriu diante da afirmação, Cid era um de seus melhores homens, depositava bastante confiança no Capitão. Considerando que o loiro entendera o que deveria fazer, saiu do quarto, indo para a sala onde a reunião aconteceria.

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    ? Ah ah, esses meus subordinados são um caso sério ? resmungou Sephiroth enquanto retirava sua farda.

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    Havia acabado a reunião há pouco. Tinha sido um caos fazê-los entender que tomaria o rapaz achado na fronteira como seu, e que o tornaria seu assistente particular a qualquer custo.

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    Eles também não haviam aceitado muito bem que o Subtenente Kadaj fosse transferido para a ala de Vincent, ajudando-o por lá, mas, no fim, quando dissera que seria desgastante ter dois ajudantes, eles tiveram que concordar.

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    O problema fora com Reno. O homem custava a se aquietar, procurando falhas em todos os argumentos que o líder lançava, o que acabava atiçando a ousadia dos outros presentes. Tanto que, em certo momento, Vincent foi obrigado a intervir: previa que Sephiroth causaria uma carnificina insanamente diante da teimosia de seus subordinados.

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    ? O que houve? ? a voz suave se fez soar, o General virou o rosto, apenas para ver Cloud sentado na cama, coçando os olhos.

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    O roupão felpudo jazia meio aberto. A imagem da manga no ombro direito abaixada causava sensações nada inocentes no mais velho que, para não fazer nada precipitado ou impróprio, caminhou até o sofá, onde roupas do amante de seu amigo estavam postas, e pegou uma peça íntima. Vasculhando as roupas do pequeno monte, suspirou ao ver que não havia nada que ele pudesse usar para dormir.

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    Voltou ao seu guarda-roupa e escolheu uma camisa grande, levando os dois até a cama e entregando ao pequeno.

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    ? Aqui está, vista isso aqui, você não pode continuar de roupão ou vai pegar um resfriado ? e aquela desculpa era tão fajuta que, se Vincent estivesse ali, teria certamente rido.

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    Cloud assentiu, e pegando as roupas, andou lentamente até o banheiro, fechando a porta.

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    Sephiroth não se incomodou, apenas se pôs a trocar suas roupas de General por uma calça folgada e cômoda. Dormia sem camisa, afinal, seu quarto não era tão frio quanto a temperatura do lado de fora por causa do aquecedor.

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    Deitou na cama, do lado direito, cruzando os braços atrás da cabeça e fitando o teto, havia sido um dia longo.

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    Não que passasse normalmente os dias sem fazer nada, mas é que dias com reuniões eram os piores. Até que as dentro do grupo não eram tão problemáticas, mas as entre os líderes dos grupos eram cruéis.

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    O problema ali se resumia em uma única palavra, ou em um nome: Reno.

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    ? Sephiroth, certo? ? a voz de Cloud se fez ouvir, retirando o mais velho de seus pensamentos. Encarando-o, o General assentiu. ? Não me contará quem você é?

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    ? É relevante que você saiba? ? a pergunta do albino fez o outro rir levemente. Caminhando até a cama, Cloud sentou no lado oposto ao do outro homem, fitando a janela com desinteresse.

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    ? Você não quer a minha confiança? ? a pergunta inocente fez uma exclamação de surpresa sair dos lábios do General, aquele garoto era perspicaz.

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    Cloud desviou seus olhos, fitando profundamente os verdes de seu suposto salvador.

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    ? Me responda: ? pediu engatinhando até o mais velho, ficando perto dele ? você me salvou, né? Digo, eles iriam me matar, afinal, eu fui achado em um lugar não muito apropriado ? o risinho fraco não demonstrava alegria.

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    ? Sim, eu lhe salvei ? confirmou Sephiroth ?, e suponho que você não queira me contar o motivo por estar jogado na fronteira entre os dois Estados rivais ? observou sabiamente.

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    ? Não, não quero. ? disse Cloud sorrindo. ? Eu estou curioso, quem você é dentro desta enorme mansão? Eu sei que aqui é a base de um grupo, mas nem imagino qual seja. E eu tenho uma pergunta: aqui é o Estado Avalanche, certo?

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    "Quantas perguntas!", observou Sephiroth, não incomodado pela curiosidade do outro, mas satisfeito por saber que ele não iria se conter, esperava que não.

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    ? Sim, você esta em Avalanche. Para ser exato, você está no lugar mais seguro desse Estado ? confirmou sorrindo diante da informação, quantas vezes haviam recebido pessoas importantes ali? Todas elas atrás de segurança e conforto.

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    ? Como assim? ? questionou um confuso Cloud.

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    ? Você está no distrito do Grupo FF, sob os cuidados do General Sephiroth ? soltou de uma vez, vendo o rapaz se manter quieto, encarando-o.

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    Imóvel, extático, ele parecia engolir a nova informação. Riu internamente, aquele rapaz era muito sincero em seus atos, era raro encontrar pessoas assim, tão abertas e transparentes.

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    ? Mentira ? o sussurro incrédulo da voz dolorosa fez Sephiroth franzir o cenho.

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    ? Olhe ao seu redor e se pergunte se há algum lugar nesse país que seja tão seguro e luxurioso quanto essa mansão ? comentou o mais velho, algo que era realmente verdade.

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    Aquela base do exército de Avalanche era a mais respeitada e zelada de todas.

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    O General foi surpreendido quando o corpo pequeno pulou da cama, se mantendo o mais longe possível dele, encostado na parede, fitando-o com olhos nublados.

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    ? Não pode ser? ? ele parecia estar chocado.

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    ? Vamos Cloud ? chamou sorrindo maldoso, deitando de lado para fitar os atos do "coelho" ?, não tem porque você reagir assim a essa informação, ninguém daqui fez nada com você. Eu questionei sobre os seus ferimentos e me foi dito que você foi encontrado na fronteira assim, como se houvesse sido deixado para trás.

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    ? E-Eu? ? o rapaz não poderia mentir, era verdade que ninguém ali havia lhe machucado. Suspirou, não havia para onde correr, fugir ou voltar, deveria agradecer por ainda estar vivo. ? Eu fui deixado para trás pelo meu grupo, um do Estado Tempestade.

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    ? Hum ? Sephiroth interessou-se pela informação, então aquele garoto não era dali? ?, prossiga, o que mais pode e quer me contar? ? não iria forçá-lo a nada, preferia esperar que o outro lhe contasse por livre e espontânea vontade.

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    ? Bom, eu não tenho para onde voltar. Aquele grupo era a minha casa, mas eu não sabia que tantas pessoas me odiavam por lá ? ele parecia estar apenas divagando em seus pensamentos.

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    ? E você não quer entrar no meu Grupo? ? propôs o General retirando Cloud de seus pensamentos depressivos.

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    ? Como? ? questionou, não acreditando no que seus ouvidos ouviam.

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    ? Estou propondo que torne o Grupo FF sua casa. Estamos admitindo novos membros, basta que você faça o teste. Se você não passar, pode continuar aqui, treinando, até conseguir passar ? explicou, mais interessado em tê-lo ali do que o próprio rapaz em ficar.

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    ? E-Eu posso? ? perguntou, seus olhos brilhando de esperança. ? Quer dizer, eu não sou daqui, não revelei nada sobre mim, todos querem ver meu pescoço pendurado na fronteira.

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    ? Basta que você diga o meu nome para que ninguém questione se você pode ou não fazer o teste ? respondeu o General, confiante.

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    ? Você é mesmo o General desse Grupo? ? questionou Cloud impressionado.

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    ? Se eu estou te falando ? confirmou, sorrindo malicioso ?, mas me conte, você irá ou não tentar o teste?

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    As coisas estavam acontecendo exatamente como Sephiroth queria, melhor que isso, estavam indo muito melhor. Se Cloud passasse no teste e se tornasse um Soldado, poderia monopolizá-lo sem que ninguém lhe questionasse ou tentasse tirá-lo de si. O teste não era difícil, mas o candidato deveria ter pelo menos um pouco de experiência ou inteligência.

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    Quem testava os candidatos era Kadaj, ele dava uma semana para que o o oponente se preparasse, mas Sephiroth sabia que com Cloud seria diferente: não permitiriam que ele treinasse. E, infelizmente, não poderia intervir pelo rapaz.

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    Sua esperança era que ele fosse bem o suficiente para, ao menos, poder tentar uma próxima vez ? já que existia uma pontuação mínima para participar da próxima admissão.


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