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Ficamos ali até o show acabar, depois voltamos novamente para o céu. Eu estava com medo. Medo de não conseguir protegê-lo bem. Mas ao olhar para Diego, senti confiança. Senti que ainda desse modo eu poderia ser o melhor que há para Dan.
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Cap. 5
Na volta pro céu, Diego havia me dito que iria me ensinar tudo o que eu deveria saber sobre ?ser anjo?. Mas ele estava impaciente, falando as coisas rápido demais, nervoso.
- Diego, você tá bem? ? perguntei.
- Tô, tô, quer dizer... mais ou menos. Pedro vem cá!!! Olha Lucy, me desculpa, mas eu não posso ficar com você agora. É que... Rebecca, a garotinha que eu protejo, ela é só um bebê... tá doente, eu preciso ficar com ela...
- Tudo bem. Vai lá. É o seu trabalho.
- De qualquer forma, Pedro vai ajudá-la. Mais tarde eu volto.
Diego desapareceu em uma fração de segundo, e quando eu olhei, Pedro já estava do meu lado.
- Então, gostou do seu protegido? O cantor de rock mais famoso do Brasil? ? perguntou Pedro.
- Como você sabe que é ele?
- Olha, eu sei de tudo por aqui. Sei até quem era o seu anjo.
- É mesmo?
-Miguel!!! Ei, Miguel!! ? gritou chamando um rapaz moreno que já vinha em nossa direção. ? Ela te deu muito trabalho, Miguel?
- Ô se deu. Tudo bom, Lucy? ? disse Miguel me estendendo a mão. Eu não pude deixar de perceber o quão ele era bonito. Moreno, cabelo castanho e cacheado, olhos verdes, bem verdes.
- Tudo. ? o cumprimentei. ? Ah, já que você está aqui, vou aproveitar para agradecer pessoalmente por tudo o que fez por mim.
- Imagina, não foi nada. Gostaria de ter passado mais tempo te protegendo, mas acho que Deus tem uma ideia grandiosa pra você. Bem, eu tenho que ir. Até mais.
Nos despedimos de Miguel e eu e Pedro começamos a andar por lá. Ele começou a me ensinar as regras básicas dali.
- Olha, agora eu vou tentar te explicar como você vai fazer para interceder por ele.
- Porque tentar?
- Lucy, isso é complicado. Você só vai saber fazer isso direito quando tiver uma ligação forte com a pessoa.
- Então eu acho que vai ser bem simples.
- Já que você diz... Então, você vai ter que mostrar pra ele o melhor caminho. Fazê-lo imaginar o que for melhor pra ele. Vai ter que convencê-lo de fazer ou não fazer algo, para que assim ele fique seguro.
Lembrei do tanto de vezes que rezei por Dan. Convencer o subconsciente dele talvez não será nada fácil, mas... eu o amo tanto, que por ele eu faria de tudo.
- Bem, acho que é só isso. O resto você vai aprendendo com o tempo. Não vai visitar sua família e seu protegido novamente?
- Eu posso?? ? o pequeno gargalhou de mim.
- Mas é claro que pode, Lucy!!! Mas por favor, sem nenhum exagero.
Esse ?exagero? de que ele fala é pra sintetizar choro, desespero, ou qualquer outra situação absurda. Mas eu já sabia disso.
Primeiro, eu fui em casa já por volta das 4h da manhã. Todos estavam dormindo tranquilamente. Vê-los assim me deixa mais sossegada.
Depois, resolvi arriscar a ver Dan. Como Diego avia me ensinado, apertei o cristal com força. De repente me vi em um quarto, num hotel em São Paulo. Dan dormia sereno na cama de casal. Sentei-me ao seu lado, e me pus a observá-lo de perto. Deus, será que ele não tinha um defeito?
Eu sempre quis estar ao lado dele sempre que eu quisesse. Mas não dessa forma. Eu o amava tanto, eu tinha o direito de estar com ele! Mas agora eu tinha de me contentar com isso.
7h da manhã. O celular de Dan o despertou com susto, ele xingou um palavrão e jogou o celular longe. Ri dele, pois aquela atitude era típica minha. Mas eu sabia que ele tinha que viajar cedo, a banda fazia quase um show por noite. E eu estaria aonde quer que ele fosse.