The Game

Tempo estimado de leitura: 2 horas

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    Capítulos:

    Capítulo 18

    Irreal

    El acordou confusa e sem saber o que estava acontecendo. Olhou para os lados, em seus pensamentos ela estava saindo de uma caverna no Jardim. Então tudo aquilo era, no final das contas, apenas um sonho? Ou era uma mensagem do futuro dizendo que fatos iriam proceder se ela fosse a rumo da destruição do jardim? El levantou cambaleando procurando por Hiver, foi quando ouviu sua voz.

    - Finalmente acordou o pôr-do-sol não iria te esperar. - comentou Hiver em pé a sua frente olhando o horizonte.

    - Onde estamos? Pensei que estávamos dentro do Jardim e... - arregalou os olhos com as lembranças do sonho vindo a memória. Quem era aquela besta fera no sonho? E a outra boneca?

    - Nós estamos indo para lá. - ele respondeu pensativo e confuso em relação à reação da boneca. - El, com o que sonhou? - indagou sem olhar para ela.

    Ela estava confusa demais para responder. Andou até ele e observou o mágico pôr-do-sol. A estrela brilhante que se escondia atrás da terra todas as tardes, dando espaço à outra bela bola branca que pegava sua luz emprestada todas as noites. O céu estava um mesclado de laranja, rosa e azul. Alguns raios restantes do Sol passavam pelas nuvens criando um cenário magnífico.

    Um estalo veio a mente de El, se estava de manhã por que o sol estaria se pondo? Ela olhou para Hiver e teve a impressão de que não podia ver a alma dele por trás da carne, não podia ver seu rosto corroído. Tocou sua costumeira capa aos farrapos e sua mão atravessou o tecido.

    - Hiver... O que esta havendo?

    - O que esta havendo? - a voz dele foi se transformando, ficando fina como de Elyse. - O que se passa aqui é que você esta louca!

    A máscara deu espaço para o rosto encardido de Elyse, aos olhos sangrentos e aos cabelos prateados. A capa virou um vestido negro com detalhes vermelhos. Ela virou-se para El fazendo beicinho e depois sorriu maliciosamente. Passou levemente as costas da mão direita na cabeça de El, estava mais alta do que antes. Sua feição daria medo em qualquer humano normal, mas a boneca menor não era humana. Viu tantas coisas dês que saiu do Jardim que indagava sobre o que era sentir medo.

    O clima ficou denso, o sol se pôs e a lua veio a tona. Maior e mais vermelha do que de costume, a noite estava com o tom carmim e as estrelas tomaram formas de nebulosas sombrias e frias. No cenário apenas o vento fazia ruídos, o que parecia era que o mundo em volta delas tinha parado. Parado para algo que nem Elyse, muito menos El sabia o que era.

    - Tu já se perguntaste desde quando estais sonhando? - o sotaque de Elyse era o de Hiver, decidido, bravo e gentil. Porém nada que vinha da boneca sangrenta era gentil, absolutamente nada.

    Aquela pergunta fez El indagar a mesma coisa, repetir a pergunta várias vezes mentalmente. Murmurando e ponderando. O que era real naquele mundo? Ela caminhou para longe, com passos firmes e apressados ela se afastava. O que significava tudo aquilo?

    - Você vai correr do seu destino, como sempre fez. Não consegue absorver a verdade. ? Elyse deu alguns passos ficando frente a frente com El, abaixou-se ? algumas gotas de sangue caíram no chão formando um desenho pontilhado e estranho -, fitou a outra e continuou. ? Você deseja viver, deseja fugir. ? por fim soltou uma gargalhada macabra.

    Tudo no cenário ficou escuro, nada podia ser visto nem ouvido. El estava sozinha ali, suas roupas estavam rasgadas e suas juntas quebradas. Ela estava jogada ali como uma boneca que quebra e não queremos mais. Fechou seus olhos desejando o fim daquilo.

    Foi quando ouviu uma voz.

    - El, acorde. A destruição do jardim precisa de você. ? Hiver estava ao lado dela. Seu tom de voz estava normal. ? Já dormiu demais.

    A boneca abriu os olhos, estava sonolenta e zonza. Olhou para o céu e viu o sol lá no alto, queimando a pele. Ela levantou acompanhada de Laurant, que por sua vez esperou ela conseguir se firmar nas pernas para se afastar.

    - Vamos? ? indagou mostrando o caminho.


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